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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SANTA TEREZINHA - FEST

PEDAGOGIA

RAFAELA DO CARMO SILVA

ANALISAR A TRAJETÓRIA DO ENSINO DA TEMÁTICA INDÍGENA NO AMBIENTE


ESCOLAR

IMPERATRIZ
2021
2

RAFAELA DO CARMO SILVA

ANALISAR A TRAJETÓRIA DO ENSINO DA TEMÁTICA INDÍGENA NO AMBIENTE


ESCOLAR

Projeto de Monografia apresentado à


coordenadoria de Pedagogia da Faculdade de
Educação Santa Terezinha como requisito parcial
para qualificação na disciplina de Monografia I.

ORIENTADORA: Profª Ma Ana Claudia de Sousa


Alves

IMPERATRIZ
2021
3

RAFAELA DO CARMO SILVA

ANALISAR A TRAJETÓRIA DO ENSINO DA TEMÁTICA INDÍGENA NO AMBIENTE


ESCOLAR

Projeto de Monografia apresentado à


coordenadoria de Pedagogia da Faculdade de
Educação Santa Terezinha como requisito parcial
para qualificação na disciplina de Monografia I.

ORIENTADORA: Profª Ma Ana Claudia de Sousa


Alves

Aprovado em: ____/____/____

Banca Examinadora

(1º examinador (a))

(2º examinador (a))

IMPERATRIZ
2021
4

SUMÁRIO

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO..........................................................................................00
2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................05
2.1 Problema de Pesquisa.........................................................................................06
2.2 Questões norteadoras..........................................................................................07
2.3 Objetivos .............................................................................................................08

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..........................................................................09


3.1 A trajetória histórica do ensino da temática indígena no
Brasil..........................................................................................................................09
3.2 A Temática indígena no currículo escolar: um respeito a
diversidade.................................................................................................................12
3.3 A formação de professores para o ensino da temática indígena nas escolas de
ensino fundamental – anos iniciais............................................................................15

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................17
5 CRONOGRAMA...................................................................................................19
REFERÊNCIAS...................................................................................................20
5

2 JUSTIFICATIVA

A escolha desse tema foi a partir da leitura de um artigo de Baniwa, na qual


vinha abordar o respeito aos povos indígenas, a luta que os povos indígenas
enfrentam para a obtenção de terem seus direitos respeitados. Assim, também
como está ocorrendo a contribuição do ensino das temáticas indígenas para uma
educação respeitosa com os direitos humanos.
Desta maneira, se reforça a questão da formação continuada de professores,
para que possa estar quebrando os estereótipos que algumas escolas reforçam, por
exemplo, coloca os alunos com pinturas nos rostos e uma pena na cabeça. Da
mesma forma, os estereótipos implantados nos livros de história e as imagens
distorcidas que os professores têm sobre os povos indígenas, a ausência de
respeito para com esses povos.
Portanto, o estudo desse tema irá trazer esclarecimentos acerca desses
povos, fazendo com que possa estar quebrando os estereótipos implantados, e que
as pessoas possam estar refletindo sobre as imagens distorcidos sobre os povos
indígenas, e o quanto é enriquecedor conhecer sobre a luta desses povos.
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2.1 Problema

Qual a contribuição do ensino das temáticas indígenas para uma educação escolar
do Ensino Fundamental - anos Iniciais?
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2.2 Questões norteadoras

1. Como acontece a trajetória do ensino da temática indígena no ambiente


escolar?

2. Será se ocorre a inclusão do ensino da temática indígena no currículo escolar?

3. Qual a didática utilizada para o processo de ensino e aprendizagem das


temáticas indígenas?
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2.3 Objetivos

Geral: Analisar a contribuição do ensino das temáticas indígenas para uma


educação nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Específicos:
1. Analisar a trajetória do ensino da temática indígena no ambiente escolar.
2. Averiguar a inclusão do ensino da temática indígena no currículo escolar.
3. Investigar a didática utilizada para o processo de ensino e aprendizagem das
temáticas indígenas.
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 a trajetória histórica do ensino da temática indígena na educação escolar.

