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Helena Ernesto Muavirele

Nordines Abdul Razak

Saibo Rui Armando

Salmo Iacubo Júnior

Os Factores da Cultura: Cultura e Sociedade

Licenciatura em ensino de História com habilitações em Documentação

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2021
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Helena Ernesto Muavirele

Nordines Abdul Razak

Saibo Rui Armando

Salmo Iacubo Júnior

Os Factores da Cultura: Cultura e Sociedade

Trabalho de carácter avaliativo, a ser entregue


no Departamento de Letras e Ciências Sociais,
recomendado na cadeira de Antropologia
Cultural de Moçambique, Curso de História 2º
ano 2ºSemestre, recomendada pela,

Docente: drª. Sufiane Mote

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
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2021

Índice

Introdução............................................................................................................................3
1. Os Factores da Cultura: Cultura e Sociedade...............................................................4
Conceitos básicos................................................................................................................4
 Cultura..........................................................................................................................4
 Sociedade.....................................................................................................................4
1.1. Diferença entre a Cultura e a Sociedade...................................................................4
1.1.2. Relação da Cultura e Sociedade................................................................................5
1.1.3. Factores que influenciam para as mudanças culturais...............................................5
1.2. Conceito antropológico de cultura (crenças e ideias, valores, normas, símbolos)...6
 O Determinismo Biológico..........................................................................................6
 O Determinismo Geográfico........................................................................................6
1.2.1. Antecedentes Históricos do Conceito de Cultura.................................................7
 Críticas do conceito de cultura segundo Tylor.............................................................7
1.2.2. O Desenvolvimento do Conceito de Cultura........................................................7
1.2.3. Ideia Sobre a Origem da Cultura...............................................................................8
1.2.4. Teorias Modernas Sobre Cultura..........................................................................9
1.3. Características do conceito antropológico de cultura.............................................10
 Cultura é social...........................................................................................................10
A cultura é dinâmica e estável...........................................................................................11
A cultura é selectiva..........................................................................................................11
A cultura é universal e regional.........................................................................................11
A cultura e determinante e determinada............................................................................12
1.4. A cultura material e a cultura imaterial..................................................................12
1.4.1. Cultura Material.......................................................................................................12
Exemplos de Bens Materiais (cultura material)................................................................13
1.4.2. Cultura Imaterial......................................................................................................13
Exemplos de Bens Imateriais............................................................................................13
Conclusão............................................................................................................................1
Referencias Bibliografia......................................................................................................2
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Introdução

O presente trabalho tem como tema Cultura e Sociedade. Assim, ao longo da execução deste
lindo trabalho iremos abordar acerca das diferentes definições da cultural e mudanças cultural.
Ainda por referenciar que o Homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado, na
mesma senda, é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflecte o conhecimento
e a experiência adquirida pelas numerosas gerações que o antecederam. É certo afirmar que,
os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são
determinantes das diferenças culturais. Segundo Felix Keesing, "não existe correlação
significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos
comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer

cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado".

Objectivo Geral

Analisar a cultura e a sociedade na sua integra.

Objectivo Específico

Conhecer a origem do conceito antropológico da cultura;


Descrever o processo evolutivo do conceito da cultura;
Descrever as características do conceito da cultura.

Metodologia usada para elaboração de trabalho foi consulta de referências bibliográficas

Quanto a estrutura o trabalho conta com elementos pré-textuais onde contem a capa e a folha
de rosto, de seguida encontramos os elementos textuais onde contem o desenvolvimento do
próprio trabalho, e por fim encontramos os elementos pós-textuais, onde encontramos a
conclusão e a sua respectiva referência bibliográfica.
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1. Os Factores da Cultura: Cultura e Sociedade

Conceitos básicos

Cultura

"Cultura é o conjunto dialéctico dos patrimónios psíquicos experienciais dos


indivíduos constituídos (através de relação socialmente integrados entre cada
individuo e o seu ambiente social e ecológico) no quadro de uma sociedade
historicamente determinada". (Bernardi 2007, p. 33).

Na vista de Boas citado por Lakatos & Markoni (2011:132) "Cultura é a totalidade das
reacções e actividades mentais e físicas que caracterizam o comportamento de indivíduos
que compõem o grupo social".

Este conceito é suficientemente abrangente, mas, como sabemos que o objecto de estudo desta
cadeira é cultura moçambicana, apresentamos a definição aceite pela entidade competente do
nosso belo território.

