Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Relatório de Estágio
Curso de Agro-Pecuária
Nampula
Outubro de 2017
iii
Nampula
Outubro de 2017
ii
Índice
Lista de abreviaturas..................................................................................................................iv
Lista de gráficos..........................................................................................................................v
Declaração.................................................................................................................................vi
Agradecimentos........................................................................................................................vii
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................8
1.2. Problema..............................................................................................................................9
1.3. Justificativa..........................................................................................................................9
1.4. Objectivos..........................................................................................................................10
1.5. Hipóteses............................................................................................................................10
1.6. Materiais............................................................................................................................10
5.1. Conclusões.........................................................................................................................22
5.2. Recomendações..................................................................................................................22
Referências Bibliográficas........................................................................................................23
APÊNDICES.......................................................................................................................XXIV
iv
Lista de abreviaturas
Apud – Citado por
Engo – Engenheiro
PAN – Posto Agronómico de Nampula
Ho – Hipótese Nula
H1 – Hipótese alternativa
IIAM – Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique
kg/ha – Quilogramas por hectare
CZnd – Centro Zonal Nordeste
INCAJU – Instituto de Fomento de Caju
CEPAGRI – Centro de Promoção de Agricultura
IAM – Instituto de Algodão de Moçambique
CRCT-N – Centro Regional de Ciência e Tecnologia Norte
v
Lista de gráficos
Gráfico 1: Peso de 100 grãos …………………………….………………………………….20
Gráfico 2: produtividade de grãos (kg/ha) …………………………………………………..21
vi
Declaração
Declaro que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instância para orientação de
qualquer grau académico.
A autora
________________________
O supervisor
___________________________
Agradecimentos
Primeiramente agradeço à Deus, por ser quem eu sou e por tudo que superei na vida, pela
saúde e força que ele me dispôs.
Gostaria de forma particular agradecer ao meu orientador do relatório Engo: Omar Bruno
Nampopeias por ter guiado este trabalho, e pela dedicação demonstrada nas fases deste
trabalho, com tal sentido crítico que muito contribuiu para o enriquecimento do mesmo.
Um agradecimento muito especial aos meus pais Patrício Chico e Julieta Aliano, e a minha
irmã Ancha Agostinho por terem me dado apoio incondicional durante a formação. Estes tudo
fizeram para que eu crescesse neste mundo de muitas contrariedades.
O agradecimento é extensivo aos meus irmãos, familiares e amigos que mesmo com muitas
dificuldades, souberam sofrer na perspectiva de que a esperança é a ultima coisa a morrer e
que um dia voltariam a viver os carinhos.
E um reconhecido abraço, a todos aqueles que cá não foram mencionados que directa ou
indirectamente me apoiaram.
viii
INTRODUÇÃO
Em Moçambique, a produção do milho predomina nas zonas baixas, ocupando cerca de 65%
dessas áreas. O milho é uma das culturas mais produzidas no nosso país, sendo a base de
alimentação para algumas famílias. A importância económica do milho é caracterizada pelas
diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta
tecnologia.
1.2. Problema
Nos últimos anos, as culturas, principalmente a do milho, vem passando por importantes
mudanças tecnológicas, resultando em aumentos significativos da produtividade e produção.
Entre essas tecnologias, destaca-se a necessidade da melhoria na qualidade dos solos, visando
uma produção sustentável. Essa melhoria na qualidade dos solos está geralmente relacionada
ao adequado maneio, o qual inclui, entre outras práticas, a rotação de culturas, o plantio
directo e o maneio da fertilidade, através da calagem, gessagem e adubação equilibrada com
macro e micronutrientes, utilizando fertilizantes químicos e/ou orgânicos (estercos,
compostos, adubação verde, etc.).
1.3. Justificativa
Portanto, o milho é uma cultura rentável e a base de alimentação das famílias moçambicanas
assim como compensável ao agricultor. Sendo assim, surgiu a necessidade de realizar-se um
estudo com intuito de provar qual das doses de adubação acima citadas condiciona melhores
resultados na região em estudo.
xi
Dada a importância que a cultura possui, este estudo mostra-se importante, pois, a partir do
mesmo, podem ser encontradas as doses adequadas que ajudarão no incremento da produção e
produtividade desta cultura no seio dos produtores locais e, consequentemente, aumento na
renda das famílias produtoras.
1.4. Objectivos
1.5. Hipóteses
Ho - adubação nitrogenada na cultura do milho não aumenta a produtividade.
