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Tema:
Globalização e Cultura
Discente:
Tema:
Globalização e Cultura
Docente:
Mestre Ancha Manjane
Especialização: Turma:
Conclusão 2,0
Assinatura do docente:
Índice
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2. Revisão da literatura............................................................................................................2
2.1. Definições dos Conceitos.................................................................................................2
2.1.1. Globalização..............................................................................................................2
2.1.2. Cultura.......................................................................................................................2
2.2. O Impacto do Processo da Globalização e Sua Influência na Identidade Cultura dos
Moçambicanos........................................................................................................................3
2.2.1. A Influência da Globalização nas Culturas Tradicionais em Moçambique......................5
3. CONCLUSÃO........................................................................................................................8
3.1. Reflexões..........................................................................................................................8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................9
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1. INTRODUÇÃO
A cultura local expressa a identidade de um povo e revela sua história, cada região do globo é
habitada, material e espiritualmente, por uma cultura. Que vem sendo comprometida pela
globalização, pois já não se percebe essa identidade cultural tão nítida, mas assumem
características globais híbridas. Essa nova realidade acontece, graças ao advento dos novos
aparatos tecnológicos e informacionais que possibilitam a instantaneidade das acções e
acontecimentos que invadem e criam novos territórios.
Quanto a abordagem do assunto teve carácter qualitativa que tem por objectivo compreender
um fenómeno por meio de uma análise holística, com a colecta de diferentes tipos de
informações no contexto em que tal fenómeno ocorre (Yin, 1994).
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2. Revisão da literatura
2.1.1. Globalização
De fato, o termo globalização tem sido usado para caracterizar fenómenos que ocorreram ou
ganharam impulso a partir do final dos anos 80 como a expansão das empresas
transnacionais, a internacionalização do capital financeiro, a descentralização dos processos
produtivos, a revolução da informática e das telecomunicações, o fim do socialismo de
Estado na ex-URSS e no Leste Europeu, o enfraquecimento dos Estados nacionais, o
crescimento da influência cultural norte-americana, mas que estariam desenhando todos uma
efectiva ‘sociedade mundial’, ou seja, uma sociedade na qual os principais processos e
acontecimentos históricos ocorrem e se desdobram em escala global (Alvarez,1999).
Diante da definição do autor percebe-se que falar de globalização envolve vários fenómenos
de carácter político, social, económico e cultural. Percebe-se, que a globalização deve ser
vista como processo, algo inter-relacionado e complexo. Nos últimos anos, vários estudos
têm sido apresentados sobre o tema e alguns pontos de reflexão se nos apresentam.
2.1.2. Cultura
Definir o que é cultura não é uma tarefa simples. Além disso, a palavra “cultura” também tem
sido utilizada em diferentes campos semânticos em substituição a outros termos como
“mentalidade”, “espírito”, “tradição” e “ideologia” (Cuche, 2002). Cultura são todas as
manifestações artísticas e expressões colectivas, hábitos e costumes de um povo. Tudo aquilo
que nos identifica, o que é peculiar a determinado grupo. Cultura e o que se vive a cada dia é
a história de um povo e o que este deixa para posteridade. São manifestações expressas pelo
povo, independente dos recursos para que ela aconteça.
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2.2. O Impacto do Processo da Globalização e Sua Influência na Identidade Cultura dos
Moçambicanos
Na análise sobre o fenómeno globalização, Giddens (2002), afirma que este processo teve
início nos séculos XV e XVI com as grandes navegações e descobertas marítimas que
marcaram a história do mundo. Neste contexto histórico, o homem europeu entrou em
contacto com povos de outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais.
Porém, as relações culturais estavam envolvidas no espírito de colonização através da
manifestação da intenção de desvalorização da cultura local influenciando-a para a sua
mutação com a globalização. No dicionário Aurélio (2010), encontramos a palavra identidade
(Lat. Identitate) com o seguinte significado: Os caracteres próprios e exclusivos de uma
pessoa: nome, idade, estado, profissão e sexo. A identidade ajuda as pessoas aterem a
consciência de si próprias, distinguindo-as dos outros indivíduos ou grupos.
Segundo Hall (2000) indica três definições quando pensa as identidades nacionais frente ao
processo de globalização:
Segundo Hall (1999), o fenómeno da globalização tem sido definido como algo que possa
diminuir as fronteiras existentes entre diversos países, facilitando a circulação de
mercadorias, pessoas e o conhecimento de outras culturas. A Internet e outras tecnologias são
ferramentas importantes para a redefinição destes espaços e tempo que são alterados. É um
fenómeno ocidental; é um “processo de ocidentalização” do mundo.
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parece ser necessário legitimar a multiculturalidade, pois é a amálgama das culturas nacionais
que “constituem uma das principais fontes da identidade cultural (Hall, 2014).