Antes dos portugueses chegarem à América, muitos povos indígenas já


habitavam nessas terras extraindo da floresta o que precisavam para o seu
sustento. No nosso imaginário, figura que o convívio entre os indígenas era
harmônico. Contudo, a partir do processo de colonização os povos indígenas
passaram a serem vítimas de um regime perverso, resultando na sua omissão,
sendo então, representado por uma nomenclatura – índio – que reconhece que
todos são iguais, seja na história como na cultura.
Sem direitos, os povos indígenas foram forçados a servir os colonizadores
sendo escravos dos mesmos. Saíram de onde viviam para ficarem próximo aos
povoamentos dos colonizadores; aonde eram sujeitos a mudanças no processo
identitário e nos seus modos de vida. (MONTEIRO 1994).
As transformações culturais vêm ocorrendo desde a época dos colonizadores,
os quais impuseram modificações em suas culturas, contudo, eles continuam
lutando pelos seus direitos e respeito para serem conhecidos e reconhecidos por
aqueles que os consideram selvagens, preguiçosos. Essa política passa a ter
conhecimento da diversidade dos grupos indígenas existente em nosso país, mas
por outro lado ao se tornarem cidadão brasileiros teriam que deixar para trás a sua
própria identidade, renegar os seus costumes, cultura, tradições entre outros.

Em 1549 chegam os jesuítas e dão início à catequese e à construção dos


primeiros prédios escolares, por ordem de D. João que queria povoar terras
e converter os indígenas ao catolicismo. Em meados do século XVII sob a
influência do padre Antônio Vieira ampliou-se às ações escolares e
consolidou o modelo escolar, onde o principal objetivo era a conversão ao
cristianismo e a preparação para o trabalho. (BURRATO,2007, p.3)

Os jesuítas sempre estiveram à frente nesse processo de catequização dos


povos indígenas ao cristianismo, e esse processo de catequização servia para
manter os povos indígenas sobre controle para escraviza-los e principalmente para
que se pudessem realizar mudanças referente aos costumes, hábitos, crenças, entre
outros. Os jesuítas ensinavam o básico a esses povos, a ler, escrever, contar e
consequente aprenderem a doutrina do Cristianismo.
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E muitos desses povos acabavam por fugir desse processo de catequização,


pois eles eram obrigados a seguir todas as disciplinas da doutrina cristã e essas
disciplinas vem impor que eles passem a andar vestidos, a seguirem os rituais do
cristianismo. Já os “índios” que eram domesticados muitos deles veio a morrer, pois
estavam sofrendo um processo de aculturação e não conseguiam ter uma reação
contra os jesuítas.
Além do mais, os “índios” antes da chegada dos colonizadores já tinham suas
crenças, seus modos de viverem, de se comunicarem, se por um lado os
colonizadores foram os responsáveis pela destruição em massa desses povos, e os
jesuítas foram os responsáveis pela perca cultural e espiritual. Mas a frente houve a
expulsão dos jesuítas, segundo Jaílson Sousa da Paz.2016, p.28
Com a expulsão da Companhia de Jesus e o desembarque e de dom João
VI no Rio de Janeiro, em 1808, a política indigenista teve a arena reduzida e
a natureza modificada. Não havia mais vozes dissonantes quando se
tratava de escravizar índios e de ocupar terras. Em 1840, os jesuítas têm o
retorno autorizado ao Brasil, mas fcando a serviço exclusivo do Estado.
Vivia-se o Império, no qual, em meados do século XIX, a cobiça relativa aos
índios muda do foco da mão de obra para a posse da terra.