"Cultura é um conjunto complexo de maneiras de ser, estar, comportar-se e relacionar-se


desde o nascimento até à morte passando pelos rituais que marcam os principais momentos do
processo de integração social" (Conselho de Ministros, 1997:1).

Sociedade

Na óptica de Bernardi, citado por Martinez (2003:71) “define a sociedade como um conjunto
de seres que convivem de forma organizada. A palavra vem do Latim societas, que significa
“associação amistosa com outros”.

A sociedade pode ser vista como um grupo de pessoas com semelhanças


étnicas, culturais, políticas e/ou religiosas ou mesmo pessoas com um
objectivo comum. A sociedade diz respeito à actividade humana em termos
de participação e associação pluri-individual (Perrot & Preswerk, 1979, p.
41).

1.1. Diferença entre a Cultura e a Sociedade

A sociedade é a partilha de interesses entre os membros e as preocupação mútuas


direccionadas a um objectivo comum, enquanto que a cultura é um processo acumulativo,
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resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores. Este processo limita ou
estimula acção criativa do indivíduo (ibidem, 1979, p. 41).

1.1.2. Relação da Cultura e Sociedade

Tanto a cultura assim como a sociedade eles estabelecem uma relação de interdependência
pois onde há cultura existe uma sociedade e vice-versa, Isto é, a cultura influência a sociedade
na forma como os indivíduos interagem entre si, e a sociedade influência a cultura através das
actividades desses mesmos indivíduos, actividades essas que formam a cultura.

Nenhuma sociedade é perfeita ou adquiriu uma forma acabada e


definitiva para a vida em comum, especialmente no mundo moderno e
contemporâneo, após a revolução industrial e o desenvolvimento da
ciência moderna, a mudança sociocultural tornou se permanente e
intensa (Sousa, 2004, p 56).

Nos dias de hoje, as sociedades que incluem um mais amplo componentemente de mudança
tende a favorecer uma melhor qualidade de vida para uma parcela cada vez maior da sua
população.

1.1.3. Factores que influenciam para as mudanças culturais


Na luz de Mello (1982) Apud Marques (2008:98) são vários os factores que contribuem para a
mudança e inovação cultural em uma sociedade, destacando-se:

Factores internos (sociedade);


Factores externos (o ambiente que a cerca).

A sociedade pode interagir com o seu ambiente em diferentes formas e direcções,


contribuindo para melhorar ou piorar e prejudicar suas condições de vida.

As mudanças no ambiente acabam por forçar mudanças na sociedade ao longo da história, as


sociedades tiveram necessidade de ajustar se as mudanças no ambiente e este é um processo
de adaptação inquestionável (Marques, 2008, p. 98).

Mas há outras fontes de mudanças como a dinâmica das forças no interior das sociedades, que
fazem parte da própria condição do ser humano que impede que a sociedade permaneça
estável permanentemente.

Os seres humanos aparentemente, por sua própria natureza são motivados a tentar novos
padrões de acção. Muitas vezes a motivação é a simples curiosidade que pode ser
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intensificada pelo mundo cultural e desta forma a experimentação e as inovações são


inevitáveis (Guilden, 1967).

Segundo Sousa (2004, p. 64) “Outro factor importante no mundo actual é o contacto com
outras sociedades e quanto maior for o relacionamento com outros povos e culturas, maior
são as oportunidades para incorporar suas descobertas e inovações”.

1.2. Conceito antropológico de cultura (crenças e ideias, valores, normas, símbolos)

De acordo com Cuche (2002). Aponta que "a natureza dos homens é a mesma, são os seus
hábitos que os mantêm separados".

Também, Ibn Khaldun, filósofo árabe do século XVI, tinha uma opinião semelhante, pois
também acreditava que os habitantes dos climas quentes tinham uma natureza passional,
enquanto aos dos climas frios faltava a vivacidade.

Para Cuche (2002), enfatiza que existe duas teorias, que foram desenvolvidas principalmente
por geógrafos no final do século XIX e no início do século XX, ganharam uma grande
popularidade, no conceito antropológico de cultura, que são: (Determinismo Biológico e
Determinismo Geográfico).

O Determinismo Biológico

Os antropólogos desta teoria, aponta que estão totalmente convencidos de que as diferenças
genéticas não são determinantes das diferenças culturais. E segundo Félix Keesing, "não
existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição
dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em

qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado".

