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Instituto de Administração e Comunicação

Adélia Patrício Chico

Relatório de Estágio

Curso de Agro-Pecuária

EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DE


MILHO (ZEA MAYS) VARIEDADE ZM309 NAS CONDIÇÕES AGRO-
ECOLÓGICAS DO PAN

Supervisor: Engo. Omar Bruno Nampopeia


Co-Supervisor: Engo. Boaventura Muhacha

Nampula

Outubro de 2017
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Instituto de Administração e Comunicação

Adélia Patrício Chico

EFEITO DE NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DE


MILHO (ZEA MAYS) VARIEDADE ZM309 NAS CONDIÇÕES AGRO-
ECOLÓGICAS DO PAN

Local de Estágio: Posto Agronómico de Nampula, de Junho à Setembro de 2017

Trabalho de conclusão do curso a ser apresentado no


Instituto de Administração e Comunicação, para a
obtenção do grau académico de Técnico Médio de Agro-
Pecuária, orientado por: Engo: Omar Bruno
Nampopeias

Engo: Boaventura Muhacha

Nampula

Outubro de 2017
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Índice
Lista de abreviaturas..................................................................................................................iv

Lista de gráficos..........................................................................................................................v

Declaração.................................................................................................................................vi

Agradecimentos........................................................................................................................vii

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................8

1.1. Delimitação do tema............................................................................................................9

1.2. Problema..............................................................................................................................9

1.3. Justificativa..........................................................................................................................9

1.4. Objectivos..........................................................................................................................10

1.4.1. Objectivo geral................................................................................................................10

1.3.2. Objectivos específicos....................................................................................................10

1.5. Hipóteses............................................................................................................................10

1.6. Materiais............................................................................................................................10

1.7. Métodos / Técnicas de colecta de dados............................................................................10

CAPÍTULO II: CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO......................................................11

2.1. Breve historial do local do estágio.....................................................................................11

2.2. Localização do ensaio........................................................................................................12

2.3. Delineamento experimental...............................................................................................12

2.4. Condução do ensaio...........................................................................................................13

2.5. Observação e medições......................................................................................................13

2.5.1. Massa de 100 grãos.........................................................................................................14

2.5.2. Produtividade de grãos....................................................................................................14

2.6. Limitações do trabalho.......................................................................................................14

CAPÍTULO III: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................15

3.1. Breve historial do milho.....................................................................................................15

3.1.1. Importância do milho......................................................................................................15


iii

3.1.1.1. Importância económica................................................................................................15

3.1.1.2. Importância nutricional................................................................................................16

3.2. Adubação nitrogenada.......................................................................................................16

3.3. Sistemas de produção.........................................................................................................17

3.3.1. Sistemas de produção comercial.....................................................................................17

3.3.2. Sistemas de produção familiar........................................................................................18

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................19

4.1. Resultados da aplicação das doses (60, 80 e 120) kg/ha....................................................19

4.2. Validação das hipóteses.....................................................................................................20

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.......................................................22

5.1. Conclusões.........................................................................................................................22

5.2. Recomendações..................................................................................................................22

Referências Bibliográficas........................................................................................................23

APÊNDICES.......................................................................................................................XXIV
iv

Lista de abreviaturas
Apud – Citado por
Engo – Engenheiro
PAN – Posto Agronómico de Nampula
Ho – Hipótese Nula
H1 – Hipótese alternativa
IIAM – Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique
kg/ha – Quilogramas por hectare
CZnd – Centro Zonal Nordeste
INCAJU – Instituto de Fomento de Caju
CEPAGRI – Centro de Promoção de Agricultura
IAM – Instituto de Algodão de Moçambique
CRCT-N – Centro Regional de Ciência e Tecnologia Norte
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Lista de gráficos
Gráfico 1: Peso de 100 grãos …………………………….………………………………….20
Gráfico 2: produtividade de grãos (kg/ha) …………………………………………………..21
vi

Declaração

Declaro que este relatório de estágio Profissional, é o resultado da investigação pessoal, da


orientação do docente da cadeira, o seu conteúdo é original de todas as fontes consultadas
estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.

