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REFERÊNCIA
ano Ensino M dio 2023
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses
processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de
conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o
exercício arbitrário do poder.
OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Cultura, Antropologia e estudos culturais.
DURAÇÃO: 1 aula.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Estudar e dialogar sobre a cultura é uma atitude que, para além de enriquecedora, permite-nos
conhecermos a nós mesmos de modo substancial. Com relação a essa questão, é interessante
percebermos o quanto os estudantes podem contribuir com o debate a partir dos conhecimentos prévios
que eles possuem. Nesse sentido, para o desenvolvimento do presente planejamento, sugerimos que você
apresente e explore em sala de aula as habilidades aqui propostas no intuito de despertar a curiosidade e
o engajamento dos estudantes, valorizando os saberes que eles carregam consigo - sempre de maneira
contextualizada e significativa.
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Estabeleça com a turma uma relação dialógica ao explorar o tema da aula, dando ênfase ao conceito
de cultura a partir de contextos históricos, analisando a relação desse âmbito da existência humana
com as perspectivas antropológicas sobre o instigando a pesquisa acerca da amplitude do assunto em
nosso mundo contemporâneo.
B) DESENVOLVIMENTO:
Para dar início à aula de modo contextualizado e engajador, é importante que você apresente um
panorama explicitando tanto as definições antropológicas quanto as perspectivas sociológicas acerca
do conceito de cultura - preferencialmente, anotando e explicando no quadro os elementos e conceitos
essenciais para estabelecer uma visão pluralista acerca desse tema e de como ele é fundamental para
a compreensão das engrenagens que moldam a nossa sociedade.
Após estabelecer as bases conceituais do tema da aula, distribua o texto “Conceito de cultura:
Introdução aos estudos culturais” (Disponível em: https://cafecomsociologia.com/conceito-de-cultura-
sociologia/) para cada um dos estudantes, orientando-os para que façam uma leitura atenciosa sobre o
assunto e, em seguida, respondam às perguntas que tratam do conteúdo apresentado no texto.
No que se refere à atividade apresentada logo abaixo, recomendamos que você solicite aos estudantes
para que a realizem individualmente. No entanto, de modo a propiciar uma participação mais ativa dos
estudantes na aula, sugerimos que após a finalização da atividade você proponha uma correção
coletiva com toda a turma, solicitando a participação de alguns estudantes para fazerem a leitura de
uma pergunta e de sua respectiva resposta. Após a leitura de cada resposta, instigue a turma a
complementar a resposta apresentada a partir de suas próprias perspectivas, promovendo curtos
debates acerca de cada pergunta explorada pelos estudantes.
TEXTO
“Introdução aos Estudos Culturais
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Cultura diz respeito a uma estrutura suprabiológica que faz com que o ser humano medie sua relação
com o mundo físico, social e simbólico. Na antropologia, o conceito de cultura se refere ao conjunto de
crenças, valores, práticas, conhecimentos e outros elementos simbólicos e materiais produzidos,
transmitidos e transformados pelos seres humanos em suas sociedades. Isso inclui as instituições
sociais, a arte, a literatura, a religião, o idioma, os costumes e a tecnologia. A cultura é o que distingue
uma sociedade de outra e é o resultado da interação dos indivíduos com o meio ambiente e com os
outros membros da sociedade. É por meio da cultura que os seres humanos aprendem as normas e os
valores que orientam o seu comportamento e lhes permitem participar da vida social. A cultura
também pode ser um fator de mudança social, pois é por meio dela que as novas ideias e práticas são
transmitidas e incorporadas na sociedade.
No entendimento do senso comum, o conceito de cultura é tido como um gosto cultural refinado,
erudito, o qual marca determinada pessoa num patamar de status maior que as demais. Quem está
mais próximo desse patamar é tido como mais civilizado. Tal associação se dá por conta da
semelhança da palavra alemã Kultur, que quer dizer altas formas de manifestação artística. No
entanto, cultura não é somente os gostos. Cultura vai além disso. Vamos tentar conceituá-la? Para
tanto, é necessário entender que cultura é o objeto de estudo de uma ciência social chamada
Antropologia (Antros, homem. Logia, Ciência, embora não sendo estudada apenas por ela. Sociologia,
Geografia, Artes, literatura, História, e outras, também se apropriam do entendimento. Para Lakatos
cultura tem um significado amplo: ‘engloba os modos comuns e aprendidos da vida, transmitidos pelos
indivíduos e grupos em sociedade’.
