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UNIVERSIDADE ROVUMA

Tema: História de Educação em Moçambique

(Licenciatura em Ensino Básico)

NAMPULA 2023
UNIVERSIDADE ROVUMA

Nome do estudante:

Laurindo André Alexandre

Tema: História de Educação em Moçambique

Trabalho de Pesquisa apresentado como


requisito para a avaliação na cadeira de História
de Educação no curso de Ensino Básico
Universidade Rovuma.

Docente: MA José Maria Salia


Índice
Não foi encontrada nenhuma entrada de índice.
Introdução

O presente trabalho de pesquisa, da cadeira de História de Educação é de carácter avaliativo e


tem como tema: História de Educação em Moçambique. Onde temos como:

Objectivo geral

- Saber a história de educação em Moçambique

Objectivos específicos:

- Descrever o historial da educação em Moçambique;

- Identificar os as fases da história de educação em Moçambique;

- Caracterizar a educação Moçambicana

A metodologia usada para a efetivação desta trabalho, foi a de revisão bibliográfica e consultas
electrónicas (internet). Para melhorar compreensão o trabalho está estruturado da seguinte
maneira: Introdução, História de educação na idade média, Conclusão e Bibliográfica.
Educação
No Dicionário Aurélio Século XXI, a palavra “educação” é definida como sendo o processo de
desenvolvimento das capacidades físicas, intelectuais e morais do ser humano visando a sua
integração social. Necessariamente, este processo ocorre num contexto sociocultural específico,
no qual, o indivíduo que está a ser educado apreende e absorve de maneira integrada, criativa e
reflexiva valores, normas, ideias, princípios, regras, costumes e práticas da família e da
comunidade a que pertence.

A educação é um processo formativo contínuo direccionado para um indivíduo ou grupos deles


inseridos na família, na comunidade ou em instituições socioprofissionais e da sociedade civil.
Ela ocorre ao longo de toda a vida do homem, desde a sua nascença até à sua morte .( Módulo
de Psicopedagogia, 2012:11)

Educação Antes da era colonial ( Tradicional)


A educação tradicional é aquela em que os seus membros ou praticantes partilham, de geração
em geração, valores, símbolos, ideias, objectos, costumes, hábitos, sentimentos, práticas e
demais significados visando a perpetuação e continuidade da cultura de forma individual ou
colectiva. Ela ocorre através da educação não-intencional ou informal em locais de práticas
religiosas, do culto aos espíritos dos antepassados e de produção artística nos meios familiar e
comunitário, das zonas rural, suburbana e urbana, em todo o país.

A educação tradicional caracteriza-se pela ausência pré-determinada dos objectivos, conteúdos e


das formas de organização específicas, pelo que não reúne o padrão de educação intencional. Nas
práticas tradicionais todos os seus membros são responsáveis pela boa conduta das novas
gerações, devendo por isso reprimir os comportamentos incorrectos de qualquer criança,
independentemente de ser parente ou não.

Existem vários tipos de educação tradicional de acordo com as comunidades, variando segundo o
género (masculina e feminina), momento (ritos de passagem ou iniciação), desempenhando as
funções: informativa, instrutiva e formativa.(Modulo de Psicopedagogia;2012,12)
Em geral, a educação tradicional tem carácter pragmático pois, destina-se, essencialmente, a
ensinar a saber fazer coisas concretas tais como:

Actividades socioeconómicas: cultivar, praticar a caça, construir casas, montar armadilhas de


animais, aves, peixes, apascentar gado e outras.

Actividades culturais: a dança, a arte, os ritos de passagem e de iniciação, a vida adulta, a


assistência familiar o comportamento perante a mulher

Durante a gravidez, o nascimento de bebés, a realização de cerimónias fúnebres, a coroação do


régulo, a participação em cerimónias festivas e fúnebres e outras importantes
acontecimentos da comunidade.

Técnicas de autodefesa perante o perigo de pessoas inimigas e estranhas ou diante de animais


ferozes e tratamento de casos de mordedura de cobras venenosas.