Declaro que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instância para orientação de
qualquer grau académico.

A autora

Adélia Patrício Chico

________________________

Nampula, aos ______/_______/2017

O supervisor

Engo: Omar Bruno Nampopeias

___________________________

Nampula, aos ______/______/2017


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Agradecimentos
Primeiramente agradeço à Deus, por ser quem eu sou e por tudo que superei na vida, pela
saúde e força que ele me dispôs.

Gostaria de forma particular agradecer ao meu orientador do relatório Engo: Omar Bruno
Nampopeias por ter guiado este trabalho, e pela dedicação demonstrada nas fases deste
trabalho, com tal sentido crítico que muito contribuiu para o enriquecimento do mesmo.

Um agradecimento muito especial aos meus pais Patrício Chico e Julieta Aliano, e a minha
irmã Ancha Agostinho por terem me dado apoio incondicional durante a formação. Estes tudo
fizeram para que eu crescesse neste mundo de muitas contrariedades.

Agradeço em especial ao meu esposo Adriano Estêvão Saina.

O agradecimento é extensivo aos meus irmãos, familiares e amigos que mesmo com muitas
dificuldades, souberam sofrer na perspectiva de que a esperança é a ultima coisa a morrer e
que um dia voltariam a viver os carinhos.

O meu muito obrigado:


À todos os docentes do Instituto de Administração e Comunicação, pelo empenho e apoio
prestado ao longo dos 2 anos de formação.

E um reconhecido abraço, a todos aqueles que cá não foram mencionados que directa ou
indirectamente me apoiaram.
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema: “Efeito de Níveis de Adubação na Produtividade da


Cultura de Milho (Zea Mays) Variedade ZM309 nas Condições Agro-Ecológicas do PAN”. O
trabalho é de carácter técnico-científico que resulta das observações, vivências e experiências
desenvolvidas durante o período de estágio, que teve lugar no Posto Agronómico de
Nampula.

Na classificação botânica, o milho pertence à ordem Gramineae, família Poaceae, tribu


Maydeae, género Zea e espécie Zea mays L. O milho é uma planta cultivada bastante
diferente das plantas selvagens das quais se originou as chamadas de teosintos. Com muitas
cultivares e híbridos, a planta pode atingir de 70 cm a 2,5 m de altura, ter um ciclo de vida de
3 meses a 10 meses, e ter grãos apropriados para fins bastantes específicos, como por
exemplo farinha ou pipoca, ou para ser utilizado como milho verde, isto é, com seus grãos
ainda bem hidratados (BARROS e CALADO, 2014:34).

No estudou-se uma variedade do milho denominada ZM309. O milho ZM309 é uma


variedade de semente de milho resistente à seca, foi lançada no distrito de Nampula,
concretamente no IIAM-Nampula, esperando-se que venha a potenciar a produção e
produtividade desta cultura ao nível da província de Nampula. No pretendia-se avaliar o efeito
das diferentes doses de adubação nitrogenada na produtividade da cultura de milho ZM309.

Em Moçambique, a produção do milho predomina nas zonas baixas, ocupando cerca de 65%
dessas áreas. O milho é uma das culturas mais produzidas no nosso país, sendo a base de
alimentação para algumas famílias. A importância económica do milho é caracterizada pelas
diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta
tecnologia.