Por outro lado, durante muitos anos perdurou a questão dos equívocos em
relação aos povos indígenas, e esses equívocos foram apresentados nas escolas
dos “brancos” de que os índios são selvagens, preguiçosos, violentos, andam
despidos. O próprio livro de história reforçava essa questão de o indígena andar
despido e com uma pena sobre sua cabeça e principalmente apresentando o
colonizador como protagonista da história, sendo que é para ser o contrário. Antes
da inclusão da temática indígena era nos apresentando um “índio” genérico,
estereotipado.
Os povos indígenas eram apresentados como se existissem um só grupo étnico,
um só costume, uma só crença, uma só raça, uma só cultura, entre outros, e de
acordo com Baniwa (2016, p.23), "conhecer as verdadeiras origens e identidade
brasileira constitui para o enfrentamento do preconceito da discriminação e do
racismo, causado pelo desconhecimento ou falso conhecimentos sobre os povos
indígenas."
Como de fato antes da aplicabilidade da Lei não conheciam a verdadeira história
dos povos indígenas, por muito tempo os povos indígenas sofreram bastante
preconceito e discriminação pelos “brancos” frente aos seus modos de serem e
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agirem. É notório que a visão etnocêntrica predomina sobre esses povos, que só o
meu modo de ser é o correto e superior ao dos Indígenas.
Os povos indígenas só eram abordados dentro do ambiente escolar somente no
dia 19 de abril, na qual vem apresentar para os alunos um “índio” de modo
supérfluo, como uma figura estereotipada, fictícia e sendo lembrado através de rosto
pintados e a pena na cabeça como mencionado acima.
A Lei 11.645 de 10 de março de 2008 torna a obrigatoriedade do ensino da
cultura indígena e afro descendente nas escolas do Ensino Fundamental pública e
privada. Contribuindo, ainda, para a desconstrução do preconceito da cultura
indígena e afro-brasileira, em busca de reconhecimento e valorização dos povos na
sociedade. Segundo Gersem dos Santos Luciano Baniwa (2016, p.12) a lei
“estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo
oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “história e cultura afro-
brasileira e indígena”.
Portanto a Lei veio para reparar os anos de exclusão no regime educacional
brasileiro, esse regime educacional em que durante muito tempo negligenciou a
história e Cultura indígena e Afro. Outro ponto a ser abordado é na questão de que a
Lei oportunizou reconhecimento dias povos indígenas e do negro na sociedade
contemporâneas, pois desde o início eram considerados sem culturas, visto apenas
como pessoas escravizadas e que não apresentavam contribuição no
desenvolvimento da sociedade brasileira.
12

3.2 A Temática indígena no currículo escolar: um respeito a diversidade

A Lei 11.645/2008 vem propor que o ensino abandone aquela visão


eurocêntrica da formação da sociedade e apresente os negros e os indígenas como
povos que contribuíram não só para a formação, mas também para o
desenvolvimento do Brasil. E como afirma Baniwa se faz necessário serem
reconhecidos, assim para ser superado o preconceito e o racismo, já que “é preciso
desconstruir e apagar as imagens negativas promovendo imagens positiva e reais
sobre os povos indígenas e afro-brasileiros”. (2016, p. 23).
Os povos indígenas já tinham os seus modos próprios de produção,
expressão, transmissão. O aprendizado é por meio da observação e utilização da
audição, não é necessário apenas visualizar as tarefas que os tradicionais estão
realizando, os mesmos devem atentar-se aos sons para melhor entendimento e
reflexão sobre o que aprendeu como afirma Clarice Cohn (2001 s/p).
Compreendemos que a Lei 11.645/2008 foi necessária para a nossa
educação escolar, pois já que o Brasil é um país com uma diversidade social e
cultural, os povos fazem parte da nossa identidade nacional, entre muitos, a dos
povos indígenas. Por isso, que ela foi promulgada direcionando o estudo sobre a
história e a cultura dos grupos étnicos negros os indígenas. O autor, em questão,
afirma que:
A Lei, embora de forma lenta, parcial e limitada, vem cumprindo o seu papel
na medida em que está contribuindo para uma mudança histórica em
relação do estado e da sociedade brasileira, [...] uma inviabilização,
desprezo, indiferença e preconceito gerados pelo desconhecimento ou
falsos conhecimentos sobre essas sociedades ameríndias e africanas.
(BANIWA, 2016,p.12).

