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UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOCAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTANCIA


LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTÓRIA

Tema
Padrões culturais

Nome: Merbay Buana Chamussidine

Cod.708206690

Cadeira de História da Sociedade 1

Quelimane

2020
Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3

1.1. Objectivos............................................................................................................................3

1.1.1. Geral..................................................................................................................................3

1.1.2. Específicos........................................................................................................................3

1.1.3. Metodologia......................................................................................................................3

2. Padrões culturais.....................................................................................................................4

3.Tipos de Padrões Culturais......................................................................................................4

4. Dinâmica da Cultura – algumas considerações importantes...................................................5

5. Conceitos básicos dentro do Contexto Cultural......................................................................5

6. Os Níveis da Cultura...............................................................................................................7

7. A Variabilidade da Cultural Humana.....................................................................................8

7.1. O pensamento.......................................................................................................................8

7.2. O meio ambiente..................................................................................................................8

8. Cultura material e não material...............................................................................................9

9. Conclusão..............................................................................................................................11

10. Bibliografia.........................................................................................................................12
1. Introdução
O presente trabalho vai deixar bem claro sobre padrões culturais, que o leitor conheça os
padrões culturais, saiba conceitualizar a cultura e compreenda a dinâmica da Cultura. Desta
feita o Padrão cultural é uma norma de comportamento estabelecido pela sociedade. Os
indivíduos normalmente agem de acordo com padrões estabelecidos pela sociedade em que
vivem. Quando os membros de uma sociedade agem da mesma forma estão a expressando os
padrões culturais do grupo.

Quando se fala de cultura, a tendência tem sido de modo geral pensar nas grandes artes ou em
alto conhecimento intelectual, como a literatura, pintura, esculturas, etc. Cultura não é
sinónimo de perfeição, erudição, alfabetização ou estudos universitários. Também os
analfabetos são sujeitos de cultura. Todos os povos ou grupos sociais são cultos segundo seus
padrões culturais – se pensarmos que o outro não tem cultura ou se considerarmos que a sua
cultura é inferior como se processaria a inculturação

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Descrever sobre padrões culturais
1.1.2. Específicos
 Definir padrões culturais;
 Conceitualizar a cultura;
 Explicar a dinâmica da Cultura;
1.1.3. Metodologia
De salientar que, para elaboração do trabalho, a autora recorreu a metodologia de consulta de
algumas obras bibliográficas que versam sobre o tema nelas inclinadas e que tais obras estão
referenciadas na lista bibliográfica. Como se não bastasse, tratando-se dum trabalho
científico, importa salientar que, o trabalho está organizado textualmente da seguinte maneira:
a introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, onde constam os objectivos e
conteúdos do trabalho, no desenvolvimento, onde irão se abordar os conteúdos referidos na
introdução e por último a conclusão, aqui onde constarão os desfechos dos conteúdos
desenvolvimento.

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2. Padrões culturais
Padrão cultural: é uma norma de comportamento estabelecido pela sociedade. Os indivíduos
normalmente agem de acordo com padrões estabelecidos pela sociedade em que vivem.
Quando os membros de uma sociedade agem da mesma forma estão a expressando os padrões
culturais do grupo.

Cultura: é um sistema complexo de códigos e padrões partilhados por uma sociedade ou um


grupo social e que se manifesta nas normas, crenças, valores, criações e instituições que
fazem parte da vida individual e colectiva dessa sociedade ou grupo. (In Dicionário da Língua
Portuguesa, 2004, p.458).
3.Tipos de Padrões Culturais
Quando se fala de cultura, a tendência tem sido de modo geral pensar nas grandes artes ou em
alto conhecimento intelectual, como a literatura, pintura, esculturas, etc. Cultura não é
sinónimo de perfeição, erudição, alfabetização ou estudos universitários. Também os
analfabetos são sujeitos de cultura. Todos os povos ou grupos sociais são cultos segundo seus
padrões culturais – se pensarmos que o outro não tem cultura ou se considerarmos que a sua
cultura é inferior como se processaria a inculturação? Ninguém aceita ser racista, mas todos se
acham culturalmente superior.

Os Vários Conceitos de Cultura


Cultura: é um conjunto complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte moral, leis e
costumes e qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo indivíduo como membro da
sociedade (E.B. Taylor – 1871)

Segundo Alex Inkeles – 1964, cultura é o total de todos os objectos, ideias, conhecimentos,
maneira de fazer as coisas, hábitos, valores e atitudes que cada geração na sociedade transmite
a outra.

