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FACULDADE DE ENGENHARIA
TEMA:
Chimoio
Abril de 2015
i
Obedia Mechisse Vique
Chimoio
Abril de 2015
ii
Declaração
O presente trabalho foi realizado pelo Obedia Mechisse Vique na Universidade Católica
de Moçambique em 2015. Este trabalho é da sua autoria excepto para as citações que
aqui foram referenciadas. Nunca foi e nunca será submetido a nenhuma outra
universidade. Nenhuma parte deste trabalho deverá ser reproduzida sem a permissão do
autor ou da Universidade Católica de Moçambique.
Nome do Autor
_____________________________
Data 16/04/2015
Nome do Supervisor
--------------------------------------------
Data 16/04/2015
iii
Dedicatória
Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas aos meus amados Pais,
Filhos e de maneira muito especial a meu grande amor. Esta vitória é muito mais de
vocês do que minha!
iv
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, pela força e coragem durante toda esta trajectória; à
minha amada esposa pela compreensão nos momentos de ausência durante esta
pesquisa. Ao meu orientador Dr. Ivo Jó e aos estimados professores; nada disso seria
possível se não fosse o imensurável apoio recebido; hoje estamos colhendo, juntos os
frutos do nosso empenho.
v
Resumo
Embora a motivação dos trabalhadores para o trabalho seja um tema vasto e complexo,
já estudado por muitos, continua a ser um tema de relevo e de grande interesse. Segundo
Alcobia (2001), há imensas razões que justificam este interesse, tanto na perspectiva do
indivíduo (dado que resulta de aspectos como o respeito, o bem-estar e a saúde
psicológica), como na perspectiva organizacional (tendo em conta que pode influenciar
o funcionamento da organização e contribuir para o aumento da produtividade).
O presente estudo teve como objectivos avaliar o papel da motivação na eficácia do
funcionamento dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia de Báruè;
identificar os tipos de motivações presentes nos SDEJT; descrever os aspectos
motivacionais dos colaboradores e relacionar a formação académica com o nível do
desempenho dos colaboradores do SDEJT;
Foram utilizadas várias técnicas de recolha e processamento de dados, nomeadamente
os métodos quantitativo e o exploratório. O primeiro serviu para a recolha de dados
empíricos, através de aplicação de inquérito, por via de questionário a cerca de 55
colaboradores do SDEJT, a amostra do estudo. Por outro lado, o segundo método serviu
para recolher as informações teóricas sobre a temática discutida nesta pesquisa. Dos
resultados obtidos, verificou-se que, em qualquer organização, o factor motivação é um
aspecto preponderante para o bom desempenho dos seus colaboradores. Esta pesquisa
constatou que o factor salário é o primeiro incentivador dos colaboradores deste serviço.
O estudo conclui ainda que as motivações intrínsecas e extrínsecas devem interagir para
o bom funcionamento da organização, como se verifica na instituição em apresso. Por
fim, há que referir que a progressão profissional, para além de ser um dos factores
motivacionais mais escolhido pelos inqueridos, melhora o desempenho de qualquer
colaborador, ainda que seja numa perspectiva ínfima.