A adubação é a prática agrícola que consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao


solo, de modo a recuperar ou conservar a sua fertilidade, suprindo a carência de nutrientes e
proporcionando o pleno desenvolvimento das culturas vegetais. O trabalho segue a estrutura
seguinte: capítulo I, que trata da metodologia seguida para a elaboração do mesmo; capítulo
II, suporta a contextualização do estágio; capítulo III – a fundamentação teórica, na qual estão
presentes as fontes usadas como base para este estudo; capítulo IV, por onde estão
apresentados os resultados do experimento e finalmente as conclusões e recomendações
resultantes da experiencia de campo.
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CAPÍTULO I: METODOLOGIA DO TRABALHO

1.1. Delimitação do tema


Das actividades desenvolvidas durante o período de estágio no posto agronómico de Nampula
merece atenção o ensaio de campo conduzido dentro da área experimental PAN. O ensaio
suporta o tema de efeito de níveis de adubação na cultura de milho (Zea Mays) variedade
ZM309 nas condições agro-ecológicas do posto agronómico de Nampula. No entanto, dada a
sua importância, foi escolhido como tema para este relatório.

1.2. Problema

Nos últimos anos, as culturas, principalmente a do milho, vem passando por importantes
mudanças tecnológicas, resultando em aumentos significativos da produtividade e produção.
Entre essas tecnologias, destaca-se a necessidade da melhoria na qualidade dos solos, visando
uma produção sustentável. Essa melhoria na qualidade dos solos está geralmente relacionada
ao adequado maneio, o qual inclui, entre outras práticas, a rotação de culturas, o plantio
directo e o maneio da fertilidade, através da calagem, gessagem e adubação equilibrada com
macro e micronutrientes, utilizando fertilizantes químicos e/ou orgânicos (estercos,
compostos, adubação verde, etc.).

Ora, o uso de fertilizantes condiciona a um aumento da produção e produtividade na cultura


do milho, todavia, ao nível do sector familiar não tem-se verificado, dai que tem gerado
baixos rendimentos no final da campanha.
Ciente do baixo volume de produção do sector familiar no cultivo do milho torna-se
necessário o seguinte questionamento: qual das doses (60, 80, 120) kg/ha apresenta maior
rendimento na cultura de milho?

1.3. Justificativa

No nosso país em particular a maior parte da população pratica esta actividade,


maioritariamente para subsistência. O milho é uma das culturas mais produzidas no nosso
país, sendo a base de alimentação para algumas famílias.

Portanto, o milho é uma cultura rentável e a base de alimentação das famílias moçambicanas
assim como compensável ao agricultor. Sendo assim, surgiu a necessidade de realizar-se um
estudo com intuito de provar qual das doses de adubação acima citadas condiciona melhores
resultados na região em estudo.
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Dada a importância que a cultura possui, este estudo mostra-se importante, pois, a partir do
mesmo, podem ser encontradas as doses adequadas que ajudarão no incremento da produção e
produtividade desta cultura no seio dos produtores locais e, consequentemente, aumento na
renda das famílias produtoras.

1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo geral


Avaliar o efeito de três níveis de adubação nitrogenada (60, 80, 120) kg/ha na produtividade
da cultura de milho (Zea mays) variedade ZM309 nas condições agro-ecológicas do Posto
Agronómico de Nampula.

1.3.2. Objectivos específicos


 Estimar a produtividade da cultura de milho sob diferentes níveis de adubação.
 Verificar a dose que apresenta maior rendimento.

1.5. Hipóteses
 Ho - adubação nitrogenada na cultura do milho não aumenta a produtividade.
 H1- adubação nitrogenada na cultura de milho aumenta a produtividade.

1.6. Materiais
Sementes, charrua, Enxadas, Regadores, Pás, Adubo (doses de 60 kg/ha, 80 kg/ha e 120 kg/ha
de nitrogénio), blocos de notas e Esferográficas.

