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Este trabalho foi aprovado no dia ______ de ______________________ de 2018 por nós,
membros do júri examinador, nomeado pela Faculdade de Economia e Ciências Empresariais
da Universidade Wutivi.
O Presidente
_______________________
O Arguente
_______________________
O Supervisor
________________________
(Dr. …………..)
i
Universidade Wutivi
3 DECLARAÇÃO
Declaro por minha honra que esta Monografia que, no presente momento, submeto à
Universidade Wutivi, em cumprimento dos requisitos para a obtenção do grau de
licenciatura em Gestão Financeira e Bancária, nunca foi apresentada para a obtenção de
qualquer outro grau académico e que constitui o resultado da minha investigação pessoal,
tendo indicado no texto e na bibliografia as fontes que utilizei.
________________________ __________________________
ii
DEDICATÓRIA
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar ao Senhor Deus, que me concedeu a força para que eu pudesse
terminar a minha licenciatura.
À toda a minha família, em especial a minha querida mãe …………., aos meus irmãos, a
minha avó ………., aos meus tios ……….………… e ……….., pelo amor incondicional e
incentivo, sem os quais não alcançaria este objectivo.
Aos meus amigos que sempre apoiaram-me durante o meu curso e aos colegas de turma que
ajudaram-me no momento de fraqueza.
Ao meu supervisor, Dr. ………….., pela orientação e atenção durante a realização do meu
trabalho.
Ao Dr. ………… pela atenção e grande ajuda na clarificação de algumas dúvidas que tive
durante a realização do meu trabalho.
À Universidade Wutivi - Univa pela sua excelência de ensino e a todos os Docentes que
acompanharam-nos ao longo de todos estes anos de formação.
Não sendo possível mencionar todos que acompanharam-me durante a minha Licenciatura, só
me resta deixar aqui o meu muito obrigado.
iv
RESUMO
O presente estudo tem como objectivo principal analisar a eficácia dos modelos de gestão do
risco de crédito adoptados pelo Moza Banco no controlo das taxas de inadimplência no
período de 2014 a 2016. O problema que inspirou a pesquisa está no facto de cada banco
adoptar o seu modelo de gestão de risco e a precisão em reduzir o risco é diferente o que faz
com que alguns bancos tenham um retorno não satisfatório.Sendo assim o objectivo geral da
pesquisa foi de analisar a gestão do risco de crédito do Moza Banco no período de 2014 a
2016. E para o alcance do objectivo geral, definiu-se os seguintes objectivos específicos:
Descrever os modelos de gestão do risco de crédito adoptados pelo Moza Banco; Verificar a
evolução do crédito mal parado e das imparidades no Moza Banco; e Discutir a eficácia dos
modelos de gestão de risco de crédito usados pelo Moza Banco. A metodologia usada quanto
à abordagem do problema foi uma pesquisa quantitativa, quanto aos objectivos foi usada a
pesquisa exploratória, quanto aos procedimentos técnicos foi usado o estudo de caso e quanto
aos instrumentos de recolha de dados, usou-se a análiseou pesquisa documental. Os
resultados constatam que apesar de existir uma estrutura organizacional que comporta a área
de gestão de risco, não está a ser eficaz realçando uma política de concessão de crédito não
rigorosa e uma política de recuperação de crédito não rígida. Esta questão eleva o risco do
Banco e enfraquece um conjunto de operações. Portanto, a conclusão chegada é que o modelo
adoptado pelo banco não é eficaz no controlo das taxas de inadimplência Sendo assim, a
principal recomendação é que banco deve melhorar a sua política de gestão de crédito
corrente como do crédito mal parado, sendo mais rigorosa e precisaverificar de forma
permanente as imparidades para garantir a cobertura do risco de crédito.
v
ABSTRACT
The main objective of this study is to analyze the effectiveness of the credit risk management
models adopted by Moza Bank in the control of delinquency rates between 2014 and 2016.
The problem that inspired the research is that each bank adopts its risk management model
and the precision in reducing the risk is different which makes some banks have an
unsatisfactory return. Therefore, the general objective of the research was to analyze the
credit risk management of Moza Bank during the period from 2014 to 2016. And to reach the
general objective, the following specific objectives were defined: Describe risk management
models of credit adopted by Moza Bank; To verify the evolution of bad loans and
impairments in Moza Bank; and Discuss the effectiveness of the credit risk management
models used by Moza Bank. The methodology used to approach the problem was a
quantitative research, as far as the objectives were used the exploratory research, as for the
technical procedures was used the case study and for the instruments of data collection, was
used the documentary analysis or research. The results show that although there is an
organizational structure that includes the area of risk management, it is not being effective by
emphasizing a policy of non-strict credit and a non-rigid credit recovery policy. This raises
the Bank's risk and weakens a set of operations. Therefore, the conclusion reached is that the
model adopted by the bank is not effective in controlling default rates. Therefore, the main
recommendation is that bank should improve its current credit management policy as bad
credit, being more rigorous and needs to permanently check the impairments to guarantee the
coverage of the credit risk.
