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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2

2 EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE: A FORMAÇÃO DO SER ........... 3

3 CULTURA BRASILEIRA: DA DIVERSIDADE À DESIGUALDADE ............ 5

3.1 Formação e diversidade cultural da população brasileira..................... 7

3.2 Preconceito cultural no Brasil ............................................................... 8

4 DIFERENÇA ENTRE DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE


SOCIAL 9

5 DIVERSIDADE CULTURAL: O QUE É E DIVISÃO NO BRASIL! ............... 9

6 DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL .................................................. 11

7 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM


14

7.1 A relação cultura e educação ............................................................. 16

8 CULTURA ................................................................................................. 19

9 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA PARA A SOCIEDADE .......................... 22

10 INDIVÍDUO, CULTURA E SOCIEDADE ................................................ 23

11 CULTURA E SOCIEDADE DE MASSA ................................................. 27

12 ESCOLA, SOCIEDADE E CULTURA .................................................... 29

13 EDUCAÇÃO - PROCESSO SOCIAL ..................................................... 33

14 CONCEITO DE “CULTURA” EM FOCO ................................................ 34

15 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRICANA NA FORMAÇÃO DA


SOCIEDADE BRASILEIRA E SUA INSERÇÃO NO CURRÍCULO ESCOLAR ......... 36

16 FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA ................................................ 38

17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 42

18 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 43

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da


sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer
uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado.
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem
e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em
perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento
que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e
prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE: A FORMAÇÃO DO SER

A educação é um ato ético-político e repleto de intencionalidade, sendo assim,


não há concepção de educação dissociada de projeto de sociedade. Por isso, que a
educação não se faz de forma neutra, ausente da cultura. Sendo assim, devemos
educar para transformar o mundo em que vivemos e nós mesmos. Porém, a escola
tradicional configurada nas políticas de currículos enraizada na sociedade
contemporânea é a de concepção positivista neoliberal entendida como aquela que
está voltada para o mercado capitalista. Os seus conteúdos escolares são
organizados de maneira linear, hierárquica e, previamente determinado por bimestre,
série, disciplina. Nesta visão conservadora, a educação na maioria das vezes é
planejada de cima para baixo, de forma burocrática e uniforme, desconectada da
realidade social dos educandos. Algumas vezes no processo educativo ficamos
preocupados em promover uma educação voltada para os conteúdos e não dando a
devida atenção a formação integral dos educandos. Temas centrais que estão
relacionados à vida cotidiana como a ética, o cuidado com a vida, o desenvolvimento
sustentável, uma educação que promova a justiça social é apresentada de forma
secundária na prática educativa.
Desta forma, cabem as seguintes perguntas que tipo de cidadão queremos
formar? A concepção de educação atual está voltada para qual modelo de sociedade?
As políticas neoliberais? Ou a formação integral humana?
Na escola, um dos elementos essenciais para concretização de tal formação é
o currículo, nesse sentido é necessário, compreender que a cultura constitui como
matéria-prima deste, entendendo por cultura como toda forma de conhecimento
construído pela humanidade e transmitido historicamente. Para que a escola tenha
sentido para o aluno devemos integrar no currículo a cultura dos educandos, seu
conhecimento, valores, crenças acerca do mundo que os rodeiam. Não devendo este
estar desconectado, alheio da realidade destes sujeitos é fundamental que a cultura,
o conhecimento os saberes da sua comunidade estejam presente na sala de aula,
devendo haver uma relação orgânica e de autenticidade entre o currículo e a
realidade, devendo o mesmo estar impregnado com esta cultura.
O conhecimento construído no processo educativo deve ser construído para
que o educando entenda o estar sendo no mundo em que ele está inserido de forma

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crítica, entender que ele e a sociedade é modificável, somos seres em construção,
portanto, inacabados, podendo nos reelaborar no mundo e construir novas realidades
mais justas e sustentáveis, contribuindo desta formação de uma para uma sociedade
sadia. Não adianta formamos seres humanos preenchidos com informações, se não
valorizamos sua cultura como parte de sua formação, devemos problematizar a
realidade para transformá-la.
Ao enfatizar a importância da dimensão de conteúdo no currículo escolar não
estamos querendo dizer que o conhecimento, a informação, seja menos importante,
mas sim que é necessário procurar outra forma de ensiná-lo e que tenha significado
para os alunos. Nesta perspectiva, como educadores no processo de construção do
conhecimento e formação do ser, devemos criar as condições didáticas e
metodológicas para que haja envolvimento dos educandos com práticas significativas,
relacionadas à sua vivência para que atuem como protagonistas na construção do
saber, sendo agentes transformadores dos espaços educativos e da sociedade.
A escola que se deseja hoje deve estar pautada na lógica de um espaço ideal
para a construção de uma nova sociedade, promovendo desta forma a formação de
indivíduos democráticos, justos, éticos, solidários, autônomos, competentes,
participativo, dialógicos, sujeitos do processo educativo e da própria história, com
valores que contribuem para formação da subjetividade destes sujeitos e a sua
relação com o mundo.
Exemplificando três destes princípios na prática, a solidariedade, democracia e
ética, aprendemos a ser solidário quando sensibilizamos com a causa do outro e
procuramos uma forma de ajudá-lo, ou seja, com atitudes e ações de solidariedade.
Não tem sentido apenas aprender conceitos sem exercitar, devemos colocá-los em
práticas. Não podemos nos render a um ensino técnico e instrumental, que transforma
as pessoas em objetos, coisas.
Na perspectiva Freiriana, educar exige corporeificação das palavras, como
exemplo, os valores devem ter sentido práticos, não adianta dizer que sou um
educador democrático se não abro espaço para o aluno expressar-se, agir
democraticamente é pensar certo, agir certo, este é o terceiro, os princípios da
educação, a eticidade. Temos que ter coerência entre a educação que queremos e a
forma como concretizamos esta educação. Mesmo que o educador ainda não tenha
adquirido essa personalidade democrática durante seu processo de formação

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humana. Nesse sentido, é necessária uma formação continuada que provoque
mudanças profundas nas condutas políticas dos professores de hoje.

Fonte:www.ipccbraganca.com

A questão singular é que ninguém escapa da educação. O ser humano é um


ser educável, porém, ele deve ser educado por inteiro. Mas, o ato educativo não se
dá por transferência de saber de forma verbalística, como quer a escola desidratada
da cultura humana, por isso, a escola precisa ser pensada como espaço de irradiação
da cultura democrática e do conhecimento estruturado. Logo, pensar a educação de
outra forma, destituída de sua historicidade, não passa de mascaramento do real.
Para isso, devemos romper com as visões tradicionais, funcionalistas ou sistêmico-
mecanicistas da escola, superando a visão desta como um depósito do saber, e
possibilitando uma formação crítica reflexiva que contribua para a formação integral.

3 CULTURA BRASILEIRA: DA DIVERSIDADE À DESIGUALDADE

A cultura brasileira é diversificada, o que não exclui a evidente desigualdade


social. A desigualdade social, uma característica marcante de nosso país, é atestada

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pela evidente hegemonia de uma classe social nos processos de divisão social do
trabalho e de divisão da renda, além de fatores como o acesso à saúde, educação,
saneamento e segurança.
Apesar de vasta e ampla, a cultura brasileira torna-se símbolo de status para
as elites, que selecionam arbitrariamente aquilo que deve ou não ser consumido,
relegando o que não foi selecionado para o limbo da produção cultural. Ademais, a
nossa rica cultura popular faz contraste ao nosso povo, desprovido, muitas vezes, de
insumos básicos para a sobrevivência.
É comum escutarmos que o Brasil é um país miscigenado, de cultura vasta e
crenças religiosas sincréticas. De fato, a formação étnica do povo brasileiro ocorreu,
primeiramente, com a miscigenação entre povos africanos, portugueses (que já
tinham em sua linhagem traços de miscigenação entre povos diversos do continente
europeu) e indígenas.
Ao longo do tempo decorrido, desde o início da república, o Brasil recebeu
imigrantes italianos, japoneses, alemães e de outros países sul-americanos. Isso
somente atesta que, tomando o significado de cultura por uma concepção geral que
envolve os hábitos, costumes, a culinária, as crenças e o modo de vida geral de um
povo, o Brasil é realmente vasto.
Porém, essa concepção diversa da cultura brasileira pode resultar em um olhar
equivocado quanto à não existência de mazelas sociais, como a desigualdade social,
o elitismo cultural e o racismo.
Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, aponta sua análise sobre a
sociedade colonial brasileira para um rumo, no mínimo, estranho: ele fala de uma
relação harmônica entre negros e brancos no Brasil Colonial, o que parece ser um
eufemismo que relativiza o que realmente aconteceu – a dominação pura e simples
de brancos contra negros.
A miscigenação que Freyre utiliza como dado para atestar a sua teoria nada
mais foi que fruto de abusos sexuais e estupros de homens brancos contra as suas
escravas e contra as mulheres indígenas. Quando se relativiza a dominação branca
durante o período colonial, tende-se a apoiar um racismo estrutural que perdura até
hoje.

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O elitismo cultural (que apesar de toda a vastidão cultural brasileira, existe por
aqui) também é fator estruturante para a manutenção das desigualdades sociais que
privilegiam etnias, classes sociais e regiões.
Durante muito tempo, a Antropologia formulou teorias que tentaram justificar a
existência de culturas superiores e inferiores, de acordo com o desenvolvimento
fenotípico dos povos que criaram essas culturas. Uma dessas teorias é o darwinismo
social, que passou a ser questionado por Franz Boas, no fim do século XIX, e somente
caiu de vez a partir do estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.