Mesmo a educação escolar sendo diferenciado da educação indígena, cada


povos indígenas está se apropriando para que ela seja uma aliada para o
fortalecimento da cultura e dos direitos indígenas.
Um dos avanços é a reflexão de que deve haver entre a educação indígena
e a educação escolar um diálogo permanente. Justificando-se que, a partir
do diálogo se pode construir uma educação que possibilite ao professor e
ao aluno o aprendizado específico e diferenciado – próprio a sua cultura –,
ao mesmo tempo, o acesso aos conhecimentos universais – a dos não
indígenas. (DIAS, 2015 p.85)
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    A educação escolar dos não indígenas, por sua vez, é constituída por
conhecimentos universais, não prevalece à educação de uma cultura específica a
um povo. Os professores são formados em determinada área de ensino e,
consequentemente, o ensino e a aprendizagem contempla os conhecimentos para
que o indivíduo desenvolva na vida em sociedade. Sendo, muitas vezes, o objetivo
das pessoas de frequentarem a instituição escolar é para ter um futuro garantido
financeiramente.
   A temática indígena na escola serve para se construir uma nova história
indígena, é preciso à desconstrução dos equívocos presentes na sociedade não
indígena. Desafia- se a sociedade para que ocorra mudança no processo escolar
para que a história distorcida pelos colonizadores seja desconstruída, e os
verdadeiros protagonistas da história tenham um papel de destaque e não a de
coadjuvante nesse processo.
Prestar atenção à diversidade tem sido uma constante na história dos
sistemas educativos e no pensamento sobre a educação em permanente
relação dialética com a proclamação e a procura da universalidade da
natureza humana da qual deriva, entre outros, o direito a receber o ensino
em condições de igualdade (SACRISTÁN, 2008, p. 71).

Buscando assim, desconstruir aquelas histórias contada nos livros


didáticos, onde todos possam reconhecer a importância dos povos indígenas na
construção do nosso país e tenham o direito de desenvolver seus costumes,
culturas e modos de vida própria e específica. Vale mencionar também, que os
povos indígenas, incansavelmente, buscam a garantia de seus direitos, entre
muitos, para a educação escolar indígena, onde os professores sejam qualificados
para orientar o ensino específico e diferenciado. Segundo Bonin, (2008, p. 318):
Esse índio, objeto de conhecimento e celebração num espaço delimitado
nos calendários escolares, é quase sempre amalgamado à natureza e
reconhecido por atributos como alegria, ingenuidade, liberdade. Um efeito
dessas representações é o estranhamento que nos causa o encontro com
indígenas em contextos urbanos, participando de atividades comerciais, ou
em noticiários que deixam ver, de relance e de modo fugaz, a situação de
miséria e violência a que estão submetidos muitos povos indígenas na
atualidade brasileira.

A imagem estereotipada que nos mostraram na infância através dos livros


didáticos, nos faz acreditar que os povos indígenas não podem está ocupando um
14