1.7. Métodos / Técnicas de colecta de dados

Este estudo partiu da ideia de que a produtividade do milho pode ser melhorada com auxílio
da aplicação de certas quantidades de adubos nitrogenados. Como qualquer estudo tem sua
população e amostra, constitui população deste estudo, todas as plantas de milho na área do
experimento. A selecção da amostra foi por extractos, pois em cada uma das parcelas foram
retiradas 100 sementes. Os dados foram colhidos com base na observação e acompanhamento
das actividades desenvolvidas dentro do IIAM. Os resultados foram representados em forma
de gráficos e foram processados em pacote de Microsoft Word.
xii

CAPÍTULO II: CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

2.1. Breve historial do local do estágio


Como foi referido anteriormente, o estágio decorreu no Instituto de Investigação Agrária de
Moçambique concretamente nas instalações do Posto Agronómico de Nampula.

O Centro Zonal Nordeste (CZnd) é um órgão regional do Instituto de Investigação Agrária de


Moçambique (IIAM), localizado na região Nordeste do país. A sua função básica é coordenar,
executar políticas, estratégias, programas e projectos de investigação agrária na sua área
geográfica de actuação. O Centro Zonal Nordeste possui um mandato, visão e missão que
orientam a realização de suas actividades. É mandato do Centro Zonal Nordeste:
 Coordenar e promover a participação de todos os actores do sector público e privado
na investigação agrária.
 Assegurar a correcta gestão, racionalização e alocação dos recursos disponíveis aos
projectos e programas prioritários e orientados aos clientes.
 Assegurar a participação dos parceiros na definição de prioridades e agenda de
investigação.
 Assegurar a execução de programas e projectos em todas as zonas agro-ecológicas
abrangidas pelo centro zonal.
 Definir o plano director da investigação agrária no centro zonal.

Como visão o centro Zonal Nordeste pretende ser um Centro de Investigação e Inovação de
Excelência que contribua para o desenvolvimento do agro-negócio, satisfação da necessidade
alimentar da população e uso sustentável dos recursos naturais na região Nordeste de
Moçambique.

A missão do Centro Zonal Nordeste é de gerar conhecimento e soluções tecnológicas para o


desenvolvimento sustentável do agro-negócio, ecossistemas predominantes e segurança
alimentar e nutricional, em benefício da população da região Nordeste e de Moçambique em
geral. Para alcançar os seus objectivos, o CZnd é constituído por unidades experimentais que
por sua vez se subdividem em programas/sectores ou áreas de investigação, nomeadamente:
Algodão, Cajú, Cereais, Estudos socioeconómicos, Ciências animais, Fertilidade e gestão de
solos, Florestas, Leguminosas de grão e oleaginosas, Protecção de plantas, Raízes e
tubérculos e outros sectores de apoio.
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2.2. Localização do ensaio


O experimento foi conduzido no IIAM-Nampula, que dista 7 Km da cidade de Nampula, no
período de Junho a Setembro de 2017. A área do experimento apresenta um histórico de cinco
(5) anos de cultivo, sendo os dois últimos com cultivo mínimo e plantio de milho sobre milho.

A origem do local está relacionada com a perspectiva de aprender os assuntos relacionados


com o aumento da produção, produtividade, sustentabilidade e competitividade de certos
cultivos.
O local do experimento apresenta, ainda, as seguintes características:
 O tipo de solo: argiloso
 Tipo de clima: o clima é tropical húmido.
 Tipo de topografia: a terra é plana e levemente inclinada
 Disponibilidade de água: o local tem uma torneira canalizada, portanto existe água
potável nas proximidades.
 A temperatura média anual é de 23,5º C, a precipitação média anual de 1370 mm.

2.3. Delineamento experimental


As operações de preparo do terreno foram as seguintes:
 Limpeza
Tratando-se de um terreno anteriormente cultivado, lavrou-se (retirou-se a vegetação nativa
ou restos de culturas que não podiam ser incorporados ao solo).
 Retirada de amostra para análise
A retirada de amostra para análise, foi feita conforme os seguintes passos:
1.º. A colecta do solo foi feita em vários pontos da área utilizando enxada.
2.º. A profundidade foi de 20 a 40cm.
3.º. Foram retiradas 10 amostras simples de cada área, sendo colocadas em um balde e
misturadas para que forme uma amostra composta, representativa da área.
4.º. Deste balde retirou-se 500 gramas da mistura e colocou-se em um saco plástico limpo.
5.º. Identificou-se amostras com uma etiqueta com os seguintes dados:
 Nome do Proprietário e Propriedade;
 Profundidade de colecta;
 Localização;
 Culturas a serem implantadas.
xiv

6.º. Enviou-se as amostras ao laboratório.


