SOCIOLOGIA

GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE

NELSON DACIO TOMAZI

Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná
Mestre em História pela Universidade Estadual Paulista de Assis
Doutor em História pela Universidade Federal do Paraná
Professor de Sociologia na Universidade Estadual de Londrina (PR)
e na Universidade Federal do Paraná
Membro da Direção da Associação Brasileira de Ensino
de Ciências Sociais – Abecs

SOCIOLOGIA

MÓDULO
Cultura e Ideologia

Cultura e Ideologia
 de acordo com as várias vertentes teóricas.

MÓDULO AULA 1 Página: 4

Cultura e Ideologia Os significados de cultura no cotidiano

Objetivos
Conceituar Cultura
Plano de aulas sugerido Analisar as diferentes acepções do termo cultura segundo Félix
Guattari
Carga semanal de aulas: 2
Número total de aulas do módulo: 20 Estratégias
A proposta da primeira aula é analisar o termo cultura e diferen-
tes acepções que esse conceito pode receber. Para iniciar essa dis-
Competências Habilidades cussão, proponha aos alunos que formulem uma definição inicial
c Compreender os elementos c Analisar a importância dos para o conceito de cultura. Durante a discussão, é necessário que
culturais que constituem as valores éticos na estruturação apresentem, em primeiro lugar, uma explicação para o conceito. Em
identidades. política das sociedades. segundo lugar, exemplos variados de práticas culturais. Finalmente,
c Compreender a produção e o c Interpretar historicamente e/
pode-se questioná-los se existem ações ou criações humanas que
papel histórico das instituições ou geograficamente fontes
não se enquadrariam no conceito de cultura e justificar a exclusão
sociais, políticas e econômicas, documentais acerca de
associando-as aos diferentes aspectos da cultura. dessas práticas.
grupos, conflitos e movimentos c Identificar registros de Ao final da discussão, solicite aos alunos que formulem textos ar-
sociais. práticas de grupos sociais no gumentativos sintetizando as ideias debatidas. Esses textos poderão
tempo e no espaço. ser retomados ao longo das aulas de modo a verificar as hipóteses
inicias dos alunos e como estas foram redefinidas a partir das discus-
sões do bimestre.
Apresentação do Módulo Finalmente, após encerrada a discussão introdutória, apresente a
É comum ouvirmos dizer que um indivíduo é culto porque fala proposta de Félix Guattari para sintetizar diferentes significados do
vários idiomas ou conhece muitas obras de literatura e de arte. Cos- termo cultura em três grandes grupos e discuta de que maneira tais
tuma-se dizer, ainda, que uma pessoa não é culta se não domina definições podem ser encontradas em nosso cotidiano.
determinados conhecimentos. Indo além do plano individual, há Professor, caso deseje aprofundar a reflexão sobre o conceito de
quem compare diferentes povos e afirme que a cultura de um é mais cultura, é possível consultar o texto complementar a seguir, que abor-
sofisticada e complexa que a de outro. Esse tipo de avaliação, baseada da a questão da cultura como um elemento central para a compreen-
no senso comum, comporta elementos ideológicos que nos levam são da vida humana:
a pensar na possível superioridade de alguns indivíduos ou de deter- A noção de cultura é inerente à reflexão das ciências so-
minados povos em relação a outros. Afinal, o que significam cultura ciais. Ela é necessária, de certa maneira, para pensar a unidade
e ideologia, termos tão usados em nosso cotidiano e nas ciências da humanidade na diversidade além dos termos biológicos. Ela
humanas? parece fornecer a resposta mais satisfatória à questão da dife-
rença entre os povos, uma vez que a resposta ‘racial’ está cada
vez mais desacreditada, à medida que há avanços da genética
1. DOIS CONCEITOS E SUAS DEFINIÇÕES das populações humanas. O homem é essencialmente um ser
de cultura. O longo processo de hominização, começado há
Objeto do conhecimento mais ou menos quinze milhões de anos, consistiu fundamental-
c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade mente na passagem de uma adaptação genética ao meio am-
c Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento
biente natural a uma adaptação cultural. (...) A cultura permite
político e ação do Estado
ao homem não somente adaptar-se a seu meio, mas também
Objeto específico adaptar este meio ao próprio homem, a suas necessidades e seus
c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na projetos. Em suma, a cultura torna possível a transformação da
vida política e social natureza. (...) A noção de cultura se revela então o instrumento
c Relação entre indivíduo e sociedade
adequado para acabar com as explicações naturalizantes dos
comportamentos humanos. A natureza, no homem, é inteira-
Objetivos mente interpretada pela cultura. As diferenças que poderiam
Apresentar os conceitos de cultura e de ideologia, destacando as parecer mais ligadas a propriedades biológicas particulares
especificidades de cada um deles e sua evolução ao longo do tempo, como, por exemplo, a diferença de sexo, não podem ser jamais