Conceito
Existem centenas de conceituações para este termo. Ainda não existe um consenso sobre o mais
apropriado. Além do conceito, apresentaremos algumas abordagens em torno do termo. Para que fique
mais claro o entendimento, vamos pensar em cultura da seguinte forma, ainda que preliminar: Quando
pensar na palavra cultura, lembre-se de sutura ou costura. Grosso modo, cultura é um entendimento
que ‘costura’ você no mundo e se refere a aspectos materiais e imateriais dos ambientes tais quais,
conhecimentos, habilidades e crenças que são aprendidas como padrão por determinado grupo. Ou
seja, é a maneira com que o grupo social explica e vincula o indivíduo ao mundo.
RECURSOS:
Quadro; pincel; fotocópias do texto e da atividade; sala de aula; cadeira; mesa; lápis; caneta;
borracha.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Enquanto procedimento de avaliação sugerimos que você, inicialmente, considere o envolvimento dos
estudantes com a proposta deste planejamento e seus desdobramentos pedagógicos em sala de aula.
Outra possibilidade é solicitar aos estudantes que respondam às questões da atividade abaixo em seus
cadernos e, após terem finalizado essa tarefa (e os breves debates acerca das perguntas), dar visto
nos cadernos atribuindo notas de acordo com a relevância das respostas apresentadas. Uma sugestão
para realizar esse procedimento de modo mais significativo é o emprego de rubricas (para saber mais
sobre esse instrumento de avaliação, confira as páginas 100 a 102 do Currículo Referência de Minas
Gerais: Ensino Médio).
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ATIVIDADES
1 – Escolha a opção que completa a descrição a seguir: “_________________ é o que distingue uma
sociedade de outra e é o resultado da interação dos indivíduos com o meio ambiente e com os outros
membros da sociedade.”
a) O comportamento.
b) A antropologia.
c) A arte.
d) A cultura.
e) A ciência.
2 – Baseado nas teorias antropológicas exploradas no texto apreciado em sala de aula, elabore o seu
próprio conceito de cultura.
6 – Explique por que é impossível classificar uma cultura como sendo superior a outra cultura.
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REFERÊNCIAS
CULTURA global. Blog Café com Sociologia, [s.l.], 02 set. 2019. Disponível em:
https://cafecomsociologia.com/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2013/03/cultura-
global5B15D.jpg.webp. Acesso em: 27 mar. 2023.
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 7ª edição. Atlas: São Paulo, 2010.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio. 2ª Edição. Saraiva: São Paulo, 2010.
SILVA, Roniel Sampaio. Conceito de cultura: introdução aos estudos culturais. Blog Café com
Sociologia, [s.l.], 02 set. 2019. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/conceito-de-cultura-
sociologia/. Acesso em: 27 mar. 2023.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
ATIVIDADES
TEMA DE ESTUDO: Diversidade cultural.
DURAÇÃO: 2 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA:
Propor-se a estudar, pesquisar e analisar a formação da cultura brasileira é se colocar diante de um
campo vasto e muito rico. Para além disso, pensando em nosso contexto escolar, essa atitude
representa uma valiosa oportunidade para professores e estudantes desenvolverem,
colaborativamente, uma reflexão acerca da formação da nossa identidade e dos nossos valores - o que
também propicia uma melhor compreensão das relações e perspectivas que estabelecemos ao longo
da jornada formativa que vivenciamos na escola. Pensar a diversidade cultural brasileira é, em suma,
pensar que somos.
B) DESENVOLVIMENTO:
Para estabelecer uma abordagem mais significativa sobre o tema a ser trabalhado neste planejamento,
sugerimos que você apresente aos estudantes uma explicação contextualizando acerca da diversidade
cultural brasileira. Evidencie para eles que, ao lidarmos com estudos culturais, é de suma importância
termos disponibilidade e abertura para explorarmos perspectivas culturais distintas da nossa - não
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apenas para valorizar a cultura do outro, mas também para nos aprofundarmos na compreensão da
cultura dentro da qual nos formamos.