7.º. A área experimental foi conduzida de acordo com as práticas usuais adoptadas numa
lavoura comercial. A adubação nitrogenada de cobertura foi realizada manualmente.
8.º. Dividiu-se a porção em 4 partes/parcelas: onde uma parte não foi adubada (0 kg/ha de
N) e as outras três tiveram as doses 60, 80 e 120 kg/ha, respectivamente.

2.4. Condução do ensaio

Durante o período de cultivo, a cultura recebeu os tratos culturais adequados em todo o seu
ciclo (herbicidas, controlo fitossanitário e irrigação). O maneio de plantas daninhas foi
efectuado com a aplicação da mistura dos herbicidas atrazine + nicosulfuron (1,75 kg ha-1 +
1,25 L ha-1 do i.a.), em pós-emergência. Para o devido controlo da lagarta do cartucho foi
efectuada a aplicação da mistura spinosad + triflumurom (36,0 + 24,0 g ha-1 do i.a.). A
irrigação foi realizada quando necessária, com uma lâmina de água calculada com base nas
condições climáticas locais e estágio fonológico da cultura, através do método de rega por
superfície, num sistema de rega por sulcos.

O objectivo da rega foi o de fornecer água às plantas na quantidade necessária e no momento


próprio para que desse modo se obtenham níveis de produtividade adequados e inclusive,
melhor qualidade do produto final.

O lançamento de sementes foi realizado no mês de Julho de 2017, o híbrido utilizado foi o
ZM309; o processo foi realizado mecanicamente. Após o lançamento de sementes, foi
aplicada uma lâmina de água de 14 mm por meio de regadores, para promover a germinação
das sementes. As sementes emergiram 5 dias após a sementeira.
 As dimensões das parcelas foram de 30 m de comprimento e 20 m de largura (veja o
apêndice) com linhas espaçadas de 0,90 m entre as parcelas. Adoptou-se um
espaçamento para o local de cultivo do milho: de 1 m entre ruas/linhas e entre
covas/plantas.
 As doses utilizadas foram 0, 60, 80 e 120 kg/ha de N, aplicadas em cobertura quando a
cultura apresentava 6 folhas totalmente desenvolvidas.

2.5. Observação e medições

As variáveis avaliadas na experiência são: massa de 100 grãos e produtividade de grãos.


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2.5.1. Massa de 100 grãos


Foram contados manualmente 100 grãos e pesados em balança de precisão 0,01g. (13% base
húmida).

2.5.2. Produtividade de grãos


As espigas das duas linhas centrais das parcelas foram colhidas manualmente, debulhadas
mecanicamente, pesadas e os dados transformados em kg/ha (13% base húmida). Os dados da
experiência foram analisados isoladamente.

2.6. Limitações do trabalho

Dificuldade de fazer o estudo noutra região de modo que fosse feita a comparação da
aplicação das doses em diferentes tipos de solos.
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CAPÍTULO III: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Breve historial do milho

Na classificação botânica, o milho pertence à ordem Gramineae, família Poaceae, tribu


Maydeae, género Zea e espécie Zea mays L. (BARROS & CALADO, 2014).

De acordo com Barbosa (2007:13) “consumido desde civilizações antigas, como Maias,
Astecas e Incas, o milho tem sua origem comprovada por estudos arqueológicos, os quais
relatam o México como o berço da produção de milho, há 7300 anos.”