O ser humano é dinâmico por natureza e procura sempre se adaptar às condições que a
natureza lhe oferece. A cultura é uma construção social que só pode ser aprendida e entendida
dentro do contexto social. Os povos africanos do grupo Bantu são por natureza, povos que
prezam pela oralidade, quer dizer, são de tradição oral. Sendo assim, os hábitos de ser e de
estar (em sociedade) são transmitidos de geração em geração através da oralidade (Alves &
Timbane, 2016).
Um grupo étnico é composto por indivíduos que têm uma certa uniformidade cultural, que
partilham as mesmas tradições, conhecimentos, técnicas, habilidades, língua e
comportamento social. Por outro lado, a cultura é o conjunto de conhecimentos, crenças,
artes, normas, costumes e capacidades que são adquiridos pelos membros em suas relações
como parte da sociedade. A cultura, como o conjunto dos hábitos do grupo, interfere
grandemente na formação de sentidos e da identidade.
A memória social é a mais importante, pois é através dela que se transmitem conhecimentos
de geração em geração. Todos os aspectos até aqui levantados revelam que a cultura e a etnia
se entrelaçam com a língua e juntos criam na sociedade uma identidade própria, que ao longo
dos tempos se consolida e depois vai se desintegrando, i. e, modificando através da influência
e aceitação de outras culturas. No mundo globalizado não existe uma cultura homogénea:
toda cultura é resultado de outras que se misturaram ao longo dos tempos, em diferentes
espaços geográficos. É importante trazer ao debate pesquisadores que aprofundam o conceito
‘cultura’, pois os debates sempre foram divergentes ao longo dos tempos. No século XVIII, o
conceito ‘cultura’ era empregue no singular, o que reflectia o universalismo e o humanismo
dos filósofos: a cultura é própria do Homem (com ‘H’ maiúsculo), além de toda distinção de
povos ou de classes. A cultura se inscreve então plenamente na ideologia do iluminismo: a
palavra é associada às ideias de progresso, de evolução, de educação, de razão que estão no
centro do pensamento da época (Cuche, 1999).
A diversidade linguística que Moçambique tem denuncia a diversidade cultural que o povo
moçambicano possui. No contexto moçambicano devido a globalização, não se pode falar de
uma única cultura, mas sim de várias culturas que de certo modo comungam mesmos
princípios e regras aceites pela nação. É importante apontar que o nacionalismo não está
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activo apenas nas suas dimensões mais horrendas e visíveis. Também se manifesta nas mais
invisíveis e impregnadas no quotidiano: as que conferem e inculcam uma determinada
identidade ao nascido num ou noutro local, que é parte da sua identidade pessoal (Sobral,
2003).
É por esta razão que no geral, Magda (2001) considera que a globalização é vista por alguns
cientistas políticos como o movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da
hegemonia económica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. Ou ainda que a
globalização é a reinvenção do processo expansionista americano no período pós-guerra fria
(esta reinvenção tardaria quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não)
dos modelos políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e
económico (abertura de mercados e livre competição), e este factor da globalização,
influencia na cultura de Moçambique. Trazendo novas fusões ou misturas culturais que por
sua vez nascem nova tendências culturais ou destruição das raízes culturais nativas.
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Se, por um lado, o trânsito cultural num mundo transnacional, por meio das novas
tecnologias de informação e comunicação [internet, televisão] é muito forte e provoca a
“desterritorialização” de hábitos culturais, por outro lado, tal desterritorialização,
contrariamente, ao defendido por vários estudiosos, não vai provocar o desaparecimento das
culturas locais, mas provoca uma reafirmação e revalorização das mesmas. Culturalmente,
tanto se assumem valores transnacionais, como também se revalorizam as culturas locais.
Exaltam-se direitos e liberdades individuais, bem como se preserva o particular e o singular.
Defende-se a alteridade, a diferença, a subjectividade e é nesse âmbito que, nos dias de hoje,
se defende a diversidade cultural como elemento importante do desenvolvimento nacional.
Fala-se demasiadamente da “unidade na diversidade (Dias, 2010).
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características. É interessante que as tradições culturais em tempos de globalização parecem
colocar em evidência o contraste entre o tradicional e o moderno, entre valores e visões de
mundo (Hall, 1999).
Desta feita, se chega perceber que a cultura é um termo muito abrangente, que engloba uma
série de áreas, e o seu valor está centrado nos hábitos e costumes praticados diariamente
devido a relação que detêm entre outras culturas. Nesta era de globalização em que vivemos,
existe uma crescente uniformização de hábitos e tradições culturais em todo o mundo. Os
cidadãos sentem a obrigação de salvaguardar suas culturas locais (regionais e nacionais) face
à importação de novos hábitos.
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3. CONCLUSÃO
3.1. Reflexões
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cuche, D. (2002). O Conceito de cultura nas ciências sociais. (2a ed.). Bauru: EDUSC.
Dias, H. N. (2010). Diversidade cultural e educação em Moçambique. São Carlos, n.4, dez.
2010. Disponível em http://www.nomads.usp.br/virus/virus04/?sec=4&item=4&lang=pt
Yin, R. K. (1994). Case study research: design and methods. Thousands Oaks: Sage
Publications.