vi
Índice
FOLHA DE APROVAÇÃO.......................................................................................................i
DECLARAÇÃO........................................................................................................................ii
DEDICATÓRIA.......................................................................................................................iii
AGRADECIMENTOS..............................................................................................................iv
RESUMO...................................................................................................................................v
ABSTRACT..............................................................................................................................vi
LISTA DE TABELAS..............................................................................................................ix
LISTA DE FIGURAS................................................................................................................x
LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................xi
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................................xii
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................1
Relevância do tema....................................................................................................................3
Objectivos..................................................................................................................................3
Geral...........................................................................................................................................3
Específicos.................................................................................................................................3
Estrutura do trabalho..................................................................................................................4
vii
1.5 Análise Subjectiva do Crédito..............................................................................................8
1.5.1 Os Cs do crédito...............................................................................................................8
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.................................................................................30
Conclusão.................................................................................................................................30
Recomendações........................................................................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................32
ANEXOS..................................................................................................................................34
viii
LISTA DE TABELAS
ix
LISTA DE FIGURAS
x
LISTA DE GRÁFICOS
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
BM – Banco de Moçambique;
CA – Conselho de Administração;
CE – Comissão Executiva;
DP – Depósito à prazo;
Ed Edição;
GC – Gabinete de Compliance;
H1 Hipótese alternativa;
P Página;
PD – Probabilidade de default;
pp – Páginas;
PP – Pontos percentuais;
xii
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema: Gestão de risco do crédito numa instituição bancária
tendo como caso o Moza Banco, no período de 2014 a 2016. A actividade bancária vem
desempenhando, ao longo dos tempos, uma função relevante no funcionamento de qualquer
economia. Segundo Caiado, (2008, pp.33) nas últimas décadas perante as crescentes
necessidades dos clientes, as instituições bancárias tem vindo a preparar-se para responder a
operações que por vezes tem um cariz especializado. Tem surgido novos produtos e serviços,
não só pelos bancos mas também por diversas outras instituições especializadas para a
realização de determinadas operações. No entanto, as instituições financeiras e, em particular,
os bancos, tem de enfrentar novos desafios mercê do aparecimento de vários fenómenos que
há pouco mais de meio século eram praticamente inexistentes, como a internacionalização
financeira, a globalização de mercados, a proliferação de novos concorrentes e dos
respectivos produtos e serviços e o surto galopante de novas tecnologias.
A actividade dos bancos faz parte da nossa vida diária e por sua vez é onde a actividade de
crédito faz parte. Os bancos concedem crédito aos seus clientes com confiança de que estes
possam cumprir com os seus compromissos de pagamento na data acordada. O risco está
presente em qualquer actividade de crédito, daí há necessidade de que o credor faça uma
análise cuidadosa da capacidade financeira de cada cliente antes da concessão de crédito.
Segundo Santos (2015, p.230), como forma de reduzir as perdas financeiras decorrentes da
inadimplência, os bancos tem investido na elaboração e implantação de modelos para a
avaliação e gestão do risco de crédito. Tais modelos são necessários para estimar as perdas
inesperadas, as quais estão associadas à incerteza em relação às perdas com crédito.
1
Apresentação e definição do problema
Neste ponto trataremos daquilo que é o problema que o pesquisador levanta sobre o tema em
estudo, mas antes apresentaremos o conceito do problema. Segundo Gil (2008. p.33)
problema é qualquer questão não solvida e que é objecto de discussão, em qualquer domínio
de conhecimento.
O risco de crédito tem sido um assunto de grande preocupação para as instituições financeiras
em particular os bancos, na medida que realizam operações de empréstimos e a sua gestão
tem se tornado uma questão peculiar no que concerne ao controlo das taxas de inadimplência.
De acordo com Saunders (2007, p.195) à medida que os bancos e as outras instituições
financeiras têm ampliado suas actividades de concessão de garantias de crédito e outras
actividades fora do balanço, novos tipos de exposição a risco de crédito tem surgido, gerando
preocupação entre administradores e autoridades reguladoras.
Segundo Santos (2015, p.2), a questão do reembolso de crédito deve ser cuidadosamente
analisada, baseando-se na compatibilidade das fontes primárias de receita do cliente com o
plano de amortização proposto pois a qualquer momento, acontecimentos imprevistos e
adversos, como os decorrentes de recessão económica, podem afectar as fontes primárias de
pagamento de empresas e de clientes, reduzindo a probabilidade de recebimento do crédito.
A eficácia dos modelos de gestão do risco de crédito é relativa, razão pela qual existem
muitos e são objectos de discussão e avaliação tanto pelos bancos como pelos profissionais da
área bancária. Face a esta situação coloca-se a seguinte pergunta de partida: “Será que o
modelo de gestão de risco de crédito usado pelo Moza Banco foi adequado e eficaz no
controlo das taxas de inadimplência entre 2014 a 2016?”
Hipóteses
Hipótese é “uma suposta resposta ao problema a ser investigado. É uma preposição que se
forma e que será aceite ou rejeitada somente depois de devidamente testada”. (Gil, 2008,
p.41).
H0: O modelo de gestão do risco de crédito usado pelo Moza Banco é eficaz no controlo das
taxas de inadimplência.
