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Índice
Introdução...................................................................................................................................3
1. Origem da Diversidade Cultural..........................................................................................4
1.1. Conceito de Cultura.........................................................................................................4
1.1.2. Características da Cultura.............................................................................................5
1.2. Diversidade Cultural........................................................................................................6
1.2.1. Origem da Diversidade Cultural.......................................................................................8
1.3. . Características da diversidade Cultural..........................................................................8
1.3.1. Etnias.................................................................................................................................8
1.3.2. Línguas.........................................................................................................................9
1.3.3. Religiões.......................................................................................................................9
1.4. Diversidade cultural em Moçambique...........................................................................10
1.4.1. Diversidade Cultural na Cidade de Nampula (Bairro Muatala)......................................12
1.5. Identidade Cultural.........................................................................................................13
1.5.1. Identidade Cultural Moçambicana..................................................................................14
1.6. Alteridade Cultural.........................................................................................................16
Conclusão..................................................................................................................................17
Referencias bibliográficas.........................................................................................................18
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Introdução
O presente trabalho tem como tema diversidade cultural: Caso da Cidade de Nampula,
nele iremos abordar especificamente sobre a origem da diversidade cultural, identidade
cultural e alteridade cultural, é de ressaltar que o presente trabalho somente se cinge na
identificação da diversidade cultural do bairro de Muatala, um dos 8 postos administrativos
do Município de Nampula.
De modo geral, são objectivos deste trabalho analisar a diversidade cultural da Cidade
de Nampula em especial no bairro de Muatala. Quanto aos objectivos específicos, foram
definidos os seguintes objectivos; i) descrever a origem da diversidade cultural; ii) identificar
a identidade cultural do Bairro Muatala; iii) discutir sobre a alteridade cultural no bairro
Muatala.
Portanto para atingir os objectivos pré-definidos, a pesquisa é classificada como de
cunho exploratório, de caracter estudo de caso através de observação enriquecida pela
pesquisa bibliográfica.
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Portanto para Taylor conforme apontado por Martinez (2010), a cultura é adquirida,
não transmitida biologicamente; o homem adquire a cultura como membro de uma sociedade.
O conceito de cultura foi pesquisado por vários estudiosos e tem entendimento
variado.
Morin (2001) citado por (Rorigo, 2010) concebe que:
A cultura é constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, regras, normas, proibições,
estratégias, crenças, ideias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração, se
reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a
complexidade psicológica e social. Não sociedade humana, arcaica ou moderna,
desprovida de cultura, mas cada cultura é singular. Assim, sempre existe a cultura nas
culturas, mas a cultura existe apenas por meio das culturas. (MORIN, 2001, p. 56)
(ibidem)
Na perspectiva de ibidem citando Carrara (2010, p. 23) cultura pode ser definida
como Fenômeno unicamente humano, a cultura se refere à capacidade que os seres humanos
têm de dar significado às suas ações e ao mundo que os rodeia‖. Para o autor a cultura é
compartilhada pelos indivíduos de determinado grupo, não se referindo a um ato individual.
Cada grupo de seres humanos, em diferentes épocas e lugares, atribui significados diferentes
a coisas e passagens da vida aparentemente semelhantes.
Já para a UNESCO citado por (Rorigo, 2010) com base no mesmo autor, definiu a
cultura como sendo como o conjunto de traços distintos, espirituais e materiais, intelectuais e
afetivos, que caracterizam uma sociedade ou grupo social.
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Outra concepção de cultura é a que vai ao encontro dos pressupostos defendidos pelo
Materialismo Histórico-dialético, que concebe que existe uma relação imediata entre cultura e
atividade humana. Com isso, a cultura é definida como normas, idéias, valores, que são
determinados historicamente e passados às gerações futuras, sendo que é a partir das relações
sociais e do contexto histórico em que vive um determinado povo que a cultura se transforma.
Conforme assevera Ribeiro (2002):
... a cultura é de domínio coletivo, ou seja, são os padrões culturais que definem,
caracterizam e moldam a vida social do grupo. É a partir dos elementos presentes na
cultura que o grupo adquire uma certa unidade, compartilhando das mesmas crenças,
técnicas, valores etc. ou seja, é por meio desses elementos compartilhados que o
grupo se reconhece enquanto grupo (RIBEIRO, 2005, p. 56) apud (Rorigo, 2010) .