As práticas da medicina tradicional para o tratamento de doenças mais comuns nas sociedades
em causa.

A educação tradicional desempenhou e continua a desempenhar um papel educativo importante


na formação das novas gerações nas comunidades rurais e urbanas, mesmo nos casos em que
existam escolas oficiais.

Educação Colonial
A necessidade de educação do povo originário de Moçambique, foi desde o princípio da
colonização portuguesa, bastante conflituosa; pois era tida como absurda, não só pela história,
como também perante a capacidade mental dos moçambicanos, considerados de inferiores, uma
ilusão pensar em civilizar os “negros” com a bíblia, educação e panos de algodão.
( RACHIDE;2015).

Os objectivos da educação colonial eram:

Assegurar a hierarquia política e cultural da classe dominante sobre as ditas classes tradicionais
ou “primitivas”, consideradas estagnadas no processo histórico.

Formar o “indígena” e criar a figura jurídico-política de “assimilação” como necessidade da força


de trabalho qualificada para uma maior exploração capitalista;
Ensinar aos indígenas” a ler, escrever e contar o mínimo necessário para se comunicarem com os
colonizadores e constituírem a força de trabalho.

Garantir o processo de assimilação e alienação cultural da população nativa a partir de um


conjunto de requisitos nomeadamente.

Ter a necessária educação, hábitos individuais e sociais de modo a poder viver sob a lei pública e
privada portuguesa;

Ter bom comportamento e solicitar por via de um requerimento à autoridade administrativa local
para ser aprovado como tal.

O sistema educativo colonial português em Moçambique estava organizado do seguinte modo:

Ensino Indígena. Destinado a elevar, gradualmente, da vida selvagem à vida civilizada dos povos
cultos, a população autóctone das províncias ultramarinas.

Ensino Primário Elementar. Destinado às populações “não indígenas, visando dar nos
beneficiários os instrumentos fundamentais do saber e as bases de uma cultura qual,
preparando-os para a vida social”.

A partir de 1962, sem alterar a sua natureza e finalidade a estrutura educacional em Moçambique
passou a ser a seguinte:

Ensino de Adaptação. Compreendendo três anos, com ingresso aos 10 anos e destinado aos
indígenas.

Ensino Primário Comum. Oficial, missionário católico, missionário estrangeiro, particular). De 4


anos com ingressos aos 7 anos, destinado à população branca, mestiça e assimilada,
subdividida em:

Ensino Normal Indígena – EHPP – 3/4 anos. E em 1964 introduzida a Escola do


Magistério, 2 anos com ingresso 5º ano;

Ensino Técnico Elementar de 2 anos e profissional (industrial/comercial) de 3 anos.

Ensino Técnico Profissional, com secções preparatórias aos institutos industrial/comercial.

Do nível de Ensino Geral:


Ciclo preparatório (2) anos.

Ciclo Liceal (5) anos.

Estudos Gerais Universitários.

A organização escolar para a formação de professores obedecia as mesmas finalidades e


filosofia da estrutura educacional anterior.

Os professores que leccionavam nas escolas missionárias para os africanos não assimilados eram
também não assimilados e formados nas Escolas Normais durante 4 anos nas quais ingressavam
com o nível de 4ª Classe.

Os professores das escolas oficiais para brancos, asiáticos e assimilados eram formados e vinham
de Portugal.

Educação nas “Zonas Libertadas”


Foram consideradas por zonas libertadas, as regiões do território nacional onde a administração
colonial se retirou, as populações abandonaram as suas povoações para escapar à repressão
colonial e viver sob a protecção da FRELIMO. Progressivamente, este processo desenvolvia-se,
surgindo as zonas libertadas e semi liberdadas, isto é, zonas onde a totalidade da vida das
populações dependia da orientação da FRELIMO, onde no quotidiano se aplicavam as palavras
de ordem do movimento, constituindo lugares, momento e espaço de ensaio de uma sociedade
nova e de exercício do poder, de aprendizagem de novos valores para a formação de uma
sociedade, não baseada em racismo, tribalismo, regionalismo e de outros males próprios do
regime colonial.(RACHIDE:2015).