Após essa abordagem preliminar, de caráter mais explicativo, reproduza para os estudantes o vídeo
“Cultura brasileira e Identidade nacional” (Disponível em: https://youtu.be/0v583AWWlHw). Em
seguida, auxilie na organização da turma em grupos, de modo que cada um deles seja formado por
quatro estudantes. Para ampliar a análise apresentada no vídeo sugerido acima, entregue para cada
grupo uma cópia do texto disponibilizado abaixo, solicitando aos estudantes para que façam uma
leitura atenta desse material e estabeleçam conexões entre as ideias apresentadas no texto e no vídeo.
Por fim, esclareça para cada grupo que o texto disponibilizado para leitura servirá de base - e poderá
ser consultado - para a realização das atividades propostas ao longo da aula.
TEXTO
“Existe uma identidade brasileira?
Agora, vamos conversar um pouco sobre a ideia de identidade no Brasil. Você acha que, diante de
tudo que levantamos até agora, poderíamos falar na existência, de alguma forma, de uma determinada
‘identidade brasileira’?
Poderíamos dizer que sim, até determinado ponto, se considerarmos uma série de características
culturais que se fazem presentes nas manifestações da maioria da população como, por exemplo, nas
suas tradições religiosas ou nas suas opções esportivas (como é o caso do futebol).
Deve-se perceber, porém, que, assim como em outros países, essas tradições são todas elas
construídas ou ‘inventadas’, em um determinado momento da nossa História. Como assim? O que
estamos querendo dizer com isso?
Pegando como exemplo o futebol, se resolvermos fazer uma pesquisa sobre a história do futebol no
Brasil, descobriremos que ele foi trazido para o nosso país por ingleses, entre o finalzinho do século
XIX e o início do século XX.
Naquela época, tomando como exemplo a capital do país, a cidade do Rio de Janeiro, o esporte mais
popular eram as regatas – as corridas de embarcações (canoas) pilotadas por remadores, na Lagoa
Rodrigo de Freitas.
Somente com a passagem de algumas décadas é que o futebol acabou virando o esporte mais popular
do Rio e também do Brasil. Se pensarmos em outros países, como é o caso dos EUA, o futebol
(chamado de soccer), apesar de sua origem inglesa (football), até hoje não é o esporte mais popular.
Outras identidades culturais são construídas e desconstruídas, de acordo com a época histórica, de
acordo com os interesses políticos.
Na década de 1930, por exemplo, o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre formulou a ideia de que o
Brasil seria um modelo de ‘democracia racial’ para todo o mundo, em que brancos e negros viveriam
harmoniosamente, inexistindo a prática do racismo. A partir da década de 1950, no entanto, outros
sociólogos, entre os quais os paulistas Florestan Fernandes e Octavio Ianni, demonstraram, através de
diversas pesquisas patrocinadas pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura – que essa ideia de Freyre não passava de um mito, sem qualquer sustentação na
dura realidade vivenciada pelos afrodescendentes brasileiros.
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Por fim, num país que apresenta extremos de desigualdade social e de concentração de renda, como é
o nosso, não se pode falar na existência de uma determinada identidade cultural que ‘unifique’ a
maioria dos indivíduos, seus habitantes.
Podemos, sim, dizer que existem identidades de classe social ou de grupos sociais específicos. Assim,
os jovens estudantes de uma escola pública no interior de Pernambuco apresentam características bem
distintas dos jovens estudantes de uma escola privada frequentada pela burguesia paulistana.
Poderíamos falar em ‘identidades jovens’ semelhantes nestes dois casos? Mesmo considerando o poder
e a expansão cada vez maior da internet nos dias atuais?” (OLIVEIRA, 2016, p. 73).
Sugestão de filmes:
→ O ENIGMA DE KASPAR HAUSER: Baseado em um fato real ocorrido na Alemanha de 1820, o
adolescente Kaspar Hauser aparece em uma cidade, após ter vivido desde o nascimento em um
porão, sem qualquer contato humano. É acolhido na casa de um professor, que inicia a sua
socialização. Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes.
→ FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS. Viagem pela história dos EUA através do
personagem Forrest Gump, com destaque para os acontecimentos das décadas de 1950 e
1960, como a Guerra do Vietnã, os assassinatos de John Kennedy e de Martin Luther King e o
surgimento do movimento hippie.
→ O POVO BRASILEIRO. Documentário baseado no livro do antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro
(1922-1997), no qual ele apresenta sua visão sobre a formação do povo brasileiro e suas
identidades.
As sugestões do documentário e dos filmes apresentadas acima podem ser colocadas a serviço de
várias propostas pedagógicas. Pensando na dinâmica de aula, por exemplo, as informações e
problematizações abordadas nessas produções audiovisuais podem servir para subsidiar o
desenvolvimento de muitas explicitações e debates eventualmente propostos por você junto aos
estudantes. Esse material também pode ser explorado de modo autônomo pelos próprios estudantes
em casa (na íntegra ou apenas trechos), antes da aula, de modo a suscitar dúvidas e antecipar
questionamentos que provavelmente virão a tomar forma na sala de aula. Nesse sentido, você pode
explorar métodos ativos de aprendizagem, como a sala de aula invertida, a partir das três sugestões
indicadas acima, favorecendo, assim, o desenvolvimento das habilidades selecionadas para serem
tratadas neste planejamento. Uma breve explanação acerca do método ativo de aprendizagem sala de
aula invertida pode ser conferido no vídeo “Sala de aula invertida” (Disponível em:
https://youtu.be/1XTxK2LeZz0).
Recursos:
Projetor multimídia; computador; internet; folha de papel; fotocópias; sala de aula.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Utilize as atividades sugeridas abaixo como procedimento de avaliação para conferir se a consolidação
das habilidades trabalhadas ao longo deste planejamento foi alcançada pela turma. Você também pode
sugerir aos estudantes que realizem em casa uma pesquisa acerca da cultura brasileira a partir dos
elementos cotidianos vivenciados em suas comunidades. Nesse sentido, os estudantes podem realizar
entrevistas com parentes e vizinhos, por exemplo, na busca por identificar os elementos da cultura
brasileira que permeiam o seu dia a dia - explicitando também, de que modo esses elementos
adquirem traços identitários bem delineados na medida em que são produzidos / reproduzidos por um
grupo específico de pessoas. Essa pesquisa pode ser realizada e registrada no caderno ou ser feita
para ser entregue para você posteriormente, podendo servir como material a ser avaliado.
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ATIVIDADES
1 – Explique o que ocorre com as identidades culturais em cada época histórica.
2 – Cite as 3 matrizes que formam as raízes que influenciaram as tradições, os valores e o modo de
vida do nosso povo.
3 – Escolha a opção que completa a frase a seguir: “Na época em que o Rio de Janeiro era a capital do
Brasil, o esporte popular mais praticado aqui era ______________ .”
a) A natação.
b) O futebol.
c) A esgrima.
d) A regata.
e) O samba.
4 – Escolha abaixo a opção que apresenta o povo responsável pelo reconhecimento das terras e pela
proteção do território colonial, e que contribuíram muito para delinear a religião e o idioma
característicos do nosso país:
a) Os Africanos.
b) Os indígenas (povos originários).
c) Os Ingleses.
d) Os Americanos.
e) Os portugueses.
5 – Qual foi a ideia que o sociólogo Gilberto Freyre formulou sobre o Brasil, na década de 1930?
6 – Cite 03 grupos de imigrantes que vieram para o Brasil e contribuíram muito para a pluralidade
cultural existente na nossa sociedade:
Retome a organização dos estudantes em grupos realizada anteriormente e solicite para que cada
grupo escolha um elemento da cultura brasileira (dança, comportamento, tradição, música, comida
etc.) e reflita sobre uma forma de apresentar esse elemento na próxima aula para a turma. Exemplo:
Caso um grupo escolha uma música, os seus membros podem ensaiar, cantar e tocar essa música em
sala de aula; caso a escolha seja por um prato típico brasileiro, o grupo poderá preparar essa comida e
organizar uma degustação na escola para os demais colegas da turma. Concomitante à apresentação
da parte prática dessa atividade (sugerimos que ela seja organizada de modo a ocorrer na aula
subsequente) os estudantes devem expor para a turma maiores informações relacionadas ao elemento
cultural escolhido pelo grupo: qual a sua origem, o período no qual surgiu, a sua importância para a
definição da cultura brasileira, dentre outras informações.