Então a cultura não pode ser entendida como algo estático e natural e sim como uma
produção humana que vai variar de acordo com as manifestações de cada povo, é aí que é
necessário entender o conceito de relativismo cultural para compreendermos que não há uma
cultura melhor, ou mais avançada que outra, e, sim, que há diferentes culturas.
A respeito do relativismo cultural, Mortari (2002) assevera que:
É preciso então adotar uma postura mais relativista, concebendo que há diferentes
culturas e que todas têm valor e podem contribuir para enriquecer o processo de convivência
e construção da sociedade
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Com base Martinez (2010) a cultura é caracterizada com base nos seguintes aspectos:
a) a cultura é simbólica;
b) a cultura é social;
c) a cultura é estável;
d) a cultura é seletiva;
e) A cultura é universal e regional;
f) A Cultura é determinante e determinada; e
g) Cultura e subcultura:
ainda, na tolerância mútua. A diversidade cultural é complicada de quantificar, mas uma boa
indicação é pensar numa contagem do número de línguas faladas em uma região ou no
mundo como um todo. Através desta medida, há sinais de que podemos estar a atravessar um
período de declínio precipitado na diversidade cultural do mundo. Pesquisa realizada na
década de 1990 por Luã Queiros (Professor Honorário de Linguística na University of Wales,
Bangor) sugeriu que naquela época em média, uma língua caía em desuso a cada duas
semanas. Ele calculou que se a taxa de mortalidade de línguas continuasse até o ano 2100,
mais de 90% dos estilos falados atualmente no mundo serão extintos.
1.3.1. Etnias
1.3.2. Línguas.
Outro dos elementos culturais mais importantes é a linguagem. Com ele, ideias,
sentimentos se expressam e dá homogeneidade à cultura.
Principais línguas do mundo:
Chinês
Inglês
francês
alemão
português
russo
árabe
japonês
italiano
1.3.3. Religiões
A religião é como a língua, um forte vínculo social e distinto de grupos étnicos ou entre
nações.
As principais religiões do mundo:
cristão (protestantes, católicos, ortodoxos)
budista
Confúcio
Xintoísmo
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muçulmanos
Animistas
Hinduísmo
A cidade de Nampula (Fig. 1), possui uma população de 743125 habitantes (INE,
2019) e uma área de 404 km2. A cidade encontra-se dividida em sete postos administrativos
municipais, sendo a área periférica do posto de Muatala. A cidade de Nampula apresenta
grande diversidade cultural olhando sob ponto de vista das características da diversidade
cultural dadas acima. O bairro de Muatala em especial possui grande diversidade cultural,
olhando sob ponto de vista religiosa, linguística, ética, artística, musical.
Nampula é um distrito de grande diversidade cultural, devido à variedade de línguas
presentes no distrito, que possuem importância regional.
A diversidade cultural pode ser definida como uma reunião de conceitos como o
universal e o local, entre o nacional e o regional, entre a tradição e a modernidade. Com base,
então neste conceito, é possível ver o universo da diversidade cultural, especificamente, no
bairro Muatala.
No concernente a diversidade cultura no Bairro de Muatala, contatou-se que o bairro
apresenta uma grande diversidade cultural, uma vez que neste bairro foi possível verificar que
há varias religiões professadas pelos moradores (com principal enfase a religião islâmica,
católica, adventista), há muitas diversidade ética seja ela regional (pessoas que vem de outras
províncias, assim como distritos de Nampula) internacional (Congoleses, indianos,
afroamericanos e muitos outros), uma vez com diversidade étnica, há também grave
variedade linguística das lingas bantu, apesar que a língua mais falar ser o macua, outros
grupos etinos falam, suaíle, maconde, Chumbo; Inglês, e até espanhol.
Portanto, a diversidade cultural da cidade de Nampula especificamente no bairro
Muatala é caracterizada como sendo multicultural, multilingue, multiétnica e multirreligioso.
