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Índice

Introdução...........................................................................................................................................3

Conceitos chaves................................................................................................................................4

1.Tradição...........................................................................................................................................4

2.Identidade cultural..........................................................................................................................4

3.Pluralidade Cultural........................................................................................................................5

4.As concepções objectivistas e subjectivistas da identidade cultural.........................................5

5.A concepção relacional e situacional............................................................................................6

6.Multiplicidade cultural...................................................................................................................6

7.A génese da multiplicidade cultural na metade oriental da África austral: factos e processos
culturais.........................................................................................................................................6

8. Processo de construção do império colonial pluralidade cultural..........................................8

Conclusão..........................................................................................................................................10

Bibliografia.......................................................................................................................................11
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Introdução

Este trabalho visa a abordar a Tradição e Identidade Cultural: Nele toca com mais
relevância alguns aspectos a ter em consideração no que diz respeito, a génese da
multiplicidade cultural da metade oriental da África austral.

Assim, em termos de objectivos, o trabalho apresenta objectivos como:


Objectivos Gerais:

Visa trazer uma noção ampla no que diz respeito a Tradição e identidade cultural

Sublinhar o Processo de construção do império colonial e a pluralidade cultural

Objectivos Específicos:

 Explicar como deriva as representações estereotipadas sobre África e africanos;


 Identificar os principais fundamentos político-ideológicos destas representações;
 Dar a conhecer o modelo de Assimilação e acomodação o Processo de construção do
império colonial e a pluralidade cultural

O trabalho é de extrema importância porque traz pressupostos essenciais para que se faça uma
compreensão do ponto de partida da Tradição e identidade cultural se adapta e organiza o real.

Para elaboração do presente trabalho dependeu gradualmente na consulta de varias obras


bibliográficas que conferiu credibilidade na obtenção dos conhecimentos que nele desfilam e
a sua estrutura compreende Introdução, Desenvolvimento do trabalho, Conclusão e por fim as
referências bibliográficas onde se encontram informações das obras consultadas para
efectivação do trabalho.

Conceitos chaves
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1. Tradição

A memória vincula-se à tradição, à presença do passado. Precisa ser constantemente alimentada,


transmitida, para que se mantenha, para que não separa nas descontinuidades da contemporaneidade.
Fazer uma simples referência ao passado é um acto que mantém preservada a memória. A memória,
para sobreviver, precisa de ritos e ordenações, ao contrário do esquecimento que ocorre de uma forma
natural e espontânea.

Segundo DIAS (1998), tradição é uma palavra com origem no termo Latim "Traditio" que
significa "entregar ou passar" adiante. A tradição é transmissão de costumes,
comportamentos, memorias, rumores, crenças, lendas, para pessoas de uma comunidade,
sendo que os elementos transmitidos passam a fazer parte da cultura.

Ou ainda, tradição é qualquer fenómeno ou objecto que é transmitida ou passada do passado


para o presente, tendo sido criada através das acções humanas, do pensamento e da
imaginação, sendo posteriormente passada de uma geração anterior a uma próxima. (SHILS,
1981).

No âmbito da etnografia, a tradição revela um conjunto de costumes, crenças, práticas,


doutrinas, leis, que são transmitidos de geração em geração e que permitem a continuidade de
um cultura ou de um sistema social.

“Tradição é transmissão de conhecimentos, práticas e valores transmitidos de geração em


geração, oralmente ou pelo hábito”. (MARIANO, 2009:143).

2. Identidade cultural

“Identidade cultural refere-se à identificação com, ou ao sentido de se


pertencer a um grupo específico baseado em várias categorias culturais,
inclusive nacionalidade, etnicidade, raça, género, e religião. A identidade
cultural é construída e mantida pelo processo de compartilhamento de
conhecimento colectivo, como tradições, herança cultural, linguagem,
estética, normas e costumes” (KIM, 2007).

Identidade cultural designa o conjunto de valores que o sujeito partilha com a comunidade a
que pertence que, inevitavelmente, permitem que ele se reconheça nos mesmos sabendo a que
comunidade pertence.