2 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE

observadas ‘em estado bruto’ (natural) pois, por assim dizer, a
cultura se apropria delas ‘imediatamente’; a divisão sexual dos
papéis e das tarefas nas sociedades resulta fundamentalmente
da cultura e por isso varia de uma sociedade para a outra. Nada
é puramente natural no homem.
CUCHE, Denys. A Noção de cultura nas ciências sociais.
Bauru: Edusc, 2002, 09-11.
AULA 2 Páginas: 4 a 6
Cultura segundo a Antropologia
Objetivos
Analisar as contribuições de diferentes antropólogos para o estudo
da cultura
Identificar elementos do pensamento de Lévi-Strauss para a análise
da cultura
Estratégias
Inicie a aula explicando que um dos campos do conhecimento que
se dedicaram especialmente ao problema da cultura é a antropologia.
Lembre os alunos que a antropologia é um dos saberes que compõe
o campo das ciências sociais e que se desenvolveu a partir do século
XIX. Destaque que ao longo da história da antropologia, diferentes
antropólogos propuseram definições de cultura e instrumentos para
analisar as práticas culturais das sociedades humanas.
Após essa breve apresentação, apresente as principais ideias de-
fendidas por diferentes antropólogos, como Edward Burnett Tylor,
Franz Boas, Bronislaw Kasper Malinowski, Ruth Benedict, Margareth
Mead, Claude Lévi-Strauss, Clifford James Geertz e Marshall Sahlins.
Professor, caso julgue conveniente, uma forma de ampliar a reflexão
sobre esse tema é organizar os alunos em grupos para a realização
de seminários de pesquisa sobre as ideias dos antropólogos anali-
sados durante a aula. Para isso, cada grupo ficaria responsável por
um dos antropólogos e seria encarregado de levantar informações
sobre aspectos biográficos do autor, suas principais obras e concei-
tos, bem como a maneira como seu pensamento contribuiu para o
desenvolvimento do pensamento antropológico. Os grupos deverão
apresentar seus seminários nas próximas aulas, de modo que todos
possam participar da atividade e fornecer elementos para a discussão
coletiva em sala de aula.
Finalmente, para encerrar a aula, proponha a leitura e a discussão
da seção “Nas palavras de Lévi-Strauss” (p. 06).
Para casa
A proposta para casa é realizar a atividade de pesquisa para a
apresentação do seminário. Nesse caso, para acompanhar o traba-
lho de cada aluno do grupo, solicite a elaboração de um breve re-
latório de pesquisa que indique de que maneira o aluno contribuiu
para a pesquisa do grupo, bem como as principais ideias levantadas
durante a etapa de pesquisa. Esse relatório deve ser entregue e pode
funcionar como um instrumento de avaliação das atividades ao
longo do bimestre.
AULA 3 Páginas: 6 a 9
Os conceitos de etnocentrismo, trocas
culturais e culturas híbridas
Objetivos
Conceituar etnocentrismo
Conceituar trocas culturais
Conceituar culturas híbridas
Estratégias
O objetivo dessa aula é analisar três conceitos que fornecem ele-
mentos para a análise de fenômenos culturais. São conceitos que
refletem sobre as diferenças culturais e diferentes posturas de so-
ciedades humanas diante de culturas ou práticas que se distinguem
daquelas que são adotadas por seus próprios membros. Nesse caso,
inicie a aula apresentando o conceito de etnocentrismo e discu-
tindo as implicações sociais de práticas etnocêntricas. Além disso,
para aprofundar a questão do etnocentrismo, proponha a leitura
e a discussão da seção “Nas palavras de Everardo Rocha” (p. 07).
Em seguida, apresente os conceitos de troca cultural e culturas
híbridas e discuta o processo de interação e produção de novas
práticas culturais a partir do contato de sociedades diversas, es-
pecialmente no mundo contemporâneo. Nesse caso, é importan-
te problematizar a noção de uma cultura pura e as implicações
etnocêntricas dessa noação. Além disso, é necessário relacionar o
conceito de cultura híbrida com a reflexão do antropólogo Néstor
García Canclini. Para aprofundar essa questão, proponha aos alunos
a leitura e a discussão da seção “Nas palavras de Canclini” (p. 08-09).
Finalmente, lembre os alunos de que apesar das interações cul-
turais e da formação das chamadas culturas híbridas, nosso mundo
também é marcado pela existência de grupos que mantêm valores
culturais particulares e locais, os quais interagem e se relacionam
com as culturas híbridas. Nesse caso, é possível propor aos alunos
que pensem em exemplos dessas diferentes formas de organização
cultural, especialmente no cotidiano de nossa sociedade.
Professor, caso queira aprofundar o tema do etnocentrismo, bem
como retomar aspectos do pensamento do antropólogo Claude
Lévi-Strauss, é possível consultar o texto complementar a seguir,
no qual ele discute o problema do etnocentrismo e sua recusa em
enxergar a diversidade cultural como um elemento central do pro-
cesso de desenvolvimento das sociedades humanas. O texto pode
ser utilizado como subsídio paras as discussões em sala de aula ou
mesmo para leitura e discussão com os alunos:
Parece que a diversidade humana quase nunca foi vista
pelos homens como o que realmente é: um fenômeno natural,
resultante das relações diretas ou indiretas entre as sociedades.
SOCIOLOGIA
Preferiram ver nela uma espécie de monstruosidade ou escân-
dalo. A atitude mais antiga, certamente assentada em sólidas
bases psicológicas, já que tende a reaparecer em cada um de nós
quando confrontados a uma situação inesperada, consiste em
repudiar, pura e simplesmente, as formas culturais morais, re-
ligiosas, sociais ou estéticas mais afastadas daquelas a que nos
identificamos. “Modos selvagens”, “isso não se faz entre nós”,
Cultura e Ideologia 3
 “deveria ser proibido” e outras tantas reações grosseiras tradu-
zem esse arrepio, essa repulsa diante de modos de vida, de
crença ou de pensamento que nos são estrangeiros. Na Antigui-
dade, por exemplo, confundia-se tudo o que não fazia parte da
cultura grega (posteriormente greco-romana) na denominação
de “bárbaro”; a civilização ocidental usaria mais tarde o termo
“selvagem” no mesmo sentido. Por detrás desses epítetos, es-
conde-se a mesma opinião. É provável que a palavra “bárbaro”
se refira, etimologicamente, à confusão e inarticulação do canto
dos pássaros, em oposição ao valor significante da linguagem
humana. E “selvagem” quer dizer “da selva”, evocando também
um modo de vida animal, por oposição à cultura humana. Em
ambos os casos, expressa-se a recusa de admitir o próprio fato
da diversidade cultural; prefere-se rejeitar para fora da cultura,
na natureza, tudo o que não se conforma às normas que regem
a vida de quem julga. Negar a humanidade aos seus represen-
tantes aparentemente mais “selvagens” ou “bárbaros” significa
adotar uma de suas atitudes típicas. Bárbaro é, antes de tudo, o
homem que crê na barbárie.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural dois.
São Paulo: Cosac Naify, 2013, edição digital sem paginação.
AULA 4 Páginas: 9 e 10
Cultura erudita e cultura popular
Objetivos
Conceituar cultura erudita
Conceituar cultura popular
Refletir criticamente sobre a distinção entre cultura erudita e cul-
tura popular
Estratégias
Um tema muito comum quando se pensa em cultura é a distinção
entre cultura erudita e cultura popular. Nesse caso, inicie a aula apre-
sentando diversos exemplos de manifestações culturais. Para isso, é
importante selecionar práticas que são associadas à cultura erudita,
como livros, canções, filmes, entre outras, e práticas que seriam con-
sideradas manifestações da cultura popular, como danças, festas, gra-
fites, gêneros musicais populares, entre outros. Em seguida, questione
os alunos o que diferencia os dois grupos e se é possível afirmar que
ambos são práticas culturais. Além disso, peça para que justifiquem
seus posicionamentos.
É possível que os alunos defendam que apenas as manifestações
de cultura erudita são práticas culturais. Por outro lado, também é
possível que eles defendam o contrário e apontem que ambos os
grupos são formados por exemplos de práticas culturais. O impor-
tante na atividade é a maneira como os alunos justifiquem seus po-
sicionamentos e se posicionem diante do tema. Além disso, com
base nisso, é possível discutir criticamente a distinção entre cultura
erudita e cultura popular.
Para isso, apresente inicialmente as definições dos conceitos de cul-
tura erudita e cultura popular e, em seguida, destaque a questão da
cultura como um ato de produção e com base nisso justifique a razão
4 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE
pela qual tanto a cultura erudita, quanto a cultura popular formam
a tradição cultural de uma sociedade. Finalmente, destaque de que
maneira a ideia de cultura erudita se transformou em um elemento
de diferenciação social que alimenta diversas formas de preconceito
social em nossa sociedade.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem uma apresentação visual sobre o
tema da cultura erudita e cultura popular. Essa apresentação pode
ser elaborada na forma de cartaz, vídeo curto, um blog, apresentação
de power point ou outros formatos. É importante que destaquem as
questões debatidas em sala de aula, bem como exemplos vivencia-
dos pelos próprios alunos. A proposta da atividade é que os alunos
problematizem as duas noções e retomem o conceito de cultura en-
quanto uma atividade produtiva do ser humano.