Em outras palavras, se transportarmos para o Brasil, logo após o seu nascimento, uma criança
sueca e a colocarmos sob os cuidados de uma família sertaneja, ela crescerá como tal e não se
diferenciará mentalmente em nada de seus irmãos de criação.

O Determinismo Geográfico
O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a
diversidade cultural. São explicações existentes desde a Antiguidade, do tipo das formuladas
por Pollio, Ibn Khaldun, Bodin e outros, como vimos anteriormente.
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Exemplo significativo desse tipo de pensamento pode ser encontrado em Huntington,


em seu livro Civilization and Climate (1915), no qual formula uma relação entre a
latitude e os centros de civilização, considerando o clima como um factor importante
na dinâmica do progresso.

A partir de 1920, antropólogos como Boas, Wissler, Kroeber, entre outros, refutaram este tipo
de determinismo e demonstraram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os
factores culturais. E mais: que é possível e comum existir uma grande diversidade cultural
localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.

1.2.1. Antecedentes Históricos do Conceito de Cultura

O conceito de Cultura, pelo menos como utilizado actualmente, foi portanto definido pela
primeira vez por Tylor. Mas o que ele fez foi formalizar uma ideia que vinha crescendo na
mente humana.

Finalmente, com referência a John Locke, gostaríamos de citar o antropólogo americano


Marvin Harris (1969) que expressa bem as implicações da obra de Locke para a época:
`nenhuma ordem social é baseada em verdades inatas, uma mudança no ambiente resulta
numa mudança no comportamento.

Em 1871, Tylor definiu "cultura como sendo todo o comportamento aprendido, ou tudo
aquilo que independe (não depende) de uma transmissão genética, como diríamos hoje".

O homem é o único ser possuidor de cultura. Em suma, a nossa espécie tinha conseguido, no
decorrer de sua evolução, estabelecer uma distinção de género e não apenas de grau em
relação aos demais seres vivos.

Críticas do conceito de cultura segundo Tylor

Tylor na sua definição da cultura, teve criticas, por não ser sintético na sua abordagem, ao
dizer que a cultura e um todo conhecimento (ao generalizar a cultura), por dizer que a cultura
evolui de uma forma unilinear. O bom e dizer que a cultura e dinâmica, por que muda com o
tempo dependendo do contacto dos outros povos.

1.2.2. O Desenvolvimento do Conceito de Cultura

A primeira definição de cultura que foi formulada do ponto de vista antropológico, como
vimos, pertence a Edward Tylor, no primeiro parágrafo de seu livro Primitive Culture (1871).
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Definiu cultura como sendo todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que não depende
de uma transmissão genética.

Para muitas mentes educadas parece alguma coisa presunçosa e repulsivo o ponto de vista de
que a história da humanidade é parte e parcela da história da natureza, que nossos
pensamentos, desejos e acções estão ele acordo com leis equivalentes àquelas que governam
os ventos e as ondas, a combinação elos ácidos e das bases e o crescimento das plantas e
animais.

Após discutir as questões acima, Tylor reafirma a igualdade da natureza humana, "que pode
ser estudada com grande precisão na comparação das raças do mesmo grau de civilização".

1.2.3. Ideia Sobre a Origem da Cultura

Neste sentido, Cuche (2002), sublinha de maneira simples que, uma das primeiras
preocupações dos estudiosos com relação à cultura refere-se a sua origem. Em outras
palavras, como o homem adquiriu este processo extra-somático que o diferenciou de todos os
animais e lhe deu um lugar privilegiado na vida terrestre.

Em outras, uma resposta simplificada da questão seria a de que o homem adquiriu, ou melhor,
produziu cultura a partir do momento em que seu cérebro, modificado pelo processo evolutivo
dos primatas,

Segundo diversos autores, entre eles Richard Leackey e Roger Lewin, o início do
desenvolvimento do cérebro humano é uma consequência da vida arborícola de seus remotos
antepassados.

Antropólogo e sociólogo David Pilbeam, refere-se ao bipedismo como uma característica


exclusiva dos primatas entre os mamíferos. "Quase todos os primatas vivos se comportam
como bípedes. A seguir considera que o bipedismo foi, provavelmente, o resultado de todo um
conjunto de pressões selectivas: como a intimidante, para transportar objectos (alimentos ou
filhotes), para utilizar armas (cacete ou lança).