3.1 Formação e diversidade cultural da população brasileira

O território brasileiro era habitado, até 1500, pelos povos nativos, chamados
pelos europeus de índios. Porém, não havia apenas uma tribo ou uma vertente cultural
indígena nas terras que os povos Tupi chamavam de Pindorama: eram quatro
agrupamentos linguísticos diferentes (Tupi-Guarani, Jê, Caribe e Aruaque). Esses
grupos étnicos eram divididos em milhares de tribos, essas divididas em aldeias. Cada
tribo possuía seus costumes.
Com a captura e escravização dos povos africanos, pudemos observar uma
vastidão cultural semelhante à dos povos indígenas, pois não havia uma só tribo de
onde os portugueses capturavam os africanos ou uma só cultura africana. Os povos
africanos eram vastos, divididos em várias tribos e de várias origens étnicas
diferentes, o que conferiu à formação cultural afro-brasileira uma vastidão e amplitude
tão diversa quanto à indígena.
A vinda de povos brancos, de origem europeia, para o Brasil, tanto portugueses
(que por si só já tinham uma origem poliétnica) como a vinda de italianos e alemães,
contribuiu para a miscigenação de nosso povo. No Brasil, surgiu uma cultura ímpar,
fruto da forte miscigenação, que resultou em produtos culturais populares sem igual
no mundo.
Há também em nossa terra e na formação de nosso povo o sincretismo religioso
devido à mistura de crenças, o que resultou, por exemplo, no surgimento de uma
religião genuinamente brasileira: a umbanda, que mistura elementos do candomblé e
do kardecismo.

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3.2 Preconceito cultural no Brasil

Desde o início da colonização, um elitismo cultural reina no Brasil, pois os


portugueses viam a si mesmos como superiores e os povos nativos como inferiores.
O trecho transcrito a seguir atesta essa visão etnocêntrica:

“A língua deste gentio toda pela costa é uma, carece de três letras, não se
acha nela f, nem l, nem r, coisa digna de espanto, porque assim não têm fé,
nem lei, nem rei, e desta maneira vivem sem justiça e desordenadamente. ”
(Apud PORFÍRIO F. 2019)

Mais tarde, quando os africanos começaram a ser escravizados por povos


europeus, a escravidão assentava-se, igualmente, em um etnocentrismo racista e em
um elitismo cultural: os europeus, brancos, julgavam-se superiores aos africanos por
seus fenótipos e por suas características culturais que, no julgamento dos próprios
europeus, eram superiores.
Os europeus tinham um sistema político governamental e com formação
estatal, dominavam a pólvora e a escrita, além de terem moeda e iniciarem o
capitalismo mercantilista. Os povos do Sul desenvolveram-se de maneira diferente.
Com exceção de alguns povos mesoamericanos, nativos da África e da América
viviam em contato com a natureza e não estabeleciam relações comerciais nem
centralização de poder.
O modo de vida dos nativos africanos e americanos era autossuficiente, e a
sua cultura tinha ganhado contornos diferentes da cultura europeia. A justificação do
domínio pela cultura é um forte elemento do preconceito cultural no Brasil.
Hoje, podemos falar da existência de um elitismo que culmina na discriminação
daquelas pessoas marginalizadas (que estão à margem da sociedade, devido à
exclusão social) e em um racismo estrutural. O racismo estrutural, muito forte no
Brasil, é um tipo de racismo velado e indireto. Ele pode ser manifestado por meio de
dados socioeconômicos.
Esse tipo de racismo arrasta-se sorrateiramente desde a abolição da
escravidão, que deu a liberdade por direito aos negros escravizados, mas não deu
suporte educacional, econômico e de assistência básica para que aquela população
pudesse organizar a sua vida. Teorias que apontam para uma democracia racial,
como a de Gilberto Freyre, somente reforçaram a ideia de que estava tudo bem,
quando não estava.
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Por não possuir um regime de apartheid, como houve nos Estados Unidos, o
brasileiro médio (em especial a população branca) cresceu acreditando que havia
oportunidades iguais para negros, brancos e indígenas, quando, na verdade, nunca
houve, e quem sofre com isso diariamente são os negros de classe baixa. Esses
aspectos atestam que existe uma direta relação entre desigualdade social e
diversidade cultural.

4 DIFERENÇA ENTRE DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE SOCIAL

Em termos de estrita interpretação, diversidade cultural e desigualdade social


são completamente diferentes. Desigualdade social faz referência à diferença entre
as classes sociais e aos rendimentos de cada classe. Diversidade cultural faz
referência à vasta quantidade de culturas diferentes existentes em um nosso território.
No Brasil, a associação entre os termos “desigualdade social” e “diversidade
cultural” é possível, pois apesar de nossa diversa formação cultural, a exclusão social
apresenta-se como um fator de exclusão que se manifesta, majoritariamente, por meio
da diferença entre as diversas culturas que formam a população brasileira.

5 DIVERSIDADE CULTURAL: O QUE É E DIVISÃO NO BRASIL!

O Brasil é um país que apresenta dimensões continentais e, por isso, possui


uma extensa diversidade cultural. Desde a colonização pelos portugueses e a
chegada dos escravos africanos, nossa terra sempre foi destino de muitos imigrantes.
Assim, as colônias japonesas, alemãs, italianas e povos de outras nacionalidades são
responsáveis diretos pela mistura presente na formação de nossa cultura.
Portanto, a diversidade cultural é um conceito bastante importante e que indica
a junção de determinado número de culturas vivendo em um mesmo espaço
geográfico. Todo esse conhecimento deve ser problematizado e analisado para que
seja possível a construção de um mundo mais igualitário e com respeito às diferenças.
Como o próprio nome indica, diversidade cultural é um conjunto de diferenças
vividas por um amplo número de pessoas, que podem estar em um mesmo país ou
em uma única cidade e, ainda assim, manter características, crenças religiosas e
costumes sociais completamente diferentes entre si.
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A diversidade está presente em toda e qualquer sociedade humana, uma vez
que é mundialmente reconhecida a capacidade do indivíduo de se inventar, reinventar
e de construir a própria identidade diariamente, em um processo que demanda
influências mútuas com outros membros da sociedade ou de grupos distintos, que
sejam adeptos a outras culturas.

Fonte: Fonte: artes2010blog.blogspot.com

Cultura é um conceito amplo e complexo, utilizado para resumir tudo o que


determinada sociedade ou povo produz. Desta forma, línguas, religiões, ritos diversos,
músicas, danças, comidas, costumes sociais, tradições — até mesmo em relação a
casamento, nascimento ou morte — fazem parte do que se convencionou chamar de
cultura.
É muito comum haver um mal-entendido quando se fala sobre este assunto.
Não é difícil encontrar grupos, geralmente mais elitizados, que acreditam deter o
monopólio da cultura, subestimando, assim, o estilo de vida ou costumes sociais de
minorias divergentes. No entanto, cultura é muito mais do que uma batalha de gostos
e preferências.

Cultura é toda a produção de uma sociedade, independentemente de uma


parte dela gostar ou não do que é produzido. Sendo assim, ela deixa de ser
uma escolha arbitrária de determinados grupos sociais e passa a ser um todo
maior e mais inclusivo. (Apud SILVA J. P. R. 2017)

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Portanto, a diversidade cultural é o todo que permite e incentiva as diferenças
dentro de uma mesma sociedade, que propõe um papel democratizante, de fato, para
que todos possam ter seus espaços de direito dentro de um grupo ou de um país.

A globalização e a cultura

A globalização é o fenômeno que faz com que pessoas de diferentes locais do


mundo possam se comunicar umas com as outras, como se estivessem em um
mesmo ambiente. É uma rede que diminui distâncias geográficas e permite, por
exemplo, que uma pessoa que mora no Japão converse com outra que mora no Brasil
sem que seja necessário um esforço maior que alguns cliques, aumentando, assim,
as trocas culturais.
Desta forma, uma das discussões sobre cultura, identidade e sociedade que
está em constante debate é a forma como a globalização interfere no conceito de
cultura e na identidade de cada pessoa. A identidade é tudo o que constitui o indivíduo,
o que ele é, sente, vê, deseja, enfim, tudo o que o indivíduo conhece.
A globalização, portanto, torna os gostos mais plurais, diversos e
descentralizados, superando as barreiras geográficas. Por exemplo, um brasileiro
pode se sentir mais à vontade com a cultura japonesa, preferindo animes a filmes
nacionais, ou pode preferir o estilo de roupas e cabelos dos habitantes de uma
pequena cidade na Suécia. A globalização permite ao indivíduo uma liberdade maior
de escolhas.
Com estas mudanças, o mundo torna-se um espaço ainda mais inclusivo, mais
diverso, com tolerância aos variados tipos de identidade e de cultura. A diversidade
cultural precisa, portanto, dar conta de todas as pessoas e não apenas de
determinados grupos.

6 DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL

O Brasil é um dos países com maior influência estrangeira, uma vez que, além
dos nativos que já viviam aqui, recebeu colonizadores europeus e ainda escravos e
imigrantes de diversos outros países. E, é claro, cada uma dessas pessoas possuíam

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seus próprios costumes e estilo de vida. Ou seja, o nosso país é um grande exemplo
de diversidade cultural.
Infelizmente, até hoje a diversidade cultural não implica em respeito ao próximo.
No entanto, reconhecer as diferenças é o primeiro passo para a diminuição de
problemas estruturais de intolerância, desrespeito e aversão ao que não é
semelhante.
No Brasil, cada região tem uma predominância cultural própria, o que acaba
por fazer com que determinadas as características sejam mais comuns em um espaço
geográfico, ainda que cada parte pertença a um grupo maior, que é o país.