AULA 5 Páginas: 10 e 11
O conceito de ideologia
Objetivos
Conceituar ideologia
Analisar diferentes perspectivas do conceito de ideologia
Estratégias
A proposta dessa aula é analisar o conceito de ideologia e refletir
criticamente sobre os diferentes usos desse conceito. Para iniciar a
aula, pode-se propor aos alunos que expliquem o que eles enten-
dem pelo conceito. Como essa palavra é amplamente utilizada pelos
meios de comunicação, é possível que os alunos apresentem diversas
definições, especialmente aquelas associadas com um tipo de pensa-
mento enviesado e que apresenta uma versão distorcida da realidade,
baseada em crenças políticas específicas.
Com base nessa reflexão inicial, apresente a origem do conceito de
ideologia e a maneira como ele foi pensado por diferentes autores
ao longo do tempo. Para isso, destaque principalmente as ideias de
Marx e Engels, Durkheim e de Karl Manheim. Finalmente, proponha
a leitura e a discussão da seção “A ideologia e o grupo social” (p. 11)
para aprofundar a questão.
Professor, caso deseje aprofundar a questão, é possível selecionar
textos jornalísticos que utilizam o termo ideologia para analisar deter-
minados fenômenos políticos e propor aos alunos que identifiquem
a maneira como o termo é utilizado e os significados a ele atribuído.
Pode-se, a partir disso, propor uma discussão sobre a diferença entre
a maneira como o termo é utilizado no senso comum e aquela pro-
posta pelos pensadores analisados nessa aula.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo sobre
o conceito de ideologia, no qual apresentem a história do conceito
e as principais contribuições de sociólogos para o desenvolvimento
do conceito.
 AULA 6 Páginas: 12 e 13
A ideologia no cotidiano
Objetivos
Refletir sobre elementos ideológicos no cotidiano
Estratégias
A partir do conceito de ideologia analisado na aula anterior, dis-
cuta exemplos de situações cotidianas nas quais é possível observar
a presença de elementos ideológicos, como a questão do discurso
homogêneo das diferenças sociais, a ideia de que vivemos em uma
sociedade sem conflitos sociais, a ideia da felicidade baseada em va-
lores materiais ou ainda a ideia de que o conhecimento científico é
uma verdade inquestionável.
Por meio dessas situações, é possível refletir sobre o impacto social
das ideologias em uma sociedade capitalista, bem como maneiras de
analisar criticamente esses valores para a superação dessas ideologias.
Durante essas discussões, é possível propor aos alunos que apontem
exemplos de valores ideológicos presentes na comunidade em que
vivem e nos meios de comunicação em massa e também críticas a
esses valores.
Professor, uma forma de aprofundar a discussão, caso haja tempo, é
propor aos alunos que reflitam sobre as seguintes afirmações a seguir
e avaliem de que maneira tais ideias expressam valores ideológicos ou
preconceituosos e contribuem para a permanência de valores tradi-
cionais em nossa sociedade:
Político é sempre corrupto.
Brasileiro é preguiçoso.
O brasileiro é um povo pacífico.
Apesar de ser mulher, ela é inteligente.
Aquele passeio foi um verdadeiro programa de índio.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo sobre
o tema da ideologia e o cotidiano. No texto, é importante que os
alunos levem em conta tanto os conceitos discutidos em sala de
aula, quanto exemplos e situações vivenciadas cotidianamente em
nossa sociedade.
AULA 7 Páginas: 14 e 15
Cenários da cultura e da ideologia
contemporâneas
Objetivos
Ler e analisar texto
Refletir criticamente sobre o culto ao sucesso pessoal no mundo
contemporâneo
Estratégias
A proposta da aula é analisar e refletir sobre a temática proposta
na seção Cenários do mundo do trabalho (p. 14-15). Para isso, soli-
cite inicialmente aos alunos que leiam individualmente o texto. Em
seguida, peça para que discutam as ideias principais do texto coleti-
vamente. Nesse momento, também apresente os questionamentos
da seção para serem analisados de forma coletiva. Finalmente, caso
haja tempo, os alunos podem responder os questionamentos em sala
de aula. A terceira questão, que pede a realização de um curriculum
mortis, pode ser entregue, servindo como um dos instrumentos de
avaliação das discussões e debates realizadas ao longo do bimestre
em sala de aula.
2. MESCLANDO CULTURA E IDEOLOGIA
Objeto do conhecimento
c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade
c Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento
político e ação do Estado
Objeto específico
c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na
vida política e social
c Cultura e ideologia
Objetivos
1. Fornecer uma visão antropológica do conceito de cultura e seu
papel na análise das sociedades complexas.
2. Discernir os elementos essenciais do conceito de ideologia e com-
preender como ela permeia nosso cotidiano.
AULA 8 Páginas: 19 e 20
Dominação e controle
Objetivos
Conceituar hegemonia
Conceituar violência simbólica
Estratégias
Inicie a aula retomando a relação entre cultura e ideologia discutida
no bimestre anterior. Para isso, solicite aos alunos para conceituarem
brevemente ideologia e apontar exemplos práticos de produções
culturais que podem ser caracterizadas como ideológicas. A partir
desses exemplos iniciais, explique que diversos sociólogos produzi-
ram conceitos para ampliar as análises das relações entre ideologia
e cultura e, nesse processo, há autores que se destacam: o italiano
Antonio Gramsci, o francês Pierre Bourdieu e os alemães Theodor
Adorno e Max Horkheimer. Destaque que o objetivo da primeira
aula é analisar os conceitos produzidos pelos dois primeiros autores.
SOCIOLOGIA
Para isso, apresente as principais características dos conceitos de
hegemonia e de violência simbólica. Nesse caso, é importante des-
tacar, em primeiro lugar, que Gramsci pensa a questão da ideologia
como uma forma de dominação de uma classe sobre outras e que
se combina com o uso da força para garantir o controle social. Isso
implica na criação de valores culturais que defendam determinados
valores e posturas que reforçam a cultura dominante. Por outro lado,
Cultura e Ideologia 5
 é importante lembrar que o italiano defende que existem meios de
resistir a esse processo, como a ação contra-hegemônica dos inte-
lectuais orgânicos, os quais criticam os valores dominantes de nossa
sociedade.
Na mesma perspectiva, Bourdieu analisou como valores culturais
podem impor determinados modelos de conduta e ação em nossa
sociedade. Para isso, ele elaborou o conceito de violência simbólica
e o utilizou para analisar diversas situações que possibilitam o con-
trole e a dominação de determinados setores da sociedade sobre os
demais.
Professor, para explorar os dois conceitos, é importante apresentar
situações cotidianas, como o papel da escola, dos meios de comuni-
cação e outros produtos culturais na construção de valores dominan-
tes nos quais é possível observar a presença de elementos que justi-
ficam a hegemonia ou a dominação de um grupo sobre os demais.
Uma possibilidade de explorar essa questão é selecionar reportagens
jornalísticas nas quais essa questão fica evidente e propor aos alunos
que debatam e apliquem tais conceitos na análise dessas reportagens.
Ao final da discussão, é possível solicitar aos alunos que sintetizem as
ideias debatidas na forma de um texto argumentativo.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo concei-
tuando hegemonia e violência simbólica formulados, respectivamen-
te, por Gramsci e Bourdieu.
AULA 9 Páginas: 19 e 20
A Indústria Cultural
Objetivos
Conceituar Indústria Cultural
Estratégias
O objetivo dessa aula é explorar o conceito de Indústria Cultural.
Elaborado pelos pensadores alemães Theodor Adorno e Max Hor-
kheimer, esse conceito se transformou em um importante elemento
para a reflexão sobre cultura no mundo contemporâneo. Destaque
que os dois autores utilizaram esse conceito para explorar as rela-
ções entre produção cultural, exploração comercial e vulgarização
da cultura. Em seguida, apresente detalhadamente os elementos que
permitem compreender o conceito, especialmente a questão do
surgimento de grandes empresas que passaram a produzir bens em
massa, os quais eram vendidos e proporcionavam o crescimento eco-
nômico desses grupos. Lembre os alunos que esse processo começou
a ganhar força na virada do século XIX para o século XX, tornando-se
central para a organização das economias mundiais nas primeiras
décadas do século XX. Destaque também que inicialmente os bens
produzidos em massa eram especialmente aqueles relacionados di-
retamente com o consumo, como objetos de uso cotidiano, roupas,
alimentos, automóveis, etc. Porém, as grandes empresas passaram
também a produzir objetos culturais em massa, o que provocou uma
mudança importante na forma como se produzia cultura. Esta dei-
xou de ser um ato criativo para se tornar um produto que precisava
6 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE
ser consumido pelo maior número de pessoas.
É essa produção em massa da cultura que constitui a indústria
cultural. Explique que os dois pensadores identificaram esse processo
com a construção de uma imagem da sociedade homogênea e sem
conflitos, o que provoca o enfraquecimento da organização política
dos diversos setores da sociedade e produz ações, modos de pensar