H1: O modelo de gestão do risco de crédito usado pelo Moza Banco não é eficaz no controlo
das taxas de inadimplência.
2
Relevância do tema
Para além da motivação de poder colocar em prática conhecimentos adquiridos pela autora
nessa licenciatura, a justificativa deste trabalho deve-se ao facto de existir uma grande
preocupação por parte das instituições financeiras em gerir o crédito e os riscos inerentes a
cada operação. Portanto, a análise de risco de crédito é importante, para uma grande
variedade de relações contratuais entre instituições financeiras e contrapartes do sector
empresarial.
A pesquisa é de extrema relevância tendo em conta que discute modelos de gestão de risco de
crédito usados pelas instituições financeiras em Moçambique e em particular pelo Moza
Banco, uma instituição intervencionada pelo Banco de Moçambique por incumprimento de
alguns critérios de gestão de risco bancário. Cada banco tem adoptado o seu modelo de
gestão de risco. No entanto, a precisão dos modelos em reduzir o risco é diferente. Assim,
tornou-se importante avaliar até que ponto o modelo adoptado pelo Moza Banco é eficaz na
redução do risco bancário. A título profissional, a autora está a terminar o curso de Gestão
Financeira e Bancária e o estudo do risco bancário é importante porque vai dotá-la de
conhecimentos profundos nesta área.
Objectivos
Marconi e Lakatos (2007, p.159), dizem que toda pesquisa deve ter um objectivo
determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. O objectivo torna
explícito o problema, aumentando os conhecimentos sobre determinado assunto.
Geral
Específicos
Discutir a eficácia dos modelos de gestão de risco de crédito usados pelo Moza
Banco.
3
Delimitação espacial e temporal
O presente estudo foi feito no Moza Banco - Sede, na cidade de Maputo correspondeu a
análise da área de gestão dos riscos, num horizonte temporal de 3 anos, ou seja, no
períodocompreendido de 2014 a 2016.
Estrutura do trabalho
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CAPÍTULO I – REVISÃO DE LITERATURA
1.1.1 Crédito
De acordo com Schrickel (1994, p.25), crédito é todo acto de vontade ou disposição de
alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte do seu património a um terceiro, com a
expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente, após decorrido o tempo
estipulado. Esta parte do matrimónio pode ser materializada por dinheiro ou bens. Segundo
Silva (2006, p.39), o crédito consiste na entrega de um valor presente mediante uma
promessa de pagamento em data futura. Santos (2015, p.1)define crédito em finanças, como a
modalidade de financiamento destinada a possibilitar a realização de transacções comerciais
entre empresas e seus clientes. Cabido (1999, p.14) defende que o crédito é um contrato
bilateral uma parte que empresta, outra que pede emprestado e promete pagar em certo tempo
acordado.
No entanto, considera-se uma operação de crédito, na qual se troca um valor actual pela
promessa de pagamento futuro. O banco compra do cliente sua promessa de pagamento, por
isso, o crédito é o principal elemento na relação cliente-banco.
Schrikel (1994, p.27), afirma que a análise de crédito envolve a habilidade de fazer uma
decisão de crédito, dentro de um cenário de incertezas e constantes mutações e informações
5
incompletas. Esta habilidade depende da capacidade de analisar logicamente situações, não
raro, complexas, e chegar a uma conclusão clara, prática e factível de ser implementada.
1.1.4 Risco
De acordo com Caiado (2008, p.207) entende-se por risco a probabilidade de ocorrerem
perdas em operações realizadas pelos agentes económicos. De acordo com Brigham e
Ehrhardt (2006, p.203), o risco refere-se à chance de que algum evento desfavorável ocorra.
Por sua vez, Gitman e Madura (2003, p.129), definem o risco como sendo a probabilidade de
o retorno real ser diferente do retorno esperado. Para Schrickel (1994, p.35), o risco significa
incerteza, imponderável, imprevisível, e estes situam-se necessária e unicamente, no futuro.
De acordo com Silva (2006, p.39) o risco de crédito é a probabilidade de que o recebimento
não ocorra, ou seja, é igual a 1 (um) menos a probabilidade de recebimento. Segundo
Saunders (2007, p.102), há risco de crédito porque os fluxos de caixa prometidos pelos títulos
primários possuídos por instituições financeiras podem não ser pagos integralmente. Para
Caiado (2008, p. 207) o risco de crédito advém de mutuários que podem não vir a pagar os
juros e o capital mutuado de acordo com o plano de reembolso contratado ou mesmo em
datas posteriores, implicando prejuízos que terão de ser cobertos com as necessárias
provisões.
Os elementos definidores de crédito conforme explicados por Nunes (2009, citado por Rocha,
2011, p.18), são função uns dos outros, não são independentes. São eles: a finalidade, o
montante, o prazo, o preço, o risco e a garantia.
6
A finalidade de um crédito está directamente ligado ao montante solicitado, ou
seja este deve ser o suficiente para o cliente adquirir o bem que necessita.