vi
Lista dos Gráficos
Gráfico 2: Distribuição dos Inqueridos na Perspectiva Estado Civil dos Inqueridos .................. 33
Gráfico 6: Distribuição dos Inqueridos na Perspectiva das Motivações, incluídos num Parâmetro
..................................................................................................................................................... 39
vii
Lista de abreviaturas
RH – Recursos Humanos
viii
Índice Páginas
Declaração ......................................................................................................................... i
Dedicatória....................................................................................................................... iv
Agradecimentos ................................................................................................................ v
Resumo ............................................................................................................................ vi
Lista dos Gráficos ........................................................................................................... vii
Lista de abreviaturas ...................................................................................................... viii
Capítulo I – Introdução ................................................................................................... 11
1.1. Introdução ................................................................................................................ 11
1.2. Justificativa .............................................................................................................. 11
1.3. Objectivos do estudo ............................................................................................... 12
1.3.1. Objectivo geral ..................................................................................................... 12
1.3.2. Objectivos específicos .......................................................................................... 12
1.4. Definição do Problema ............................................................................................ 13
1.5. Hipóteses ................................................................................................................. 14
1.5.1. Hipótese Alternativa: ............................................................................................ 14
1.5.2. Hipótese Nula ....................................................................................................... 14
1.6. Delimitação do Estudo ............................................................................................ 14
1.7. Limitação do Estudo ................................................................................................ 14
Capítulo II – Revisão da Literatura ................................................................................ 15
2.1. Introdução ................................................................................................................ 15
2.2. Literatura Teórica .................................................................................................... 15
2.2. 1. Reflexão introdutória sobre a motivação ............................................................. 15
2. 2. 2. Abordagem conceptual da motivação................................................................. 15
2. 2. 3. Importância da motivação no desempenho dos colaboradores .......................... 16
2.2.4. A motivação nas organizações ............................................................................. 17
2.2.5. Breve Descrição Sobre Teorias da Motivação ..................................................... 18
2.2.5.1. Teoria das Necessidades Humanas .................................................................... 18
2.2.5.2. Teoria dos Dois Fatores ..................................................................................... 19
Teoria das Necessidades Adquiridas .............................................................................. 19
2.2.5.3. Teoria ERG/ERC ............................................................................................... 19
2.2.5.4. Teoria de Expectativa ........................................................................................ 19
9
2.2.5.5. Teoria da Equidade ............................................................................................ 20
2.2.5.6. Teoria da Recompensa ...................................................................................... 20
2.2.6. Tipologias de Motivação ...................................................................................... 20
2.2.7. Conceito de avaliação ........................................................................................... 22
2.2.7.1. Principais objetivos da avaliação de desempenho ............................................. 22
2.2.8. Conceito de Satisfação.......................................................................................... 22
2.2.8.1. Importância da Satisfação .................................................................................. 24
2.3. Literatura Empírica .................................................................................................. 26
Capítulo III - Metodologia de Pesquisa .......................................................................... 28
3.1. Introdução ................................................................................................................ 28
3.2. Desenho de Pesquisa ............................................................................................... 28
3.3. População em Estudo .............................................................................................. 29
3.4. Processo de Amostragem......................................................................................... 29
3.5. Tamanho de Amostra............................................................................................... 29
3.6. Método de Colecta de Dados ................................................................................... 30
3.6.1. Método quantitativo.............................................................................................. 30
3.6.2.Método Exploratório ............................................................................................. 30
3.7. Colecta de Dados Primários .................................................................................... 31
Capítulo 4 – Análise dos dados ...................................................................................... 32
4.1. Introdução ................................................................................................................ 32
4.2. Descrição do Local de Estudo ................................................................................. 32
4.3. Descrição de dados sócio-demográficos.................................................................. 33
4.4. Factores determinantes da Motivação no SDEJT .................................................... 36
4.5. A motivação no SDEJT ........................................................................................... 39
CAPÍTULO V.- CONCLUSÃO E SUGESTÕES.......................................................... 41
5.1. Conclusão ................................................................................................................ 41
5.2. Sugestões ................................................................................................................. 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 43
ANEXOS ........................................................................................................................ 45
APÊNDICES .................................................................................................................. 46
QUESTIONÁRIO .......................................................................................................... 47
10
Capítulo I – Introdução
1.1. Introdução
Uma das grandes preocupações das organizações actuais é o tema relativo a motivação
no trabalho. Dessa forma, a busca por explicações para a motivação do colaborador em
relação ao seu trabalho tem sido uma constante em várias pesquisas e publicações de
cientistas das ciências humanas e sociais, porém, em perspectivas diversas. Estudos
nesse campo e com perspectivas que levem em conta vários níveis de análise (pessoal,
grupal e social), inclusive em instituições de educação, são ainda incipientes.
De facto, a motivação é de suma importância, não só nas organizações, mas também na
vida de cada um de nós. O termo motivação é geralmente empregue como sinónimo de
forças psicológicas, desejos, impulsos, instintos, necessidades e vontades e, tem sido
exaustivamente estudado com fins de aplicar seus resultados nos diferentes ambientes
de trabalho. Apesar disso, não é possível moldar as pessoas segundo planos que estejam
fora delas mesmas, por isso, são importante conhecer, identificar as necessidades e
anseios das pessoas e compatibilizá-los com sua actuação frente à vida.
1.2. Justificativa
A escolha desta temática, neste estudo, justifica-se por várias razões, como a seguir
estão indicadas:
- A importância do tema: por ser um tema de grande relevância na actualidade para as
organizações, é amplamente discutido em muitas sociedades, na medida em que não
basta ter colaboradores tecnicamente qualificados mas também devem estar
emocionalmente motivados para o desempenho das suas tarefas, como refere Silva
(2012:34).