e sentir cada vez mais similares. Assim, a indústria cultural contribui
para fortalecer as ideologias da sociedade e evitar o pensamento crí-
tico. Além disso, a cultura perde seu caráter inventivo e produtivo e
se transforma em uma mercadoria que é reproduzida exaustivamente
com uma lógica muito parecida.
Professor, para aprofundar essa questão, proponha a leitura e a dis-
cussão da seção “Nas palavras de Adorno” (p. 20). Além disso, solicite
aos alunos para que reflitam sobre exemplos concretos de situações
nas quais é possível observar a presença da indústria cultural em nos-
so mundo e como tais situações ajudam a reforçar hábitos homo-
gêneos e esvaziar a potência do pensamento crítico dos indivíduos
em nossa sociedade.
Para casa
Solicite aos alunos que escrevam um texto argumentativo explican-
do o conceito de indústria cultural e apontando exemplos concretos
de situações nas quais é possível identificar a presença da indústria
cultural em nosso mundo.
AULA 10 Páginas: 20 e 21
Os meios de comunicação e a vida cotidiana
Objetivos
Analisar o papel da televisão como um dos pilares da indústria
cultural
Refletir sobre a passagem do Homo sapiens para Homo videns
Estratégias
Inicie a aula retomando os conceitos discutidos nas aulas anteriores
e explique que a questão da cultura como um elemento que reforça
os valores ideológicos continua sendo importante em nossa socie-
dade. Nesse caso, lembre os alunos que o principal meio de comuni-
cação no presente ainda é a televisão, apesar de que a internet tem
ocupado um papel cada vez mais importante em nosso mundo, e é
por meio da televisão e outros meios de comunicação que a cultura
desempenha seu papel ideológico. Com base nisso, inicie a análise
da televisão como um dos pilares da indústria cultural no presente.
Para isso, apresente as ideias de Giovanni Sartori. Inicie explorando o
processo histórico de desenvolvimento dos meios de comunicação,
ressaltando o papel da imprensa, dos avanços tecnológicos do século
XIX, do cinema e finalmente da televisão.
Em seguida, analise a questão da passagem do Homo sapiens para
o Homo videns segundo Sartori e discuta com os alunos quais seriam
as principais implicações sociais e intelectuais desse processo, espe-
cialmente a questão proposta pelo autor entre ver e compreender.
Finalmente, para finalizar essa questão, proponha a leitura e a discus-
são da seção “Nas palavras de Ianni” (p. 21).
Para casa
Solicite aos alunos que escrevam um texto argumentativo em tor-
no da questão da televisão. No texto, é importante que os alunos
retomem as ideias discutidas em sala de aula e se posicionem diante
das teses desenvolvidas por Giovanni Sartori e a questão da televisão.
É possível tanto concordar com o pensador e defender a ideia de que
a televisão impede a compreensão dos indivíduos, quanto refutar
essa tese. Em ambos os casos, é importante que os alunos argumen-
tem e defendam suas posições.
AULA 11 Página: 22
Está tudo dominado?
Objetivos
Identificar as críticas de Walter Benjamin ao conceito de Indústria
Cultural
Refletir sobre o conceito de contra-hegemonia
Estratégias
Inicie a aula explicando que o conceito de indústria cultural pode
ser interpretado como um indicador de que em nossa sociedade não
há mais espaços de resistência contra a dominação ideológica. Porém,
existiram pensadores que criticaram essa perspectiva e afirmaram
que existem formas de resistir aos efeitos ideológicos da cultura. Um
exemplo disso é o pensador alemão Walter Benjamin. Para analisar isso,
apresente as bases de sua crítica ao conceito de indústria cultural, es-
pecialmente a questão das possibilidades da reprodução técnica das
obras de arte servir para a difusão da cultura entre novos grupos sociais,
como as classes trabalhadoras.
Além disso, em seguida, destaque também que mesmo quando as
produções culturais trazem consigo valores ideológicos, é possível filtrá-
-los e criticá-los tanto por meio da seleção daquilo que os indivíduos
recebem, quanto pela análise crítica dessas produções. Por isso, pode-se
dizer que os indivíduos não aceitam passivamente tudo aquilo que a
indústria cultural oferece. Outra questão importante é o conceito de
contra-hegemonia proposto por Gramsci. Nesse caso, é necessário des-
tacar o papel de indivíduos que realizam críticas dos meios de comuni-
cação e fornecem elementos para refletir sobre os valores ideológicos
que se manifestam nesses canais.
Professor, para aprofundar essa questão, proponha um debate entre
os alunos em torno da questão da crítica e resistência aos valores ideo-
lógicos presentes nos meios de comunicação de massa e na indústria
cultural. Solicite aos alunos que reflitam e discutam quais estratégias
podem ser elaboradas cotidianamente para lidar criticamente com essa
questão e se posicionar de forma reflexiva diante das obras culturais
que expressam valores ideológicos e que buscavam evitar o pensamen-
to crítico em nossa sociedade. Ao final do debate, é possível solicitar
aos alunos que produzam um texto argumentativo sintetizando as
ideias discutidas durante as aulas. Esse texto pode ser utilizado como
um dos instrumentos de avaliação do trabalho ao longo do bimestre.
AULA 12
Páginas: 22 e 23
O universo da internet
Objetivos
Analisar o papel da internet em nossa sociedade
Organizar informações sobre o uso da internet no presente
Estratégias
Inicie a aula propondo aos alunos que reflitam sobre o uso co-
tidiano da internet. Destaque que esse é um dos principais meios
de comunicação no presente, sendo que muitas pessoas já passam
mais tempo navegando pela internet do que assistindo televisão,
ouvindo rádio, indo ao cinema ou lendo jornais e revistas. Na rea-
lidade, destaque que a internet consegue agrupar características
de outros meios de comunicação e modificar a maneira como as
pessoas se relacionam com a informação. Com base nisso, peça
aos alunos para que descrevam seus hábitos de uso da internet,
quanto tempo passam conectados, onde utilizam a internet, quais
são os principais recursos utilizados, qual a importância cotidia-
na da internet para eles, entre outros questionamentos. Estimule
a participação de todos, bem como a reflexão em torno desses
hábitos, especialmente em torno das questões debatidas nas aulas
anteriores, questionando os alunos se a internet contribui para o
fortalecimento das ideologias vigentes em nossa sociedade ou se
ela pode funcionar como uma ferramenta crítica.
Ao final da discussão, solicite aos alunos que se organizem em
grupos para a realização de uma atividade de pesquisa que será
apresentada na próxima aula. Explique que eles deverão se organizar
em grupos e realizar entrevistas e pesquisas em torno da questão
da internet no Brasil. Para isso, cada grupo ficará responsável pela
entrevista de um determinado número de pessoas, que pode ser
estipulado de acordo com as características da turma e da comuni-
dade no qual a escola está inserida, e análise das informações. Para
a realização da entrevista, os alunos deverão criar questionários que
destaquem aspectos gerais sobre o uso da internet e que possibilitem
a interpretação das informações posteriormente. Além disso, os alu-
nos deverão pesquisar dados estatísticos sobre o acesso a internet e
as características desse acesso no Brasil e no mundo. Com base nos
dados pesquisados e nas entrevistas realizadas, na próxima aula, os
alunos deverão discutir o material com os demais grupos e montar,
coletivamente, um mural que aborde a questão da internet no Brasil.
Após explicar a proposta de pesquisa, apresente brevemente o
histórico da internet e discuta com os alunos as ideias presentes na
seção “O universo da internet” (p. 22-23).
Para casa SOCIOLOGIA
Professor, como forma de acompanhar a realização da atividade,
solicite aos alunos que elaborem um relatório descrevendo sua par-
ticipação na pesquisa e de que forma ele contribuiu para a realização
coletiva da atividade.
Cultura e Ideologia 7
 AULA 13 Páginas: 22 e 23
Discussão e produção do mural em torno do
tema da internet
Objetivos
Produzir mural
Refletir sobre o papel da internet em nossa sociedade
Estratégias
A proposta dessa aula é a discussão dos resultados da pesquisa fei-
ta pelos alunos e a produção do mural. É importante que todos par-
ticipem tanto da discussão, quanto da elaboração do mural. Ao final
da atividade, caso seja possível, escolha um local comum da escola
para a exposição da atividade, possibilitando a ampliação da discus-
são feita em sala de aula com o restante da comunidade escolar. Caso
não seja possível finalizar a produção do mural nessa aula, solicite
aos alunos que apresentem a atividade finalizada na próxima aula,
podendo inclusive reservar uma parte da aula para o encerramento
dessa atividade. Tanto a atividade de pesquisa, quanto a discussão e a
produção do mural podem ser utilizadas como um dos instrumentos
de avaliação das atividades desenvolvidas ao longo do bimestre.
Professor, caso deseje, é possível também apresentar o texto com-
plementar a seguir para estimular a discussão em sala de aula e enri-
quecer o processo de criação do mural. Além desse texto, é possível
selecionar, de acordo com seu critério e suas necessidades, outros
textos e materiais que podem ser discutidos durante a aula e que
abordem a questão da internet e seus efeitos sociais e ideológicos:
A boçalidade do mal, uma das explicações possíveis para
o atual momento, é um fenômeno gerado pela experiência da
internet. Ou pelo menos ligado a ela. Desde que as redes so-
ciais abriram a possibilidade de que cada um expressasse li-
vremente, digamos, o seu “eu mais profundo”, a sua “verdade
mais intrínseca”, descobrimos a extensão da cloaca humana.
Quebrou-se ali um pilar fundamental da convivência, um que
Nelson Rodrigues alertava em uma de suas frases mais agudas:
“Se cada um soubesse o que o outro faz dentro de quatro pa-
redes, ninguém se cumprimentava”. O que se passou foi que
descobrimos não apenas o que cada um faz entre quatro pa-
redes, mas também o que acontece entre as duas orelhas de
cada um. Descobrimos o que cada um de fato pensa sem ne-
nhuma mediação ou freio. E descobrimos que a barbárie ínti-
ma e cotidiana sempre esteve lá, aqui, para além do que po-
deríamos supor, em dimensões da realidade que só a ficção
tinha dado conta até então.
Descobrimos, por exemplo, que aquele vizinho simpático
com quem trocávamos amenidades bem educadas no elevador
defende o linchamento de homossexuais. E que mesmo os mais
comedidos são capazes de exercer sua crueldade e travesti-la de
liberdade de expressão. Nas postagens e comentários das redes
sociais, seus autores deixam claro o orgulho do seu ódio e mui-
tas vezes também da sua ignorância. Com frequência reivindi-
cam uma condição de “cidadãos de bem” como justificativa para
cometer todo o tipo de maldade, assim como para exercer com
8 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE
desenvoltura seu racismo, sua coleção de preconceitos e sua
abissal intolerância com qualquer diferença.
Foi como um encanto às avessas – ou um desencanto. A
imagem devolvida por esse espelho é obscena para além da
imaginação. Ao libertar o indivíduo de suas amarras sociais, o
que apareceu era muito pior do que a mais pessimista investi-
gação da alma humana. Como qualquer um que acompanha
comentários em sites e postagens nas redes sociais sabe bem, é
aterrador o que as pessoas são capazes de dizer para um outro,
e, ao fazê-lo, é ainda mais aterrador o que dizem de si. (...)
Ainda temos muito a investigar sobre como a internet, uma
das poucas coisas que de fato merecem ser chamadas de revo-
lucionárias, transformaram a nossa vida e o nosso modo de
pensar e a forma como nos enxergamos. Mas acho que é subes-
timado o efeito daquilo que a internet arrancou da humanidade
ao permitir que cada indivíduo se mostrasse sem máscaras: a
ilusão sobre si mesma. Essa ilusão era cara, e cumpria uma
função – ou muitas – tanto na expressão individual quanto na
coletiva. Acho que aí se escavou um buraco bem fundo, ainda
por ser melhor desvendado.
Como aprendi na experiência de escrever na internet que
não custa repetir o óbvio, de forma nenhuma estou dizendo que
a internet, um sonho tão estupendo que jamais fomos capazes
de sonhá-lo, é algo nocivo em si. A mesma possibilidade de se
mostrar, que nos revelou o ódio, gerou também experiências
maravilhosas, inclusive de negação do ódio. Assim como per-
mitiu que pessoas pudessem descobrir na rede que suas fanta-
sias sexuais não eram perversas nem condenadas ao exílio, mas
passíveis de serem compartilhadas com outros adultos que tam-
bém as têm. Do mesmo modo, a internet ampliou a denúncia
de atrocidades e a transformação de realidades injustas, tanto
quanto tornou o embate no campo da política muito mais de-
mocrático.
Meu objetivo aqui é chamar a atenção para um aspecto que
me parece muito profundo e definidor de nossas relações atuais.
A sociedade brasileira, assim como outras, mas da sua forma
particular, sempre foi atravessada pela violência. Fundada na
eliminação do outro, primeiro dos povos indígenas, depois dos
negros escravizados, sua base foi o esvaziamento do diferente
como pessoa, e seus ecos continuam fortes. A internet trouxe
um novo elemento a esse contexto. Quero entender como indi-
víduos se apropriaram de suas possibilidades para exercer seu
ódio – e como essa experiência alterou nosso cotidiano para
muito além da rede.
É difícil saber qual foi a primeira baixa. Mas talvez tenha
sido a do pudor. Primeiro, porque cada um que passou a ex-
pressar em público ideias que até então eram confinadas dentro
de casa ou mesmo dentro de si, descobriu, para seu júbilo, que
havia vários outros que pensavam do mesmo jeito. Mesmo que
esse pensamento fosse incitação ao crime, discriminação racial,
homofobia, defesa do linchamento. Que chamar uma mulher
de “vagabunda” ou um negro de “macaco”, defender o “assassi-
nato em massa de gays”, “exterminar esse bando de índios que
só atrapalham” ou “acabar com a raça desses nordestinos safa-
dos” não só era possível, como rendia público e aplausos. Pen- AULA 14 Página: 24
samentos que antes rastejavam pelas sombras passaram a ga-
nhar o palco e a amealhar seguidores. E aqueles que antes não Cenário da indústria cultural
ousavam proclamar seu ódio cara a cara, sentiram-se fortaleci-
dos ao descobrirem-se legião. Finalmente era possível “dizer Objetivos
tudo”. E dizer tudo passou a ser confundido com autenticidade Ler e analisar texto
e com liberdade.
Para muitos, havia e há a expectativa de que o conheci- Estratégias
mento transmitido pela oralidade, caso de vários povos tradi- A proposta da aula é analisar e refletir sobre a temática proposta na
cionais e de várias camadas da população brasileira com riquís- seção Cenários do mundo do trabalho (p. 24). Para isso, solicite ini-
sima produção oral, tenha o mesmo reconhecimento na cialmente aos alunos que leiam individualmente o texto. Em seguida,
construção da memória que os documentos escritos. Na expe- peça para que discutam as ideias principais do texto coletivamente.
riência da internet, aconteceu um fenômeno inverso: a escrita, Nesse momento, também apresente os questionamentos da seção
que até então era uma expressão na qual se pesava mais cada para serem analisados de forma coletiva. Finalmente, caso haja tem-
palavra, por acreditar-se mais permanente, ganhou uma ligeire- po, os alunos podem responder os questionamentos em sala de aula.
za que historicamente esteve ligada à palavra falada nas camadas
letradas da população. As implicações são muitas, algumas bem
interessantes, como a apropriação da escrita por segmentos que 3. CULTURA E INDÚSTRIA CULTURAL NO
antes não se sentiam à vontade com ela. Outras mostram as BRASIL
distorções apontadas aqui, assim como a inconsciência de que
cada um está construindo a sua memória: na internet, a possi-
Objeto do conhecimento
bilidade de apagar os posts é uma ilusão, já que quase sempre c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade
eles já foram copiados e replicados por outros, levando à im- c Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento
possibilidade do esquecimento. político e ação do Estado
(...) O ódio, e também a ignorância, ao serem compartilha-
dos no espaço público das redes, deixaram de ser algo a ser Objeto específico
c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na
reprimido e trabalhado, no primeiro caso, e ocultado e supera- vida política e social
do, no segundo, para ser ostentado. E quando me refiro à igno- c Cultura e ideologia
rância, me refiro também a declarações de não saber e de não
querer saber e de achar que não precisa saber. Me arrisco a dizer Objetivos
que havia mais chances quando as pessoas tinham pudor, em
1. Discutir sobre o papel da indústria cultural e suas relações com
vez de orgulho, de declarar que acham museus uma chatice ou
as culturas erudita e popular.
que não leram o texto que acabaram de desancar, porque pelo
2. Compreendam as possíveis relações entre indústria cultural e
menos poderia haver uma possibilidade de se arriscar a uma
ideologia.
obra de arte que as tocasse ou a descobrir num texto algo que
provocasse nelas um pensamento novo.
Referência: BRUM, Eliane. A boçalidade do mal. AULA 15 Páginas: 26 e 27
Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/02/
opinion/1425304702_871738.html. Acesso em: 20 nov. 2016.
O que caracteriza nossa cultura?
Para casa
Objetivos
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo analisan-
do o papel da internet em nossa sociedade. Para isso, é importante Caracterizar a cultura brasileira
utilizar os dados discutidos durante a produção do mural, bem como Refletir sobre as trocas culturais
conceitos e ideias trabalhados em sala de aula ao longo do bimestre. Estratégias
Esse texto deve servir como síntese das reflexões feitas nas últimas
aulas e também pode ser utilizado como um instrumento de avalia- Inicie a aula propondo aos alunos que reflitam sobre o significado
ção das atividades realizadas ao longo do bimestre. da expressão cultura brasileira. Peça para que eles expliquem do que SOCIOLOGIA
é composta essa cultura, quais são suas principais expressões, de que
modo ela se formou, entre outros aspectos. Estimule a reflexão sobre
a diversidade de elementos que forma a cultura brasileira, bem como
exemplos do cotidiano dos alunos. Após encerrar essa discussão ini-
cial, explique que a cultura brasileira se formou a partir de múltiplas
influências, como a cultura indígena, a africana e a europeia. Destaque
também a importância da imitação, bem como da ressignificação de