Bennett P. Oakley destaca a importância da habilidade manual, possibilitada pela posição


erecta, ao proporcionar maiores estímulos ao cérebro, com o consequente desenvolvimento da
inteligência humana. A cultura seria, então, o resultado de um cérebro mais volumoso e
complexo.
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Claude Lévi-Strauss, o mais destacado antropólogo francês, considera que a cultura surgiu
no momento em que o homem convencionou a primeira regra, e a primeira norma. Ainda
Lévi-Strauss, esta seria a proibição do incesto, padrão de comportamento comum a todas as
sociedades humanas. Todas elas proíbem a relação sexual de um homem com certas
categorias de mulheres (entre nós, a mãe, a filha e a irmã).

Leslie-White, antropólogo norte-americano contemporâneo, considera que a passagem do


estado animal para o humano ocorreu quando o cérebro do homem foi capaz de gerar
símbolos.

Foi o símbolo que transformou os nossos ancestrais antropóides em homens e fê-los humanos.
Assim, todas as civilizações se espalharam e perpetuaram somente pelo uso de símbolos. E
toda cultura depende de símbolo, e Sem o símbolo não haveria cultura, e o homem seria
apenas animal não um ser humano.

1.2.4. Teorias Modernas Sobre Cultura

Acultura, os principais esforços para a obtenção deste objectivo. A nossa missão será
facilitada com a utilização do esquema elaborado pelo antropólogo Roger Keesing em seu
artigo "Theories of Culture" no qual classifica as tentativas modernas de obter uma precisão
conceitual.

Para Keesing (s/d), refere-se, inicialmente, às teorias que consideram a cultura como um
sistema adaptativo. Difundida por neo-evolucionistas como Leslie White, esta posição foi
reformulada criativamente por Sahlins, Harris, Carneiro, Rappaport, Vayda e outros que,
apesar das fortes divergências que apresentam entre si, concordam que:

"Culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que servem para
adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos. Esse modo de vida das
comunidades inclui tecnologias e modos de organização económica, padrões de estabelecimento, de
agrupamento social e organização política, crenças e práticas religiosas. E as "Mudança cultural é
primariamente um processo de adaptação equivalente à selecção natural." ("O homem é um animal e,
como todos animais, deve manter uma relação adaptativa com o meio circundante para sobreviver."
(Meggers, 1977).

Em segundo lugar, Roger Keesing refere-se às teorias idealistas de cultura, que subdivide em
três diferentes abordagens. A primeira delas é a dos que consideram cultura como sistema
cognitivo, produto dos chamados "novos etnógrafos". Esta abordagem antropológica tem se
distinguido pelo estudo dos sistemas de classificação de folk, isto é, a analise dos modelos
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construídos pelos membros da comunidade a respeito de seu próprio universo. Assim, para
W. Goodenough, cultura é um sistema de conhecimento, que "consiste em tudo aquilo que
alguém tem de conhecer ou acreditar para operar de maneira aceitável dentro de sua
sociedade." Keesing comenta que se cultura for assim concebida ela fica situada
epistemologicamente no mesmo domínio da linguagem, como um evento observável. Daí o
fato de que a antropologia cognitiva (a praticada pelos "novos etnógrafos") tem-se apropriado
dos métodos linguísticos, como por exemplo a análise componencial.

Claude Lévi-Strauss, "que define cultura como um sistema simbólico que é uma criação
acumulativa da mente humana. O seu trabalho tem sido o de descobrir os domínios culturais
mito, arte, parentesco e linguagem

Lévi-Strauss, a seu modo, formula uma nova teoria da unidade psíquica da humanidade.
Assim, os paralelismos culturais são por ele explicados pelo facto de que o pensamento
humano está submetido a regras inconscientes, ou seja, um conjunto de princípios tais como a
lógica de contrastes binários, de relações e transformações que controlam as manifestações
empíricas de um dado grupo. (Ibidem)

Na óptica de Cuche (2002), a cultura compreende os aspectos criativos; as artes visuais e


cénicas; os materiais: vestuário, arquitectura e instrumentos de trabalho; os institucionais: as
estruturas económicas, sociais, políticas e militares; os filosóficos: ideais, crenças e valores.
Estes aspectos estão em constante interacção com novas realidades e experiencias. Por isso a
cultura deve ser entendida como sendo a totalidade de modo de vida de um povo ou
comunidade.