Região Norte

Com uma região equivalente a quase 50% de todo o território nacional, o Norte
do Brasil abriga grandes tesouros — a Floresta Amazônica e o Rio Amazonas são os
principais. Enquanto uma é conhecida por ser a maior floresta tropical do planeta, o
outro recebe o título de rio mais extenso do mundo.
Diante de toda essa extensão territorial, já seria de se imaginar a cultura
riquíssima e a diversidade da região. Todos estes elementos contribuíram para fazer
do Norte uma mistura de povos, baseando-se principalmente pelos povos indígenas.
Dentre as principais características culturais, podemos destacar os festivais e a sua
culinária.
O Festival de Parintins, no estado do Amazonas e a Festa do Círio de Nazaré,
em Belém do Pará são conhecidos no mundo todo e estão sempre em evidência nesse
canto do país. Ainda, a culinária típica desta região se baseia em alimentos como a
mandioca, o tucupi, o jambu, a carne de sol, o pirarucu e diversos outros tipos de
pratos.

Região Nordeste
Essa região comporta cerca de 60% dos estados litorâneos do país e está
fortemente ligada a fatos históricos, afinal, foi nela que os primeiros colonizadores
portugueses desembarcaram em terras brasileiras. Por conta disso, os estados
nordestinos ainda conservam um estilo colonial e atraem milhões de turistas todos os
anos.

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A Literatura de Cordel é uma grande característica cultural compartilhada no
Nordeste, assim como a especialização do artesanato feito com rendas. Além disso,
alimentos como o acarajé, vatapá, caruru e broa de milho são bastantes típicos da
região. Ainda, essa região ainda conserva eventos culturais que remontam o Brasil
Colônia, como as religiões afro-brasileiras, a capoeira e as festas juninas.

Região Centro-Oeste

Formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito
Federal, a região centro-oeste é muito lembrada por suas manifestações culturais
representadas pelas festas, pela música e também pelo artesanato ligado a culturas
de alguns povos indígenas.
A Festa do Divino e a Festa de São Benedito são duas das mais famosas festas
dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, assim como a galinhada com
pequi, a sopa paraguaia, a guariroba e o arroz boliviano são algumas das comidas
representativas da região.

Região Sudeste

O sudeste brasileiro é conhecido por ser uma das regiões mais ricas e
densamente habitadas. Formada pelos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio
de Janeiro e São Paulo, o Sudeste é composto pela mistura de diversos grupos,
especialmente pelos povos europeus, africanos e indígenas.
Assim como nas demais áreas, o Sudeste é famoso por sua culinária, música,
dança, festivais religiosos e folclóricos — especialmente fora dos grandes centros
urbanos. Festividades de santos padroeiros e demais eventos de cunho religioso
estão sempre presentes na região. Ademais, gêneros musicais como o samba, a
bossa-nova e o funk estão inseridos no DNA do povo sudestino.
Região Sul

Por fim, a região sul do Brasil é marcada por eventos culturais fortemente
ligados aos imigrantes europeus que se instalaram neste canto do país. Formado
pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, essa região foi

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originalmente habitada por índios, e, posteriormente teve a chegada dos escravos
africanos com a vinda de colonizadores portugueses e espanhóis.
Os sulistas possuem uma manifestação cultural repleta de tradições vindas
junto com os alemães, italianos, japoneses e demais povos da Europa Central e
Oriental. O clima frio favoreceu o estabelecimento destes grupos no país e, por isso,
a região possui uma arquitetura muito semelhante aos países europeus. Além das
tradições de família, essa região do país produz eventos como a Oktoberfest e a Festa
da Uva.
A diversidade cultural é algo que faz parte da natureza humana, que celebra as
diferenças e faz com que o respeito e a curiosidade sejam desenvolvidos. Sendo
assim, o conceito deve ser sempre trabalhado a fim de que o mundo possa se tornar
um lugar mais igualitário e seguro para todas as manifestações de identidade.

7 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Durante as últimas décadas vem se discutindo a incorporação da cultura no


processo de ensino-aprendizagem, alguns educadores e movimentos sociais, lutam
para que suas culturas sejam legitimadas como essências e coparticipante no
processo de ensino, com relação à temática BOURDIEU afirma que "a cultura é o
conteúdo substancial da educação, sua fonte e sua justificação última [...] uma não
pode ser pensada sem a outra", embasados na ideia de que a cultura é um elemento
que nutre todo o processo educacional e que tem um papel de suma importância na
formação de um indivíduo crítico e socializado esses movimento reivindicam a
inclusão da cultura no currículo escolar.
O reconhecimento da multiculturalidade da sociedade leva a constatação da
diversidade de raízes culturais que fazem parte de um contexto educativo como uma
sala de aula. Nesse sentido, autores como Candau (2000; 2002), Forquin (1993), entre
outros autores, que enfatizam a relação existente entre escola e cultura, nos instiga a
buscar uma melhor compreensão acerca da importância da cultura no processo de
aprendizagem e nas práticas pedagógicas.
Deste modo uma educação multicultural tem despertado uma série de
discussões entre os mais conceituados autores e pesquisadores. Que buscam
questionar a incorporação de pressupostos curriculares cooperativos para que assim

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o ambiente escolar se torne favorável aos alunos de todos os grupos sociais, étnicos
e culturais.

Fonte: g1.globo.com

A escola é defendida como uma entidade socializadora que deve incorporar as


diversas culturas, afim de que haja um ambiente sociável onde todos possam
manifestar seus ideais sem medo de serem tachados como antiéticos e serem
discriminados pela cultura que estes manifestam ou pertencem.
Neste contexto, após uma análise da discussão, pôde-se constatar que existem
opiniões diversas a respeito da incorporação da cultura no processo de aprendizagem,
alguns educadores relutam em usar a cultura como conteúdos em suas aulas, surgem
então alguns questionamentos a serem respondidos entre os quais: a cultura é mesmo
importante no processo de aprendizagem? O que ela tem a oferecer neste processo
de conhecimento?
Os educadores consideram a cultura como aliada no processo de
aprendizagem? Este artigo tem como objetivo, verificar a importância que a cultura
tem no processo de ensino aprendizagem, averiguar os pontos positivos que a cultura
tem a oferecer a ao processo educacional, e conscientizar educadores e educandos
da importância da cultura no processo de aprendizagem.

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Num primeiro momento o artigo fundamenta-se em uma pesquisa bibliográfica
destinada a focalizar as considerações sobre a importância da cultura no processo de
ensino-aprendizagem que antecede a investigação de campo que está sendo
realizada em uma escola de ensino fundamental com professores das disciplinas
relacionadas ao tema que posteriormente fornecerá dados para formulação de uma
compreensão do problema proposto.

7.1 A relação cultura e educação

A cultura faz parte do nosso íntimo, somos criadores e propagadores da cultura,


de forma que a manifestamos de diversas maneiras. Mas o que é cultura e qual a sua
relação com a educação? Candau (2003) afirma que cultura é um fenômeno plural,
multiforme que não é estático, mas que está em constante transformação, envolvendo
um processo de criar e recriar. Ou seja, a cultura é por sua vez um componente ativo
na vida do ser humano e manifesta-se nos atos mais corriqueiros da conduta do
indivíduo e, não há indivíduo que não possua cultura, pelo contrário cada um é criador
e propagador de cultura.

Darcy Ribeiro (1972): afirma que: "[...] cultura é a herança social de uma
comunidade humana, representada pelo acervo coparticipado de modos
padronizados de adaptação à natureza para o provimento da subsistência,
de normas e instituições reguladoras das reações sociais e de corpos de
saber, de valores e de crenças com que explicam sua experiência, exprimem
sua criatividade artística e se motivam para ação". (Apud SILVA J. P. R. 2017)

Darcy Ribeiro converge na ideia de que embora a cultura seja um produto da


ação humana ela é regulada pelas instituições de modo que se lapida a ideia a ser
manifestada segundo os interesses ou valores de crenças de determinado grupo
social, a cultura para Darcy também é uma herança que se resume em um conjunto
de saberes que são perpassados através das gerações, saberes estes manifestados
e experimentados pelo ancestrais.
Quando se trata de cultura e educação, podemos dizer que são estes
fenômenos intrinsecamente ligados, a cultura e a educação, juntas tornam-se
elementos socializadores, capazes de modificar a forma de pensar dos educandos e
dos educadores; quando adotamos a cultura como uma aliada no processo de ensino-
aprendizagem estamos permitindo que cada indivíduo que frequenta o ambiente
escolar se sinta participante do processo educacional, pois ele nota que seu modo de
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ser e vestir não é mais visto como "antiético" ou "imoral", mas sim uma forma de este
se socializar com os demais colegas, alguns autores defendem a ideia de a educação
não pode sobreviver sem a cultura e nem a cultura sem a educação. Candau (2003,
pag.160) afirma que: "A escola é, sem dúvida, uma instituição cultural.
Portanto, as relações entre escola e cultura não podem ser concebidas como
entre dois polos independentes, mas sim como universos entrelaçados, como uma
teia tecida no cotidiano e com fios e nós profundamente articulados."
Para Vera Candau as escolas além de ser uma instituição educacional, ela
também é uma instituição cultural, onde dentro delas estão inseridos diversos grupos
sociais que não devem ser ignorados pelos educadores muito menos pela escola, mas
sim valorizados, através de discussões e feiras, para que as culturas não tradicionais
possam ser conhecidas e reconhecidos quanto a suas ideologias e formas de ser.
Trindade (2003) apud Ferreira (2005 pag.1) converge nesta posição: "[...] A
questão que se coloca é a importância de se entender a relação cultura e educação.
De um lado está a educação e do outro a ideia de cultura como lugar, a fonte
de que se nutre o processo educacional para formar pessoas, para formar
consciência". Para Trindade a cultura tem um importante papel no processo de
aprendizagem, pois é ela é que nutre todo processo educacional, na missão de forma
indivíduo crítico e conhecedor de sua origem cultural, daí a necessidade de se discutir
as culturas diversas na sala de aula.
Embora a escola seja palco dessas multiculturalidade ela vem encontrando
várias dificuldades em interagir suas práticas educativas mais comuns com a
diversidade cultural vivenciada pelos alunos, isso por que os conteúdos selecionados
e trabalhados pela escola não tem nenhuma relação com o universo cultural ou com
essa multiculturalidade vivenciada pelos educandos, a cultura que os alunos
conhecem são apenas os folclores ou seja a cultura chamada tradicional, não se
discute a cultura existe na sala de aula, apenas dá-se ênfase as culturas distantes da
realidade do aluno.
Diante dessa problemática Candau e Anhorn (2000, p.2) afirmam que "hoje se
faz cada vez mais urgente a incorporação da dimensão cultural na prática
pedagógica". Candau defende uma abordagem pedagógica pautada numa
perspectiva de educação multicultural, ou seja, dever-se-ia incluir essa discussão no
currículo escolar e por certo nos projetos da escola.