11
- Campo de actuação: por ser um assunto, de uma realidade concreta, muito pouco
estudado na esfera científica em Moçambique, no geral e em Catandica,
particularmente. Poucos foram os trabalhos encontrados sobre esta temática,
constituindo-se assim numa matéria com um campo de actuação e exploração muito
vasta;
- Razões académicas: por ser estudante do curso de Administração Pública, espaço onde
estas questões têm sido largamente abordadas pelos docentes nas várias unidades
curriculares e devem ser aplicadas;
- Razões pessoais: por ser um dos projectos pessoais e, deste modo, espero, na minha
modéstia parte, que este trabalho seja um contributo para a reflexão deste tema crucial
para o bom funcionamento do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de
Báruè.
Portanto, estas são as principais razões que ditaram a escolha deste tema e a decidir
estudá-lo no Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Báruè.
12
- Propor estratégias que visem o uso permanente de diversas motivações que possam
assegurar o bom funcionamento do Serviço Distrital de Educação, Juventude e
Tecnologia de Báruè.
13
1.5. Hipóteses
14
Capítulo II – Revisão da Literatura
2.1. Introdução
Toda a organização seja da esfera pública seja da privada é composta por seres
humanos, que constitui o factor fundamental de qualquer resultado esperado.
Antigamente, a principal forma de motivar as pessoas consistia no uso de punições.
Actualmente, devido à contribuição de várias outras ciências, a motivação conheceu
progressos consideráveis no seu conceito, sendo que agora a preocupação com o aspecto
motivacional do comportamento humano na organização representa um facto
relativamente recente.
15
A motivação é algo mutável, varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e
com o indivíduo. O que é bom hoje, poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da
personalidade do indivíduo e da situação Bergamini (1997).
De acordo com Silva (2012), a motivação é um processo individual e fruto do
crescimento pessoal, ou seja, a evolução impulsiona para o desejo de possibilidade
maiores, em que nada é trivial e tudo é útil para um significativo crescimento.
Ainda segundo Silva (2012), a motivação tem a ver com a maneira, intensidade e
persistência de um comportamento ao longo do tempo. Neste sentido, pode-se
considerar que a motivação é, desta forma, uma questão-chave para uma liderança bem-
sucedida. O ambiente psicossocial da organização passa a ser um factor determinante
para uma liderança bem-sucedida.
Robbins (2003) refere que a valorização das pessoas dentro das organizações nasceu,
dentre outras, da necessidade de se corrigir a tendência a desumanização do trabalho
surgida com a aplicação de métodos rígidos e rigorosos, científicos e precisos, aos quais
os trabalhadores deveriam se submeter, cuja eficiência era medida unicamente por meio
da produção, e a motivação era exclusivamente financeira. Contudo, as organizações
dependem das pessoas para dirigi-las, organizá-las, controlá-las, fazê-las funcionar e
alcançar os seus objectivos com sucesso e continuidade. Não há organizações sem
pessoas.
Surge um grande conflito industrial: conciliar os interesses das organizações e os
interesses individuais, pois as empresas inseridas numa civilização industrializada, que
para a execução de tarefas, para alcançar os objectivos organizacionais, para uma visão
de pessoas vistas como pessoas, dotadas de características próprias de personalidade,
aspirações, valores, crenças, atitudes, motivações e objectivos individuais.
16
Robbins (2003) relata que a grande importância para as organizações se constitui no
capital humano que ela possui, pois o capital humano é a fonte de criação e de
motivação.
As pessoas constituem um activo das empresas. As máquinas trabalham, mas não
inventam. O dinheiro é poder, mas não pensa. Na sociedade de informação, o
conhecimento é o recurso organizacional mais importante das organizações, uma
riqueza maior e mais importante que o dinheiro.
A motivação nasce das necessidades humanas e não das coisas que satisfazem estas
necessidades. A questão que se segue é como uma pessoa pode motivar a outra. A
resposta é que não se pode. Aquilo que se faz em lugar de motivar é satisfazer ou
contra-satisfazer às necessidades através da elevação do nível de satisfação.
Silva (2012), citando Archer, refere que aquilo que satisfaz a necessidade humana é
visto como a própria necessidade.