No entanto a Bairro de Mautala é um um bairro habitado por vários grupos étnico-linguísticos
como Makonde, Yao Macua-Lomwe, Ngoni, Nyanja, Thonga e Chopi-Thonga. Embora esses
grupos manifestem expressões culturais diferentes assemelham-se em alguns aspectos como a
prática de rituais mágico-religiosos, o culto aos antepassados entre outros aspectos.
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As velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em
declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até
aqui visto como um sujeito unificado (HALL, 1999, p. 7).
Por fim, o sujeito pós-moderno que dispõe diferentes identidades com múltiplas
características caracterizando, assim, um meio globalizado.
culturas muçulmanas e macua, que se misturam com a portuguesa, à indiana e com outras
culturas do índico.
Fernando (1996) refere que sendo a família a base da estrutura política do território
linhageiro ela existe em Moçambique sob duas formas principais de filiação. A norte do rio
Zambeze predomina a filiação matrilinear enquanto a sul do mesmo rio a filiação patrilinear é
a mais expressiva. Martínez (2008) considera a residência como sendo um elemento
importante na organização social do povo macua porque determina o tipo e a intensidade das
relações quotidianas dos indivíduos na comunidade. Sendo assim, o noivo na sociedade
macua vai viver com a família da esposa, pelo que quanto à residência o casamento é
uxoriloca.
A identidade da cultura moçambicana é marcada pela realização de práticas mágico-
religiosas. Segundo Feliciano (1998) para garantir o bom êxito dos processos produtivos
entre os povos Tsonga que vivem na região sul do país é necessário realizar determinados
rituais aos espíritos dos antepassados e certas práticas mágico-religiosas para manter
conjunções térmicas favoráveis. A isto, associa-se o respeito de certas proibições para que os
referidos processos não sejam contrariados por forças adversas (feiticeiros). Em todos os
ciclos agrícolas do povo thonga são praticados vários tipos de rituais, uns para defender as
culturas e outros para provocar as chuvas e a fertilidade, e outros para festejar os primeiros
frutos e a colheita.
Neste âmbito, Wane (2010) defende que a timbila é uma das formas de expressão
cultural moçambicana praticada pelo povo Chope, um dos vários grupos étnicos da região sul
do país. Assim, a timbila é também o nome da dança que acompanha a música das orquestras,
e foi declarado como obra-prima do património oral intangível da humanidade em
2005.Campos (n. d.) defende que a capulana foi incorporada no uso quotidiano pelas
mulheres moçambicanas e é vestida nos eventos sociais como tradicionais. Nas datas festivas
por exemplo utilizam-se capulanas de cores fortes e as amaram com um mucume, que é um
traje especial confeccionado por duas ou mais capulanas. Nas ocasiões fúnebres as capulanas
são de cores escuras e o mucume não é amarado, mas sim utilizado como uma cobertura que
encobre todo o corpo.
Nesta mesma linha, Sousa (2010) afirma que na primeira Conferência Nacional sobre
Cultura (CNC) realizada em Maputo revelou-se que a identidade nacional não deve ser vista
como um modelo único e uniforme para todo o Moçambique, pois a identidade cultural reside
nos elementos comuns a todas as culturas moçambicanas. Sendo assim, a moçambicanidade
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deve ser assumida como aquela que emerge de um longo processo de convivência e aceitação
mútua entre os habitantes de Moçambique através de fenómeno endógenos.
A identidade Cultural do Bairro Muatala, não foge muito da identidade cultural que
o pais apresenta, assim como a província no geral, para este caso em particular, caracteriza-se
por apresentar a família matrilinear, o uso de mucume, o mussiro, e as danças tradicionais o
tufo.
Conclusão
Referencias bibliográficas
Martinez, F. L., & IMC. (2006). Antropologia Cultural: Gui para o Estudo. Portugal:
Paulinas
Martinez, F. L. (2008). O Povo Macua e a Sua Cultura: Análise dos Valores Culturais do
Povo Macua no Ciclo Vital. (2ª. ed.). Maputo, Moçambique: Paulinas Editora.