Cultura e Ideologia 9
 outros valores culturais no Brasil como a matriz que deu origem a isso
que chamamos de cultura brasileira.
Aproveite esse momento inicial para apresentar exemplos diversos
desse processo de mistura e transformação, abordando manifesta-
ções culturais variadas, como as músicas, as artes, as festas e come-
morações populares, os alimentos, a forma como falamos, entre ou-
tros aspectos. Essa reflexão permite reforçar a importância das trocas
culturais no processo de formação de uma cultura, bem como a ideia
de que não existe uma cultura pura, mas que esta se forma a partir da
troca e do intercâmbio entre povos com histórias e origens distintas.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um breve texto argumentativo
caracterizando a cultura brasileira e sintetizando as ideias discutidas
em sala de aula.
AULA 16 Páginas: 27 a 29
Indústria cultural no Brasil
Objetivos
Analisar o processo de formação da indústria cultural no Brasil
Caracterizar a disseminação do rádio no Brasil
Estratégias
O objetivo dessa aula é analisar o processo de difusão da indústria
cultural no Brasil. Inicie a aula explicando a importância do rádio
nesse processo, bem como a posterior força da televisão. Ressalte que
no presente a internet vem ganhando força como principal meio de
difusão da indústria cultural, mas a televisão continua sendo um meio
de comunicação importante no Brasil.
Após essa breve introdução, analise detalhadamente o processo
de implantação do rádio no Brasil. Para isso, destaque as principais
balizas cronológicas desse processo, bem como descreva a situação
atual do rádio no Brasil. Lembre os alunos que além das rádios co-
merciais, existem muitas rádios comunitárias e outras que podem ser
acessadas pela internet. Além disso, explique que as rádios possuem
profundas ligações com interesses políticos, já que a maior parte das
empresas de rádio estão nas mãos de políticos profissionais.
Para finalizar a aula, proponha aos alunos que discutam o impacto
do rádio no cotidiano, especialmente os hábitos de utilização, tipo
de programação disponível, como escutam ao rádio, entre outras
informações. Além disso, solicite a leitura e a discussão da seção “Nas
palavras de Bosi” (p. 29).
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo descre-
vendo o processo de implantação e disseminação das rádios no Brasil
desde a década de 1920 até o presente.
10 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE
AULA 17 Páginas: 30 e 31
A televisão brasileira
Objetivos
Caracterizar a disseminação da televisão no Brasil
Estratégias
O objetivo dessa aula é analisar o processo de disseminação da
televisão como o principal meio de comunicação de massas no Bra-
sil. Para isso, inicie a aula descrevendo os primeiros anos da televisão
brasileira, Explique que o início desse processo ocorreu lentamente,
com a pequena difusão de televisores nos domicílios brasileiros. Foi
apenas entre as décadas de 1970 e 1980 que o número de domicílios
que tinham uma televisão começou a crescer rapidamente.
Destaque também a relação entre a expansão das empresas televi-
sivas e o Estado brasileiro, que sempre teve influência nesse tipo de
negócio. Explique que isso se tornou especialmente relevante durante
o período do regime militar no Brasil, já que os governantes desse
período utilizaram ativamente a televisão como forma de difundir
seus ideias e suas propagandas políticas.
Aponte brevemente as inovações tecnológicas que ocorreram nes-
se período, possibilitando o surgimento de novas empresas televisivas
e a melhoria das transmissões no país. Além disso, explique como a
Rede Globo se beneficiou do apoio do regime militar, tornando-se a
principal rede televisiva do país. Finalmente, para encerrar a aula, des-
creva a situação das empresas televisivas no presente, especialmente
suas relações com o Estado brasileiro.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo descre-
vendo o processo de implantação e disseminação da televisão no
Brasil.
AULA 18 Páginas: 31 a 33
A programação da televisão
Objetivos
Refletir criticamente sobre a programação televisiva
Analisar o papel da televisão como uma forma de anestesiar a crí-
tica dos indivíduos
Estratégias
Inicie a aula propondo aos alunos que discutam quais são seus
hábitos de consumo de programas televisivos. Para isso, proponha
que apontem quais são os principais programas que eles assistem, os
conteúdos do mesmo, que tipo de discurso esses programas criam,
entre outras questões. Estimule que todos participem e que descre-
vam detalhadamente a maneira que se relacionam com a televisão.
A partir dessa reflexão inicial, proponha uma reflexão crítica so-
bre a programação televisiva, destacando o impacto e a influência
que essa programação tem na vida cotidiana e a maneira como tais
programas funcionam como uma forma de anestesia da capacidade
crítica dos indivíduos. Por outro lado, destaque também a possibilida-
de de reelaborar os programas televisivos e criar uma reflexão crítica
sobre aquilo que se assiste.
Com base nisso, apresente as teses de Renato Janine Ribeiro sobre
a televisão e, para aprofundar essa questão, proponha a leitura e a
discussão da seção “Nas palavras de Janine Ribeiro” (p. 33). Ao final
da aula, proponha um debate sobre essa questão e sobre formas de
se posicionar criticamente diante da programação televisiva.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo refletin-
do sobre o impacto da televisão na organização de nossa sociedade
e no exercício do pensamento crítico.
AULA 19 Páginas: 33 a 36
A inclusão digital; Cenários da cultura e da
indústria cultural no Brasil
Objetivos
Refletir sobre o processo de inclusão digital
Ler e analisar textos sociológicos
Estratégias
Divida a aula em duas partes. Na primeira, analise a questão da in-
clusão digital e seu papel de democratização da cultura no Brasil. Para
isso, destaque os principais dados sobre o tema e caso seja possível
traga informações sobre a questão da inclusão digital na comunidade
dos alunos. Explique também o papel democratizante da internet
e as possibilidades desse novo meio de comunicação de massa de
oferecer um acesso diversificado de informações e ideias que podem
ajudar na reflexão crítica sobre o mundo que vivemos.
Em seguida, na segunda parte da aula, proponha a análise da seção
Cenários do mundo do trabalho (p. 34-36). Para isso, solicite inicial-
mente aos alunos que leiam individualmente os textos. Em seguida,
peça para que discutam as ideias principais dos textos coletivamente.
Nesse momento, também apresente os questionamentos da seção
para serem analisados de forma coletiva. Finalmente, caso haja tem-
po, os alunos podem responder os questionamentos em sala de aula.
Para casa
Solicite a realização das atividades da seção “Cenários do mundo
do trabalho” (p. 34-36). Estas atividades podem ser utilizadas como
um dos instrumentos de avaliação das atividades desenvolvidas ao
longo do bimestre.
AULA 20 Página: 40
Conexão de saberes
Objetivos
Ler e analisar textos sociológicos
Estratégias
Proponha aos alunos que leiam e discutam a seção “Conexão de
saberes” (p. 40), que trata da questão da ideologia e indústria cultu-
ral. Durante a discussão do infográfico, é possível propor aos alunos
que reflitam sobre a questão da relação entre ideologia e indústria
cultural e apontem exemplos que ajudem a refletir sobre essa temá-
tica. Ao final da discussão, caso haja tempo, proponha a realização
das atividades da seção “Leituras e atividades” (p. 41-44). Aquilo que
não puder ser finalizado em sala de aula poderá ser finalizado como
tarefa de casa.
Para casa
Solicite a realização das atividades da seção “Leituras e atividades”
(p. 41-44). Estas atividades podem ser utilizadas como um dos ins-
trumentos de avaliação das atividades desenvolvidas ao longo do
bimestre.
SOCIOLOGIA
Cultura e Ideologia 11
 ANOTAÇÕES