17
Segundo Robbins (2003), há três premissas que explicam o comportamento humano, a
saber:
- O comportamento é causado por estímulo interno e externo;
- O comportamento é motivado;
- O comportamento é orientado para objectivos.
Sendo o ser humano a chave final de todo o desempenho destes sistemas, esta procura
de crescente eficiência levou um número igualmente crescente de estudiosos a se
concentrar na questão de como aumentar o desempenho do ser humano, quando
participa de organizações.
Na perspectiva de Vergara (2000), a gestão de pessoas baseia-se no facto de que o
desempenho de uma organização depende fortemente da contribuição das pessoas que a
compõe, a forma como estão organizadas, estimuladas e capacitadas, também como são
mantidas num ambiente de trabalho comum, clima organizacional adequados, a
estrutura e organização dos recursos humanos, de modo a habilita-los a exercer maior
poder e liberdade de decisão levando à maior flexibilidade e à reacção mais rápida aos
requisitos mutáveis do mercado.
Os seres humanos raramente atingem um estado de inteira satisfação. Sempre que uma
necessidade é satisfeita, outra surge impulsionando o indivíduo a agir, pois a natureza
de motivação é instável.
18
2.2.5.2. Teoria dos Dois Factores
Maximiano (2000) tomou como eixo novamente a questão das necessidades. Ele
identificou e estudou três necessidades específicas, que se encaixam nas teorias das
necessidades humanas. Essas necessidades específicas são as seguintes: necessidades de
poder, que significam as necessidades caracterizadas pela busca de controlo e
dominação sobre outras pessoas, necessidades de realização significa as necessidades
que são caracterizadas pela busca de oportunidades de crescimento e desafios, e
finalizando as necessidades de filiação ou associação significa necessidades que são
caracterizadas pela busca de proximidade com outras pessoas e de reconhecimento.
19
esperando alguma recompensa, um elogio, dinheiro, mérito, entre outros, por aquela
actividade que você fez, e não pelo facto de fazer sua actividade por vontade.
a) A motivação Extrínseca
20
Segundo Marins (2007), em termos de comportamento organizacional, alguns estudos
da linha comportamentalista propõem que o interesse dos funcionários pelas
recompensas externas tem grande poder para determinar um desempenho satisfatório,
como por exemplo, bónus salarial, financiamento de entretenimentos, melhorias na
estrutura física da empresa, etc...
Constituem o contexto do cargo (Bergamini, 1997):
Condições de trabalho e conforto;
Políticas da organização e administração;
Relações com o supervisor;
Competência técnica do supervisor;
Salários;
Segurança no cargo;
Relações com colegas.
b) A Motivação Intrínseca
Segundo Bergamini (1977), é uma força que se encontra no interior de cada pessoa e
que pode estar ligada a um desejo. Esta força é vista como um impulso que leva os seres
vivos à acção. E esses impulsos são considerados como os representantes de
determinadas formas de comportamento, por meio das quais os seres vivos procuram
restabelecer o equilíbrio. Esse equilíbrio nunca é alcançado; e a satisfação nunca é
plena, pois é exactamente o desequilíbrio orgânico e/ou psicológico que impulsiona o
ser humano à buscar daquilo que seja capaz de saciar as carências vigentes, naquele
dado momento.
Quanto maior for o estado de carência, maior será a motivação vigente, fazendo assim
com que a necessidade seja sinónimo de motivação. O não atendimento destas
necessidades ameaça a integridade física e psicológica do indivíduo, há uma quebra no
equilíbrio homeostático do organismo (Marins, 2007).
Quando se fala de necessidade e consequentemente de motivação, é preciso examinar as
diferenças individuais, para se chegar à um conhecimento mais realista do que se passa
naquele momento com cada um.
O objectivo motivacional é, então, percebido a cada momento particular e a direcção da
busca será determinada por um factor interno e individual, como refere Kondo (1994).
21
Pode-se concluir, então, que a compreensão mais realista daquilo que foi conceituado
como motivação só é conseguida à medida que seja levada em conta a dimensão
intrínseca das necessidades humanas.
22
os autores Melo e Gonçalves (2012), a satisfação é uma das construções mais
intensamente estudadas e abraçadas no mercado, revelando que só durante as décadas
de setenta e oitenta, mais de quinze mil artigos académicos incidiram sobre este tema. A
satisfação é citada pelos autores Melo e Gonçalves (2012) como um termo complexo e
um conceito difícil.