lugar de destaque dentro da “nossa" sociedade e ignoram a maneira como eles


vivem atualmente, pois como se sabe o contato com a temática indígena na escola
é muito curto e muitos veículos de comunicação vem reforçar essa imagem
estereotipada dos povos indígenas.
E esse espaço de trabalhar a temática indígena pode nos mostrar que os
equívocos estão presentes na vida dos povos indígenas. Nos dias atuais eles estão
sendo discriminados por terem uma cultura diferente, por usufruírem da nossa
tecnologia. Muito de nós julgamos que se eles vierem a ter acessos a nossa cultura
eles vão abandonar a sua. No entanto, como já foi mencionada, a cultura se
transforma e a evolução de um povo não pode ser entendida como uma perda de
identidade cultural.
A imagens dos povos indígenas guardadas nas memórias das crianças
continua soando como algo estático, que não se muda, apresentam para essas
crianças o “índio” que só vivem isolados na floresta, sobrevivendo dos alimentos
que a floresta vos oferece, trata se de uma visão etnocêntrica e equivocada sobre
esses povos. Segundo Grupioni (1996, p.425):
Os livros didáticos produzem a mágica de fazer aparecer e
desaparecer os índios na história do Brasil. O que parece mais grave neste
procedimento é que, ao jogar os índios no passado, os livros didáticos não
preparam os alunos para entenderem a presença dos índios no presente e
no futuro. E isto acontece, muito embora, as crianças sejam cotidianamente
bombardeadas pelos meios de comunicação com informações sobre os
índios hoje. Deste modo, elas não são preparadas para enfrentar uma
sociedade pluriétnica, onde os índios, parte de nosso presente e também de
nosso futuro, enfrentam problemas que são vivenciados por outras parcelas
da sociedade brasileira.

Desta maneira, se conceitua etnocentrismo como a tendência de considerar


um acultura certa, bonita, em detrimento de outra. Julgam-se as outras culturas
definindo do que é o certo e do que é o errado, como sendo algo natural. Para
Aracy Lopes da Silva (1988 s/p): “etnocentrismo é uma atitude que precisa ser
abandonada quando se começa a estudar antropologia", pois, é necessário que
compreendamos que existem as diferenças nas culturas, sociedade, e nós temos
que respeitar essas diferenças.
Essa lei apresenta uma grande conquista para os povos indígenas e afros,
pois através dela o ensino passou a abranger todos os assuntos relacionados a
esses povos, apresentando suas lutas que tiveram que enfrentar até a atualidade.
15

Abarca uma série de importantes questões, pois não se resume a questão da


escravidão e do preconceito, já que retrata a importância do reconhecimento[...]
como pilares da formação da sociedade brasileira, como sujeitos históricos que
lutaram pelos seus ideais (CRUZ; JESUS 2013, p.4).
Portanto a abordada Lei vem propor uma perspectiva da construção de uma
nova história indígena onde eles sejam o protagonista de sua própria história, apresentando
um ensino da temática indígena voltado para desconstrução da visão colonizadora que foi
implantada no ambiente escolar antes da efetivação da Lei, e como seus direitos devem ser
respeitados.
16

3.3 A formação de professores para o ensino da temática indígena nas escolas de


ensino fundamental – anos iniciais

A formação continuada é de extrema relevância para que se trabalhe a


temática indígena de acordo com as exigências da Lei, o que adianta o professor
conhecer sobre as temáticas indígenas e na realidade transmitir uma visão
etnocêntrica a respeito desses povos. O que a formação continuada deve oferecer é
uma formação que possibilitasse uma prática pedagógica diferenciada. Segundo
Nascimento, Feldmann.2018, p.6
Assim sendo, estudar e/ou pensar formação de professores como um
processo político transformador contextualizado revela-nos uma
intencionalidade voltada para uma concepção de currículo e de escola que
são materializados pelo projeto político pedagógico. Nesse sentido,
incluídos em um quadro maior, que lhes define o tipo de educação, os
interesses, bem como os sujeitos que se pretende formar.

Ao pensar na formação de professores, devemos refletir numa formação


profissional que tenha capacidade de transformar a realidade social dos povos
indígenas e na quebra dos pré-conceitos que estão arraigados na sociedade atual,
ou seja, romper com toda as formas equivocadas de rotulação dos povos indígenas.
Sendo assim, para está rompendo com esses equívocos é necessário que tanto o
formando quanto o formador entenda que o processo de formação não pode ser
algo estático, que devem sempre está busca de se especializarem.