3. Pluralidade Cultural
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A pluralidade cultural está relacionada com a multicultural idade de uma nação, ou seja,
quando encontram-se reunidos em um mesmo espaço vários tipos de manifestações culturas e
tradições diferentes.

A pluralidade é factor de fortalecimento da democracia pelo adensamento do tecido social que


se dá, pelo fortalecimento das culturas e pelo entrelaçamento das diversas formas de
organização social de diferentes grupos.

De acordo com LIBOLIO e SALVAGEM, (s/d, p, 9)

“Cultura é toda actividade física ou mental que não advém necessariamente


da biologia, mas uma construção social, partilhada pelos membros de um
grupo que possuem características comuns entre si. É algo aprendido,
assimilado e em constante transformação”.

4. As concepções objectivistas e subjectivistas da identidade cultural

Para LAPLANTINE, (1989:56),

“Há uma estreita relação entre a concepção que se faz de cultura e a concepção
que se tem a de identidade cultural. Aqueles que integram a cultura a uma
“segunda natureza”, que recebemos como herança e da qual não podemos
escapar, concebem a identidade um dado que definiria de uma vez por todas
individuo e que o marcaria de maneira quase indelével”.

Nesta perspectiva, a identidade remeteria necessariamente ao grupo original vinculação


do indivíduo. Outras teorias de identidade cultural, chamadas de “primordialístas”,
consideram que a identidade etno-cultural, é primordial porque a vinculação ao grupo
étnico é a primeira e a mais fundamental de todas as vinculações sociais.

O que une estas duas teorias é uma mesma concepção objectivista da identidade cultural,
mas o ponto de vista subjectivista levado ao extremo leva à redução da identidade a
uma questão de escolha individual arbitrária, em que cada um seria livre para escolher
suas identificações.

5. A concepção relacional e situacional


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De acordo com LAPLANTINE, (1989:76), “se a identidade é uma construção social, e não um dado,
se ela é do âmbito da representação, isto não significa que ela seja uma ilusão que dependeria da subjectividade
dos agentes sociais”.

De a perceber que a identidade é uma construção que se elabora ema relação que opõe um
grupo aos outros grupos com os quais está em contacto. Não identidade em si, nem mesmo
unicamente e para si, a identidade existe sempre em relação a uma outra.

Para SIMON, (1979:24), “A identificação pode funcionar como afirmação ou como


imposição de identidade é sempre uma concessão, uma negociação entre uma “auto-
identidade” definida por si mesmo e uma “hetero-identidade”, definida pelos outros”.

6. Multiplicidade cultural

Falar da multiplicidade cultural è o mesmo que falar da diversidade cultural pois:

A diversidade cultural é o conjunto de diferenças entre culturas, ou seja, a diversidade é a


existência de uma multiplicidade de culturas ou de identidades culturais. O termo diversidade
diz respeito à variedade e convivência de ideias, características ou elementos diferentes entre
si, em determinado assunto, situação ou ambiente (REVISCO, 2000).

Na perspectiva de FERREIRA (2000), “a diversidade cultural são diferenças


culturais que existem entre o ser humano. Há vários tipos, tais como: a
linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a organização
da sociedade. A diversidade cultural está associada à dinâmica do processo
de aceitação da sociedade”.

Reconhecer e valorizar a diversidade cultural é actuar sobre um dos mecanismos de


discriminação e exclusão, entraves à plenitude da cidadania para todos e, portanto, para a
própria nação.

7. A génese da multiplicidade cultural na metade oriental da África austral: factos e


processos culturais

De acordo com LEVEJOY (2002) antes da chegada dos colonos a África é habitada por
grupos colonos grupos nómadas que viviam da caça e da colecta, e por grupos de pescadores
que habitavam aldeias sedentárias nas margens dos rios, lagos e estuários. Com os
movimentos migratórios que quase abrangeram todo território do continente africano e o facto
dos antepassados desses migrantes falarem o mesmo idioma (ou um conjunto de línguas
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muito semelhantes) fazia da África Austral, África Central e África Oriental elementos de
uma mesma grande família, conhecida com Bantu.