1.3. Características do conceito antropológico de cultura

Segundo MELLO (1982, p. 47), Cultura é simbólica,


O símbolo pode ser definido como fenómeno físico (objecto, artefacto ou sequencia
de sons) que tem significado conferido para quem utiliza. Este significado é arbitrário
no sentido que não tem relação com as propriedades físicas do fenómeno que suporta.
Assim precisamos de substituir a palavra "conferido" por transmitido. Entendemos
que o símbolo é social por natureza.

Podemos seguramente afirmar que todo símbolo é cultural. Isto porque supõe uma ordenação
inteligente de todo o mundo visível. Isso nos faz perceber que sempre que tivermos em
disposição um símbolo estamos referentemente a uma cultura de tal maneira que os
utilizadores do símbolo sabem a vantagem do símbolo e preservam.

Cultura é social
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Como percebemos a consequência de afirmar o carácter simbólico da cultura obriga


afirmativamente a componente social da cultura.

Segundo Fichter citado por Mello (1982, p. 50) "uma sociedade é o conjunto de seres
humanos que agem conjuntamente para satisfazer suas necessidades sociais e compartilham
uma cultura em comum".

Na compilação desse conceito em anuência dos conceitos de cultura que constam na página
anterior o grupo ficou claro que a cultura é decorrente no meio de sociedade onde
naturalmente ocorre um processo de enculturação no qual existe um agindo como sociedade
como é o caso de endoculurante (transmissor da cultura) e o endoculturado (receptor da
cultura em transmissão) agindo como singular.

A cultura é dinâmica e estável


Embora este ponto esteja a parecer uma confusão criada por um confuso a querer se
confussionar, os dois anunciados são meramente verdadeiros, hora explicitamos: A cultura é
estável enquanto lhe destacamos a tradição e a institucionalização de padrões de
comportamento.

Ao termos em disposição fotografias do passado ou o caso mais como vídeos de um cantor


das músicas que fez nos anos 90 e vídeos do mesmo cantor gravados em 2014, assistindo,
podemos conotar algumas diferenças quer de traje quer ainda de outras maneiras de
apresentação; questões localmente observáveis na nossa província, em Cabo Delgado os
Macondes do passado recente que até alguns deles se encontram em vida se tatuavam na cara
e afiavam os dentes só por questões culturais que os mais velhos desses sabem melhor
explicar as finalidades, mas na actualidade eles gradualmente vieram abandonando a prática
meramente cultural. São vários os exemplos que nos podem facilitar chegar a conclusão que a
cultura é meramente dinâmica.

A cultura é selectiva
Para Martinez (2009, p. 56), onde há interacção de pessoas advindas de várias sociedades há
naturalmente interacção cultural com diferentes padrões obviamente, neste caso é comum
ocorrer a reformulação cultural onde ocorrerá a selecção de alguns padrões em detrimento de
rejeição de outros padrões. Tal que a selecção não é necessariamente consciente. São
apontados como factores que podem levar a selecção de padrões: aplicabilidade, tradição,
factores inerentes a assimilação durante a recepção.
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A cultura é universal e regional


A cultura é universal enquanto todo universo reconhece que não existe humano desprovido de
cultura.

Todos os povos sentem necessidades de subsistência, de alimentação, de


abrigo perante a inclemência do tempo, da defesa dos perigos da natureza e
dos animais, da comunicação com outros seres humanos, da satisfação de
apetências sexuais, da descendência, do respeito, da amizade, da ordem
social, da abertura ao transcendente. Não há povos, por pequena que seja a
sua escala, não sintam tais necessidades (Martinez, 2009, p. 58).

Ela é regional quando diversas regiões do mundo apresentam padrões de conduta social
diversificados.

Em qualquer cultura particular vamos encontrar as várias instituições


familiares, sociais, politicas, económicas e religiosas. Muito embora elas
representam o carácter universal da cultura, nas suas formas concretas
dependem do contexto em que estão inseridas. As denominadas culturas
religiosas são de mais fácil percepção (Ibidem, p. 59).

A cultura e determinante e determinada


O enunciado envolve um paradoxo. Implicitamente, é insinuado que a cultura faz o homem e
este faz a cultura.