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A escola deveria seguir o papel de intermediador entre as diferentes culturas
jovens, permitindo o debate entre elas e por certo a valorização delas através dos
eventos escolares ou outros meios pedagógicos.
Candau e Anhorn (2000) afirmam que: "[...] um currículo multicultural coloca
aos professores o desafio de encontrar estratégias e recursos didáticos para que os
conteúdos advindos de variadas culturas sejam utilizados como veículo para:
introduzir ou exemplificar conceitos relativos a uma ou outra disciplina; ajudar os
alunos a compreender e investigar como os referenciais teóricos de sua disciplina
implicam na construção de determinados conhecimentos; facilitar o aproveitamento
dos alunos pertencentes a diferentes grupos sociais; estimular a autoestima de grupos
sociais minoritários ou excluídos; educar para o respeito ao plural, ao diferente, para
o exercício da democracia, enfatizando ações e discursos que problematizem e
enfraqueçam manifestações racistas, discriminatórias, opressoras e autoritárias,
existentes em nossa nossas práticas sociais cotidianas".
A partir disso, pode-se concluir que a inclusão de currículo multicultural no
ambiente escolar, não só possibilita o conhecimento de outras culturas, mas também
auxilia no processo de ensino-aprendizagem na medida em que os professores
utilizem da cultura dos alunos em suas aulas e em projetos da escola, quando há essa
interação e interesse do professor em conhecer e por certo valorizar as demais
culturas ocorre o processo de socialização, onde cada cultura passa a ser entendida
e vista não mas com um olhar pejorativo, proporcionando a partir daí um ambiente
escolar, mas agradável e por certo uma nova perspectiva na forma de aprender.
Embora seja defendida essa aliança entre educação e cultura não se deve
esquecer o professor neste processo, deve ser analisado se este está preparado para
lidar com essa multicultulidade do ambiente escolar com relação ao fato Candau
(2003, pag. 157) afirma "Será necessário que o docente se disponha e se capacite a
reformular o currículo e a prática docente com base nas perspectivas, necessidades
e identidades de classes e grupos subalternizados".
É certo que a construção de um novo currículo com base essa
multiculturalidade não será tarefa fácil para o professor, pois isto requererá uma nova
postura, novos saberes, novos objetivos, novas estratégias e por certos novos
assuntos.

18
É possível sim a incorporação da cultura no processo de aprendizagem, mas
desde que haja meios, ideias e preparo do corpo docente para lidar com este novo
desafio.
A cultura sem dúvida deve estar presente no ambiente escolar, pois ela também
faz parte do processo de ensino aprendizagem, ela nutre, socializa e fornece ideias
para um aprendizado, mas eficiente, como afirma Vygotsky. "A cultura cria formas
especiais de comportamento, muda o funcionamento da mente, constrói andares
novos no sistema de desenvolvimento do comportamento humano...

8 CULTURA

Cultura é um termo complexo e de grande importância para as ciências


humanas em geral. Sua etimologia vem do latim culturae, que significa “ato de plantar
e cultivar”. Aos poucos, acabou adquirindo também o sentido de cultivo de
conhecimentos. A noção moderna de cultura foi sintetizada pela primeira vez pelo
inglês Edward Tylor, conceituando-a como um complexo que inclui conhecimentos,
crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos
adquiridos por uma pessoa como membro de uma sociedade.
Nesse sentido, podemos dizer que a cultura engloba os modos comuns e
aprendidos de viver, transmitidos pelos indivíduos e grupos em sociedade. Para além
de um conjunto de práticas artísticas, tradições ou crenças religiosas, devemos
compreender a cultura como uma dimensão da vida cotidiana de determinada
sociedade.
Uma característica da cultura é que ela é indissociável da realidade social. A
cultura está presente sempre que os seres humanos se organizam em sociedade. A
cultura é uma construção histórica e produto coletivo da vida humana. Isso quer dizer
que falar em cultura implica necessariamente se referir a um processo social concreto.
Costumes, tradições, manifestações culturais e folclóricas como festas, danças,
cantigas, lendas, etc. só fazem sentido enquanto parte de uma cultura específica; ou
seja, as manifestações culturais não podem ser compreendidas fora da realidade e
história da sociedade a qual pertencem.

19
Fonte: wilsonquinteiro.blogspot.com

Outra característica da cultura é o seu aspecto dinâmico. Por isso é mais


pertinente pensá-la como um processo e não como algo estagnado no tempo. Isso
fica claro no mundo globalizado, marcado por rápidas transformações tecnológicas,
pelo constante contato entre as culturas e disseminação de padrões culturais pelos
meios de comunicação de massa. Porém, mesmo quando se fala de sociedades
tradicionais, não quer dizer que elas não se modifiquem. Todo aspecto de
determinada cultura tem a sua própria dinâmica, pois não existe nenhuma sociedade
humana que esteja isenta de transformações com o tempo e contato com outras
culturas.
A cultura de determinada sociedade é passada de uma geração a outra através
da educação, manifestações artísticas e outras formas de transmissão de
conhecimento. O comportamento dos indivíduos vai depender desse aprendizado
cultural. Portanto, um menino e uma menina agem diferentemente não por causa de
20
seus hormônios, mas devido à educação diferenciada que recebem. É por isso
também que maneiras de falar, se vestir, se alimentar, se comportar, etc. de um povo
específico pode ser tão estranho aos olhos de outros povos. O que é repugnante para
indivíduos de uma sociedade, pode ser desejável em outra. Mais ainda: em uma
mesma sociedade, o que era impensável no século passado pode se tornar comum
hoje em dia e vice-versa.

As sociedades humanas historicamente desenvolveram formas diferentes de


se organizar, de relacionar internamente, com outros grupos sociais e com o
meio ambiente. Sociedades distintas vão necessariamente originar culturas
diferentes, ou seja, diferentes formas de ver o mundo e orientar a atividade
social. (Apud GUERRA L. A. 2014)

É por isso que existem tantas diferenças culturais, mesmo sendo todos
pertencentes à mesma espécie humana. As diferenças culturais não podem ser
explicadas em termos de diferenças geográficas ou biológicas. No passado,
explicações baseadas no determinismo geográfico ou genético contribuíram para
reforçar o racismo e preconceitos, além de terem servido como justificativa para a
dominação de uns povos sobre outros.
No século XIX, alguns autores estabeleciam hierarquias entre todas as culturas
humanas, defendendo uma escala evolutiva de linha única entre elas. Nessa
concepção, todas as culturas teriam que passar pelas mesmas etapas, desde um
estágio primitivo até as civilizações mais evoluídas que seriam as nações da Europa
ocidental. Essa visão etnocêntrica servia aos interesses dos países europeus em
legitimar seu expansionismo e colonização a partir de uma suposta superioridade
cultural.
Tais concepções evolucionistas foram atacadas com o argumento de que a
classificação das sociedades em escalas hierarquizadas era impossível, já que cada
cultura tem a sua própria verdade. Concluiu-se então que não existe relação
necessária entre características físicas de grupos humanos e suas formas culturais. A
diversidade das culturas existentes corresponde à variedade da história humana.
Cada realidade cultural tem sua lógica interna, que faz sentido para os indivíduos que
nela vivem, pois é resultado de sua história e se relaciona com as condições materiais
de sua existência. A partir da compreensão da variedade de procedimentos culturais
dentro dos contextos em que são produzidos, o estudo das culturas contribui para
erradicar preconceitos e fomentar o respeito à diversidade cultural.

21
As diferenças culturais não existem apenas entre as sociedades, mas também
dentro de uma mesma sociedade. Basta pensarmos na sociedade brasileira, nos
diferentes sotaques, classes sociais, etnias, gênero, religiões, gerações,
escolarização, origens, etc. É importante levar em conta a diversidade cultural interna
à nossa própria sociedade, para compreendermos melhor o país em que vivemos.
No atual mundo globalizado, o estudo da cultura assume características
peculiares, devido ao desenvolvimento da indústria cultural e de novas tecnologias de
informação e conhecimento. Por um lado, vivemos um aumento enorme do
intercâmbio de conhecimento e de informação entre diferentes sociedades em todo o
planeta; por outro, este é um processo desigual que pode modificar maneiras
tradicionais de viver, produzir e se identificar culturalmente.