De acordo com FIGUEREDO (2001) As primeiras diferenciações linguísticas


e culturais acompanharam as principais direcções da expansão migratória:
assim, passaram existir um grupo denominado de Bantu ocidental (composto
pelos grupos que atravessaram a floresta e chegaram às savanas da África
Central) e outro grupo chamado de Bantu oriental (composto por grupos que
contornaram a floresta e se estabeleceram nos grandes lagos, nas savanas
orientais ou na costa do Oceano Índico).

Nesta perspectiva pode-se considerar a divisão do povo Bantu um dos primeiros focos de
diferenciação cultural em África, embora ambos mantiveram ainda a essência Bantu.
FIGUEREDO (idem), salienta que a cultura Africana ganha novo rumo a partir do século VIII
com a chegada dos árabes. Os árabes, partindo da região do Golfo Pérsico e da Arábia,
disseminaram o islamismo pela força da palavra, dos acordos comerciais e, principalmente,
das armas. Eram as guerras santas, as jihad, destinadas a islamizar populações, converter
líderes políticos e escravizar os “infiéis”, ou seja, quem se recusasse a professar a fé em Alá.

“Por outra, a África experimentava pela primeira uma mistura de hábitos e


costumes totalmente diferente, embora o objectivo dos árabes fosse erradicar
a cultura africana, através da conversão dos africanos a religião e cultura
islâmica. Nessa interacção, o Islã dos mercadores ia encontrando ora uma
maior receptividade, ora a firme resistência das populações adeptas de
crenças tradicionais. Em muitos lugares a fé em Alá e o culto aos ancestrais
conviveram, noutros a conversão ficou restrita ao soberano e à aristocracia,
enquanto as pessoas comuns continuavam a professar as crenças herdadas
dos antepassados” (MIQUEL, 1971).

De acordo com FIGUEREDO (2001) a partir do Século XV a África volta a sofrer outro abalo
cultural com a chegada dos Europeus e o cristianismo, onde a África passou a ser um ponto de
intercessão de diversas culturas que foram implementadas através das expansões mercantis e
da colonização. Nota-se que o cruzamento cultural entre diversos povos na África
proporcionou a construção de uma África culturalmente multifacetada (PAIVA, 2001).

PAIVA(idem), sustenta ainda que o cruzamento cultural pode ser caracterizado como
resultado da ligação entre universos afastados em continentes diferentes, que foram se
ajustando, se adaptando, sobrepondo-se de representações e práticas culturais. Assim, a
Influencia Europeia e Islâmica foi se tornando visível em vários seguimentos do povo
Africano, tornando a Áfricanum universo composto por uma mistura de hábitos e costumes.

Em suma e auxiliando-se nos atores acima citados o grupo conclui que a multiplicidade
cultural na metade oriental da África Austral e da África em geral tem a sua origem com
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invasão ou expansões mercantis árabes que tinha como objectivo converter ou escravizar os
povos africanos que não eram adoradores de Allah e veio a ser impulsionada pela expansão e
colonização Europeia séculos depois.

8. Processo de construção do império colonial pluralidade cultural

A temática da Pluralidade Cultural diz respeito ao conhecimento e à valorização de


características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território
nacional, às desigualdades socioeconómicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e
excludentes que permeiam a sociedade. (THOMAZ, 2002).

O Império colonial Português teve seu ponto mais elevado por volta da década 40, onde teve
uma série de manifestações culturais que procuraram fazer de Portugal um “grande império
colonial”. Congressos, literatura e exposições tinham como objectivo provar a existência de
um “saber colonial português” e, ao mesmo tempo, fazer com que um conjunto de
representações cruzasse os muros da academia na criação de uma “mentalidade” que
transformasse todos os portugueses em participes de um drama que se realizaria plenamente
nas terras longínquas do império: de uma nação que encontrou no império sua tradução e sua
razão de ser. (THOMAZ, 2002). O império novo em ascensão baseava-se em três técnicas de
expansão colonial nomeadamente: os discursos de conquista, evangelização dos nativos como
instrumento facilitador da dominação e a relação entre economia e civilidade, onde os nativos
eram considerados inaptos a explorarem os recursos dos territórios onde habitavam.