Dufer e Setton afirmavam que ainda não tinha sido apresentada nenhuma definição clara
da noção de satisfação. De acordo com Marins (2007), a satisfação corresponde a um
estado psicológico relativo, posterior à compra/aquisição. A natureza psicológica, não
directamente perceptível da satisfação, opõe os investigadores que colocam a tónica
sobre a avaliação cognitiva e os que consideram a satisfação como uma resposta
emocional Melo e Gonçalves (2012).
Robbins (2003) interliga estes dois pontos de vista extremos, afirmando que a satisfação
corresponde a um julgamento ponderativo entre a experiência que resulta de processos
cognitivos com a integração dos elementos afectivos (trata-se da avaliação de uma
emoção e não a emoção propriamente dita). Certos investigadores vão mais longe, por
exemplo, para Chiavenato (1999), a satisfação é a avaliação da surpresa relativa ao
processo de aquisição e consumo de um produto. É o estado psicológico do consumidor
resultante de uma comparação entre as suas expectativas relativas ao produto e o
sentimento obtido após a compra e o consumo do produto.
23
dizer, a satisfação é posterior à compra: é impossível dar o seu nível de satisfação em
relação um produto ou um serviço se o cliente não o utilizar, consumir ou experimentar.
A avaliação pode assentar sobre o conjunto das experiências de consumo (abordagem
holística) ou sobre partes deste processo, como o acto de compra/aquisição
propriamente dito, o consumo, a utilização do produto ou o serviço (abordagem
analítica). Por último, a satisfação tem um carácter relativo, isto é, a sua avaliação é um
processo comparativo entre a experiência subjectiva vivida pelo cliente e um padrão de
referência inicial, consubstanciando-se na comparação das expectativas e percepções do
desempenho do produto Chiavenato (1999).
24
renovações de contractos de serviços, ou como a probabilidade do cliente comprar
novamente a oferta Robbins (2003).
25
abordada na literatura, salientando-se o seu peso sobre a retenção de clientes e sobre o
lucro gerado para a empresa Melo e Gonçalves (2012).
26
Por outro lado, o estudo realizado por Baroni & Nicoleti (2007), demonstrou que a
Reestruturação da empresa objecto de estudo que culminou com a demissão de cerca de
25 pessoas contribuiu para uma fraca percepção de segurança em relação ao emprego
pela maioria da amostra de trabalhadores pesquisados. Outros factores que contribuíram
para uma percepção negativa do motivam, no âmbito deste estudo, foram a avaliação do
desempenho, o exercício da liderança e a comunicação interna.
Bolzan e Cols. (2012) Encontraram no seu estudo um índice de 93,2% de satisfação
relativamente a motivação, sendo os factores comunicação, relacionamento interpessoal,
valorização, liderança e benefícios com uma média de satisfação acima de 70%.
27
Capítulo III - Metodologia de Pesquisa
3.1. Introdução
28
3.3. População em Estudo
A população deste trabalho referiu-se à totalidade do Serviço Distrital de Saúde, Mulher
e Acção Social de Báruè. Bunchaft e Kellner (2001, citada por Vedovello 2012), a
população foi constituída por todos os elementos que o pesquisador deseja investigar
foram determinados pelos objectivos particulares da investigação. Para tal o grupo alvo
da pesquisa será constituída por todos intervenientes do SDEJECT do Distrito de Báruè,
que são 300 na totalidade.
29
3.6. Método de Colecta de Dados
De acordo com os propósitos deste trabalho, foram privilegiados a utilização dos
seguintes métodos:
3.6.2.Método Exploratório
Este método proporciona uma maior familiaridade com o problema em questão, com o
intuito de torná-lo explícito ou a construir hipóteses (Gil, 2002). Este método enquadra-
se com as pretensões definidas neste trabalho na medida em que se pretende conhecer
melhor a problemática da situação dos funcionários do SDEJT, em termos de clima
organizacional e motivação.
30
3.7. Colecta de Dados Primários
31
Capítulo IV – Análise dos Dados
4.1. Introdução
Neste capítulo, são apresentados inicialmente a discrição do local do nosso estudo, em
seguida os resultados da pesquisa, tendo como referência a análise da literatura
relacionada com o fenómeno em estudo, quer ao nível Internacional quer ao nível
nacional.