O prazo do crédito está relacionado com a vida útil do bem adquirido, não
devendo ser superior à vida útil do mesmo. Não é razoável que o cliente esteja a
pagar por algo que não utiliza.
A semelhança de qualquer produto ou serviço adquirido fora do sector bancário,
os produtos/serviços dos bancos tem preço. No crédito bancário, o preço inclui o
custo dos fundos que o banco paga a quem lhe disponibiliza o dinheiro (clientes,
depositantes, investidores e/ou outras instituições de crédito) e os custos
administrativos associados ao crédito (análise da proposta e gestão do crédito).
Para formar o preço final adiciona-se uma margem de lucro.
No que diz respeito ao risco, pode-se dizer que o risco de crédito é o prejuízo
potencial decorrente da operação, isto é, que terá lugar se os termos do acordo não
forem cumpridos. Não existe crédito sem risco.
A principal garantia do crédito bancário é a finalidade do mesmo o qual deverá
libertar fundos ao longo do tempo, susceptíveis de fazer face no montante certo à
satisfação da dívida contraída.
Por sua vez, Santos (2009, p.29) afirma que o objectivo do processo de análise de crédito é o
de averiguar se o cliente possui idoneidade e capacidade financeira para amortizar a dívida.
7
1.3.1 Etapas da análise de crédito
3ª. Capacidade creditícia – É decorrente das duas etapas anteriores, tendo sido avaliado o
actual grau de risco que o tomador potencial apresenta, bem como o provável grau de risco
futuro, deve-se chegar a uma conclusão relativa à sua capacidade creditícia e,
consequentemente, à estruturação de uma proposta de crédito, em que o empréstimo
pleiteadopossa ser amortizado em consonância com certo fluxo de caixa futuro, e em
condições tais que seja sempre preservada a máxima protecção de emprestador contra
eventuais perdas.
8
informações (internas e externas) sobre o carácter do cliente são requisitos fundamentais para
a análise subjectiva do risco de crédito.
1.4.1 Os Cs do crédito
Os analistas de crédito frequentemente têm usado informações que são necessárias na análise
subjectiva da capacidade financeira dos clientes tradicionalmente conhecidas como Cs do
crédito: carácter, capacidade, capital, colateral e condições. Santos (2015, pp.39-41) aborda
os cinco Cs da seguinte forma:
O Carácter está associado à idoneidade do cliente no mercado de crédito. Para a
análise desse critério, é indispensável que os credores disponham de informações
históricas de seus clientes que evidenciem intencionalidade e pontualidade na
amortização de dívidas.
Capacidade refere-se ao julgamento subjectivo do analista quanto à habilidade dos
clientes na gestão e conversão de seus negócios em receita.
Capital é medido pela situação financeira do cliente, levando-se em consideração a
composição dos recursos, onde são aplicados e como são financiados.
Colateral refere-se à riqueza patrimonial dos clientes composta por bens (móveis e
imóveis) e aplicações financeiras.
Quanto as condições esse C está relacionado à sensibilidade da capacidade de
pagamento dos clientes à ocorrência de factores externos adversos ou sistemáticos.
Existem outros tipos de riscos na actividade bancária sendo de destacar o risco de mercado,
risco operacional e risco de liquidez.
Risco de mercado
De acordo com Silva (2008, p.38), o risco do mercado está relacionado às mudanças nos
preços e nas taxas no mercado financeiro e que possam provocar redução das posições de um
banco, ou seja, as variações que possam gerir prejuízo. Dentro do risco do mercado podemos
distinguir: o risco de taxas de juro e o risco cambial.
Para Caiado (2008, p.207-208), o risco de taxas de juro advém do facto da instituição ter
contratado operações que vencem juros e taxas fixas ou variáveis e que podem afectar
9
negativamente o resultado de exploração. Quanto ao risco cambial o autor afirma que as
instituições que possuem activos e passivos contratados em moeda estrangeira podem ser
mais ou menos prejudicadas no caso de ocorrerem desvalorizações de moedas que titulam os
activos e valorizações de moedas que titulam os seus passivos.
Risco operacional
Para Saunders (2007, p.105), o risco operacional pode surgir sempre que a tecnologia
existente deixa de funcionar adequadamente, ou os sistemas de apoio falham. Segundo Silva
(2008, p.38), o risco operacional decorre da possibilidade de ocorrência de perdas resultantes
da falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos
externos.
Risco de Liquidez
Esse tipo de risco é inerente ao tomador e decorre de suas características. Portanto, o não-
cumprimento da promessa de pagamento pelo devedor pode decorrer de um conjunto de
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factores associados ao próprio devedor. Os chamados Cs do crédito (carácter, capacidade,
condições, capital e colateral) contêm as variáveis relacionadas ao risco do cliente (risco
intrínseco), as quais poderão fornecer a base para a classificação do risco (rating). Essa
classificação possibilitará melhor decisão na precificação do empréstimo ou financiamento e
também deve levar a uma adequada escolha das garantias.
2. Risco da operação
3. Risco de concentração
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frequentemente citados como as causas dos créditos problemáticos. No entanto, o risco de
administração corresponde ao facto do banco não ter capacidade de analisar, avaliar, decidir,
formalizar e acompanhar os créditos concedidos.Os recursos humanos e materiais do banco
têm, portanto, importante papel nos níveis de inadimplência da carteira de crédito.