C. Geertz – 1973, define a cultura como um modelo de significados incorporado em símbolos


(...) sistema de conceitos expressados através de formas simbólicas pelos quais as pessoas se
comunicam, perpetuam e desenvolvem (...), atitudes em relação a vida.

Uma coisa, porém, é fundamental. Para se criar a cultura necessitamos do trabalho. Será
somente através do trabalho que as pessoas irão realizar cultura? Pode-se perguntar: se numa
sociedade escravocrata o trabalho é injusto, é uma forma de exploração, como então o
trabalho poderá ser fonte de cultura? É importante lembrar que uma cultura não é
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necessariamente boa ou justa. Se uma sociedade se baseia num trabalho de dominação, a
cultura também pode ser de dominação.
Se existe várias culturas, pode haver aquelas que sejam superiores ou inferiores? Não! Uma
cultura não pode ser inferior nem superior a outra.
4. Dinâmica da Cultura – algumas considerações importantes
1.A Cultura é orgânica e supra orgânica. Orgânica: porque não há cultura sem os seres
humanos e supra orgânica, porque cultura vai além fora do indivíduo e para além dos tempos.
2. A Cultura é aberta e coberta: Aberta quando consideramos os artefactos como casas, roupas
e formas de linguagem que podem ser observados diariamente. Coberta, quando consideramos
atitudes em relação ao mundo e a interpretação do mesmo.

3.A Cultura é explícita e implícita;


É explícita quando consideramos aquelas acções que podem ser explicadas ou descritas
facilmente por aqueles que a produzem. Implícita quando consideramos as coisas que
fazemos, mas não somos capazes de explicá-las a pesar de acreditarmos nelas.

A cultura é ideal e manifesta, pois é ideal porque envolve a maneira como as pessoas
deveriam se comportar ou o que deveriam acreditar de fazer; e manifesta as coisas que
realmente são feitas e reconhecidas pelos outros; isto é, o que é visto pelos outros.
5. Conceitos básicos dentro do Contexto Cultural
Subcultura: são as diferenças significativas que aparecem no interior da cultura (grupos que
se distinguem no interior de uma sociedade, jovens que apresentam costumes diferentes dos
da população adulta, afirma-se que criam uma Subcultura). O uso do termo Subcultura não
significa que se trata de uma cultura inferior. Esta não tem uma conotação valorativa.

Enculturação: é um conceito sociológico que refere-se ao processo de aprendizagem


cultural. Processo pelo qual o indivíduo é inserido em sua cultura. É um conceito que está
relacionado com a socialização da cultura ou endoculturação. Inculturação inclui um processo
formal de ensino – aprendizagem. Porém, em sua compreensão geral, este é largamente
informal e mesmo uma experiência inconsciente.

Em geral um indivíduo ensina a si próprio de um processo adaptativo da aprendizagem, de


regras que são dadas por uma sociedade. As imagens ou símbolos de uma cultura são em si
mesmas didácticas. Elas ensinam ao indivíduo a construir suas próprias categorias ou mesmo

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transcende-las no acto próprio de construi-las. Portanto, o modo em que um indivíduo aprende
a experiência, é essencialmente ligado com a cultura “ (DAN Sperber – Epidemiologia de
Representações); John Henry New Man – Gramática Cultural) ” In Curso de Sociologia e
Política.

Aculturação: entende-se como o encontro de uma cultura com a outra ou encontro de


culturas. Talvez este seja a principal causa da mudança cultural. É um processo que está
necessariamente ligado com a própria cultura. Os seres humanos possuem a liberdade
colectiva de modificar sua tradição particular através de contactos com pessoas de outras
culturas.

Naturalmente, é um contacto entre diferentes conjuntos de signos e concepções, diferentes


interpretações de experiências, diferentes identidades sociais. Aculturação é um processo
histórico. Portanto, encontro de culturas é um fenómeno dinâmico e diacrónico e não estático
ou sem mudança.

Dominação cultural: tem várias designações – transculturação, imperialismo cultural,


alienação cultural. Todos estes termos expressam a ideia de uma cultura dominando outra ou
várias culturas. Dominação significa a hostil transferência dos elementos da cultura
estrangeira:

Símbolos, significados, comportamentos de uma cultura para outra. Esta transferência pode
ocorrer pelo simples facto de uma cultura sufocar a outra: tecnologia superior, ideias
atraentes, meios de comunicação, etc.

Inculturação: podemos definir a Inculturação como um diálogo contínuo entre fé e cultura ou


culturas. Mais profundamente esta é a relação dinâmica entre a mensagem cristã e outra
cultura ou culturas (Pe. Pedro Arrupe S. J) define a Inculturação como sendo encarnação da
vida cristã e da mensagem cristã num contexto cultural particular, de tal forma que esta
experiência encontra expressão não somente através de elementos
Próprios da cultura, mas que se tornem o princípio que anima, dirige e unifica a cultura,
transforma-a e remodelando-a para que uma “nova criação aconteça”.