Neste contexto, torna-se fundamental a apresentação dos dados do grupo alvo (55
funcionários) o que constituiu objecto de pesquisa. Há, contudo, necessidade de referir
que algumas das questões apresentadas estão relacionadas com os nossos objectivos.
Nesta ordem de ideias, apresentou-se os objectivos específicos antes de algumas
reflexões, de modo a concretiza-los.
Outro aspecto a mencionar está relacionado com a criação de gráficos, com o propósito
de descrever objectivamente os dados e analisa-los, em seguida.
32
4.3. Descrição de dados sócio-demográficos
De acordo com este gráfico, constatou-se que do universo dos nossos inqueridos, 55
colaboradores dos SDEJT Báruè, 75% são de sexo masculino e 25٪inqueridos de sexo
feminino.
Não se buscou explicação referente a existência de menor número de mulheres no local
de estudo, uma vez que não faz parte do presente estudo.
33
Relativamente ao estado civil, os inqueridos são na sua memória pessoas casadas e a
outra parte é o que corresponde aos colaboradores solteiros, os maioritários. Estes dados
não são tão relevantes para a pesquisa, por isso escusou-se de desenvolve-lo. Entretanto,
vale realçar que não existe nem divorciado e nem viúvo no SDEJT, como se verifica no
questionário. Assim sendo, não se colocou no gráfico em causa mas, sendo parte da
pesquisa, é necessário fazer referência.
Portanto, em termos sociais, pode-se constatar que estes funcionários têm a sua devida
inserção na sociedade, na medida em cada um vive o seu status sem perturbar o do
outro. De facto, a má inserção numa determinada local laboral pode constituir um dos
aspectos causador de um desempenho desenquadrado.
Nesta ordem de ideia, juntando o gráfico anterior a este, poder-se concluir que
relativamente a perspectiva de género e estado civil, os funcionários estabelecem entre
si as devidas relações requeridas para o funcionamento da instituição.
Gráfico 3:Gráfico 3: Distribuição dos Inqueridos na Perspectivado Tempo de Serviço dos Inqueridos
34
qualquer temática referente a instituição em que estiver inserido. Por outro lado, este é
um tempo consideravelmente necessário para se ter nomeação no sector em que
trabalha, no mínimo a provisória. Este facto, pode-se levar a inferir que já sejam
nomeados, mais uma razão para se ter um trabalho com zelo e bom desempenho.
Com efeito, o tempo de serviço, para além de carregar consigo anos de experiência,
permite que o inquerido conheça com profundidade a organização em que está inserido
faz com que o funcionário goze, de alguma forma de certos benefícios que os
contratados não gozam. Portanto, esta prerrogativa constitui, em si, um dos incentivos
para a realização de um trabalho satisfatório, por parte destes funcionários.
No tocante ao nível de escolaridade, verifica-se que a maior parte dos inqueridos tem
nível médio. Ou seja 45% dos inqueridos, quase a metade dos inqueridos. Não se sabe
ao certo se o nível médio que têm é de formação ou é geral. A outra parte dos
inqueridos tem o nível básico, numa percentagem de 35%, e também não se mencionou
se é em virtude de formação ou ensino secundário geral. A outra parte referente a 20% é
dos inqueridos com ensino superior feito nas mais diversas áreas ligadas a educação e
não só. Enfim, uns têm a formação psicopedagógica, própria do ensino mas a maioria,
senão todos não são formados na área de administração pública, que é a área que estão a
exercer. Esta deslocação pode, de alguma forma, comprometer o desempenho destes
colaboradores.
35
Descrito o gráfico e feitas algumas percepções sobre ele, importa ainda relacionar o
nível de escolarização com o desempenho dos colaboradores. Segundo se referiu, na
problematização, a questão do nível académico foi tido em conta, como uma das causas
de mau atendimento e funcionamento do SDEJT. Entretanto, com o advento de alguns
quadros começou-se a verificar um certo melhoramento na questão que mais inquietava
aos utentes deste serviço.
Este facto ilustra que, na medida que se vai melhorando de nível, o desempenho do
colaborador também tende a ser satisfatório. De facto, vários estudos encomendados por
várias organizações, como a GIZ em 2010, provaram haver uma proporcionalidade
directa entre o nível de escolaridade e o desempenho dos colaboradores. Há contudo que
admitir que esta reflexão é numa perspectiva geral, pois também existem casos em que
se verifica uma proporcionalidade inversa entre estas duas variáveis em questão.