Para colmatar o problema do risco de crédito, a maioria dos bancos comerciais tem optado
por obter garantias bancárias. Mas a forma mais usada para diminuir o problema de
incumprimento nas operações de crédito é a avaliação que é um processo ao montante.
Segundo Santos (2015, p.105), as garantias são entendidas como reforço ou complemento,
mais ou menos consistente, para acudir a acontecimentos imprevisíveis ou circunstâncias
anómalas que possam vir a surgir.
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Além das garantias pessoais existem as Garantias reais que são aquelas que ocorrem
quando, além da promessa de pagamento, o devedor confere ao credor o direito especial de
garantia sobre uma coisa ou uma universalidade de coisas móveis ou imóveis. São garantias
reais: o penhor que é uma garantia real que recai sobre bens móveis, susceptíveis de
alienação, cuja posse salvo no caso do penhor rural, industrial, mercantil e de veículos,
deverá ser transferida ao credor, a hipoteca que também é outra modalidade de garantia real,
acessória de uma dívida, que incide sobre bens imóveis. Na hipoteca, o bem hipotecado
permanece em poder do devedor ou de terceiro e a antícrese que é um tipo específico de
garantia real em que a posse do bem imóvel é transferida ao credor, o qual fica com os
rendimentos decorrentes da coisa em garantia até que a dívida seja paga.
Para avaliar e geriro risco de crédito normalmente os bancos usam modelos. Existem vários
modelos, cada um tem a sua particularidade e o impacto destes modelos depende de vários
factores, desde a organização da instituição financeira até a tecnologia que ela usa na gestão
do crédito da instituição. Autores como Cabido (1999), Saunders (2007), Silva (2006) e
Santos (2015) apontam o Credit Scoring, Rating, Valor em Risco (ValueatRisk – VAR),
Creditmetrics, Análise de Cenário, Simulação de Monte Carlo, Retorno Ajustado ao Risco
nas Operações de Crédito, Modelo KMV (Modelo de Probabilidade de Inadiplência).
Credit scoring
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Rating
De acordo Silva (2008, p.62), o rating é uma avaliação de risco que é feita por meio da
mensuração e ponderação das variáveis determinantes do risco da empresa. Ainda segundo o
autor, o rating é apresentado por meio de um código ou classificação que fornece uma
graduação do risco. Para Santos (2010, p.193) os ratings são opiniões sobre a capacidade
futura dos devedores de efectuarem, dentro do prazo, o pagamento do principal e dos juros de
suas obrigações. O autor ainda afirma que os sistemas de ratings estão sujeitos a variações
qualitativas, influenciadas entre outros, pelos seguintes aspectos: Competência técnica e
experiência dos avaliadores; Metodologia de mensuração de riscos empregada; Modelo de
colectar qualidade e confiabilidade das fontes de informações utilizadas no desenvolvimento
da análise. (Santos, 2010, p.194).
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fornecidos pelos clientes.Todavia empresas e pessoas físicas podem omitir e /ou manipular
informações (financeiras, patrimoniais e de idoneidade) visando beneficiar-se na análise de
crédito. Consequentemente, aprovações de crédito baseadas em informações não compatíveis
com a real situação financeira dos clientes expõem os credores ao problema de selecção
adversa, ou seja, o da concessão de financiamento para clientes de alto risco.
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CAPÍTULO II – METODOLOGIA DO TRABALHO
De acordo com Gil (2008, p.26), a pesquisa trata-se de processo formal e sistemático de
desenvolvimento do método científico. O objectivo fundamental da pesquisa é descobrir
respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.
Quanto aos objectivos foi usada a pesquisa exploratória que tem como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de
problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. (Gil, 2008,
p.27).
Quanto aos procedimentos técnicos foi usada o estudo de caso. Quanto ao estudo de caso
segundo Gil (2008, p.57)é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de
poucos objectos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado.
2.2 Instrumentos de Recolha de dados
Para a recolha de dados usou-se a análise ou pesquisa documental. Segundo Gil (2008, p.50)
aanálise ou pesquisa documental é desenvolvida a partir de materiais que não receberam
16
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objectivos da pesquisa. No entanto, usou-se relatórios do banco para se efectuar a análise
sobre o período de 2014 a 2016.
Segundo (Gil, 2009, p.70), o processo de análise de dados envolve diversos procedimentos:
codificação das respostas, tabulação dos dados e cálculo estatístico. As análises de dados
foram feitas de maneiraquantitativa.
Segundo Vergara (2006, p.61) “ todo método tem possibilidades e limitações”. Assim sendo
entende-se limitações de estudo como possíveis entraves ou barreiras que pode se deparar no
decorrer da recolha dos dados.
17
CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
3.1.1Apresentação do banco
O Moza Banco (“Moza”) é um banco comercial que opera no mercado Moçambicano desde
Junho de 2008. Desde a data da sua constituição o Moza tem vindo a cimentar a sua presença
e marca de uma forma consistente, alinhada com a gradual expansão da sua rede de
distribuição a par de um continuado foco nas necessidades dos seus clientes.