Eduardo Mondlane – definiu a educação como uma condição político-ideológica básica para o
sucesso da luta armada em Moçambique. É assim que se justifica a concepção dos programas de
instrução militar e educacionais ao mesmo tempo. – Ex: A Escola Secundária, Instituto de
Moçambique em Tanzânia; destinada às crianças moçambicanas que já tinham saído de
Moçambique, e outras junto dos centros de instrução ou bases centrais e regionais.

O sistema educativo nas zonas libertadas (1969/70) foi definido para responder aos seguintes
objectivos:
A formação do Homem Novo, com uma nova mentalidade que para além de ser capaz de
resolver os problemas imediatos colocados pela revolução quer dizer:

Formar o “Homem Novo” com plena consciência do poder da sua inteligência e da força
transformadora do seu trabalho na sociedade e na natureza; livre de concepções
supersticiosas e subjectivas

Rejeitar firme e violentamente todas as tendências do individualismo, bem como da corrupção;

Criar (nos alunos) uma personalidade moçambicana sem subserviência (espírito servil) algum,
assuma a sua realidade (sócio-cultural), saiba estar em contacto com o mundo exterior,
assimilar criticamente as ideias e experiências de outros povos;

Criar uma nova atitude na mulher, emancipá-la na sua consciência e comportamento e no homem
um novo comportamento e mentalidade em relação à mulher.

O Sistema de Educação nas Zonas Libertadas apresentava a seguinte estrutura:

Educação formal – destinada a crianças e adolescentes com 4 níveis (pré-primário, primário,


secundário (Bagamoio em Tanzânia), que nunca chegou a funcionar.

Formação de Professores – em cursos nacionais e provinciais – de 3 meses a 1 ano.

As disciplinas de maior relevância ministradas nas escolas das Zonas Libertadas, por níveis de
ensino, eram as seguintes:

No Ensino Primário: Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, Ciências, História, Trabalhos


Práticos, Política, Educação Artística e Educação Física.

No Ensino Secundário: Língua Portuguesa, Inglês, Política, História, Geografia, Matemática,


Ciências Naturais, Física, Química, Biologia, Trabalhos Práticos, Desenho e Educação
Física.

Educação Pós-Independência em Moçambique


História da Educação em Moçambique Pôs-Independente Introdução Com a celebração da
Independência Nacional a 25 de Junho de 1975, Moçambique iniciava o processo de organização
do Aparelho do Estado e a extensao das experiencias positivas vividas nas zonas libertadas à
escala nacional.Paralelamente a este processo foram sendo concebidos novos instrumentos
normativos e de conteudos de ensino para todos os niveis e tipos de ensino. Ao concluir esta
unidade você será capaz de: Descrever e analisar a Educação no período pôs- Independência.
Chamamos de reforma ao processo de mudança, transformação que se opera num certo ramo que
pode ser:

Evolutiva não afectando a estrutura do sistema de educação, introduzindo apenas algumas


medidas;

Estrutural- aquela que se opera no sistema, alterando-se os objectivos, conteúdos/ programas.

O sistema de educação – o processo de organizado por cada sociedade para transmitir as novas
gerações as suas experiências, conhecimentos, valores culturais, desenvolvendo os aspectos
ideológicos da política do Estado. ( Modulo de Psicopedagogia:2012.16)

A reforma da educação em Moçambique teve as seguintes etapas características:

De 1975/77,

altura em que ocorreram seguintes acontecimentos: A nacionalização da educação em 24 de


Julho de 1975 e a suspensão consequente de todos os livros e currículos de origem portuguesa;