Portanto, a progressão académica tanto pode gerar um bom desempenho quanto um mau
desempenho. O que se deve ter em conta é o factor qualidade e esforço do colaborador
para a execução desejada das suas actividades.
36
Esta questão pedia para que o colaborador escolhesse 3 factores determinantes na
motivação no trabalho. E a mesma questão, coincide com um dos objectivos que postula
a descrição dos aspectos motivacionais presentes nos inqueridos. Voltando a questão,
houve casos de inqueridos que não escolheram apenas as três opções pedidas mas
quatro às cinco opções. Para estes inqueridos, validou-se as três primeiras opções
marcadas.
A maioria dos inqueridos, 35%, optou pelo factor salário como primeiro factor que
determina a motivação laboral. De facto, o salário, o tão «sagrado salário», faz no meio
organizacional «milagres incontornáveis» apesar de ser discutível a forte motivação que
ele tem nos muitos meios laborais.
De acordo com a teoria das expectativas, a antevisão de um benefício próximo pode
gerar um impulso maior em qualquer funcionário. E o salário é a recompensa imediata
que se pode ter depois duma actividade. Entretanto, segundo Lopez citado por Silva
(2001), o factor económico não influencia unicamente para satisfação no trabalho deve-
se ter em conta outras componentes influentes no processo. Apesar desta
complementaridade trazida por outras componentes, segundo Vergara (2000), um dos
defensores da teoria das necessidades humanas, realçando a visão da teoria das
expectativas, diz que independentemente de existirem outros factores que possam
complementar a questão da motivação, o que conduz o homem a escolher como
prioridade um determinado factor como aspecto relevante para a sua motivação,
depende da hierarquia que ele tem das suas necessidades humanas.
Nesta perspectiva, o que pode ter determinado a escolha do salário como prioritário para
estes colaboradores pode ter sido a sua hierarquia de valores, tanto que a seguir muitos
deles escolheram a progressão na carreira, como se pode ver em seguida.
Uma outra teoria, que pode defender a preferência destes inqueridos pelo salário, é a da
recompensa. Segundo Silva (2012), esta teoria procura realçar a primeira «gratidão» que
o colaborador pode ter, depois de ter feito uma dada actividade. Assim sendo, as
escolhas feitas por estes colaboradores têm razão de ser. Esta situação pode validar a
nossa primeira hipótese, na medida em que mostra a pertinência na escolha de factores
que de imediato estimulem o colaborador a ter um motivo para que melhore o seu
desempenho.
37
O segundo aspecto mais escolhido é a carreira profissional, com cerca de 22% dos
inqueridos. Este é outro ponto que vem sendo muito debatido, dado ao contexto
situacional do país, onde muitos aguardam a progressão nas suas carreiras e muita das
vezes nem sempre conseguem. Ora, sabendo que terão progressão na sua carreira, as
possibilidades dos funcionários trabalharem com afinco pode ser maior em detrimento a
uma situação contrária.
O terceiro ponto mais está ligado ao relacionamento interpessoal. De facto, vários
estudos feitos sobre a motivação defendem que o bom relacionamento entre colegas
pode proporcionar um ambiente salutar de actividade e, através dele, alcançar-se um
desempenho desejado pelos gestores da organização, por um lado, e alcançar a
satisfação dos colaboradores.
Com efeito, de um modo geral, compreende-se que o salário é destacado como razoável
e neste sentido não satisfaz totalmente as expectativas dos funcionários, mas este é
complementado por outros factores que influenciam a motivação, concretamente, as
oportunidades de formação, a dinâmica na promoção, o ambiente de trabalho e a
possibilidade de reforma. Segundo Herzberg citado por Robbins (2003), estes factores
são designados motivadores e complementam o salário, os regulamentos e as condições
de trabalho enquanto factores de higiene. Neste contexto, é importante compreender
que, segundo Chiavenato (1999), só se alcançam níveis satisfatórios de motivação,
satisfação e desempenho no trabalho quando se empreende um investimento
significativo nos factores motivadores. As potencialidades do Ministério de Planificação
e Desenvolvimento para a retenção dos funcionários estão, igualmente, relacionadas
com o ambiente de trabalho, traduzido principalmente nas relações que os colegas
estabelecem, incluindo os superiores, nas condições físicas do trabalho e na higiene no
trabalho.