Com a aprovação por parte dos seus accionistas, em finais de 2013, do Plano Estratégico para
o período de 2014 e 2018, o Moza Banco iniciou um gradual processo de transformação e
reforço do seu modelo de negócios, passando de uma Instituição que servia primeiramente os
segmentos de Corporate e PrivateBanking, para o posicionamento mais próximo do
segmento de retalho e MassMarket, numa clara transformação para um posicionamento de
Banco Universal.
O Moza banco dispõe depósitos a prazo como: DP Valor Mensal, DP Dupla protecção, DP
Rendimento na hora, DP Caução, DP Boas Vindas, DP 16 em 16, DP Valor Poupança. Os
serviços que o Moza Banco dispõe são: Moza Já, Alertas SMS, Internet Banking, Moza N
Bolso e Moza d’Agente.
18
toda a estrutura. Se analisarmos o organograma podemos notar que para além da Comissão
executiva, também o Comité de Auditoria que intervém sobre as áreas de crédito do Banco.
O Moza Banco tem por política e princípio uma gestão de risco rigorosa e dotada de todos os
meios necessários para assegurar a viabilidade e sustentabilidade do modelo de negócio e da
estratégia do Banco. Estando o Banco sujeito a diversos riscos relacionados com o
desenvolvimento da sua actividade, que no seu todo formam o perfil de risco do Banco, a
gestão é regida por princípios, procedimentos e metodologias de controlo e reporte ajustadas
à dimensão e complexidade do Banco em cada momento. A função de Gestão de Risco do
Moza visa, essencialmente, identificar, avaliar, mensurar, controlar, acompanhar e reportar
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todos os riscos materialmente relevantes a que a instituição se encontra sujeita, tanto interna
como externamente, de modo a que os mesmos se mantenham em níveis adequados e, dessa
forma, não afectem negativamente a situação patrimonial do Banco. O Perfil de Risco do
Banco tem subjacentes os seguintes riscos, considerados materialmente relevantes, cuja
gestão dos mesmos é essencial para o desenvolvimento, rendibilidade e sustentabilidade do
negócio, assegurando a conformidade com os requisitos e definições legais, designadamente
uma correcta determinação de fundos próprios e gestão de liquidez adequados às exposições
aos diversos riscos decorrentes da actividade financeira: Risco operacional, Risco de Crédito,
Risco de Taxa de Juro, Risco de Taxa de Câmbio, Risco de Liquidez, Risco de Concentração
de Crédito, Risco Estratégico eo Risco Reputacional.
Risco operacional A gestão deste risco é efectuada com base em instrumentos que
permitem identificar, avaliar, mensurar e controlar os riscos que podem afectar o capital e os
resultados do Banco (produtos, serviços, processos e sistemas).
Risco de Crédito Paralelamente, em caso de falência das contrapartes, foi considerado que
as posições em risco detidas pelo Moza Banco noutras Instituições de Crédito não são
materialmente relevantes, pelo que não se considera o risco de contraparte como
materialmente relevante.
Risco de Taxa de JuroEventuais movimentos adversos das taxas de juro poderão
condicionar negativamente os resultados ou capital, pelo que considera-se o risco de taxa de
juro como materialmente relevante.
Risco de Taxa de CâmbioConsidera-se o risco de taxa de câmbio como materialmente
relevante.
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recuperação de imagem, de clientes e de receita do Banco, este risco deve ser considerado
materialmente relevante.
O controlo e a gestão dos riscos materialmente relevantes a que o Banco está exposto são
assegurados pelo Conselho de Administração (CA), Comité de Auditoria, Comité de Risco,
Comissão Executiva (CE), Comité PMO, Conselho de Crédito, Comité de Gestão de Activos
e Passivos (ALCO), e pelas Direcções de Risco, Tesouraria e Mercados (DTM), Auditoria
Internae Gabinete de Compliance (GC) em conjunto com os Órgãos Colegiais do Banco.
De acordo com o Relatório de Disciplina de Mercado (2015, p.2), além da correcta aferição
da materialidade dos riscos, da gestão pró-activa e efectiva do perfil de risco e da definição
de um modelo de governação e gestão abrangente e adequado à complexidade e dimensão da
actividade do Banco, destaca alguns dos principais instrumentos de gestão utilizados pelo
Banco para dar corpo às políticas e princípios de gestão de risco de crédito, nomeadamente:
Com vista a salvaguardar-se contra eventuais incumprimentos contratuais por parte dos seus
clientes, o Moza Banco utiliza diferentes instrumentos de mitigação de risco de crédito. As
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operações de crédito são contratadas com um conjunto de garantias consideradas suficientes
para minimizar as possíveis perdas que possam surgir em resultado do incumprimento de
uma contraparte. Com efeito, o Moza Banco reconhece como principais tipos de garantias as
seguintes: o aval pessoal, as hipotecas de imóveis habitacionais, as hipotecas de imóveis
comerciais e outros, as hipotecas de viaturas/penhores de equipamentos, os penhores de
depósitos ou outros activos financeiros, as garantias bancárias on first demand e outros.
