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Emídio Lino
Faruck Geraldo
Joaquim Witnesse Maré Andrassone
Rute Rebeca Lambo
Zainabo Salimo
Universidade Rovuma
Lichinga
2021
Eduardo José Njeua
Emídio Lino
Faruck Geraldo
Zainabo Salimo
Universidade Rovuma
Lichinga
2021
Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 3
2.1.2. Objectivos....................................................................................................................... 3
3. Conclusão ............................................................................................................................... 11
1. Introdução
Na era anticolonial, isto é, antes da penetração portuguesa, o povo moçambicano já detinha duma
educação tradicional, que consistia na transmissão de conhecimentos, convicções e valores de
geração em geração. Com a chegada dos portugueses, introduziu-se outra educação de opressão,
desprezando os nativos que até chegaram de apelidar de indígenas, povo selvagem.
1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
Conhecer a estrutura básica e as características gerais da História da Educação em
Moçambique
2.1.2. Objectivos
Descrever as características gerais do sistema da educação colonial
Compreender a importância do estudo da educação.
1.2.Metodologia
A metodologia usada para a realização deste trabalho foi de consulta bibliográfica, bem como o
da internet que constitui na leitura e análise das informações de várias obras que debruçam sobre
o tema em causa. Os autores das referidas obras estão devidamente citados dentro do trabalho e
na referência bibliográfica.
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Segundo Piletti & Nelson (1997), a educação é considerada como um direito colectivo e um
fenómeno universal, histórico e necessário para que o ser humano e os povos possam subsistir, já
que a educação é considerada a melhor ferramenta de luta contra qualquer de educação e contra
todo tipo de injustiças.
Esses povos não são, se entendermos esta palavra, seres humanos que vivem errantes, sem lei,
sem convenções, sem organização social e familiar. Os outros os chamam de povos não
civilizados. Portanto, se esses povos não possuem nosso género de cultura, então, podemos
afirmar que tem uma outra, adaptada a sua natureza e a sua condição graças a qual desenvolvem e
desfrutam a sua vida. Então, não existem agrupamentos humanos desprovidos de civilização (p.
43).
Sendo assim, poderemos chama-los de primitivos, se entendermos por essa palavra o estado de
civilização que parece mais simples, menos avançado que a do homem actual. Manacorda (2006)
afirma que:
No período primitivo não havia escolas formais e tão poucos métodos de educação. Nessa época o
conhecimento era passado de geração para geração, mas não através da escrita e sim através da
oralidade e também pela imitação. Durante essa época primitiva longínqua, o homem assegurava a
subsistência, apanhando toda a espécie de alimentos que a natureza casualmente lhe oferecesse,
como frutos e bagas silvestres, e caçando pequenos animais. E como, nesse tempo, o homem era
em grande parte impotente perante as forças da natureza, era obrigado a viver, a trabalhar e a
defender - se em grupo (p. 39).
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De acordo com o autor, a principal actividade do homem nesta etapa do seu desenvolvimento foi
a caça de animais grandes, tais como veados ou mamutes, o que não significa, é claro, que tivesse
deixado de apanhar víveres, mas apenas que a caça se impusera como método mais importante do
angariar alimentos.
No período primitivo a educação dos jovens, torna-se a ferramenta principal para a sobrevivência
do grupo e alicerce para pôr em acção a comunicação e prolongamento da cultura. Através da
imitação, aprende-se ou ensina o manejo com as armas, caças, colheita, a fala, cerimónia aos
mortos, às técnicas de mudança e conhecimento do meio ambiente (Manacorda, 2006).
Na educação tradicional, a formação dos jovens, excepto no período dos ritos de iniciação, estava
ligada a vida da comunidade e dos adultos. Para Gasperini (1989),
Tal como aconteceu em vários países no ocidente, Moçambique não foge dessa realidade. A
educação como instituição educativa, nasceu em função da necessidade de formação de uma elite,
num contexto caracterizado pela oposição entre o trabalho manual e intelectual (p. 67).
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Golias (1993) salienta que, o ensino para o povo autóctone (não-brancos) tinha como principal
objectivo civilizar e unificar culturalmente. De acordo com o autor:
Conforme o autor, esta perspectiva era necessário unificar culturalmente os povos, fazê-los
sentirem-se portugueses, pelo que se afigurava importante promover o abandono de práticas
tribais e a progressiva, lenta e limitada aproximação aos valores da civilização europeia. Ler,
escrever e contar era o que a escola podia dar aos indígenas.
Mazula (1995) afirma que, em 1930, foi criado o Diploma Legislativo no 238 de 17 de Maio,
uma justificação para a separação de tipo de ensino e objectivos de cada ensino:
Um subsistema oficial - destinado aos filhos do colono e assimilado, que visava dar a
criança instrumentos fundamentais de todo o saber e as bases de uma cultura geral
preparando a para a vida social.
Um sistema indígena – para os nativos tinha por fim elevar gradualmente da vida
selvagem para a vida civilizada dos povos cultos, a população autóctone (população
nativa) das províncias ultramarinas. Em 1930 este ensino passou á cargo da Igreja
Católica, através do Diploma Legislativo nº 238, de 17 de Maio.