A avaliação do ambiente de trabalho feita aos funcionários do SDEJT ilustra que no
SDEJT o ambiente de trabalho influencia para a existência de quadro motivacional
satisfatório. O exemplo deste facto é que 68.1% afirmaram que a relação com os colegas
é boa registando-se melhorias medida em que entre colegas se partilham muitas coisas.
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entre os funcionários e chefia apostando no espaço de comunicação e plano de
formação.”
Com estas reflexões, pode-se inferir que o salário, a progressão na carreira e
relacionamento interpessoal são factores determinantes para a motivação dos
colaboradores deste serviço.
O gráfico mostra uma realidade bem diferente do gráfico anterior. Pretende-se com esta
questão saber quais são as motivações dos inqueridos dentro de certo parâmetro e, ela, a
questão, se enquadra no objectivo da tipificação de motivação existente.
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A título de exemplo, no caso de o colaborador gostar de receber o feedback dos seus
trabalhos, estamos diante de uma motivação intrínseca. E, o caso de melhorar cada vez
mais tem a motivação extrínseca.
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Capítulo V.- Conclusão e Sugestões
5.1. Conclusão
A problemática da motivação dos funcionários nas organizações é complexa
principalmente porque a satisfação é um estágio que se deve cultivar de forma contínua
e permanente. A compreensão deste fenómeno tem como principal obstáculo a
subjectividade, neste sentido uma referência na análise deste fenómeno é a capacidade
de retenção dos funcionários por parte das instituições. No caso do SDEJT o estudo
sobre os factores motivacionais e a capacidade de retenção dos funcionários permite
referir que há factores motivadores para retenção dos funcionários para além da
componente económica, isto é, crescimento na carreira, reconhecimento e prestígio,
oportunidade de formação. Desta forma compreende-se que há um exercício
complementar que influencia significativamente para capacidade de retenção dos
funcionários.
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5.2. Sugestões
Face aos resultados do presente estudo de motivação e satisfação dos funcionários
endereça-se à SDEJT, as seguintes recomendações:
Gerais:
A avaliação periodicamente das motivações dos seus colaboradores de modo a aferir
posteriormente a sua satisfação com o trabalho;
A comunicação dos resultados deste estudo a todos os colaboradores da organização e
respectivo plano de acção.
Específicas:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
43
SILVA, R. R. (2012). Avaliação de desempenho: análise e motivação para o
conhecimento, prática e comprometimento do funcionário, Paracatu, Faculdade
SPIRI, W.C. (1998) Estudo sobre a percepção do clima organizacional do centro
cirúrgico de um hospital especializado.Rev.latino-am.enfermagem [online]. Ribeirão
Preto,
TANAJURA, A., & JESUS, L. (2003). Clima Organizacional na ECMAN Engenharia
Telecomunicações. RAE - Revista de Administração de Empresas. São Paulo,
VEDOVELLO, J. G.(2012); A Influência da Liderança no Clima organizacional das
Micro e Pequenas Empresas da Região Metropolitana de Campinas. São Paulo,
FACCAMP
VERGARA, S. C. (2000). Gestão de pessoas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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ANEXOS
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APÊNDICES
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QUESTIONÁRIO
I – Perfil Profissiográfico
2- Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
3- Estado Civil: ( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) Divorciado (a) ( ) Viúvo (a)
4- Tempo de Serviço Aproximadamente na Empresa:
( ) Entre 0 a 4 anos ( ) Entre 5 a 8 anos ( ) Entre 9 a 15 anos ( ) Entre 16 a 25 anos
5- Escolaridade: ( ) Ensino Básico ( ) Ensino Médio ( ) Superior Completo
Em sua opinião, escolha 03 factores que são determinantes para incrementar sua
satisfação e, consequentemente, despertar sua motivação no trabalho:
( ) Condições ambientais; ( ) Relacionamento com os colegas; ( ) Salário
( ) Oportunidade de crescimento pessoal (cursos, treinamentos, palestras, entre outros)
( ) Oportunidade de encarreiramento profissional; ( ) Localidade
( ) Reconhecimento, valorização do trabalho realizado; ( ) Trabalho desafiadores
( ) Oportunidade de inovar os processos do trabalho; ( ) Outros
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Nunca Quase nunca Raramente Por vezes Usualmente Quase sempre Sempre
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