9 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA PARA A SOCIEDADE

A cultura possui objetos ou símbolos que fazem parte do seu contexto, em


ideias que regula o comportamento, em formas de religiosidade entre outras. Os
aspectos constroem a realidade social que dividi por aqueles que integram os dando
forma a relação e que estabelece valores e normas.
Algumas normas que são dadas como valores, possuem grandes variações
sobre as diferentes culturas que podem ser observadas. Em alguns tipos de culturas,
como no Japão, o valor da educação é tão importante, que falhar em um exame
escolar, é ser visto como tremenda vergonha para a família do estudante
(RODRIGUES, 2015). Assim, a cultura sofre constantes mudanças de acordo com os
integrantes vividos nos acontecimentos. De modo que, os valores que possuíam
força no passado se enfraquecem no novo contexto vivido pelas novas gerações,
a depender das novas necessidades que surgem no mundo social.
De acordo com Oliveira (2003) existem alguns tipos de culturas, sendo a
primeira cultura de massa, a segunda é a cultura erudita e a terceira e última é a
cultura popular. Em se tratando de cultura, é preciso considerar o termo indústria
cultural. Esse é o termo usado para designar um determinado tipo de cultura, a partir
da lógica da produção industrial. Com isso passou a produzir arte com a finalidade de
obter lucros. As culturas tradicionais também são muito importantes para expor os
costumes às crenças e apresentar para os turistas o tipo de tradição que determinada

22
comunidade tem; é uma forma de se apresentar e mostrar sua história de forma que
impressione; o que não pode, é que determinada comunidade se deixe, ser
influenciada em outras formas de aprendizagem e acabe esquecendo suas origens e
costumes tradicionais.
A cultura diverge de conceito a partir do público que a caracteriza. Porém,
entende-se que cultura é algo criado, mas que deve nascer de forma natural ou
planejada, junto da sociedade. A identidade regional representada através
de manifestações culturais é também uma forma de valorização cultural de um povo.
Quanto mais carente culturalmente, as pessoas tende a se deixar influenciar
pelas culturas de dominação e alienação. Concluímos assim, que a cultura tradicional
é muito importante para expor os costumes, as crenças, e apresentar para os turistas
o tipo de tradição que aquela comunidade tem de se apresentar e mostra sua história
de forma que impressione o espectador, o que não pode é que uma determinada
comunidade deixa ser influenciada em outras formas de aprendizagem e acaba
esquecendo suas origens e costumes tradicionais. Entender o conceito de cultura
relacionado à faixa etária de idade e as condições econômicas sociais é importante
para compreender com mais detalhes o que é cultura e a sua importância.

10 INDIVÍDUO, CULTURA E SOCIEDADE

Já está comprovado por estudos científicos, que existe uma organização social
entre os animais, não apenas entre os mamíferos superiores, mas também entre os
insetos como: formigas, cupins, abelhas, etc. Entre esses insetos existe algo que
podemos chamar de “hierarquia social” ou “poder político”, “divisão de trabalho” etc.
A questão é; Qual a diferença entre a “sociedade” desses animais e a sociedade do
homem?
Quando comparamos as “sociedades” animais constatamos em seu
comportamento certa padronização parecida com algumas padronizações entre os
seres humanos, ou seja, ambos apresentam formas regulares de ação diante de
determinadas situações.
Se observarmos os insetos como abelhas e formigas constatarão que ambos
apresentam comportamentos constantes, enquanto, obviamente os padrões de

23
comportamentos humanos assim como suas formas de organização social, são
extremamente mutáveis tanto no tempo como no espaço.
As pessoas apresentam comportamentos diferentes de acordo com o lugar
onde vivem (país estado, região) e também não se comportam mais hoje como se
comportavam a cinco ou dez anos atrás.
A diferença é que as formas de comportamento dos animais irracionais e
insetos são transmitidas geneticamente, ou seja, decorrem da natureza, enquanto os
padrões de comportamento do homem são artificiais, criados pelo próprio homem.
Como já foi provado que as abelhas se comunicam através de uma espécie de
“dança” durante o voo, esse comportamento, assim como outros não foram inventados
por elas, mas fazem parte de seu organismo, pois resultam de impulsos inatos, já
nascem com elas assim como todas as outras espécies animais. Isto não significa que
os animais não humanos sejam incapazes de aprender, mas, significa que eles
apresentam um comportamento fortemente padronizado pela herança biológica
enquanto o comportamento humano é acima de tudo padronizado pela aprendizagem
através da comunicação simbólica.
Apesar de a espécie humana ser dotada de certas características orgânicas
que só ela possui, estas não são suficientes para o desenvolvimento da sua
personalidade e do comportamento na sua forma social. Essas características servem
para dar ao indivíduo condições necessárias ao desenvolvimento próprio do homem
se associar a outros e viver em grupo, mas não basta para que o homem desenvolva
sua sociedade; quer dizer sem elas o homem não se torna social, mas elas não são
suficientes porque a forma típica de sociabilidade do homem não é uma consequência
direta das peculiaridades do seu organismo como os animais não humanos.
Isso significa que é necessário um organismo normal como condição do
desenvolvimento da sociabilidade do homem e que sem essa condição, a
aprendizagem através da comunicação simbólica se processará de modo deficiente,
ou seja, as deficiências orgânicas congênitas, dependendo do seu tipo me grau,
impede o desenvolvimento da capacidade humana de conviver em sociedade.
Apesar de possuir características orgânicas normais, isso ainda não é o
suficiente para tornar o homem social, pois ele não nasce social, ele adquire
comportamentos tipicamente humanos através da socialização.

24
Na sociologia, socialização não significa como s usa em outros contextos,
distribuição igualitária de bens e serviços; mas significam transmissão e assimilação
de padrões de comportamento, normas, valores e crenças, assim como o
desenvolvimento de atitudes e sentimentos coletivos pela comunicação simbólica.
Assim sendo, socialização é o mesmo que aprendizagem no sentido mais amplo
dessa expressão.

Fonte: www.slideshare.net

A comunicação entre os animais acontece através da linguagem emocional,


por isso, são tão limitadas as possibilidades de comunicação entre os animais não
humanos. Já comunicação humana se processa através de símbolos, ou seja,
segundo Leslie White, símbolo é alguma coisa cujo valor é atribuído pelas pessoas
que o usam.
Esse antropólogo explica que assim qualquer forma física como objeto material,
cor, som cheiro o movimento de um objeto, um gosto está presente em todos os
momentos de nossa vida, pois ele não se limita à palavra quer um símbolo por
excelência; mas não é a sua única expressão.
O símbolo verbal permite ao homem conduzir suas ações conforme as
situações, objetos e pessoas fisicamente distantes, de acordo com os acontecimentos
passados ou futuros permite a transmissão de conhecimentos, técnicas e ideias em

25
geral; permite enfim elaborar um universo de ideias tão real quanto o ambiente e as
pessoas. Por isso é tão rica a possibilidade de comunicação entre os homens.
Apesar de a socialização ser mais intima durante a infância e a adolescência,
ela é um processo permanente porque os indivíduos precisam adaptar a novas
situações sociais e essas adaptações acontecem através da aprendizagem de novos
modos de agir e mesmo de pensar; afinal todas as sociedades estão sempre se
transformando, mudando os padrões de organização.
Sejam transformações mais lentas como as sociedades indígenas, ou, mais
rápidas como as sociedades tipo urbano/industrial, qualquer que seja o tipo de
sociedade, está sempre em mudança e isso requer do indivíduo, a assimilação de
novos padrões de comportamento desenvolvidos na sociedade, para que ele possa
se adaptar às transformações do seu ambiente social.
A socialização, seja primaria ou secundária que dá ao indivíduo padrões de
comportamento básicos para uma vida normal na sua sociedade ou padrões de
comportamento especiais para posições e situações sociais, é ela um processo que
não apenas integra o indivíduo na sociedade como também para os sistemas sociais.
Segundo Kingsley Davis, esses padrões de comportamento animal são
denominados sociedades de sistemas biossociais; as formas de organização das
relações sociais entre os homens, por serem baseadas em padrões artificiais, são
classificadas como sistema cultural.
No sentido sociológico, cultura não é o mesmo significado da linguagem do
senso comum. Essa apresenta vários significados como por ex: diz que “Fulano tem
cultura” ou então como tipo de realização humana pela arte, a ciência, a filosofia; na
linguagem cotidiana, essa palavra tem muitos sentidos.
Já na sociologia, ela não se limita a essas acepções, mas é tudo o que resulta
da criação humana; e tanto compreende ideias como artefatos.
Segundo Edward B. Taylor, cultura é “um todo complexo que abarca
conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e outras capacidades adquiridas
pelo homem como integrante da sociedade em que vive”.
Todos os homens possuem cultura pelo fato de estar vivendo em sociedade;
participando de alguma cultura. Numa sociedade complexa, mais viável são as
subculturas não regionais, como as subculturas etárias, profissionais, religiosas, etc.

26
Os indivíduos que participam de formas semelhantes de perceber e enfrentar
situações sociais em virtude de alguma profissão, não é confinado a um mesmo
espaço geográfico. Pertencer a uma determinada classe social, não significa ter uma
determinada renda familiar, exercer algum tipo de profissão e ter certo grau de
escolaridade, mas significa também participar de certas crenças, possuírem valores
morais e mesmo estéticos ter determinadas aspirações, perceber a existência (de
certo modo), pois as classes sociais tendem a possuir modos próprios de vida, ou
seja, subculturas correspondentes.
Ao conjunto dos valores, das crenças, das atitudes, dos sentimentos, dos
motivos, das normas e dos padrões de comportamentos partilhados por todos os
adultos socializados podemos chamar de núcleo de integração cultural ou, cultura
dominante.