A educação colonial em Moçambique impôs uma educação que visava uma reprodução da
exploração e da opressão, uma educação de segregação racial. A separação de tipo escola, uma
para a classe branca “o saber dizer” e outra para a população autóctone o saber fazer. Esta
educação mutilava não só a população negra, mas também a classe branca, pois ambos eram
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Não havia professores formados, muitas vezes era alguém que tivesse uma classe a mais que os
outros, era o princípio adoptado pela FRELIMO de quem tivesse um conhecimento a mais, devia
passar o que sabia a quem não detinha daquele conhecimento. Os alunos não tinham cadernos,
não tinham livros, em fim não tinham nenhum meio didáctico. Servia de quadro casca de árvores
e giz era mandioca seca. Os mapas eram desenhados na área, era a “iniciativa criadora” em causa
por causa das dificuldades do tempo em causa (Gasperini, 1989).
O objectivo central desta educação era a formação do homem novo, livre das ideologias colono,
um homem com uma mentalidade nova capaz de resolver os problemas revolucionários da
sociedade moçambicana.
Na área da educação, o país deparava com a insuficiência das instituições escolares e com a falta
dos professores e técnicos para actuarem nesta referida área. O autor citado afirma que durante
muitos anos, vários moçambicanos não frequentaram a escola por razões decorrentes do sistema
colonial, baseado na descriminação, por este motivo, depois da independência, houve a expansão
das escolas que se deu através das iniciativas das populações e através das campanhas de
alfabetização feitas no país.
Gómez (2010) afirma que no sector educacional, por meio do Governo de transição, muitas
acções foram levadas a cabo para discutir o sistema educacional, tais como:
Estes momentos foram considerados como momentos de esforço por parte da FRELIMO (Frente
de Libertação de Moçambique), nos quais o povo foi mobilizado para a construção das escolas e
onde a FRELIMO retirou todas as matérias de ensino que não estavam ligadas às ideologias da
Frente e introduziu outras matérias de ensino, destacando-se história e a geografia de
Moçambique (Gómez, 2010).
Outras mudanças que foram vistas na área da educação foram às mudanças dos mecanismos de
gestão e administração de funcionamento das escolas, alterações dos currículos escolares e uma
participação activa da população na escola. Muito embora, apesar de todos os esforços feitos para
garantir uma boa educação que o país necessitava tanto, o país se deparava com vários problemas
no que refere à cobertura da rede escolar, falta de materiais didácticos, péssima condição da
educação e outros problemas que afectava o sector (Gómez, 2010).
De acordo com o Relatório publicado pela AfriMAP (2012), após a independência em Junho de
1975, na área da educação, o padrão que a FRELIMO adoptou se baseava no padrão utilizado nas
zonas libertadas na época da guerra da libertação. O referido padrão de ensino se coloca nos
seguintes parâmetros.
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Esta universidade não podia, de forma nenhuma, ter ou pretender ter um papel que é neste
momento entendido ser o papel das universidades, nomeadamente, a produção do pensamento, o
sentido de autonomia, a defesa do direito à liberdade de opinião e expressão, pois que esses
valores podiam minar o sentido patriótico definido pela Revolução, desviando as atenções das
pessoas para as questões consideradas burguesas (idem, 1995).
Em 1985 foi criado por despacho Ministerial nº 73/85 do Ministério da Educação o Instituto
Superior Pedagógico (ISP) pela necessidade de elevação do nível de entrada dos estudantes e do
aumento de duração dos cursos, para além de que, dado o seu tamanho, ela se tornaria
incomportável dentro da UEM. O ISP que em 1995 o ISP foi transformado em Universidade
Pedagógica, estabelecendo-se assim a segunda Universidade Pública do país (Ferrão, 2002).
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A seguir à criação do ISP, foi criado pelo Decreto 1/86 de 5 de Fevereiro o Instituto Superior de
Relações Internacionais (ISRI) vocacionado para a formação de quadros para as áreas de relações
internacionais e diplomacia (Ferrão, 2002).
3. Conclusão
Estudar a história da educação permite-nos concluir que de facto a educação é um processo em
constante mutação, e que a educação em Moçambique de hoje, olhando para a sua evolução, teve
grandes avanços em comparação com o regime que estava implantado na era colonial. As actuais
políticas educativas, seus sucessos e desafios, têm uma longa história.
As suas raízes estão na experiência educativa da colónia e nas escolhas políticas da FRELIMO
desde a luta de libertação, nos anos 1960 e 1970, passando pelo período revolucionário e
socialista pós-independência, nos meados dos anos 1970 e anos 1980, até a actual fase de
liberalismo económico e pluralismo político.
Logo, A educação passou a ser direito de todo cidadão moçambicano, independentemente da raça
ou religião. Apesar desta emancipação da educação, ainda hoje o analfabetismo prevalece em
grande escala, isto porque não existe escola para todos, fala-se da gratuidade do ensino, mas nem
todos conseguem vagas para seus filhos e as escolas continuam cobrando taxas diversas.
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Referencias Bibliografia
Ausebel, D.P., (2003). Aquisição e retenção de conhecimento: uma perspectiva cognitiva.
Lisboa.
Ponce. Anibal. (1998). Educação e luta de classes (16ª ed). trad. José Severo de Camargo
Pereira. São Paulo
Manacorda, Mário Alighiero. (2006). História da Educação – da antiguidade aos nossos dias. 12ª
Edição. Cortez Editora. São Paulo.
Piletti, Claudino & Piletti, Nelson. (1997). Filosofia e História da Educação. Editora Ática. São
Paulo.