A formação precisa ser um processo permanente que requer uma


compreensão de que formando e formador são seres inconclusos sempre
um processo relacional e contextual. Envolve relações entre as pessoas,
projetos e processos que se produzem mutuamente, contraditoriamente
embasados em uma visão de homem, mundo e sociedade. As pessoas se
tornam educadoras quando produz. NASCIMENTO, FELDMANN, 2018 p.6
A formação de professores no contexto educacional das temáticas indígenas
como instrumento para buscar atender a demanda educacional do currículo escolar,
essa formação acontece por etapas e essas etapas são um processo permanente
de aprendizagem, apropriação, conhecimento. Ademais, essas formações possibilita
17

uma prática docente inclusiva e acolhedora das diferenças sócio cultural entre os
diferentes povos.
lidam com questões de natureza ética, afetiva, política, social, ideológica e
cultural. Nesse sentido em colaboração mútua, podem criar possibilidade de
recriar os conhecimentos necessários a uma prática inclusiva, considerando
as diversidades e multiculturalidades presentes nos cotidianos escolares”
FELDMANN, 2009, p. 78

Nota-se que o sistema de ensino está preocupado em buscar atender as demandas


educacionais das diversidades éticos raciais, isso, através de um modelo igualitário
de ensino. Entretanto, ao trabalhar essa diversidade de forma igualitária, estaria
consequentemente abrindo portas para exclusão dos diversos grupos étnicos
raciais, inclusive dos povos indígenas.
esta condição e desejo da individualidade, com os seus conflitos inevitáveis,
são compatíveis com a realidade de possuir traços comuns com os demais,
por dispor de algumas condições que nos tornam semelhantes ou por
aspirar a determinados ideais partilhados. Nalguns casos, esses traços
comuns são-nos dados (por exemplo, o sexo), outros são frutos de
experiências comuns espontâneas (a cultura de gênero, a língua materna) e
outros são o reflexo de aprendizagens dirigidas ou explicitamente
obrigatórias (a escola) SACRISTÁN, 2008, p. 73
Nesse sentindo, percebe-se que a formação do professor é um instrumento cheio de
complexidade. Tanto o aluno como o professor aprendem por meio do ambiente da
diversidade sócio cultural, já que os dois possuem formações advindas do ambiente
cultural em que está inserido, ou seja, trás ao ambiente escolar uma bagagem de
conhecimentos.
O reconhecimento da complexidade que envolve a problemática social,
cultural e étnica em nosso país é considerado extremamente relevante. [...].
Ou seja, a ideia é que a criança na escola, ao conviver com a diversidade
cultural, venha a aprender com ela. Para isso, então, fazem-se oportunos
novos currículos na escola e na formação de professores (MOREIRA;
CARVALHO, 2014, p. 45).

Esses novos currículos na escola, permite que crie através da formação


novas maneiras de trabalhar essa temática dentro do ambiente educacional, assim,
formando professores que sejam capazes de atuar buscando a transformação por
meio das transmissões de informações na vida dos envolvidos nesse processo de
ensino e aprendizagem
18

Portanto, faz se necessário a formação de professores que tenham


conhecimentos da grandeza dos conteúdos da temática indígenas, que saibam
trabalhar a questão da diversidade étnicos culturais desses povos, que descontrua a
visão estereotipadas, eurocêntrica, buscando a valorização da cultura, dos modos
de vivência e consequentemente uma educação que os respeite como construtores
e colaboradores da nossa sociedade.
19