11 CULTURA E SOCIEDADE DE MASSA

Uma sociedade complexa do tipo urbano industrial, atualmente é a chamada


cultura de massa.
Segundo a definição de JU. W. Bennet e Melvin Tumim, a cultura de massa é
aquela arte da cultura total de uma sociedade composta de padrões de
comportamento e de pensamento “comum `as subculturas de uma sociedade
heterogênea” (natureza diferente) sendo a sua divulgação resultante da ação da
indústria cultural, notadamente dos meios de comunicação de massa.
Os padrões de cultura de massa são partilhados por todos ou pela maioria dos
indivíduos, independentemente do nível de renda, grau de instrução, do tipo de
ocupação ou localização especial. Sendo comum à maioria dos indivíduos em uma
sociedade diversificada os padrões da cultura de massa, não se confundem com os
padrões universais da cultura ou cultura dominante, pelo fato desses derivarem da
tradição; enquanto a cultura de massa é um produto da indústria cultural.
Portanto, essa não possui o mesmo grau de estabilidade da cultura dominante
que diz respeito principalmente ao idioma dos valores morais e ao sentimento coletivo
de participação de uma tradição histórica, pois, a cultura de massa se refere os
aspectos superficiais de lazer, de gosto artístico e do vestuário.

27
A indústria cultural está frequentemente “fabricando” modas no campo da
música através de novos ritmos, mas não altera os padrões resultantes entre nós da
fusão de padrões europeus com padrões de origem africana. Da mesma forma
acontece com o vestuário, que vem mudando constantemente, mas sem alterar os
padrões distintivos de vestuário de homem e de mulher.
Desse modo a cultura de massa coexiste com a cultura dominante nas
sociedades heterogenias sem que a primeira substitua a segunda e dessa forma as
duas existem como domínios diversos de experiência cultural.
É impossível negar a importância da cultura de massa nas sociedades urbano-
industriais atuais como fenômeno procedente somente pela invenção dos meios de
comunicação de massa, mas sim porque a cultura de massa passa a ter um lugar
importante na experiência cotidiana da maioria dos indivíduos.
Outra parte da cultura que merece atenção nas sociedades é chamada cultura
popular. Assim como a cultura de massa, esta não se resume a uma única subcultura,
mas, pelo contrário não perpassa todas as subculturas.
Enquanto a cultura de massa resulta da indústria cultural, a cultura popular está
ligada às subculturas nas quais os padrões tradicionais são mais fortes.
No Brasil, a cultura popular existe em várias regiões de todo território nacional,
portanto, há desse modo uma cultura popular gaúcha, como há uma cultura popular
típica da região Norte, bem como uma cultura popular típica nordestina.
A cultura popular não se associa apenas a manifestações lúdicas, ou a arte em
geral, mas é uma realidade bem mais vasta do que estes campos da vida social
incluindo as práticas médicas, assim como a linguagem, os meios de conviver, de ver,
e de sentir o mundo. Um equívoco constante em identificar a cultura popular com as
criações anônimas do povo, pó ex: lendas, cantigas de roda e de ninar, etc.
A cultura popular tanto compreende as invenções anônimas do povo como
inclui muitas criações principalmente no campo da arte de autores conhecidos como
um autor desconhecido. Como todo fenômeno social, a cultura popular é uma
realidade viva, dinâmica em contínua transformação.
A cultura popular é feita e refeita a todo o momento graças à criatividade do
povo.
Embora as expressões da cultura popular sejam mais visíveis nas comunidades
rurais mais isoladas, ela está presente também no ambiente urbano, nas grandes

28
metrópoles brasileiras, nas quais são muito fortes ainda as marcas da tradição rural,
apesar da influência da cultura da massa.

12 ESCOLA, SOCIEDADE E CULTURA

A educação foi instituída socialmente no intento de formar indivíduos


preparados para o convívio social. Disso se infere a estreita relação que há entre
educação e sociedade que permanecem em um constante processo de interatividade
e troca. O ser humano possui uma natureza social e, embora se possam identificar
diferentes correntes ou tendências epistêmicas, é de entendimento geral que a
sociabilidade humana constitui um paradigma fundamental. As observações clássicas
acerca dessa sociabilidade e a centralidade a ela conferida, nos estudos das
diferentes ciências humanas, provam que a identidade humana somente é
reconhecida e estabelecida ante um grupo.
Em outras palavras, o ser humano só se faz como tal diante de outro, com o
qual estabelece mecanismos diversos de interação constante. É essa interação, na
origem entre indivíduos, no final entre grupos e sociedades inteiras, que define outra
das características humanas fundamentais, qual seja, a da vida social. A educação
exerce profunda influência na forma como se constrói a sociabilização do homem.

A necessidade da vida social, isto é, da organização social do homem, tem


por base a capacidade humana de conhecer, de construir a compreensão
sobre os meios e os processos fundamentais para a organização e a
facilitação do ato de viver, afirma Ferreira (2001). Desde os primórdios das
cavernas, o homem percebeu que ao agir sozinho perante as forças da
natureza, não conseguiria ir muito longe. (Apud SANTOS A. M. 2013)

Assim, surgiram os bandos e os clãs, a partir da percepção natural da


necessidade do uso da força coletiva, única maneira que pudesse assegurar a
proteção de cada um dos reptos imposto pelo meio ambiente. Na medida em que os
desafios eram superados, reforçava-se a necessidade de organizar-se socialmente,
convivendo em grupo e desenvolvendo os processos organizadores que agregavam
os grupos em torno das facilidades conquistadas para o viver cotidiano. A capacidade
de conhecer desenvolveu a vida social, e essa vida grupal, por sua vez, ampliou o
próprio conhecimento humano, evidenciando a constante interatividade entre
desenvolvimento do conhecimento e sociedade. Esse processo civilizador estendeu-

29
se por todos os milênios, chegando à sociedade atual, com uma organização social
extremamente complexa, formada de diferentes formações sociais.
As pessoas possuem características em comunhão, ou seja, necessidades de
que precisam ser satisfeitas constituem-se em “condicio sine quan non” de
sobrevivência e de ajustamento à condição de ser social. Como aponta Pessoa
(2001), entre as inúmeras necessidades sociais, algumas são consideradas
universais, sendo compartilhadas pelas pessoas de todas as sociedades. Essas
necessidades, como por exemplo, a de alimentação, precisam ser satisfeitas para que
as pessoas tenham uma existência normal no seu ambiente social. No intento de
satisfazer qualquer uma das necessidades universais, os indivíduos seguem certos
comportamentos padronizados e compartilhados pelos membros da sociedade.
A guisa de resultado da organização social, emerge a caracterização da
sociedade humana por meio da cultura. À luz do magistério da lavra de Ferreira
(2001), todo o processo civilizatório somente poderia ocorrer em pugilo, em sociedade
e seu produto recebe a denominação de cultura. Ao conhecer, registrar, compartilhar
o produto de sua atividade pensante, o homem cria a cultura. Para o autor citado,
existe um longo fio processual que foi tecido pela capacidade cognitiva humana ao
longo da História, a unir, em uma totalidade cheia de sentido, as naves espaciais
controladas por redes computacionais à primeira roda que girou sob as mãos de um
homem das cavernas.
O homem é, acima de tudo, um ser social que no exercício dessa sua
característica, desenvolve sua cultura, os padrões e as formações sociais. Assim, a
cultura está situada entre os elementos que o ser humano adquire na vida social, visto
que não a recebe por meio da herança genética. A cultura é conceituada por Pessoa
(2001), como o complexo que inclui os padrões de comportamento, as ideias e os
objetos, tendo objetividade, ou seja, não existe em si mesma e não é um mero produto
da imaginação humana. Ao transmitir o conhecimento do acervo cultural, a geração
mais velha acaba por exercer um certo poder coercitivo, uma vez que existe uma
pressão social sobre a geração mais jovem para que adquira a cultura.
Nas sociedades, o processo de interiorizar a cultura alcança alguns objetivos.
Em primeiro lugar, mantém a unidade social, condição necessária para a sua
sobrevivência, pois essa unidade se deve em grande parte à cultura comum peculiar
a cada sociedade. Em segundo lugar, por meio da transmissão da experiência social

30
se garante à sociedade a sua continuidade social, ou seja, a sua unidade social na
perspectiva do tempo. Cada geração atua como elemento de ligação entre a geração
anterior e a futura geração. Em terceiro lugar, ao se transmitir a cultura, contribui-se
para a evolução social à medida que se adapta a pessoa social às mudanças
socioculturais, tornando-a aberta a essas transformações.

Fonte: artes2010blog.blogspot.com

Nesse sentido, Swift (1977) afirma que a cultura não é somente alguma coisa
que o homem faz, mas também, algo que o faz. A cultura estabelece essencialmente
modelos de conduta, ou seja, padrões de comportamento assimilados pelas
formações sociais. Uma formação social compreende um conjunto de padrões de
comportamento compartilhados pela sociedade e orientados para a satisfação das
necessidades do grupo. Dessa forma, é possível inferir-se, em consonância com o
magistério da lavra de Pessoa (2001), que as informações sociais principais se
referem aos padrões de comportamento, orientando as pessoas na satisfação das
suas necessidades sociais básicas. As principais formações sociais são:
(a) familiar, a educativa;
(b) econômica;
(c) política;
(d) religiosa; e

31
(e) a recreativa.
Dentro do âmbito social, essas instituições citadas, entre outras secundárias,
não podem ser entendidas como atuando de modo isolado, mas, ao contrário, elas
são interinfluentes. A instituição não se reduz aos indivíduos: ultrapassa a simples
reunião de pessoas, possibilitando uma interação. Por conseguinte, tendo em vista a
formação escolar, é possível observar que a mesma exerce influência sobre as
demais e, ao mesmo tempo, recebe delas muita influência. Para Pessoa (2001), a
escola representa uma instituição social de importância fundamental na convivência
do homem em sociedade, por conta da sua crescente influência na socialização das
novas gerações. O processo de integração entre as diversas instituições dentro de um
determinado sistema social é denominado de rede institucional da sociedade.
Outro aspecto que pode ser ressaltado, em relação às instituições sociais,
refere-se ao fato de que essas instituições não possuem o mesmo ritmo de mudança
social. A título de exemplo, pode-se tomar as instituições religiosas, as quais se
modificam através de um processo muito lento, já as formações econômicas, em
virtude das inovações tecnológicas, possuem um ritmo da modificação social muito
rápido. Isso acaba por provocar uma defasagem sociocultural que equivale à diferença
do avanço nesse nível entre duas formações.
A condição humana é caracterizada pela capacidade de conhecer, de construir
a compreensão sobre os meios e os processos essenciais para a organização e a
facilitação do ato de viver. O conhecimento constitui um produto da atividade
consciente do pensamento que determina a natureza social do ser humano e o
condiciona a sua história e a sua cultura. É uma necessidade humana das mais
importantes, compreender a forma como se dá o conhecimento, pois, é através dessa
compreensão que a sociedade humana tem a possibilidade de avançar em seu
processo de civilização. Para que essa compreensão seja viável, de acordo com
Ferreira (2001), faz-se necessário o questionamento permanente acerca da natureza
das forças cognitivas humanas, sobre o próprio conhecimento e o processo através
do qual o ser humano constrói o pensar. À medida que desvenda o processo mediante
o qual obtém o conhecimento do mundo, o homem percebe a si mesmo como ente
integrado na realidade.

