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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivos realizar uma breve retrospectiva histórica da
educação em Moçambique, compreender como tem sido conduzida a disciplina de
Ética no Ensino Superior em Rovuma - Extensão de Cabo Delgado (Moçambique)
e; compreender quais são as maiores dificuldades enfrentadas pelos professores
para conduzir a disciplina ética no Ensino Superior. Os autores usados para
fundamentar o trabalho são: Basílio, Gonçalves, Assane, Gracino, Nascimento,
Uaciquete. Para a coleta de dados realiza-se uma pesquisa qualitativa e aplica-se
um questionário com os professores do Curso de Filosofia na Universidade de
Rovuma. Os resultados preliminares mostram que o Curso de Filosofia evoluiu ao
introduzir uma carga horária considerável da disciplina “Ética” no Ensino Superior;
percebe que há mudanças nas posturas e atitudes dos alunos após a participação
na disciplina “Ética”; ressalta a necessidade da realização de vínculo entre as
experiências do povo moçambicano e as questões teóricas apresentadas em sala de
aula. Propõe a necessidade da realização mais estudos na área “Ética” visando
compreender se os valores iniciais propostos pela FRELIMO se mantém “vivos” na
universidade. Sugere que haja mais parcerias existente entre o grupo de pesquisa
HISTEDBR (Brasil) e a Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado –
Moçambique objetivando sanar os problemas que os docentes do Ensino Superior
enfrentam em Moçambique.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Para alcançar suas metas, a Frente retirou todas as matérias de ensino que
não estavam ligadas às suas ideologias, tentando resgatar a identidade do povo
moçambicano, através da inserção da história e geografia do país. Além disso,
propôs mudanças nos mecanismos de gestão e administração das escolas,
alterações dos currículos escolares, permitiu a participação ativa da população na
escola, dentre outras ações visando buscar alternativas para a construção de uma
sociedade livre de exploração.
O objetivo inicial da FRELIMO era a formação do “Homem Novo”, capaz de
emancipar-se da formação educacional que tinham recebido no país até o momento
até a formação de uma mentalidade independente, capaz de construir um “novo”
poder independente, de cunho socialista.
Muito embora, apesar de todos os esforços feitos para garantir tais
mudanças, na área de educação o país se deparava com vários problemas no que
refere à cobertura da rede escolar, a superlotação das salas de aula, a falta de
profissionais para trabalhar, a falta de materiais didáticos, a péssima condição da
educação e outros problemas que afetavam o setor. Várias foram as reformas
propostas pelo país visando a melhoria da qualidade de educação, contudo, sem
sucessos efetivos.
Em 1992 um relatório elaborado pelo Banco Mundial avaliou Moçambique
como um dos países mais pobres do mundo. “Para suprir esta crise era necessário
reestruturar a política econômica, a abandonar a orientação socialista e abrir-se a
política do mercado livre” (BASILIO, 2014, p. 155). Assim, devido a dependência
econômica do país de investimentos em diversas áreas (inclusive a educacional), o
objetivo tão almejado pelo país não fora alcançado:
O fim da guerra fraticida e do sistema socialista tinha se consumado. O
triunfo do capitalismo fazia-se sentir em todos os quadrantes. Os esquemas
de ajuda em termos de material didático passaram a ser dominados pela
nova realidade capitalista. A moçambicanidade construída até a alçada do
socialismo recebeu influências da onda capitalista. Diante dessa situação, o
governo sentiu-se obrigado a reajustar a lei 4/83 do Sistema Nacional da
Educação com a lei 6/92, pelo Parlamento moçambicano. Essa lei marcou o
início de uma nova reforma educacional e de reconstrução da
moçambicanidade (BASILIO, 2014, p. 153-154)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
MACHEL, 1973