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REFERÊNCIAS
FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS. Direção: Robert Zemeckis. Produção:Wendy
Finerman, Steve Tisch, Steve Starkey. Estados Unidos: The Tisch Company, 1994. 1 DVD. (142 min.).
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
O ENIGMA DE KASPAR HAUSER. Direção: Werner Herzog. Produção: Werner Herzog. Alemanha:
Werner Herzog Filmproduktion, 1974. 1 DVD. (110 min.).
FERRAZ, Isa Grinspum. O povo brasileiro. Sesc TV, [2000]. Disponível em:
https://sesctv.org.br/programas-e-series/o-povo-brasileiro/. Acesso em: 27 mar. 2023.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.
Sala de aula invertida. [s.l.: s.n.], 05 fev. 2015. 1 vídeo (01:52min). Publicado pelo canal ESAMC
Uberlândia. Disponível no link: https://youtu.be/1XTxK2LeZz0. Acesso em: 30 mar. 2023.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos
e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e
às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
ATIVIDADES
TEMA DE ESTUDO: Diferença e cultura.
DURAÇÃO: 2 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA:
Nesse mundo globalizado, as diferenças e os choques culturais proporcionados pelos distintos valores
compartilhados em nossa sociedade aumentaram consideravelmente, tornando primordial o diálogo, a
reflexão e o desenvolvimento de novas posturas e condutas diante das diferenças. Nesse sentido, é
fundamental estabelecermos na escola um ambiente de convívio aberto ao novo e tolerante com
relação às diferenças, de modo que possamos vivenciar uma rotina de estudos respeitosa, amistosa e
reflexiva no que se refere a esse tema tão importante em foco na atualidade: Ser diferente é normal.
Para contribuir com a construção de tal realidade sugerimos que você, nessa aula, sensibilize os
estudantes e busque despertar neles o ímpeto pelo estudo e pela pesquisa acerca da formação da
cultura brasileira - a partir de um olhar crítico e humano sobre as diferenças presentes em nossa
sociedade - e, consequentemente, em nossas escolas.
B) DESENVOLVIMENTO:
Inicialmente, busque engajar os estudantes a partir de uma apresentação do tema central da aula de
modo contextualizado, sondando de que modo os estudantes percebem as muitas “diferenças” que
permeiam o nosso cotidiano escolar, por exemplo. Na sequência, você pode reproduzir o vídeo com a
música “Ser diferente é normal” (Disponível em: https://youtu.be/XpG6DoORPIs) para potencializar o
momento de sensibilização dos estudantes e fomentar uma postura mais crítica no que diz respeito à
relação entre os conceitos de “normal” e “diferente” tipicamente disseminados em nossa sociedade.
Após a apreciação da música, organize a turma em grupos com quatro estudantes e disponibilize para
cada grupo uma fotocópia contendo o texto e as questões disponibilizadas logo abaixo. Para este
momento, a proposta é oportunizar aos estudantes um momento de reflexão a partir da leitura, do
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diálogo e da escrita - favorecendo com que eles explorem a capacidade de desnaturalizar muitos dos
fenômenos encontrados ao longo desses estudos.
TEXTO
“Ser diferente é normal
Vimos no capítulo sobre cultura que nossas sociedades são multiculturais, ou seja, temos a presença
de diferentes grupos culturais numa mesma sociedade, estejamos nos referindo à cidade ou à nação.
Entretanto, ter a consciência dessa realidade nos faz ficar atentos a fatos concretos que dizem respeito
aos diversos interesses de grupos e pessoas.
O direito à diferença também significa não aceitar ser tratado com inferioridade na sociedade
comandada pelos ‘homens brancos’. Na foto, índios protestando contra a opressão dos brancos.