Choque cultural: é quando imerso numa cultura ou ambiente diferente o indivíduo poderá se
sentir desorientado, incerto, fora do lugar e até mesmo em pânico. Estas podem ser indicações
que alguém pode experimentar que um sociólogo poderá interpretar como choque cultural.
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Etnocentrismo: William Grahan Summer (1906), refere que “muito do que dizemos
diariamente reflecte a atitude de que nossa cultura é a melhor. Diz ainda, que usamos termos
como subdesenvolvido, atrasado ou primitivo quando referimos a outras sociedades”. (“nós
acreditamos na religião; eles acreditam em superstição”).

William usa o termo Etnocentrismo para referir-se a tendência de assumir que a própria
cultura ou modo de viver é superior a de outras. O Etnocentrismo vê seu próprio grupo como
centro e ponto de definição de cultura.

Pluralismo cultural: a dificuldade de definir cultura acaba gerando a descoberta do


pluralismo cultural, onde a diferentes maneiras de servir-se, das coisas, de expressar-se, de
praticar a religião, de estabelecer as leis e instituições jurídicas, de cultivar as artes e a beleza.
Onde cada povo tem seu estilo característico de vida – conhecer o pluralismo cultural e dizer
que não há culturas superiores.

São profundamente questionados os conceitos de “civilização”, de “culturas avançadas”.


Posicionar-se em frente a uma cultura como superior é uma atitude de arrogância e tal atitude
carrega consigo com um desejo de uniformismo cultural. A observarmos a história
perceberemos o quanto esse desejo de uniformismo cultural atrapalhou a caminhada de
diferentes povos, quanta destruição semeou ou continua semeando.

O pluralismo cultural remete-nos a outra realidade: as diferentes atitudes tomadas pelos povos
no choque de relação entre culturas. Os deslocamentos geográficos, imigrações, etc., colocam
culturas frente a outras culturas. Quais as atitudes daí decorrentes:

Como podemos notar, a aproximação cultural tem vários níveis. Não existe cultura modelo ou
cultura pura. Quem quer construir cultura pura si tornará destrutor da cultura.

* A endoculturação ou socialização cultural, por exemplo, é o aprendizado da própria cultura.


A primeira aproximação cultural acontece no aprendizado da nossa própria cultura em casa,
na rua e na escola.

6. Os Níveis da Cultura
1-Nivel superficial da cultura
2-Esfera pratica da cultura
3-Area dos valores
4-Esfera interior-cognitiva
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7. A Variabilidade da Cultural Humana
A cultura é no sentido sociológico uma criação humana formada por todo um conjunto de
elementos de ordem material (ciência, técnica, arte, etc.) e mental (costumes, leis, crenças,
ideologias, etc.) e que se mantém em determinadas condições sociais. No que concerne a
variabilidade cultural, tem-se por afirmar que, este facto deve-se a vários elementos como: o
pensamento humano e o meio ambiente.
7.1. O pensamento
No tocante ao factor pensamento, este inclui na medida em que torna-se base para a existência
ou surgimento de uma cultura que possa ser diferente de uma outra segundo o poder inventivo
do Homem. O Homem tem a capacidade de inventar, criar, modificar o meio cultural em que
se encontra, fazendo-se diferente dos outros. A variabilidade cultural humana deve-se aos
seguintes aspectos que podem ser sistematizados em:

Cognitivos: linguagem, conhecimento e crenças;


Normativos: valores, normas, leis;
Afectivos: sentimentos e realidade;
Estéticos: beleza e diversão;

Comportamentais: Costumes, estilo de vida, padrões de comportamento. Cada um destes


factores admite variações discretas entre as diversas culturas, de tal forma que, o mundo tem
uma diversidade cultural difícil de abarcar. Mas, não se julgue que basta introduzir uma
inovação para que a cultura se modifique automaticamente. Torna-se necessário,
efectivamente, que essa inovação seja aceite, não por um grupo restrito de indivíduos, mas por
toda a colectividade.