12 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE

 SOCIOLOGIA
GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE

NELSON DACIO TOMAZI

Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná
Mestre em História pela Universidade Estadual Paulista de Assis
Doutor em História pela Universidade Federal do Paraná
Professor de Sociologia na Universidade Estadual de Londrina (PR)
e na Universidade Federal do Paraná
Membro da Direção da Associação Brasileira de Ensino
de Ciências Sociais – Abecs

SOCIOLOGIA

MÓDULO
Mudança social

Mudança social
 ou pela busca de alternativas energéticas, mas não conseguimos en-
xergar todos os seus efeitos em nossa vida. Ocorrem, porém, mudan-
ças que se evidenciam com mais rapidez, como as relacionadas às
MÓDULO revoluções políticas e sociais. As revoluções que ocorreram na Europa
Mudança social nos séculos XVIII e XIX, por exemplo, suscitaram a reflexão de vários
pensadores da época e constituíram o contexto no qual a Sociologia
começou a se desenvolver.

Plano de aulas sugerido 1. MUDANÇA SOCIAL E SOCIOLOGIA

Carga semanal de aulas: 2
Número total de aulas do módulo: 12 Objeto do conhecimento
c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade
c Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento

político e ação do Estado

Competências Habilidades
c Compreender os elementos c Analisar a importância dos Objeto específico
culturais que constituem as valores éticos na estruturação c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na
identidades política das sociedades. vida política e social
c Compreender a produção e o c Interpretar historicamente e/
c Mudança social no pensamento sociológico
papel histórico das instituições ou geograficamente fontes c Compreender que a Sociologia nasceu e se desenvolveu em
sociais, políticas e econômicas, documentais acerca de momentos de crise e mudança social.
associando-as aos diferentes aspectos da cultura. c Demonstrar que determinadas sociedades devem ser vistas
grupos, conflitos e movimentos c Identificar registros de
como ideais a atingir.
sociais práticas de grupos sociais no c Mostrar que as sociedades não puderam transformar-se por
c Compreender os elementos tempo e no espaço. causa da relação de dependência existente entre as colônias e as
culturais que constituem as c Analisar a importância dos
metrópoles.
identidades valores éticos na estruturação
c Compreender a produção e o política das sociedades.
papel histórico das instituições c Interpretar historicamente e/
AULA 1 Páginas: 4 a 6
sociais, políticas e econômicas, ou geograficamente fontes
associando-as aos diferentes documentais acerca de
grupos, conflitos e movimentos aspectos da cultura. Mudança social para os clássicos da
sociais c Identificar registros de sociologia: Comte e Marx
c Compreender os elementos práticas de grupos sociais no
culturais que constituem as tempo e no espaço. Objetivos
identidades c Analisar a importância dos Analisar as contribuições de Augusto Comte para a reflexão sobre
c Compreender a produção e o valores éticos na estruturação mudança social
papel histórico das instituições política das sociedades. Analisar as contribuições de Karl Marx para a reflexão sobre mu-
sociais, políticas e econômicas, c Interpretar historicamente e/
dança social
associando-as aos diferentes ou geograficamente fontes
grupos, conflitos e movimentos documentais acerca de Estratégias
sociais aspectos da cultura.
c Identificar registros de Explique que a sociologia nasceu em um período de intensa trans-
práticas de grupos sociais no formação social, por isso muitos sociólogos se dedicaram a formular
tempo e no espaço. teorias sobre a mudança social. Com base nisso, divida a aula em
duas partes. Na primeira, analise as ideias de Augusto Comte sobre o
tema, especialmente a questão dos três estágios de desenvolvimento
Apresentação do Módulo das sociedades humanas. Além disso, ressalte que as ideias de Comte
Em todas as sociedades ocorrem mudanças. Às vezes não perce- tiveram grande influência no Brasil, inclusive fazendo parte do lema
bemos as alterações, mas elas acontecem a todo momento, em toda de nossa bandeira.
parte. Há mudanças maiores, que atingem toda a humanidade, e Em seguida, na segunda parte da aula, analise as ideias de Karl Marx
menores, que acontecem no cotidiano das pessoas. Normalmente sobre o tema das mudanças sociais. Para iniciar essa questão, propo-
elas estão interligadas. Algumas mudanças ocorrem tão lentamente nha aos alunos que leiam e discutam a seção “Nas palavras de Marx”
que não são notadas de imediato. É o caso de duas grandes trans- (p. 05). Em seguida, analise detalhadamente o papel das revoluções
formações vividas pela humanidade, atualmente conhecidas como no processo de mudança social segundo a teoria marxista. Ao final
Revolução Agrícola e Revolução Industrial. Hoje estão em curso mu- da aula, caso julgue conveniente, é possível comparar e diferenciar
danças provocadas pela microeletrônica, pela engenharia genética, a perspectiva de Augusto Comte da de Karl Marx sobre o tema da
pela nanotecnologia, pela robótica, pelos sistemas de comunicação mudança social.

2 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE

Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo sin-
tetizando as principais ideias propostas por Comte e Marx para o
problema da mudança social.
AULA 2 Páginas: 6 a 8
Mudança social para os clássicos da
sociologia: Durkheim e Weber
Objetivos
Analisar as contribuições de Émile Durkheim para a reflexão sobre
mudança social
Analisar as contribuições de Max Weber para a reflexão sobre mu-
dança social
Estratégias
Na primeira parte da aula, analise as ideias de Émile Durkheim so-
bre o processo de mudança social. Para isso, ressalte a questão da
passagem de um tipo de solidariedade mecânica para uma orgânica.
Explique que a mudança social está relacionada com a passagem de
um tipo de solidariedade a outro. Com base nisso, analise o quadro
da página 07 e detalhe a maneira como esse autor refletiu sobre o
processo de mudança social.
Na segunda parte da aula, analise as ideias de Max Weber sobre a mu-
dança social. Para isso, destaque, em primeiro lugar, a questão da ética
protestante como a base para o desenvolvimento do capitalismo. Em
seguida, retome a questão dos tipos ideais e das formas de dominação
para analisar o processo de mudança social. Finalmente, proponha aos
alunos que leiam e discutam a seção “Nas palavras de Weber” (p. 08)
Ao final da aula, proponha uma comparação entre as ideias dos
quatro autores como forma de sintetizar as ideias discutidas nas duas
aulas. Peça aos alunos para que apresentem semelhanças e diferenças
entre eles. Caso julgue conveniente, elabore um quadro na lousa com
as ideias discutidas.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo sinte-
tizando as principais ideias propostas por Durkheim e Weber para
o problema da mudança social.
AULA 3 Páginas: 8 a 10
Outras análises sociológicas sobre a
mudança social
Objetivos
Identificar os principais elementos das teorias da modernização
Identificar os principais elementos das teorias sobre subdesenvol-
vimento e dependência
Estratégias
Divida novamente a aula em duas partes. Na primeira delas,
analise a questão das teorias da modernização e a influência que
essas tiveram das análises de Durkheim e Weber. Destaque que
essas teorias pensaram o processo de mudança social a partir de
uma perspectiva de mão única, baseada na ideia de que é possível
abandonar características tradicionais e alcançar características
sociais modernas.
Em seguida, na segunda parte da aula, analise a questão das teo-
rias sobre o subdesenvolvimento e dependência. Compare as di-
ferentes perspectivas propostas por autores que exploraram essa
questão e analise a problemática do desenvolvimento social nos
países da América Latina e outras regiões do planeta que não pas-
saram pelo acelerado processo de industrialização no século XIX.
AULA 4 Páginas: 11 e 12
Cenários da mudança social nos séculos XIX
e XX
Objetivos
Ler e analisar textos sociológicos
Estratégias
A proposta da aula é analisar e refletir sobre a temática proposta
na seção Cenários da mudança social nos séculos XIX e XX (p. 11-12).
Para isso, solicite inicialmente aos alunos que leiam individualmente
os textos. Em seguida, peça para que discutam as ideias principais
dos textos coletivamente. Nesse momento, também apresente os
questionamentos da seção para serem analisados de forma coletiva.
Finalmente, caso haja tempo, os alunos podem responder os ques-
tionamentos em sala de aula.
Para casa
Solicite a realização das atividades da seção “Cenários da mudança
social nos séculos XIX e XX” (p. 11-12). Estas atividades podem ser
utilizadas como um dos instrumentos de avaliação das atividades
desenvolvidas ao longo do bimestre.
2. MESCLANDO CULTURA E IDEOLOGIA
Objeto do conhecimento
c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade
c Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento
político e ação do Estado
Objeto específico
SOCIOLOGIA
c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na
vida política e social
c Revolução e transformação social
c Discutir e compreender o alcance dos movimentos
revolucionários, seus métodos e o resultado de cada um.
c Discutir sobre as muitas revoluções assistidas nos períodos
moderno e contemporâneo.
Mudança social 3
 AULA 5 Páginas: 14 a 16
Grandes processos de transformação de
alcance mundial
Objetivos
Caracterizar Revolução Agrícola
Caracterizar Revolução Industrial
Caracterizar Revolução tecnológica do século XXI
Estratégias
O objetivo dessa aula é analisar três grandes processos de trans-
formação social, a Revolução Agrícola, Industrial e a tecnológica do
século XXI. Para isso, destaque as principais características desses
processos, bem como a maneira como cada uma dessas revoluções
afetou a organização das sociedades humanas. Para aprofundar essa
questão, trace comparações, destacando semelhanças e diferenças,
nesses três processos de transformação.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um breve texto argumentativo des-
tacando as principais características dos três processos revolucionários
analisados em sala de aula. O texto, além de descrever as principais
características desses processos, deve comparar o impacto dessas revo-
luções na maneira como as sociedades humanas se organizam.
AULA 6 Páginas: 16 a 18
Revoluções
Objetivos
Conceituar Revolução
Caracterizar Revolução Inglesa
Caracterizar Revolução Francesa
Estratégias
Inicie a aula refletindo sobre o conceito sociológico de Revolução
e diferencie o processo revolucionário do processo de transformação
social por meio de reformas. Para aprofundar essa questão, proponha
a leitura e a discussão da seção “Nas palavras de Arendt” (p. 17).
Após encerrar essa etapa, apresente as principais características das
principais revoluções que ocorreram até o século XX: a Revolução
Inglesa e a Revolução Francesa. Compare esses dois movimentos, des-
tacando pontos em comum e distintos entre eles, bem como ressalte
os principais desdobramentos que tais movimentos tiveram para as
sociedades envolvidas.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo des-
crevendo as principais características da Revolução Inglesa e da Re-
volução Francesa, bem como comparando o impacto dessas duas
revoluções para a organização das sociedades afetadas.
4 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE
AULA 7 Páginas: 18 a 21
Revoluções: revoluções políticas do século XX
Objetivos
Caracterizar a Revolução Mexicana
Caracterizar a Revolução Russa
Estratégias
O objetivo dessa aula é analisar as revoluções ocorridas no século
XX. Para isso, destaque as principais características da Revolução Me-
xicana e da Revolução Russa. De forma semelhante ao que foi feito
na aula passada, estabeleça comparações entre os dois movimentos,
destacando principalmente quais foram os desdobramentos desses
processos para as sociedades envolvidas.
Além disso, como forma de fixar os temas debatidas, proponha aos
alunos que elaborem um quadro sintetizando as principais caracte-
rísticas das revoluções políticas desde o século XVIII.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo des-
crevendo as principais características da Revolução Mexicana e da
Revolução Russa, bem como comparando o impacto dessas duas
revoluções para a organização das sociedades afetadas.
AULA 8 Páginas: 21 e 24
Revoluções: As revoltas do século XXI
Objetivos
Refletir sobre a possibilidade de revoluções no mundo contem-
porâneo
Caracterizar as revoltas ocorridas no século XXI
Estratégias
Inicie a aula destacando as principais características das revoltas
ocorridas no início do século XXI. Aproveite essa questão para anali-
sar as razões pelas quais não ocorreram movimentos revolucionários
nesse século, especialmente a questão da dificuldade em se organizar
movimentos que possam tomar o poder no presente estado de or-
ganização das sociedades humanas.
Em seguida, na segunda parte da aula, proponha a análise da seção
Cenários das mudanças hoje (p. 23-24). Para isso, solicite inicialmente
aos alunos que leiam individualmente os textos. Em seguida, peça
para que discutam as ideias principais dos textos coletivamente. Nes-
se momento, também apresente os questionamentos da seção para
serem analisados de forma coletiva. Finalmente, caso haja tempo, os
alunos podem responder os questionamentos em sala de aula.
Para casa
Solicite a realização das atividades da seção “Cenários das mudan-
ças hoje” (p. 23-24). Estas atividades podem ser utilizadas como um
dos instrumentos de avaliação das atividades desenvolvidas ao longo
do bimestre.