Para avaliação dos indicadores de Gestão de Risco do Moza Banco foram seleccionados
alguns rácios económicos e financeiros entre 2014 a 2015.
Em relação aos activos totais, o Moza Banco aumentou-os em cerca de 35,79% e os totais de
créditos concedidos aumentaram em cerca de 31.41%. Também houve um aumento dos
capitais próprios em cerca de 13,25%. Em relação à rendibilidade do Banco, entre 2014 a
2015, houve uma redução dos resultados antes de impostos em cerca de 49%. Da tabela 1
nota-se que a rentabilidade dos activos expressa pelo ROA, que relaciona resultados líquidos
e os activos totais do Banco, diminuiu em cerca de 0.40 pontos perce ntuais (pp). Além desta
redução pode-se destacar que os activos do Banco não foram rentáveis nos dois anos
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constantes da tabela. Para 2014, o banco teve um ROA de 0.66%. Isto significa uma fraca
rentabilidade dos activos do Banco. Em relação à rentabilidade dos capitais próprios do
Banco expressos pelo ROE, que mostra a taxa de remuneração dos proprietários e
accionistas, houve uma redução em cerca de 4.40%. Esta situação não favorece os detentores
do capital do Banco.
Em relação ao rácio de solvabilidade, nota-se que a cobertura dos capitais alheios pelo capital
próprio reduziu em cerca de 0.51%. E neste rácio nota-se que em 2015, o Banco estava numa
situação próxima ao rácio mínimo exigido pelo Banco de Moçambique de 8%.
Na tabela 1 também está evidente a preocupação do Moza Banco com a gestão do risco de
crédito com o aumento das imparidades em cerca de 40% entre 2014 a 2015. E em 2016
houve um aumento em cerca de 284,8%. O nível de imparidades sobre o crédito vencido
correspondia a 119% e 123% entre 2014 e 2015, respectivamente. As imparidades são criadas
para cobertura de eventuais prejuízos decorrentes do incumprimento dos mutuários do banco.
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Na tabela 2, são apresentadas as principais classes de risco do banco e a exigência de capital
para cada classe de risco de crédito. Assim, a maior exigência de capital está concentrada nas
empresas, com um volume de crédito de cerca de 11.177.506,00 MT, seguidas de outros
activos com cerca de crédito de 2.930.023,00 MT. Essa classificação permite o Banco gerir
cada grupo de crédito de forma individualizada.
O banco calcula as provisões para o crédito vencido as que incidem sobre o valor total dos
critérios enquadrados nas classes de risco abaixo indicadas:
Classe 2 – de 31 a 90 dias;
24
Dos dados apresentados acima pode-se notar que a exposição máxima entre 2014, 2015 e
2016, foi de 13.418.795,00 MT, 17.625.773,00MT e 17.146.038,00 MT, respectivamente.
Nota-se que a exposição líquida foi aumentando nos três exercícios económicos,
evidenciando uma tendência de aumento do risco de crédito do Moza Banco. Os dados
mostram que apesar da classificação do risco presente na tabela 2, as políticas de gestão de
crédito mal parado do Banco não estão a surtir os efeitos desejados. Continua a aumentar o
crédito mal parado. As razões podem ser várias, desde a má avaliação das propostas de
crédito até fraca capacidade de gestão dos mutuários.
O actual modelo de imparidade usado pelo Moza Banco efetua os cálculos de imparidade de
duas formas distintas: análise individual e análise colectiva. Para uma melhor compreensão
são apresentados na tabela 4, os movimentos das perdas por imparidades entre 2014 a 2016.
Nesta tabela pode-se notar que entre 2014 a 2016, o nível de imparidades do exercício
aumentou de 230.132 MT para 1.088.096 MT. Mas em 2016, não houve utilização das
imparidades. Este exercício constitui o ano que o Banco de Moçambique interveio no Moza
banco para saneamento das suas contas.
Na tabela 5 consta os rácios de solvabilidade do Banco expressos pelos indicadores Core Tier
1, Core Tier 2 e o rácio de solvabilidade total do Banco.
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Tabela 5. Rácio de Solvabilidade Total
Como pode-se notar o total dos créditos em risco superam os fundos próprios do Banco.
Nesta situação também pode-se notar que os capitais próprios do Banco estão em risco à
semelhança dos seus créditos. De forma complementar foi analisada a exposição Bruta ao
Risco de crédito do Moza Banco entre 2014 a 2016 patente na tabela 6.
