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Belucio Pedro
Cabia Bernabe
Nizia Zacarias
Trabalho de Pesquisa
Tete
Março, 2024
5o Grupo; 1o Ano
Belucio Pedro
Cabia Barnabé
Nizia Zacarias
Sharmila Halibai
Tete
Março, 2024
Índice
1. Introdução............................................................................................................................4
1.1.1. Gerais...........................................................................................................................4
1.1.2. Específicos...................................................................................................................4
2.1. Contextualização..............................................................................................................5
2.2. Definições........................................................................................................................6
2.2.1. Educação......................................................................................................................6
3. Considerações Finais.........................................................................................................13
Referencias Bibliografias..........................................................................................................14
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1. Introdução
1.1.2. Específicos
Tipo de pesquisa
Procedimentos técnicos
O trabalho com tema supracitado remente-se ao campo biológico, o mesmo foi feito duma
forma grupal, grupo esse composto por nove (9) elementos. Para a concretização desse
usamos a interpretação referencial (tratamento e reflexão). Esse trabalho teve como seu
principal motor à “Internetˮ, primeiramente baixamos alguns artigos em formato PDF onde
recorremos a análise, reflexão, discussão e selecção dos conteúdos relevantes, posteriormente
digitamos o mesmo utilizando o Microsoft Office (Word).
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Várias são as etapas que o sistema educativo moçambicano sofreu, ou seja, teve que
enfrentar até aos nossos dias. Na era anticolonial, isto é, antes da penetração portuguesa, o
povo moçambicano já detinha duma educação “tradicional”, que consistia na transmissão de
conhecimentos, convicções e valores de geração em geração. Com a chegada dos portugueses,
introduziu-se outra educação de opressão, desprezando os nativos que até chegaram de
apelidar de indígenas, povo selvagem. Segundo os defensores dessa educação na época, com
essa educação pretendiam libertar do estágio em que se encontrava o povo nativo, para inseri-
lo na classe dos assimilados. A educação portuguesa considerada como opressora, não
beneficiava a toda população moçambicana se não para os portugueses e as suas famílias e
uma pequeníssima parte de nativos considerada de assimilados.
Antes da chegada dos europeus a educação indígena era assegurada por todos grupos
étnicos e linguísticos e continuam a ser, geração após geração, um importante veículo de
transmissão de identidade cultural. Este sistema educativo procura inculcar nas crianças as
atitudes e conhecimentos adequados ao desempenho dos papéis sociais masculinos e
femininos, pondo a tónica nos deveres e privilégios resultantes de valores culturais.
Transmitida oralmente e pelo exemplo familiar, bem como em lições formais e em rituais
comunitários, a educação indígena responde aos problemas concretos das comunidades locais,
preparando chefes políticos como simples camponeses e gera um sentimento de cidadania nos
habitantes da comunidade (BANCO MUNDIAL, 1990, p. 11).
Hedges (1999, p. 41) corroborando, refere que a política de educação colonial era um
instrumento para legitimar a dominação colonial através dos ensinamentos que impunham a
negação da história, dos saberes africanos e a utilização das instituições de ensino como
instrumentos de civilização e nacionalização dos indígenas.
2.2. Definições
2.2.1. Educação
Conforme Brandão (1985), o termo educação remete a uma definição muito amplo se
considerarmos que os processos educacionais e de formação soa exercidas em diversos
espaços além da escola, podendo haver outras redes e estruturas sociais de transferência de
saber onde ainda não foi criado um modelo de ensino formal e centralizado.
Para o autor, não existe um modelo para se educar, não existe uma única maneira. A
educação ocorre a partir do momento em que se observa, entende, emita e se aprende, e este
processo não ocorre somente dentro de uma sala de aula, onde existe um professor, formando
par educar. Em todos os povos, em todas as classes, a aprendizagem está presente em várias
maneiras.
Para Gasperini (1989) na educação tradicional, a formação dos jovens, exceto no período
dos ritos de iniciação, estava ligada a vida da comunidade e dos adultos. Não havia um espaço
e um tempo destinados exclusivamente à transmissão cultural ou à produção, não haviam
adultos qualificados para estas tarefas; pois, o ser humano não se desenvolve de forma
solitária, nem de modo isolado, ele necessita de uma educação de socialização, a qual tem
como objetivo dê adaptar e integrar a todo indivíduo no grupo social a que pertence.
Segundo Gasperini (1989), o sistema escolar colonial nasceu entre finais do século
XIX e as primeiras décadas do século XX que era para preparar os colonos à direção política e
econômica do país. Tal como aconteceu em vários países no ocidente, Moçambique não foge
dessa realidade. A educação como instituição educativa, nasceu em função da necessidade de
formação de uma elite, num contexto caracterizado pela oposição entre o trabalho manual e
intelectual.
Gomez (1999) e Santos (2008), salientam que o ensino para o povo autóctone (não-
brancos) tinha como principal objetivo civilizar e unificar culturalmente. “Civilizar” na
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Aponta Mazula (1995) que, em 1930, foi criado o Diploma Legislativo no 238 de 17
de maio, uma justificação para a separação de tipo de ensino e objetivos de cada ensino:
Um subsistema oficial
Para Mazula (1995) esse sistema era destinado aos filhos do colono e assimilado, que
visava dar a criança instrumentos fundamentais de todo o saber e as bases de uma cultura
geral preparando a para a vida social.