LARANJEIRA (1985) salienta que estas três técnicas procuravam


apagar a cultura dos nativos e impor os costumes europeus. Esse movimento
não conseguiu apagar os hábitos dos indígenas e criou uma crioulização, um
misto entre o antigo e o novo, mas também pode ser definido como
transcultural.

Por outra, a tentativa de eliminar a cultura indígena provocou uma pluralidade cultural onde
hábitos indígenas passaram a se misturar com hábitos europeus. A mistura de tradições
europeias e indígenas em uma soo deu-se neste caso devido a resistência indígena a
dominação e aniquilação completa da essência e tradição indígena.

Porem esse processo multicultural entre hábitos europeus e indígenas não se deu de forma
fácil e nem pacifica visto que o Para o colonialismo a questão central era a destruição das
culturas dessas comunidades, ou seja, da sua capacidade de se identificarem como povo. Para
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a maioria esmagadora do povo, a cultura imposta pelo colonizador identificava-se, por um


lado, com a negação violenta da sua própria (HONWANA apud TUTIKIAN, 2006).

Os indígenas foram aos poucos adquirindo um conteúdo profundo sobre a mobilização de


largas massas e consciência de si própria e nesse processo redescobrem e catalisam
poderosamente a sua personalidade, sua identidade própria e sua cultura (TUTIKIAN, 2006).

Por outra os indígenas foram ganhando consciência de si e foram mobilizando forcas de


resistir a aniquilação dos seus hábitos e costumes. A multiplicidade cultural no contexto
Moçambique surge neste caso em dois processos diferentes; um em que o império colonial
procurava impor-se aos indígenas e outro em que os indígenas resistem de forma a manter sua
identidade cultural, com recurso a forca e a diversas manifestações culturais e artísticas.
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Conclusão

Chegado a este ponto, importa concluir que esta tematica da questão da identidade cultural remete, em
um primeiro momento, à questão mais abrangente da identidade social, da qual ela é um dos
componentes. Para a psicologia social, a identidade um instrumento que permite pensar um indivíduo.
No contexto Moçambicano a Multiplicidade Cultural também sofre influência da imposição
colonial Portuguesa e a resistência indígena a tentativa europeia de aniquilação dos seus
hábitos e costumes.

Neste caso tratase sobretudo da tradicao e identidade cultural da qual os conteudos são representados
e concretizados tornando-os reais e aceitar como parte integrante ddo mesmo caso, que podem
enriquecer de forma positiva e que contribuira para a formulacao dos seus objectivos epecificos.
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Bibliografia
CUCHE, Denys. O Conceito de Cultura nas Ciências Sociais. Tradução de Viviane Ribeiro. 2
ed. Bauru: EDUSC, 2002.
DIAS, Ester Luísa. A Diversidade na Educação e a Educação na Diversidade. 1998.
FERREIRA Patrício (org.), Globalização e Diversidade – A Escola Cultural, Uma Resposta,
211-220. Porto: Porto Editora. 2002.
FIGUEREDO, F.B. Historia de Africa. Centro de Estudo Afro-orientais. Salvador. 2001
KIM, Y. Y. Ideology, identity, and intercultural communication: An analysis of differing
conceptions of cultural identity. Journalof Intercultural Communication Research. 2007.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 19 ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2006.
MIQUEL, André. O Islame e a sua civilização (séculos VII-XX). Lisboa: Edições Cosmos,
1971.
PAIVA, Eduardo França. Escravidão e Universo Cultural na Colônia. Minas Gerais: UFMG,
2001.
ROVISCO, Maria Luís. Onde começa a diferença? Apontamentos sobre minorias étnicas e
diferença cultural nas sociedades contemporâneas. 2000. In José Luís Garcia (org.), Portugal
Migrante – Emigrantes e Imigrados, dois estudos introdutórios, 65-73. Oeiras: Celta Editora.
SHILS, Edward. Tradition. Chicago: University of Chicago Press, 1981.

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