3. A MUDANÇA SOCIAL NO BRASIL
Objeto do conhecimento
c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade
c Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento
político e ação do Estado
Objeto específico
c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na
vida política e social
c Mudança social no pensamento sociológico
c Discutir a questão das mudanças sociais no Brasil.
c Ressaltar que as mudanças tecnológicas nas mais diversas áreas
do cotidiano têm exercido papel significativo nos processos de
mudanças sociais e comportamentais.
AULA 9 Páginas: 27 a 29
Duas “revoluções” no Brasil do século XX
Objetivos
Refletir sobre processos revolucionários no Brasil
Caracterizar a “Revolução” de 1930
Caracterizar a “Revolução” de 1964
Estratégias
Inicie a aula discutindo a questão da inexistência de revoluções
no Brasil e apenas movimentos de modernização ou reforma. A par-
tir dessa introdução, destaque as principais características dos dois
movimentos de reforma que ocorreram no país, a “Revolução” de
1930 e a “Revolução” de 1964. Aponte as principais transformações
promovidas por esses movimentos e reforce as razões pelas quais
elas não podem ser vistas como movimentos revolucionários. Caso
julgue conveniente, compare esses movimentos com as revoluções
analisadas nas aulas anteriores, de modo a ressaltar as diferenças entre
aqueles processos e esses movimentos.
AULA 10 Páginas: 29 a 31
“Modernização conservadora”
Objetivos
Conceituar modernização conservadora
Analisar as ideias de Florestan Fernandes para o problema da mo-
dernização no Brasil
Estratégias
Inicie a aula conceituando modernização conservadora e desta-
cando as diferentes perspectivas teóricas que se dedicaram a ana-
lisar o processo de transformação social no Brasil. Para aprofundar
essa questão, proponha a leitura e a discussão do boxe da página 30.
Depois disso, discuta as ideias de Florestan Fernandes, ressaltando a
maneira como esse autor definiu a democracia brasileira como uma
instituição frágil e que sempre se encontra ameaçada pelo poder dos
setores conservadores de nossa sociedade.
Para casa
Solicite aos alunos que elaborem um texto argumentativo analisan-
do a questão da modernização no Brasil e o impacto social das forças
conservadoras no processo de transformação social.
AULA 11 Páginas: 31 a 33
Mudanças nos últimos anos
Objetivos
Refletir sobre o processo de mudança social nos últimos anos no
Brasil
Ler e analisar textos sociológicos
Estratégias
Na primeira parte da aula, analise o processo de mudança social nos
últimos anos no Brasil, dando especial ênfase ao impacto da globaliza-
ção na sociedade brasileira. Depois de encerrada essa parte, proponha
a análise da seção Cenário da mudança social no Brasil (p. 33) e da
seção “Conexão de Saberes” (p. 38-39). Para isso, solicite inicialmente
aos alunos que leiam individualmente os textos. Em seguida, peça para
que discutam as ideias principais dos textos coletivamente. Nesse mo-
mento, também apresente os questionamentos da seção para serem
analisados de forma coletiva. Finalmente, caso haja tempo, os alunos
podem responder os questionamentos em sala de aula.
Para casa
Solicite a realização das atividades da seção “Cenários da mudança
social no Brasil” (p. 33). Estas atividades podem ser utilizadas como um
dos instrumentos de avaliação das atividades desenvolvidas ao longo
do bimestre.
AULA 12
Discussão dos resultados do ano letivo
Objetivos
Discutir os resultados alcançados ao longo do ano letivo
Estratégias
A proposta dessa aula é realizar um balanço das atividades reali-
zadas ao longo do ano letivo, já que essa é a última aula do ano. Para
isso, proponha aos alunos que discutam e retomem as principais
SOCIOLOGIA
ideias, conceitos e temas analisados ao longo do ano. Proponha
também aos alunos que avaliem o trabalho, os principais avanços,
as principais dificuldades e outras questões relacionadas com o
aprendizado e as discussões coletivas em sala de aula. Finalmente,
proponha aos alunos que avaliem a si próprios, tanto do ponto de
vista individual, quanto da participação coletiva nas aulas e ativida-
des propostas. Professor, caso julgue pertinente, solicite aos alunos
Mudança social 5
 que elaborem um texto avaliando essas questões e destacando as
principais contribuições da disciplina de Sociologia para a formação
escolar ao longo desse ano.

Para casa
Solicite a realização das atividades da seção “Leituras e atividades”
(p. 40-42). Estas atividades podem ser utilizadas como um dos ins-
trumentos de avaliação das atividades desenvolvidas ao longo do
bimestre.

6 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE

ANOTAÇÕES

SOCIOLOGIA

Mudança social 7
 ANOTAÇÕES

8 GUIA DO PROFESSOR | 3ª SÉRIE