Um sistema indígena
Esse para o mesmo autor era para os nativos tinha por fim elevar gradualmente da
vida selvagem para a vida civilizada dos povos cultos, a população autóctone (população
nativa) das províncias ultramarinas. Em 1930 este ensino passa a cargo da Igreja Católica,
através do Diploma Legislativo nº 238, de 17 de maio.
O ensino oficial era destinado aos filhos dos colonos ou assimilados, o outro,
indígena, era engenhosamente articulado à estrutura do sistema de dominação em
todos os seus aspetos. O ensino indígena (designado também ensino primário
rudimentar) tinha por fim elevar gradualmente da ‘vida selvagem’ à ‘vida
civilizada’ dos povos cultos a população autóctone das províncias ultramarinas,
enquanto o ensino oficial (designado também ensino primário elementar para os
não indígenas), visava dar à criança os instrumentos fundamentais de todo o saber e
as bases de uma cultura geral, preparando-a para a vida social (Mazula, 1995, p.
80, grifo do autor).
A partir deste momento, dá-se a separação entre o ensino dos brancos e o ensino dos
negros, e a legislação impede o ensino das línguas moçambicanas, exceto como recurso para o
ensino da religião, prerrogativa dada no último quartel do século XIX. O ensino torna-se,
dessa forma, obrigatório, e há um aumento no número de missões e igrejas católicas, por
oposição à diminuição e mesmo discriminação da presença de outras religiões.
O ensino passa, nessa altura, a ser dividido entre ensino elementar (para os brancos e
assimilados) e ensino rudimentar (ou ‘indígena’). O primeiro era composto por 4 classes que
se dividem em dois graus (o 1º, da 1ª à 3ª classe e o 2º correspondente à 4ª classe), dando
depois acesso ao curso geral (1º ao 5º ano) e complementar (6º e 7º ano) do ensino liceal.
Durante a luta de libertação nacional, foram constituídas nas zonas libertadas escolas
primárias que em muitas das vezes funcionavam por baixo das árvores, como cita Gasperini
(1989), era consequência de falta de meios e da necessidade de adaptar-se a situação de
guerra, pois as construções fixas seriam alvo fácil para o inimigo abater. Refere-se zonas
libertadas, aqueles territórios que a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique)2 já
havia ocupado à medida que a guerra de libertação de Moçambique avançava e que já não
estavam sob controle da administração portuguesa.
Não havia professores formados, muitas vezes era alguém que tivesse uma classe a
mais que os outros, era o princípio adotado pela FRELIMO de quem tivesse um conhecimento
a mais, devia passar o que sabia a quem não detinha daquele conhecimento. Os alunos não
tinham cadernos, não tinham livros, em fim não tinham nenhum meio didático. Servia de
quadro casca de arvores e giz era mandioca seca. Os mapas eram desenhados na área, era a
“iniciativa criadora” em causa por causa das dificuldades do tempo em causa (Gasperini,
1989). O objetivo central desta educação era a formação do homem novo, livre das ideologias
colono, um homem com uma mentalidade nova capaz de resolver os problemas
revolucionários da sociedade moçambicana.
Entende-se por Sistema de educação como sendo o processo organizado por cada
sociedade para transmitir às novas gerações as suas experiências, conhecimentos, valores
culturais, desenvolvendo as capacidades e aptidões do indivíduo de modo a assegurar a
reprodução da sua ideologia e das suas instituições econômicas e sociais (REPÚBLICA DE
MOÇAMBIQUE, 1983).
Por causa da guerra civil que assolou Moçambique desde ao primeiro momento, dois
ano após a independência Nacional, guerra esta protagonizada pela RENAMO 1, afirma Ferrão
1
RENAMO –Resistência Nacional Moçambicana, criado em 1977 por Kenneth David Flowers ( Rodesia)cujo
objetivo era desestabilizar os países independentes da região. Em Moçambique teve como primeiro comandante
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(2002), a economia sofreu das destruições e efeitos da guerra, secas, cheias, população
deslocada, população refugiada, escassez de mão de obra qualificada, falta de divisas, entre
outros fatores, houve a necessidade de ajustar o quadro geral do sistema educativo e adequar
as disposições contidas na lei 4/83 de 23 de Marco ás atuais condições sociais e econômicas
do país, tanto do ponto de vista pedagógico como organizativo (lei 6/92). Esta Lei 4/83 é
revogada e introduzida uma nova que é a Lei 6/92, de 6 de maio.
Para Subuhana e Intanque (2018), a educação colonial foi considerada a negação dos
três pilares da revolução francesa de 1989/99, negando a liberdade dos povos nativos
africanos de continuarem com a sua própria educação, impondo-lhes saberes e culturas euro
ocidentais e desconsiderando as especificidades tradicionais moçambicanas através de um
processo de assimilação da religião cristão católica, própria do antigo regime francês do
século XVIII.
Andre Matadi Matsangaissa morto a 17 de Outubro de 1982, e sucedido por Afonso Marceta Macacho
Dhlakama.
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3. Considerações Finais
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Referencias Bibliografias
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Castiano, J., Ngoenha, S., & Berthoud, G. (2005). A longa marcha de uma “Educação para
Todos” em Moçambique. Maputo, MZ: Imprensa Universitária.
REPÚBLICA POPULAR DE MOÇAMBIQUE. Lei 4/83. Maputo, I Série Nr. 12, março de
1983.