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Página inicial › Filosofia › Moçambique

Cultura: definição, tipos, classificação,


causas, modalidades
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Introdução
A cultura é comummente definida como sendo
"todo aquele complexo que inclui o
conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei,
os costumes e todos os outros hábitos e
capacidades adquiridos pelo homem como
membro da sociedade". Existem várias
definições e interpretações, contudo, todas
elas tentam expressar a mesma coisa.

Portanto, este trabalho visa abordar sobre a o


tema: cultura. Importa avançar que destacam-
se vários autores a nível mundial que
empenham-se na definição de cultura, onde
moçambique não excepção, com destaque ao
Samo Machel e Sérgio Viera.

Cultura
Cultura significa todo aquele complexo que
inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei,
a moral, os costumes e todos os hábitos e
aptidões adquiridos pelo ser humano não
somente em família, como também por fazer
parte de uma sociedade da qual é membro.
Cada país tem a sua própria cultura, que é
influenciada por vários fatores.

Cultura também é definida em ciências sociais


como um conjunto de ideias, comportamentos,
símbolos e práticas sociais, aprendidos de
geração em geração através da vida em
sociedade.

Definição
Samora Machel
Em moçambique, a cultura é entendida como
um sistema de valores, atitudes, de padrões de
conduta, usos, costumes, percepções, crenças
e conhecimentos que fundamentam as práticas
diárias na vivência comunitária que são
transmitidos de geração em geração com um
carácter evolutivo e dinâmico.

Sérgio Vieira
Moçambique sempre se afirmou como pólo
cultural com intervenções marcantes, de nível
internacional, no campo da arquitectura,
pintura, música, literatura e poesia. Nomes
como Malangatana, Mia Couto e José
Craveirinha entre outros, já há muito
ultrapassaram as fronteiras Nacionais. Também
na área do desporto se destacou em várias
modalidades, designadamente no atletismo
com Lurdes Mutola. Importante também e
representativo do espírito artístico e criativo do
povo moçambicano é o artesanato que se
manifesta em várias áreas, destacando-se as
esculturas em pau-preto dos Macondes do
Norte de Moçambique.

Leia também: Características da atitude


filosófica

Endoculturação
Processo que explica a transmissão e a
aprendizagem de comportamentos dentro de
uma mesma cultura (geralmente quando se é
criança), feito pela educação, pela imitação e
pelo condicionamento do meio social.

A corrente de pensamento culturalista


americana, cujos principais representantes são
R. Linton, A. Kardiner, R. Benedict e M. Mead,
diz que a modelagem da personalidade opera-
se, inconsciente ou conscientemente, dentro
das instituições de uma determinada cultura,
pelo jogo das suas regras, assim como das
suas práticas habituais.

Um dos aspetos mais evidentes dos


culturalistas foi o terem insistido na noção de
tipo psicológico (definir uma cultura a partir de
modelos dominantes numa sociedade) e de
"padrões" de cultura (maneiras típicas de
pensar e de agir próprias de uma cultura),
estabelecendo, para o processo de
endoculturação, a formação de uma
personalidade adulta reconhecida como normal
numa sociedade. É preciso denunciar esta
posição simplista e reafirmar a complexidade e
a diversidade dos processos de transmissão da
cultura numa sociedade, bem como da sua
manifestação por parte dos membros que a
constituem.

Partimos da premissa de que todas as


experiências do indivíduo, ao longo da vida,
contribuem para o processo de socialização,
ou seja, para a construção de disposições
internas que permitem (e orientam) a
participação na vida social. No entanto,
sabemos que:

1. A experiência dos indivíduos é apenas


uma fração do “todo social”;
2. E essa experiência depende da
capacidade (e disposição) de interpretar
e interpelar o social;
3. A informação resultante das experiências
não pode ser armazenada e
posteriormente mobilizada, na sua
totalidade, o que supõe processos
(intersubjetivos) de seleção,
generalização e analogia. Esta reflexão
está organizada em cinco campos
centrais de produção do processo de
socialização: os ciclos de vida; as práticas
sociais; as relações de poder; as
identidades e biografias; e as emoções.

Aculturação
A aculturação é um processo que implica a
recepção e a assimilação de elementos
culturais de um grupo humano por parte de
outro. Desta forma, um povo adquire uma nova
cultura ou certos aspectos da mesma,
usualmente em detrimento da cultura própria e
de forma involuntária. A colonização costuma
ser a causa externa de aculturação mais
comum.

Os processos de aculturação têm diferentes


níveis de destruição, sobrevivência,
dominação, resistência, modificação e
adaptação das culturas nativas perante o
contacto intercultural. Esta dinâmica supõe a
interiorização, a valorização e a identificação
dos valores culturais.