Queremos dizer com isso que quando uma pessoa ou grupo considera normal ou natural uma situação
ou ideia, muitas vezes essa normalidade ou naturalidade se expressa como relação de poder,
desigualdade ou opressão.
Para a Sociologia, falar em sociedade não significa descrevê-la simplesmente de forma homogênea.
Quando fazemos uma análise das sociedades, identificamos de imediato a existência de desigualdades
sociais e diferenças entre grupos e pessoas. As desigualdades são fabricadas pelas relações sociais,
econômicas, culturais e políticas.
Geralmente, as classes ou camadas superiores das sociedades são as mesmas, tanto sob o ponto de
vista cultural ou político. O que estamos querendo dizer é que as classes sociais ou camadas superiores
das sociedades são as mesmas em termos de manutenção do poder político e dos privilégios sociais e
econômicos, reproduzindo sua dominação através da cultura e da disseminação de certa visão de
mundo. Porém, devemos chamar a atenção para não confundirmos desigualdade social com diferenças
sociais e culturais dos indivíduos, grupos e sociedades.
As desigualdades sociais são definidas a partir das condições sociais e econômicas de determinados
grupos. Isto é, há grupos que possuem mais riquezas do que outros e maior acesso a determinados
serviços, gerando uma sociedade desigual, na qual poucos possuem muitas riquezas e bens materiais e
muitos possuem pouca ou nenhuma riqueza material.
A diferença social e cultural, por outro lado, significa que os indivíduos ou grupos são apenas
diferentes e não superiores e inferiores. O indivíduo originário do continente africano é diferente do
chinês ou do europeu; a mulher é diferente do homem; o heterossexual é diferente do homossexual; o
adepto ao candomblé cultua uma religião diferente da do evangélico; as pessoas com deficiências são
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diferentes daqueles que não possuem necessidades educacionais especiais, e assim por diante. Essas
características dos seres humanos não significam superioridade ou inferioridade de uns sobre outros.
Nas sociedades onde existem muitas diferenças sociais e culturais – como é o caso da nossa –, estas
podem se transformar em fatores de desigualdades. Isto quer dizer que os ‘outros’, que muitas vezes
não são considerados ‘normais’, aparecem como “entidades ameaçadoras”. Daí, surgirem
comportamentos e atitudes de discriminação, preconceitos, racismos, machismos, homofobia etc. Na
forma física, afetiva e ideológica, os que se consideram ‘normais’ evitam contatos e criam seus próprios
mundos, excluindo os que são considerados como “diferentes”. Por isso, a consciência do caráter
multicultural de uma sociedade não leva necessariamente ao desenvolvimento de uma relação social
de trocas e relações entre as culturas – o chamado interculturalismo.
Em 2007, no enredo e na letra do samba enredo da Escola de Samba Império Serrano, do Rio de
Janeiro, cantava-se: Quem nasceu diferente, e venceu preconceito, a gente tem que admirar. Este
samba fala dos portadores de necessidades especiais, porém podemos ampliar esta ideia de que todas
as diferenças são normais. Entretanto, se ser diferente é normal, lidar com a diferença é difícil em
função das relações de poder entre as pessoas e grupos.” (OLIVEIRA, 2016, p. 79-80).
Recursos:
Tv; computador; internet; folha de papel; fotocópias; sala de aula; aparelho de som.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Sugerimos que você avalie a participação e as respostas dos estudantes às questões sugeridas logo
abaixo. Você também pode considerar a criatividade, a produção, a organização e o desempenho na
apresentação teatral da música ou paródia composta pelo grupo a ser compartilhada com a turma na
próxima aula.
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ATIVIDADES
Questões para diálogo e reflexão do grupo:
1 – Na sua opinião qual a importância da aceitação das diferenças para a convivência em sociedade?
2 – Qual aprendizado ou lição para a vida você obteve após ouvir a música “Ser diferente é normal”?
3 – Por que as pessoas têm enorme dificuldade em conviver com as pessoas que são muito diferentes
do “padrão normal”?
4 – Como a não aceitação das diferenças contribui para o aumento das desigualdades na sociedade?
5 – Como a sociedade tem avançado em assegurar aos diferentes o seu espaço e respeito?
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REFERÊNCIAS
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.
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