H1- adubação nitrogenada na cultura de milho aumenta a produtividade.
1.6. Materiais
Sementes, charrua, Enxadas, Regadores, Pás, Adubo (doses de 60 kg/ha, 80 kg/ha e 120 kg/ha
de nitrogénio), blocos de notas e Esferográficas.
Este estudo partiu da ideia de que a produtividade do milho pode ser melhorada com auxílio
da aplicação de certas quantidades de adubos nitrogenados. Como qualquer estudo tem sua
população e amostra, constitui população deste estudo, todas as plantas de milho na área do
experimento. A selecção da amostra foi por extractos, pois em cada uma das parcelas foram
retiradas 100 sementes. Os dados foram colhidos com base na observação e acompanhamento
das actividades desenvolvidas dentro do IIAM. Os resultados foram representados em forma
de gráficos e foram processados em pacote de Microsoft Word.
xii
Como visão o centro Zonal Nordeste pretende ser um Centro de Investigação e Inovação de
Excelência que contribua para o desenvolvimento do agro-negócio, satisfação da necessidade
alimentar da população e uso sustentável dos recursos naturais na região Nordeste de
Moçambique.
Durante o período de cultivo, a cultura recebeu os tratos culturais adequados em todo o seu
ciclo (herbicidas, controlo fitossanitário e irrigação). O maneio de plantas daninhas foi
efectuado com a aplicação da mistura dos herbicidas atrazine + nicosulfuron (1,75 kg ha-1 +
1,25 L ha-1 do i.a.), em pós-emergência. Para o devido controlo da lagarta do cartucho foi
efectuada a aplicação da mistura spinosad + triflumurom (36,0 + 24,0 g ha-1 do i.a.). A
irrigação foi realizada quando necessária, com uma lâmina de água calculada com base nas
condições climáticas locais e estágio fonológico da cultura, através do método de rega por
superfície, num sistema de rega por sulcos.
O lançamento de sementes foi realizado no mês de Julho de 2017, o híbrido utilizado foi o
ZM309; o processo foi realizado mecanicamente. Após o lançamento de sementes, foi
aplicada uma lâmina de água de 14 mm por meio de regadores, para promover a germinação
das sementes. As sementes emergiram 5 dias após a sementeira.
As dimensões das parcelas foram de 30 m de comprimento e 20 m de largura (veja o
apêndice) com linhas espaçadas de 0,90 m entre as parcelas. Adoptou-se um
espaçamento para o local de cultivo do milho: de 1 m entre ruas/linhas e entre
covas/plantas.
As doses utilizadas foram 0, 60, 80 e 120 kg/ha de N, aplicadas em cobertura quando a
cultura apresentava 6 folhas totalmente desenvolvidas.
Dificuldade de fazer o estudo noutra região de modo que fosse feita a comparação da
aplicação das doses em diferentes tipos de solos.
xvi
De acordo com Barbosa (2007:13) “consumido desde civilizações antigas, como Maias,
Astecas e Incas, o milho tem sua origem comprovada por estudos arqueológicos, os quais
relatam o México como o berço da produção de milho, há 7300 anos.”
Segundo Mary Poll (2001), em trabalho publicado na revista Proceedings of the National
Academy of Sciences apud Barbosa (2007:13), os primeiros registos do cultivo do milho
datam de 7.300 anos, tendo sido encontrados em pequenas ilhas próximas ao litoral do
México, no Golfo do México. Uma vez difundido no México, o grão se firmou como produto
em países da América Central com clima propício para o seu cultivo, como o Panamá, e
também pela América do Sul. No entanto, com o período de colonização do continente
americano e as chamadas grandes navegações que ocorreram durante o século XVI, o milho
se expandiu para outras partes do mundo, se tornando um dos primeiros itens na cultura
mundial. Em Moçambique, a produção do milho predomina nas zonas baixas, ocupando cerca
de 65% dessas áreas.
Segundo Barros e Calado (2014:34) “o milho é uma das culturas mais produzidas no nosso
país, sendo a base de alimentação para algumas famílias. A importância económica do milho
é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal
até a indústria de alta tecnologia”.
A importância do milho ainda está relacionada ao aspecto social, pois como se viu
anteriormente, grande parte dos produtores não é altamente tecnificada e não possui grandes
extensões de terras, mas dependem dessa produção para viver. (Cfr. BARROS & CALADO,
2014:35). Isto pode ser constatado pela quantidade de produtores que consomem o milho na
propriedade.