Exposição Bruta ao risco de crédito relativa a elementos do balanço 2014 2015 2016
Caixa e Disponibilidades em Banco Central 1,706,271.00 2,891,637.00 1,043,993.00
Disponilidades sobre instituições de Crédito 961,467.00 479,149.00 471,493.00
Aplicações em Instituicões de crédito 2,649,495.00 1,868,335.00 1,029,673.00
Activos Financeiros Detidos para Negociação 776,868.00 1,644,212.00 1,231,806.00
Activos Financeiros Disponíveis para a venda 1,413,516.00 17,937,497.00 3,341,270.00
Empréstimos e Adiantamentos a clientes 13,649,852.00 2,510,842.00 17,146,038.00
Outros - 117,562.00 86,722.00
Total Exposição 21,157,469.00 27,449,234.00 24,350,995.00
Exposição do risco de crédito relativa a elementos patrimoniais
Garantias 2,793,474.00 3,126,166.00 2,270,400.00
Cartas de crédito 1,606,171.00 1,264,802.00 666,100.00
Total Exposição 4,399,645.00 4,390,968.00 2,936,500.00
Total da exposição ao risco de crédito 25,557,114.00 31,840,202.00 27,287,495.00
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Do gráfico abaixo pode-se notar que os activos financeiros detidos para negociação
aumentaram significativamente em 2015, ao contrário dos empréstimos e adiantamentos de
clientes que atingiram 17.146.038 MT contra 2.510.842.497 MT verificados em 2016.
A maior cobertura do risco de crédito está concentrada nos activos disponíveis para vendas e
nos empréstimos e adiantamentos de clientes. Por razões óbvias, estas são as que tem maior
possibilidade de cobrir o crédito contraído.
Para maiores detalhes pode-se notar que o Banco apresentou uma classificação dos seus
créditos por classes ou categorias de instituições. Neste caso, nota-se que grande parte dos
seus créditos estava destinada às grandes empresas com um valor máximo verificado em
2015, tendo regredido em 2016. As grandes empresas neste caso, representam a maior fasquia
de crédito em risco.
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Fonte: Relatórios do Moza Banco (2014-2016)
Do gráfico acima nota-se que o menor risco está concentrado em Disponibilidades sobre
instituições de crédito, outros activos, Activos financeiros detidos para a venda, Activos
financeiros detidos para a negociação e Aplicações em instituições de crédito. Como pode-se
ver os instrumentos financeiros negociados com outras instituições financeiras são os
considerados de menor risco. O mesmo não se pode dizer das Pequenas, Grandes e Médias
Empresas. A exposição ilustrada no gráfico é elevada, neste caso há maior risco de crédito. A
classificação apresentada pelo Moza Banco mostra a utilização do modelo de Credit Scoring.
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Gráfico 3: Hipotecas, Garantias Bancárias e Outros
Na análise efectuada pode-se constatar que apesar de existir uma estrutura organizacional que
comporta a área de gestão de risco, não está a ser eficaz realçando uma política de Concessão
de crédito não rigorosa e uma política de recuperação de crédito não rígida. Esta questão
eleva o risco do Banco e enfraquece um conjunto de operações.
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CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Conclusão
Da análise efectuada constatou-se que o Moza Banco além de utilizar o modelo de credit
scoring o banco utiliza o método de imparidade que permite quantificar o risco envolvido em
exposições individuais a mutuários ou contrapartes. Os seus mutuários foram classificados
em categorias de acordo com o tipo de instituições. Os créditos de baixo risco estão
relacionados com instituições financeiras no geral, seguidas das Grandes e Pequenas e médias
empresas. O método credit scoring permitiu que o banco classificasse os créditos mal parados
entre 0 a 30 dias, 30 a 60 dias e acima de 60 dias. Dos dados apresentados, ficou evidente que
o crédito vencido ao nível do Moza Banco aumentou de 2014 a 2016. Neste caso, apesar de
se estar a usar os dois modelos de avaliação e gestão do risco, a sua eficácia está a ser
reduzida.
O crédito mal parado do Moza Banco entre 2014 a 2016 aumentou de 301.015 MT para
5.187.947 MT. Deste valor apenas estava coberto por imparidade cerca de 233.096 MT e
1.431.297 MT, respectivamente. Neste caso ficou evidente um elevado risco de crédito sem
cobertura, apesar do Moza Banco exigir garantias no processo de concessão de crédito. Nas
operações passivas, o risco de crédito também ficou assentado com os compromissos
extrapatrimoniais assumidos para cobrir seus clientes. Assim, pode-se chegar a conclusão de
que os modelos de gestão de risco crédito assumidos pelo Moza Banco não estão a ser
eficazes porque o risco de crédito não tende a reduzir. O Banco precisaria de aumentar as
suas imparidades para cobrir o crédito malparado. Em suma aceita-se a hipótese alternativa
(H1) que diz: o modelo de gestão de risco de crédito adoptado pelo Moza Banco não é eficaz
no controlo das taxas de inadimplência.
Recomendações
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Melhorar a sua política de gestão de crédito corrente como do crédito mal parado,
sendo mais rigorosa e aplicando medidas de recuperação mais rigorosas e agressivas.
Os créditos vencidos não podem prolongar por muito tempo;
Ter em conta o volume de crédito vincendo, tendo em conta que os seus relatórios
apresentam valores extremamente elevados, anunciando um eminente risco de
vencimento e falta de cobertura; e
Verificar de forma permanente as imparidades para garantir a cobertura do risco de
crédito e de outros riscos a que esteja exposto, como o risco de mercado e de taxas de
juro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fontes online:
www.mozabanco.co.mz.
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ANEXOS
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