A aculturação pode ser levada a cabo pela


influência de uma corrente ideológica
sistemática, consistente e persistente, ainda
que em processos mais simples acabe por ser
a cultura a impor-se pela força da maioria
relativamente a outra cultura.

Porém, segundo o historiador francês Nathan


Watchel, aculturação é todo fenômeno de
interação social que resulta do contato entre
duas culturas, e não somente da sobreposição
de uma cultura a outra. Já Alfredo Bosi, em
Dialética da colonização, afirma que esse
fenômeno provém do contato entre sociedades
distintas e pode ocorrer em diferentes períodos
históricos, dependendo apenas da existência
do contato entre culturas diversas,
constituindo-se, assim, um processo de
sujeição social.

A aculturação leva muitas vezes à


desintegração de uma ou de várias culturas,
sob a influência dos contatos que se
estabelecem entre os seus integrantes.

Leia também: Conceito de pessoa em


filosofia e suas características

É frequente a desintegração de uma ou várias


culturas, sob a influência dos contatos que se
estabelecem entre os grupos. Muito comum
também é a mudança dos elementos
adquiridos, ocorrendo uma desorganização
social, o que pode envolver o desaparecimento,
total ou parcial das configurações anteriores,
como também a fusão de certos elementos
numa nova configuração.

O termo assimilação é o que define todo o


processo que diz respeito às mudanças na
personalidade das pessoas envolvidas no
processo de aculturação.

Desculturação
É o processo de perda ou destruição do
patrimônio cultural, o que pode incluir apenas
alguns elementos culturais ou toda uma
cultura. Este processo pode acontecer de um
modo imperceptível, como acontece com a
constante evolução e renovação da língua; ou
pode acontecer de modo traumático, como em
situações de extermínio e genocídio, que visam
acabar com todo um povo e sua cultura, ou
“moldá-los” para escravatura.

O fenómeno da desculturação é tido como o


aspecto negativo do processo da dinâmica
cultural, pois subtrai ou destrói o património
cultural.

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É neste sentido que Bernardi, citado por


MARTINEZ (2003:71), prefere definir a
desculturação como sendo simplesmente
destruição do património cultural.

Causas da desculturação
As causas desse processo podem ser internas
ou externas. Analisemos, então, as causas do
processo de desculturação:
a) Internas: perdas de energia da própria
cultura (reduz a força dos indivíduos e da
comunidade, e vai eliminando a vitalidade dos
traços culturais que, se não houver um
processo regenerador, caem em desuso e
desaparecem);

b) Externas: crises originadas por contactos


culturais.
As crises têm efeitos contrastantes segundo a
natureza dos encontros (pacífica, violenta,
livre, opressiva ou de qualquer outra forma).
Pode-se afirmar que uma novidade que surge
em qualquer sector da vida (económico,
político, religioso ou técnico) traz consigo
inevitavelmente uma quebra da identidade
cultural original. Mas a autenticidade por assim
dizer pura, tem, de facto, um valor em certo
qual senso relativo, pois a cultura movimenta-
se, transforma-se, contrariamente feneceria.

Leia também: Políticas culturais no


Moçambique socialista

Modalidades da desculturação
1 - A desculturação acontece de maneira
impercetível e lenta, afectando a um ou outro
traço cultural. Desta maneira subtil vai
mudando o estilo da vida de uma comunidade.
Na prática observamos o que já deixou de
pertencer à cultura viva e actual de um povo.

Tais fenómenos, por si só, assinalam de facto,


o desaparecimento de traços culturais em
questão, pelo que se tornam verdadeiros
índices de desculturação.

2 – Fenómenos que acontecem de maneira


traumática. Tais fenómenos disseminam
lágrimas e sangue: episódios de genocídio,
extermínio trágico de pessoas, associado
muitas vezes ao cálculo programado de
destruição de culturas; o comércio de
escravos, os campos nazis, os extermínios
rácicos actuais …, vergonha da humanidade, de
quem os praticou ou ainda as práticas, de
quem os aprovou ou ainda os aprova, de quem
os consentiu ou consente, de quem os
silenciou ou silencia e não protestou ou não
protesta.

A doutrina aberrante da superioridade da raça,


com a qual se identificava a cultura, era tida
como critério absoluto de juízo. Durante o
colonialismo em muitas partes da terra muitas
das expedições punitivas, ou da assim
chamada pacificação dos territórios, eram
verdadeiras represálias de extermínio. Os
últimos casos de genocídio assinalados nos
nossos dias apresentam-se com a mesma
gravidade dos tempos passados.

Inculturação
A inculturação é um método de introduzir a
cultura, aspectos culturais de um determinado
povo à sua. Inculturação é a influência
recíproca entre o cristianismo e as culturas dos
países onde a fé cristã é praticada.