32
13 EDUCAÇÃO - PROCESSO SOCIAL

A educação, em derradeira instância, compreende uma ação exercida, ou seja,


uma atividade desenvolvida no meio social, através da qual a geração adulta pretende
transmitir o seu patrimônio cultural, a sua herança social às gerações mais jovens. Ela
se deve ao fato de que em cada organismo são considerados dois seres: um individual
e outro social. O ser individual é aquele dado por meio da herança biológica fornecida
pelos próprios pais, por meio do processo de hereditariedade. O ser social, por sua
vez, é formado de um sistema de ideias, sentimentos, hábitos dos grupos sociais de
que cada organismo faz parte e ao qual se integra, especialmente, através do
processo educacional. Os seres humanos não nascem sociabilizados, mas ao longo
de suas vidas, principalmente, por meio do processo de educação, vai aprendendo a
interagir socialmente (OLIVEIRA, 1990).
À medida que o tempo passa, em decorrência do progresso tecnológico, muitos
traços culturais são acrescidos à cultura e alguns podem cair em desuso, por se
tornarem ultrapassados. A cultura de um povo não permanece sempre igual. Ela é
modificada com o tempo, através das transformações que as novas gerações vão
efetuando. A educação exerce função socializadora, ao formar em cada um, um ser
social. Exerce, também, a função de controle social ao ajustar os educandos aos
padrões culturais vigentes, aos modelos de comportamento social, tornando-os
capazes de se integrar na sociedade de uma forma adequada ao desenvolvimento da
cultura, podendo ser conservadora ou inovadora.
A educação é, assim, ainda uma técnica social, podendo ser utilizada como
fator conservador, mantendo, pois, a ordem social, como fator construtivo de
transformação consciente e intencional da ordem social vigente, ou seja, como fator
de mudança social. Em outras palavras, a educação é utilizada como técnica social,
isto é, como método de influenciar o comportamento humano, de forma que esse se
enquadre nos padrões vigentes de interação e organização sociais.
Em suma, a educação exerce um papel mediador que tem reflexos profundos
no meio social, é importante ater-se à forma como se desenvolve a educação e quais
os conteúdos nela são repassados. Por ser um processo social, o que deve determinar
a organização da educação e a construção do seu currículo é o objetivo de
interferência na prática, com a finalidade de atuar na sua transformação, o que

33
significa dizer que, de modo geral, todos os conteúdos devem estar voltados para a
apropriação crítica da realidade, possibilitando a superação da dicotomia entre sala
de aula e mundo social.
Em última análise, a educação é um processo social que tem a finalidade de
suscitar e desenvolver as potencialidades do indivíduo. A educação não se limita a
desenvolver a natureza biológica e psíquica, o “eu” individual do homem, afirma
Oliveira (1990). A educação cria um ser novo – o ser social -, permitindo-lhe o
desenvolvimento das qualidades físicas, intelectuais e morais, formando um ser
humano completo, apto ao convívio social.

14 CONCEITO DE “CULTURA” EM FOCO

A cultura, para os pesquisadores em geral, constitui-se no conceito básico e


central de sua ciência. O termo cultura não se restringe à área da Antropologia,
porquanto várias outras áreas epistêmicas valem-se dele, em que pesem as nuanças.
Muitas vezes, a palavra cultura é empregada para indicar o desenvolvimento do
indivíduo por meio da educação, da instrução. Nesse caso, uma pessoa culta seria
aquela que adquiriu domínio no campo intelectual ou artístico.
Contudo, os pesquisadores não empregam os termos culto ou inculto, de uso
popular, e nem fazem juízo de valor sobre esta ou aquela cultura, porquanto não
consideram uma superior à outra.
Elas apenas são diferentes em nível de tecnologia ou integração de seus
elementos. A cultura tem definição ampla. Engloba as maneiras comuns e aprendidas
da vida, transmitidos pelos indivíduos e grupos, em sociedade (MARCONI;
PRESOTTO, 1987). A cultura, portanto, pode ser analisada, entrementes, sob vários
enfoques: ideias; crenças; normas; atitudes; padrões de conduta; abstração do
comportamento; instituições; técnicas e artefatos. Por conseguinte, o humano se
constitui no ser cultural, ou seja, fazedor de cultura.
Pesquisa as culturas no tempo e no espaço, suas origens e desenvolvimento,
suas semelhanças e disparidades. Tem enfoque de interesse voltado para o
conhecimento do comportamento cultural humano, obtido por aprendizado,
considerando-o em todas as suas dimensões. O humano dimana do meio cultural em
que se socializou. Ele é um herdeiro de um extenso processo acumulativo, que reflete

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o conhecimento e a experiência adquiridos pelas abundantes gerações que o
antecederam. A manipulação apropriada e criativa desse patrimônio cultural admite
as inovações e as invenções.
A análise da cultura de uma formação social estabelece uma reconstituição
da realidade, que é organizada a partir da consciência que dela têm os
portadores da cultura. Sem se fixar, obviamente, aos aspectos conscientes
da conduta, é por meio deles, em sua relação com o comportamento
evidente, que a cultura pode ser reconstituída (DURHAM, 2004). Importa
reconhecer que o conceito foi construído em função de problemas específicos
da investigação antropológica, os quais dizem respeito ao estudo dos povos
chamados primitivos, isto é, sociedades relativamente indiferenciadas. (Apud
SANTOS A. M. 2013

Reina o consenso de que o homem se constitui como um ser social. Ao longo


do desenvolvimento das civilizações, o homem sempre procurou organizar-se cada
vez mais em sociedade, para garantir sua sobrevivência. Entretanto, o homem não
nasce um ser social pronto. Ao contrário, é através da transmissão de padrões de
comportamento, da assimilação da cultura, das características da organização
humana e da interação com a sociedade que o indivíduo se torna um ser social.
A sociedade atual em sua complexidade é caracterizada pela presença de
diferentes formações sociais cuja função é a de socializar o homem. Essas
instituições, embora possuam características peculiares, não existem de forma
isolada, mas estabelecem uma relação de troca de influências. Nesse sentido, a
instituição educacional que é uma das mais importantes instituições sociais, interage
diretamente com a sociedade e suas demais instituições, influenciando e se deixando
influenciar pelas mesmas. Assim, evidencia-se a profunda interatividade entre
educação e sociedade. A educação só existe para ensinar o homem a conviver
socialmente, transmitindo a cultura, os padrões de comportamento, o conhecimento
produzido; enfim, ela se constitui em mecanismo de socialização.
Entrementes em que a educação socializa o homem, ela exerce o controle
social do comportamento humano. A educação, por meio da transmissão do
conhecimento, deve exercer o papel social transformador. O processo educativo deve
exercer o papel de mediador no âmbito das transformações sociais, possibilitando a
assimilação do conhecimento da Educação Patrimonial, preparando o alunado para
valorização das elaborações históricas, materiais ou imateriais.

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15 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRICANA NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA E SUA INSERÇÃO NO CURRÍCULO ESCOLAR

A construção da sociedade brasileira baseou-se na diversidade cultural,


precisamente entre povos nativos e colonizadores. Fortemente a presença da cultura
africana faz-se necessária para compreender a diversidade étnica do povo brasileiro,
suas lutas, crenças, especificidades, remetem-nos a observar as diversas situações
que procederam a constituição do nosso povo. “Somos uma cultura sincrética, um
povo novo, que apesar de fruto da fusão de matrizes diferenciadas, se comporta como
uma só gente, sem se apegar a nenhum passado. ” (O Povo Brasileiro. Baseado na
Obra de Darcy Ribeiro, 2000 Cap.1).
Esta formação social, particularmente derivada da miscigenação, intensificada
nas relações que marcaram os encontros e desencontros dos povos, resultou nas
diversas formas de percepção, ou seja, nas ações conjuntas que originou novas
culturas e ritos. A complexidade de definir “O que é Cultura? ” Remete-nos a
questionar sobre os diversos impactos sociais que surgem ao longo do tempo,
formando singularidades, traçando as concepções de mundo e conhecimento
histórico.
Segundo Macedo (2008, p.91), “cultura não é só arte, cultura são valores,
posturas, hábitos, lugares, conhecimentos, técnicas, identidades comuns e diversas,
conceitos, saberes e fazeres múltiplos. ”.
Por meio desta citação o autor enfatiza que a cultura é algo complexo, de
diversas definições, que possuímos ao socializar-se com o outro. Por tanto, é pela
diversidade cultural que compõe nosso país, a sociedade brasileira, tendo como
observação a peculiaridade manifestada no componente histórico, reconhecendo a
atuação social como forma de ressignificar esta existência.
Percorrendo sobre o significado de nossa essência, Ribeiro relata que: “Toda a
cultura brasileira está impregnada da herança africana. Sua presença fez quase tudo
o que aqui se fez”. (O Povo Brasileiro. Baseado na Obra de Darcy Ribeiro, 2000,
Cap.3).