A proclamação do direito a educação para todos os moçambicanos na Constituição da República;

b)-Em 1978, iniciou-se com o processo de massificação da educação, intensificação da formação


de professores, programas de Alfabetização e Educação de Adultos e o alargamento da rede
escolar; c)-Em 1983, procedeu-se a introdução de SNE- Sistema Nacional de Educação, que pela
sua natureza, estrutura e objectivos era por si diferente do anterior. A continuação do
alargamento da rede escolar e a consequente aumento da população estudantil moçambicana
materializando os três grandes objectivos: erradicação do analfabetismo; introdução da
escolaridade obrigatória e a formação de quadros para as necessidades da economia e do
desenvolvimento. d)-As resoluções do 5º Congresso do Partido Frelimo- 1989, lançaram as bases
ideológicas e económicas para a reforma escolar; Em 1991, foi autorizado o exercício do ensino
particular privado e comunitário e da actividade dos explicadores por Dec.- 11/90. Tomando em
conta a situação educacional antes da Independência que se caracterizava pela:

 A existência de dois sistemas de educação (indígena, para brancos, asiáticos e


assimilados);
 Carácter discriminatório e racial;

 Pouca importância ao ensino técnico e profissional;

 Inexistência da educação de adultos;

 Carácter urbano e suburbano da rede escola

Reforma do Sistema Nacional de Educação Introdução Nos termos da lei 6/92, foi reajustado o
quadro geral do sistema educativo e adequar as disposições contidas na lei 4/83, as condições
sociais e económicas do Pais, tanto do ponto de vista pedagógico como organizacional. A
educação moçambicana tem por objectivos erradicar o analfabetismo, garantir o Ensino Básico a
todos os cidadãos de acordo com o desenvolvimento do Pais, através da introdução progressiva
da escolaridade obrigatória e formar quadros para as necessidades do desenvolvimento
socioeconómico. Para o ingresso a escola o Sistema Nacional de Educação estabelece a idade
mínima de seis (6) anos, seguindo a seguinte estrutura: a) Ensino Pré-escolar aquele que se
realiza em creches e jardins-infância para crianças de idade inferior a 6 anos; b) Ensino Escolar –
que compreende o Ensino Geral, Ensino Técnico Profissional e Superior. Este tipo de Ensino
integra também as seguintes modalidades especiais seguintes: Ensino Especial, destinado a
crianças portadoras de deficiências físicas, sensoriais e mentais: Ensino Vocacional, visado
atender as crianças que tendo vocação para determinadas profissões ou artes. Ensino de Adultos,
destinado a atender aqueles que já não se encontram em idade formal de escolarização. Ensino a
distância, destinado a satisfazer as necessidades de ensino para alunos que não estejam perto dos
estabelecimentos de ensino que deseje frequentar. Formação de professores para os Ensino geral
e Técnico profissional, c) Ensino Extra-Escolar e aquele que engloba actividades de
alfabetização e de aperfeiçoamento, actualização cultural e científica e realiza-se fora do sistema
regular do ensino. Este tipo de escolarização visa essencialmente assegurar que aqueles que por
alguma razão abandonaram precocemente a escola completem o ensino de base.
( RACHIDE:2015)
Conclusão
Findo o trabalho de História de Educação com sucesso, conclui-se que as questões propostas
nesta cadeira foram respondidas na totalidade. Importa referir que: A educação é um processo
formativo contínuo direccionado para um indivíduo ou grupos deles inseridos na família, na
comunidade ou em instituições sócio-profissionais e da sociedade civil. Ela ocorre ao longo de
toda a vida do homem, desde a sua nascença até à sua morte

Uma das primeiras educação que o povo moçambicano teve antes da era colonial e a educação
tradicional seguidamente veio a educação colonial mais tarde após a independência, importa
referir que ao longo dos tempos esta sofreu varias alterações.
REFERENCIA BIBIOGRAFICA
Fernando Rachide, Modulo de Fundamento da Pedagogia.UP Maputo 2015

Módulo de Psicopedagogia. INDE Maputo 2012

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