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para melhor compreender sobre a contribuição do ensino das temáticas


indígenas para uma educação escolar do Ensino Fundamental - anos Iniciais,
apresentado neste projeto de pesquisa, faz – se necessário uma pesquisa
qualitativa, por considerar que ela, possibilita ao pesquisador melhor interação com
o objeto da pesquisa.
Essa pesquisa terá como base o estudo qualitativo. Para Flik (2004, p. 22) “ os
métodos qualitativos consideram a comunicação do pesquisador com o campo e
seus membros como parte explícita da produção de conhecimento, ao invés de
excluí-la ao máximo como uma variável intermédia”. Dessa forma, a abordagem
qualitativa possibilita que o pesquisador faça imersão na realidade pesquisada,
levando esse investigador a interpretar os fenômenos, além de refletir sobre a sua
própria prática.
Nesta perspectiva, a pesquisa qualitativa possui caráter dinâmico e
exploratório, como afirma Gil (2010, p. 27) “seu planejamento é, portanto, bastante
flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos
relativos ao fato estudado”. Sendo assim, o pesquisador é o instrumento principal,
que interpreta os fenômenos e atribui significado considerando diversos elementos,
como: cultura, crenças, valores, política, economia e dentre outros.
Como a abordagem da pesquisa volta-se para analisar a contribuição do
ensino das temáticas indígenas para uma educação escolar do Ensino Fundamental
- nos anos iniciais. A pesquisa campo vem proporcionar uma busca de forma precisa
das informações com os sujeitos da pesquisa. Faz com que o pesquisador possa
está tendo contato mais preciso e frequente com o seu objeto de pesquisa. Vai
necessitar que o pesquisador possa está indo no local da pesquisa conhecer de
perto o fenômeno que irá investigar e colher as informações necessárias. Piana,
2009 p.169
Pois, é na pesquisa de campo que se caracteriza as investigações e se
realiza a coleta de dados junto aos sujeitos envolvidos (FONSECA, 2002). Quanto
20

aos sujeitos da pesquisa, serão (as) professores (as) e os alunos do 5º ano, de uma
escola da rede pública municipal de Imperatriz-MA.
Desse modo, a coleta de dados ocorrerá por meio de entrevistas, já que a
entrevista é realizada mediante a participação de um número maior de sujeitos, não
necessariamente esses sujeitos entrevistados devem ser alfabetizados. Além do
mais, corrobora para que haja um suporte aos sujeitos que apresentam dificuldades
para o retorno das perguntas. GIL,2010, p.115
Como um dos primeiros passos, será feito contato com a direção da escola e
os (as) professores (as) do 5º ano para a solicitação de autorização para a
realização do referente pesquisa e, se necessário, com a Secretaria de Educação de
Imperatriz (SEMED).
O trabalho será realizado a partir de uma pesquisa de campo on-line, tendo
em vista que enfrentamos um momento de pandemia COVID-19, sendo assim, é
necessário mantermos distanciamento social. Diante disso, a coleta de dados será
via entrevista on-line, utilizando a plataforma Google Meet.
Sendo assim, a pesquisa vem possibilitar uma reflexão sobre as práticas
educativas que envolvem a temática da educação indígena dentro do ambiente
escolar, acerca da pesquisa estudada, desse modo, percebendo as práticas dos
professores referentes ao ministrar as aulas com o tema dos indígenas, buscando
através da entrevista compreender o processo de ensino da temática indígena no
contexto atual.
21

5 CRONOGRAMA

ATIVIDADES Mar Out Set Out Nov Dez


2020 2020 2021 2021 2021 2021

Escolha e delimitação do tema X


projeto de monografia

Fundamentação Teórica X

Elaboração dos
instrumentos X
para a coleta
de dados

Procedimentos
Metodológicos Aplicação dos
instrumentos X
de coleta de
dados

Análise dos
dados X
coletados

Revisão ortográfica X

Normalização X

Entrega do projeto X

Defesa da Monografia X
22

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Juliana Alves de; SILVA Tarcísio Augusto Alves da O
ensino da temática indígena : subsídios didáticos para o estudo
das sociodiversidades indígenas. (organizadores) ; prefácio
Edson Silva. - Recife : Edições Rascunhos, 2017

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no contexto da Lei 11645/2008: reflexos na educação brasileira.
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Editora da Ulbra, 2008

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http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/565-4.pdf acesso:
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23

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