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Fonte: www.geledes.org.br

Percebe-se que a importância do legado africano na formação da sociedade


brasileira é além do que lhe é conferido. Os hábitos que tornam esta apreensão
efetiva, favorecem a expressão do seu modo de ser, ligando possibilidades para
integrar-se ao espaço, fato que a convivência entre portugueses, indígenas e negros
proporcionou uma nova concepção racial e étnica. Toda a organização, firmou-se de
seu conhecimento, fato que colaborou para propagar e difundir sua cultura. Dessa
forma, Moura (1992) salienta que:

Vindos de várias partes de África, os negros escravos trouxeram as suas


diversas matrizes culturais que aqui sobreviveram e serviram como
patamares de resistência social ao regime que os oprima e queria transformá-
los apenas em máquinas de trabalho. (MOURA, 1992, P.33, m. Apud SILVA,
E. A. F. 2019).

A opressão dos colonizadores na tentativa de diminuir suas crenças, tornou-se


a principal ferramenta para deixar o negro submisso e inferior as circunstâncias
naquela época. Portanto esta resistência, fruto de lutas e persistências, não apagaram
o legado africano, nem as dimensões que foram atingidas ao longo da história com
suas lições. Ainda assim, Oriá salienta: quando se trata de abordar a cultura dessas
minorias, ela é vista de forma folclorizada e pitoresca, como mero legado deixado por
índios e negros, mas dando-se ao europeu a condição de portador de uma “cultura
superior e civilizada. (ORIÁ, 2005, P. 380).

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O fato de compreender a importância da cultura africana na constituição da
sociedade brasileira, não permitiu a evolução dos pensamentos atuais, visto que, a
repercussão nas escolas e espaços sociais não procuram enfatizar o legado deixado
por esses povos. Ainda é tratada de forma inferior às demais etnias, deixando a
impressão de desfavorecidos, indefesos, inúteis, descartáveis.
A Cultura Africana inserida no currículo escolar deve-se a um processo
construtivo e reflexivo, decorrentes de reflexões e constantes aprendizados que
firmem na transformação social, contemplando um avanço significativo ao nortear
práticas educativas que promovem a importância de reconhecer-se nos conteúdos
apresentados.
O estudo sobre a África no sistema escolar busca “revalorizar a história e
culturas africanas e afro-brasileiras como forma de construção de uma identidade
positiva” (NUNES, Pereira, 2008, p.254).
Por meio da Citação de Nunes, é aceitável compreender a importância da
revalorização cultural, vivência e o contato com a história, e as habilidades instrutivas
no decorrer das ações desenvolvidas. Para a realização desses desenvolvimentos
são necessários desafios, suporte para interações e experiências, novas expressões
que contribuirão para a formação, equilíbrio e edificação das informações, bem como
a valorização da diversidade cultural, rompendo padrões existentes, trazendo novo
olhar e temática para abordar acontecimentos e conhecimentos prévios, promovendo
assim transformação no olhar educacional e estudantil.

16 FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA

A formação cultural brasileira caracterizou-se pela mestiçagem racial e pela


fusão da cultura europeia com as culturas dos indígenas nativos e dos negros
africanos escravizados. Algumas manifestações dessa cultura miscigenada estão na
alimentação, nos hábitos cotidianos, no vocabulário e no folclore.
A história da formação territorial do Brasil, assim como o processo de
colonização, teve como resultado a diversidade cultural, base da formação do povo
brasileiro. Todo esse processo se deu por meio da conquista e da ação de muitas
pessoas.

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A formação da cultura brasileira está relacionada ao processo de organização
do país como nação, isto é, um conjunto de pessoas que compartilham o mesmo
processo histórico, que determina uma forma de viver e de organizar os lugares e as
regiões que compõem o território nacional. Essa identidade cultural possibilita a
formação da consciência nacional, isto é, o sentimento de fazer parte de um país,
além de dar unidade a ele, permitindo a manutenção de suas fronteiras.

A cultura indígena

Quando os portugueses aqui chegaram, no século XVI, encontraram um


panorama étnico bem definido: nações indígenas distribuídas por grande parte do
território brasileiro, as quais viviam basicamente da coleta vegetal e animal e
desconheciam técnicas de produção agrícola mecanizadas.
Desprovidos de anticorpos contra as doenças do colonizador europeu e
brutalizados pelas tentativas de escravização, os grupos indígenas sofreram forte
redução.
No Brasil, o uso cotidiano da mandioca e do milho, bem como o preparo de
moqueca e pirão de peixe, devem-se aos indígenas. Hábitos como tomar banho de
rio e mar, andar descalço e ficar de cócoras também provêm dos indígenas, além do
uso de utensílios como anzol, rede, cestas e alçapão, entre outros.
A influência indígena também está presente na música, nos métodos de caça
e pesca, nas brincadeiras infantis e no conhecimento das plantas e ervas medicinais.
Diversas palavras indígenas são adotadas para denominar peixes e aves, além de
pessoas, localidades, ruas e acidentes geográficos. Niterói, Iguaçu, Ipanema,
Anhangabaú, Piracicaba, Bartira e carioca são apenas alguns exemplos.

A cultura africana

A introdução do negro africano no Brasil foi estimulada pelo lucro proporcionado


pelo tráfico negreiro e pelo interesse das oligarquias agrárias na mão de obra escrava.
Muitos instrumentos musicais hoje comuns no Brasil, como a flauta africana, o
tambor, a marimba, o atabaque, o berimbau e a cuíca, foram trazidos pelos negros
escravizados. A musicalidade africana está bastante presente no Brasil,

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manifestando-se, por exemplo, nos ritmos, como o samba, e nas danças, como o
cateretê e o jongo.
Diversas palavras de origem africana foram incorporadas ao vocabulário
brasileiro, como umbanda, canjica, muamba, samba e acarajé. O quicongo, ou
congolês, é considerado uma das línguas formadoras da língua portuguesa falada no
Brasil.
A alimentação, quanto aos ingredientes e ao modo de preparo, também denota
a grande influência africana. Exemplo disso é o acarajé, preparado com feijão
fradinho, azeite de dendê, camarões e pimenta.

A cultura dos imigrantes


A partir de 1880, o Brasil recebeu milhares de imigrantes europeus, vindos
principalmente para trabalhar na lavoura cafeeira. Esses imigrantes contribuíram
decisivamente para a formação econômica e cultural do país. Entre os europeus não-
portugueses que vieram para o Brasil, destacaram-se:
 Os suíços, em 1819, que se fixaram na província do Rio de Janeiro;
 Os alemães, em 1824, que se instalaram sobretudo na região do Rio Grande
do Sul e de Santa Catarina;
 Os eslavos, oriundos da Ucrânia e da Polônia, a partir de 1869, que se
estabeleceram no Paraná;
 Os espanhóis, que chegaram na década de 1880 e concentraram-se na
província de São Paulo;
 E os italianos, em 1870, que, em sua maioria, fixaram-se na província de São
Paulo.
As influências culturais desses povos estão presentes em toda parte, na
culinária, na arquitetura, na personalidade, no vestir, na educação, nas expressões,
na música, na ciência e nas artes.

Atualmente

A variedade cultural brasileira, atualmente, tem sofrido os efeitos da


homogeneização promovida pela forte influência do modo de vida da sociedade
moderna (valores europeus e estadunidenses). Esses novos valores são absorvidos

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pelos meios de comunicação de massa (televisão, Internet, rádio, revistas, jornais),
pela indústria cultural e pelo forte apelo consumista.

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17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Clatione. Educação, cultura e sociedade a formação do ser, 2019.

CELI, Renata. Diversidade cultural: o que é e divisão no Brasil! 2019.

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http://legoergosum.blogspot.com.br/2009/07/para-que-serve-cultura.html.

GERRA, Luiz Antônio. Cultura. 2014.

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: uma


introdução; São Paulo: Atlas, 2010. 7ª edição.

PORFÍRIO, Francisco. Cultura brasileira: da diversidade à desigualdade, 2019.

RODRIGUES, Lucas de Oliveira. A cultura é parte do que somos nela está o que
regula nossa convivência e nossa comunicação em sociedade. Disponível em
http://www.mundoeducacao.com/sociologia/conceito-cultura.htm. Ano de 2015.

SANTOS, Adelcio Machado. Escola, sociedade e cultura – A relevância da


educação patrimonial na matriz curricular escolar. 2013.

SILVA, Ediliz Aparecida Ferreira da. A importância da cultura africana na formação


da sociedade brasileira. 2019.

SILVA, Jeiele P. Rodrigues. A importância da cultura no processo de


aprendizagem.

SOARES, André Luis Ramos Soares (org.) Educação Patrimonial: teoria e prática.
Santa Maria: Ed. da UFSM, 2007.

SOUSA, Adriano. A importância da cultura para a sociedade. 2016.

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TORRES Paulo Magno da Costa. Formação Cultural Brasileira.

18 BIBLIOGRAFIA

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ISBN: 8502629778.

VIANA, Nildo. Educação, cultura e sociedade: Abordagem críticas da escola.


Editora: Nildo Viana. Edição 1. 2002. ISBN: 3700149662.

MARCUSE Herbert. Cultura e Sociedade. Editora: Paz e Terra. 2006.


ISBN: 9788521902560.

COUTINHO Carlos Nelson. Cultura e Sociedade no Brasil. Editora: Expressão


Popular. 2011. ISBN: 9788577431878.

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