A planta só absorve o nitrogénio na forma nítrica e amoniacal, mas nem todos os fertilizantes
encontram-se nessa forma. A ureia, comummente utilizada na agricultura, está na forma
amídica. Entretanto, a planta não consegue absorver o nitrogénio dessa forma, necessitando
ser convertida para que o mesmo seja aproveitado. Por meio da acção da enzima urease, a
ureia é convertida a amónio e depois a nitrato. Na passagem da forma amídica para amoniacal
ocorre a volatilização, processo pelo qual o nitrogénio é perdido para o ar na forma gasosa.
(BELA, 2013).
Na tomada de decisão sobre a necessidade de adubação nitrogenada alguns factores devem ser
considerados, tais como: condições edafo-climáticas, sistema de cultivo (plantio directo e
convencional), época de sementeira (época normal), a rotação de culturas, época e modo de
aplicação, fontes de nitrogénio, aspectos económicos e operacional. Isso enfatiza a regra de
que “as recomendações de nitrogénio devem ser cada vez mais específicas e não
generalizadas.” Valderrama (2011).
Olhando para o gráfico 1, observam-se os registos de massa de 100 grãos nas quatro doses.
Nota-se então que a medida em que a dose aumenta a massa esperada aumenta
proporcionalmente. A produção do milho cresceu com a aplicação das doses. A adubação
orgânica forneceu quantidades de nutrientes suficientes para incrementar a produção.
Portanto, as doses afectaram o peso dos 100 grãos de milho. Esse resultado está de acordo
com os obtidos por Oliveira e Caires (2003), que estudando doses de nitrogénio constataram
aumento linear para a massa de 100 grãos nas doses de 30, 60, 90 e 120 kg/ha de N. Por outro
lado, avaliando a massa de 1000 grãos, Sangoi e Almeida (1994) não verificaram efeito para
as doses de nitrogénio testadas (0, 50, 100 e 150 kg/ha), não corroborando com os resultados
obtidos neste trabalho. Segundo Borrás e Otegui (2001) apud Valderrama (2011:15) este
componente de produção é o menos afectado por variações na prática de maneio e adubação.
28.2
28
27.8
27.6
Peso de 100 graõs
27.4
27.2
27
26.8
26.6
26.4
26.2
0 60 80 120
Doses em (g/ha)
A produtividade de grãos com a dose de 120 kg/ha de nitrogénio atingiu 8.634 kg/ha de grãos,
independente da fonte testada. Isto representa um acréscimo de 1.300 kg/ha ou 15% a mais de
grãos em relação à testemunha. Valderrama et al. (2011) também “constataram ajuste linear
crescente testando quatro doses de nitrogénio (0, 40, 80 e 120 kg/ha), sendo que na dose de
120 kg/ha de N foi obtida a produtividade de 11.191 kg/ha de grãos”.
Gráfico 2: produtividade de grãos (g/ha)
900
850
Produtividade de graõs
800
750
700
650
0 60 80 120
Doses de Nitrogenio (g/ha)
Valderrama (2011) teve resultados semelhantes aos apresentados neste estudo. Desta forma
concorda-se com Valderrama (2011:16) que argumenta que para manter ou até mesmo elevar
a produção de milho um dos factores de maior peso dentro dos sistemas de produção
agrícola do milho é o nitrogénio. O nitrogénio é responsável por cerca de 5% da matéria
orgânica do solo.
xxiii
5.1. Conclusões
Com base nos objectivos propostos e nas condições em que foi realizado o presente estudo,
foi possível notar que uma boa estrutura do solo é essencial para um bom desenvolvimento
radicular e bom crescimento.
O ensaio feito mostrou que a dose 80kg/ha dá um pouco mais que as outras duas, mas é bem
melhor que a tradicional (sem aplicação de adubos), que só produz apenas meia tonelada por
hectare. Na condição estudada, se observou que o incremento das doses, em todas as fontes,
apresentou acréscimo tanto na produção (11,083 g para cada kg/ha de N acrescentado) como
na massa de 100 grãos (0,1025g para cada kg/ha de N). Notou-se ainda que o milho é por um
lado uma planta que tem grandes necessidades de água.
5.2. Recomendações
Diante dos resultados obtidos recomenda-se que o agricultor aplique a dose 120kg/ha para
aumentar a produtividade do milho ZM309.
No maneio do solo deve-se realizar adubações bem dimensionadas e equilibradas quanto aos
diversos macro e micronutrientes requeridos pelo milho.
xxiv
Referências Bibliográficas
APÊNDICES
xxvi