É ainda evidente que uma colectividade aceitará as inovações mais ou menos facilmente, de
acordo, não só com as características da própria inovação.
7.2. O meio ambiente
O meio ambiente é um dos factores determinante na variabilidade da cultura humana, na
medida em que força o homem a pensar e agir de acordo com as condições do meio em que se
encontra, de modo a que se possa adequá-lo. O modo de vestir, de se abrir, depende
maioritariamente da questão ambiental em que o homem se insere e que, o torna diferente do
outro, num meio em que as condições climáticas são antagónicas.
Portanto, ao que se refere a distinção do clima, pode-se verificar nas diferentes sociedades
uma cultura de produção agrária e outra diferente de acordo com as condições da região.
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Segundo Ki-Zerbo (pp. 26-27), “em etnologia ou antropologia, o método consiste em nos
basearmos nos traços culturais para seguir a evolução da sociedade e as relações entre elas.
Com efeito, o caso de parentesco das formas, há apenas três hipóteses: dupla invenção
automática, origem comum ou transmissão”

A existência de subculturas impõe-se também ao observar que verifica-se a coexistência numa


mesma sociedade global (nação), variações culturais importantes de região para região, de
uma camada social para a outra, de uma grande cidade para uma pequena cidade, da cidade
para o campo, etc., por vezes com um certo grau de incomunicabilidade. Deve então, falar-se
pelo menos de subculturas. A estas variações culturais dentro da mesma sociedade global que
se

Traduzem em padrões sociais de comportamento vividos por certos grupos que se acham,
assim separados em termos culturais, gerais, ao resto da sociedade dão-se o nome de
subculturas.

Podemos ainda afirmar que a cultura evolui quer por acréscimo de elementos novos, quer por
substituições de uns elementos por outros, e que toda a criação cultural (uma lei, por exemplo)
não é obra de um só indivíduo, mas é resultante da aglutinação de vários tipos de mentalidade
e interesses, de acções, de reacções e de reivindicações diversas, de concepções científicas e
técnicas, de influências doutrinais e ideológicas.

Seguindo de perto a linha de pensamento expressa por A. Sedas (pp. 184- IBIDEM) “há em
todas as sociedades um ritmo de evolução mais ou menos rápido que abarca não apenas as
transformações de culturas, mas também, de estruturas, de organização e de vida social”.

A variabilidade da cultura deve-se aos factores já citados, surgindo neste contexto a cultura
africana, europeia, asiática, americana e outras.
8. Cultura material e não material
1.1. Cultura material: consiste em todo o tipo de utensílios, ferramentas, instrumentos,
máquinas, etc., utilizados por um grupo social. Por exemplo: a grande maioria do povo
moçambicano come farinha de milho como alimento básico, e grande parte das pessoas
dormem em esteiras e muitas das suas casas são construídas em material local (estacas, barro,
caniço ou palmeiras)

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1.2. Cultura não material: abrange todos os aspectos não materiais da sociedade, tais como:
regras morais, religião, costumes, ideologias, ciências, etc. Por exemplo: a maioria da
população moçambicana faz cerimónias em respeito aos seus antepassados falecidos, não há
pena de morte na legislação moçambicana e embora proibido por lei, o
Regionalismo é bastante evidente no país. Existe uma interdependência entre cultura material
e não material.

Por exemplo: a apresentação duma orquestra, as músicas é o produto da criatividade de um ou


mais músicos (cultura não material). Entretanto, para comunicar a sua música aos outros, os
artistas (músicos) valem-se de instrumentos musicais (cultura material). Da mesma forma as
religiões de modo geral necessitam de templos, altares e outros elementos materiais para que
possam ser praticadas.

Sociedade humana: é o conjunto de grupos sociais, compostos de pessoas unidas por laços
de interdependência e sociabilidade, cujo comportamento predominante é regulado por uma
estrutura social dinâmica resultante das acções dos vários agrupamentos que a constituem,
especialmente dos mais poderosos ou influentes.

A própria natureza humana exige que os Homens se agrupem. A vida em sociedade é


condição necessária à sobrevivência da espécie humana. É neste sentido que os seres humanos
organizam-se de muitas maneiras para poderem viver e trabalhar juntos dentro da sociedade.
Segundo Karl Maunheim, os contactos e processos sociais que aproximam ou afastam os
indivíduos, provocam o surgimento de formas diversas de agrupamentos sociais. Tais formas
são os grupos sociais e os agregados.

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9. Conclusão
Em jeito de conclusão vamos citar um pouco do que o presente trabalho trata, como e o caso
do tema que e padrões culturais na sua definição, tipos de padrões culturais, as varias
definições em torno do termo cultura, níveis de cultura e os tipos de cultura onde encontramos
que a cultura pode ser material ou não material.

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10. Bibliografia
Módulo do estudante de licenciatura de ensino de história, história das sociedade I

TITIEV, Misha (2002), Introdução à Antropologia Cultural, Lisboa,


Fundação Calouste Gulbenkian, 9ª edição.

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