Ora, na ocasião em que afirmamos que a cultura determina o


comportamento humano na sociedade, implicitamente estamos afirmando
que a obra humana passa a se impor aos indivíduos: sim, sobre os
indivíduos, pois a cultura é antes de tudo uma obra colectiva, sua forca
reside no seu carácter social. A cultura é uma espécie de inércia do
pensamento. (Mello, 1982:57)

Entretanto, não se pode esquecer que a cultura muda e se transforma ao longo do tempo. Tais
modificações, são em sua maioria, adaptação às novas necessidades humanas.

1.4. A cultura material e a cultura imaterial

Na óptica de Diana (2008), defende que A cultura material e imaterial representa os dois tipos
de património cultural, e que juntos constituem a cultura de determinado grupo.
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1.4.1. Cultura Material

A cultura material esta associada aos elementos materiais e, portanto, é formada por
elementos palpáveis e concretos, por exemplo, obras de arte e igrejas. Também, Associada
aos elementos concretos de uma sociedade está a cultura material ou o património cultural
material. Esses elementos foram sendo criados ao longo do tempo e, portanto, representam a
história de determinado povo, (Diana, 2008).

Diversas edificações, objectos artísticos e quotidianos, fazem parte da cultura material, os


quais são classificados de duas maneiras:

Bens móveis: podem ser transportados e reúnem os acervos e colecções.


Bens imóveis: são estruturas fixas e representam os centros históricos, sítios
arqueológicos, etc.

Exemplos de Bens Materiais (cultura material)

Vestimentas Universidades
Museus Monumentos
Teatros Obras de Arte
Igrejas Utensílios
Praças

1.4.2. Cultura Imaterial

Para Diana (2008), a cultura imaterial está relacionada com os elementos espirituais ou
abstractos, por exemplo, os saberes e os modos de fazer. Que se associam aos hábitos,
comportamentos e costumes de determinado grupo social está a cultura imaterial
ou património cultural imaterial.

Este representa os elementos intangíveis de uma cultura. Sendo assim, ele é formado por
elementos abstractos que estão intimamente relacionados com as tradições, práticas,
comportamentos, técnicas e crenças de determinado grupo social. Diferente do património
material, este tipo de cultura é transmitida de geração em geração.

Vale notar que a cultura imaterial está em constante transformação, uma vez que seus
elementos são recriados colectivamente. Isso faz com que o património intangível seja muito
vulnerável.
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Exemplos de Bens Imateriais


Danças Rituais

Músicas Festas

Literatura Feiras

Linguagem Lendas

Culinária

Ambas possuem aspectos simbólicos, posto que carregam a herança cultural de determinado
povo, ao mesmo tempo que promovem sua identidade.
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Conclusão

O grupo concluiu que tanto a cultura assim como a sociedade eles estabelecem uma relação de
interdependência pois onde há cultura existe uma sociedade e vice-versa, Isto é, a cultura
influência a sociedade na forma como os indivíduos interagem entre si, e a sociedade
influência a cultura através das actividades desses mesmos indivíduos, actividades essas que
formam a cultura. Nos dias de hoje, as sociedades que incluem um mais amplo componente
de mudança tende a favorecer uma melhor qualidade de vida para uma parcela cada vez maior
da sua população sendo assim pode-se dizer que o homem não é um ser passivo na dinâmica
cultural, ele está sujeito a descobrir e a inventar novas coisas que contribuam para o
desenvolvimento social.
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Referencias Bibliografia

Bernardi, Bernardo. (1989). Antropologia. Editora Safil, Lda. Lisboa.

Cuche, D. (2002). A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru, EDUSC.

Giddens, Anthony, (2008). Sociologia, 6ª edição Lisboa.

Diana Daniela, (2008b),Cultura Material e Imaterial. PLL. Actualizado em 15 Janeiro 2021.

Matsumoto, D. (1996). Culture and Psychology. Pacific Grove, CA, Brooks Cole.

Ministros; Conselho de, (1997). Resolução Nº 12/97, Politica Cultural de Moçambique e

Estratégia da sua Implementação, Maputo.

Santos, José Luiz dos. O que é cultura? São Paulo: Brasiliense, 2006

Mello, Gonzaga de Luíz. (1982). Antropologia cultural. 17ª Edição. M. Editora vozes.

Martinez, Francisco Lerma, (1999). Antropologia Cultural. Guia para o estudo. 3ª Ed.
Editora Impressora. Maputo.

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