A expressão inculturação refere-se a um


neologismo específico da linguagem cristã.
Trata-se de um termo típico do linguajar
teológico e de recente utilização no discurso
missiológico. Embora tenha uma conotação
antropológico-cultural, este termo distingue-se
de outros típicos do léxico antropológico, como
é o caso de aculturação, enculturação e
transculturação. Distingue-se também dos
conceitos de adaptação e acomodação,
vigentes em âmbito teológico na década de 50,
com repercussões precisas no Concílio
Vaticano II (1962-1965). A afirmação do novo
conceito será fruto dos desdobramentos da
elaboração teológico-missiológica ocorrida
sobretudo na Ásia e na África. O Sínodo de
1974, sobre a evangelização no mundo de hoje,
expressa já uma primeira transição, ao
reconhecer cidadania para expressões como
inserção, indigenização e encarnação. As
intervenções dos Padres da Ásia e da África
foram incisivas no diagnóstico da falta de
aculturação da mensagem eclesial em outros
quadros culturais que não os ocidentais, bem
como no apelo em favor da justa autonomia e
criatividade da igrejas particulares face aos
novos desafios da pluralidade.

A partir da XXXII congregação geral da


Companhia de Jesus, ocorrida nos anos de
1974-1975, o termo inculturação passa a fazer
parte do repertório usual da teologia e da
pastoral. Uma referência importante foi a carta
do então Superior Geral dos jesuítas, Pedro
Arrupe, sobre a inculturação (1978):

A inculturação é a encarnação da vida e da


mensagem cristãs em uma área cultural
concreta, de modo que não somente esta
experiência se exprima com os elementos
próprios da cultura em questão (o que ainda
não seria senão uma adaptação), mas que esta
mesma experiência se transforme em um
princípio de inspiração, a um tempo norma e
força de unificação, que transforma e recria
esta cultura, encontrando-se assim na origem
de uma “nova criação”

Exemplo: Uma pessoa chega em um lugar


diferente em que as pessoas tem seus
costumes, e essa pessoa acaba adquirindo
aspectos culturais que não tinha em sua
cultura. Este tipo de cultura é quase que criado
para a pessoa se tornar ou fazer parte de uma
cultura à força. Trata-se de um termo típico do
linguajar religioso e de recente utilização no
discurso missiológico (Missões). Este termo
distingue-se de: Aculturação, enculturação e
Transculturação. Distingue-se também dos
conceitos de adaptação e Acomodação.

Leia também: Diversidade cultural em


Moçambique

Conclusão
Terminada a abordagem, pôde concluir-se que
a endoculturação caracteriza-se por a medida
que o indivíduo nasce, cresce, e desenvolve,
ele aprende envolvendo-se cada vez mais a
agir da forma que lhe foi ensinado.

A endoculturação também pode ser percebida


em escala maior, compreendendo um
Município, estado, país e até mesmo
continentes. Quando estes absorvem
determinados tipos de valores e costumes de
outros lugares.

Outras noções relacionadas com a aculturação


são o sincretismo, a enculturação e a
comunicação intercultural.

Entende-se por desculturação como sendo o


processo que ocorre quando a modificação
cultural conduz à perda de características que
até aí constituíam traços distintivos da cultura
modificada.

Constatou-se de forma conclusiva que a


cultura é dinâmica. Como mecanismo
adaptativo e cumulativo, a cultura sofre
mudanças. Traços se perdem, outros se
adicionam, em velocidades distintas nas
diferentes sociedades. Dois mecanismos
básicos permitem a mudança cultural: a
invenção ou introdução de novos conceitos, e a
difusão de conceitos a partir de outras
culturas. Há também a descoberta, que é um
tipo de mudança cultural originado pela
revelação de algo desconhecido pela própria
sociedade e que ela decide adotar.

Bibliografia

1. CARVALHO, Adalberto Dias de. A


Educação Como Projecto Antropológico.
2ª Edição. Edições Afrontamento. Porto.
1998.
2. CASAL, Adolfo Yanez. Antropologia e
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de Moçambique. Edição Ministério da
Ciência e Tecnologia, Instituto de
Investigação Científica Tropical. Lisboa.
1996.
3. MARTINEZ, Francisco Lerma.
Antropologia Cultural – Guia Para o
Estudo. Edição Paulinas. Maputo. 2003.
4. DI NAPOLI, George. Antropologia Sócio-
religiosa. Corso della Facoltà di
Missiologia. Pontifícia Università
Gregoriana. Roma. 1985/86.
5. BOKA DI MPASI, Londi. Religione e
Cultura in Africa. Corso nella Facoltà Di
Missiologia. Pontifícia Università
Gregoriana. Roma. 1986.
6. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da
Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de
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7. SILVA, M.H.Dicionário de conceitos
históricos. São Paulo: Contexto, 2006.
8. CAMPINA, Allyson. Apologia da História
sobre cultura e seus vários conceitos,
Campina Grande, 2012.

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