Segundo Mary Poll (2001), em trabalho publicado na revista Proceedings of the National
Academy of Sciences apud Barbosa (2007:13), os primeiros registos do cultivo do milho
datam de 7.300 anos, tendo sido encontrados em pequenas ilhas próximas ao litoral do
México, no Golfo do México. Uma vez difundido no México, o grão se firmou como produto
em países da América Central com clima propício para o seu cultivo, como o Panamá, e
também pela América do Sul. No entanto, com o período de colonização do continente
americano e as chamadas grandes navegações que ocorreram durante o século XVI, o milho
se expandiu para outras partes do mundo, se tornando um dos primeiros itens na cultura
mundial. Em Moçambique, a produção do milho predomina nas zonas baixas, ocupando cerca
de 65% dessas áreas.

3.1.1. Importância do milho

3.1.1.1. Importância económica

Segundo Barros e Calado (2014:34) “o milho é uma das culturas mais produzidas no nosso
país, sendo a base de alimentação para algumas famílias. A importância económica do milho
é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal
até a indústria de alta tecnologia”.

No caso de Moçambique, o milho constitui um dos principais insumos para o segmento


produtivo, sendo utilizado com destaque no arraçoamento de animais, em especial na
suinicultura, na avicultura e na bovinocultura de corte, tanto na forma natural, como na forma
de farelo, de ração ou de silagem. “Devido a essa participação directa deste cereal na dieta dos
animais, o milho é relevante para as exportações de carne de frango e bovina do país.”
(BARBOSA, 2007:20).
xvii

Ao nível mundial, associando o consumo humano ao consumo animal, além de se verificar


também o crescimento do uso de milho em aplicações industriais, pode-se observar o aumento
de sua importância no contexto da produção de cereais na esfera mundial. Nesse sentido, o
milho passou a ser o cereal mais produzido no mundo. Esse crescimento acompanhou a
demanda por milho para alimentação animal, isto é, enquanto o trigo é usado basicamente
para consumo humano, o milho é mais versátil, principalmente no que diz respeito à
alimentação animal, aumentando o leque de aplicações desse cereal. (BARBOSA, 2007).

3.1.1.2. Importância nutricional

De acordo com Barbosa (2007:21) na alimentação humana, “é comum o milho estar


empregue de forma natural, como milho, e na forma de subprodutos, como pão, farinhas e
massas. Embora seja versátil em seu uso, a produção de milho tem acompanhado basicamente
o crescimento da produção de suínos e aves, entre outros animais no mundo.” Na realidade,
poder-se-ia pensar nos frangos e suínos como um subproduto do milho, dada a importância
deste na alimentação daqueles.

A importância do milho ainda está relacionada ao aspecto social, pois como se viu
anteriormente, grande parte dos produtores não é altamente tecnificada e não possui grandes
extensões de terras, mas dependem dessa produção para viver. (Cfr. BARROS & CALADO,
2014:35). Isto pode ser constatado pela quantidade de produtores que consomem o milho na
propriedade.

3.2. Adubação nitrogenada

A adubação é a prática agrícola que consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao


solo, de modo a recuperar ou conservar a sua fertilidade, suprindo a carência de nutrientes e
proporcionando o pleno desenvolvimento das culturas vegetais. De acordo com o dicionário
Aurélio os adubos são resíduos animais ou vegetais, ou substância química, que se misturam
à terra para fertilizá-la. Os adubos/fertilizantes nitrogenados são produtos que contem
nitrogénio. Eles podem ser encontrados nas formas amídica CO(NH 2)2, amoniacal NH4+ e
nítrica N03-. “A adubação correcta aumenta a produtividade agrícola. Deve, entretanto, ser
usada com moderação. É preciso ter sempre em mente que os adubos são extraídos de rochas,
que são recursos naturais não renováveis, ou produzidos em indústrias químicas com riscos
para o meio ambiente.” (BELA, 2013).
xviii

A planta só absorve o nitrogénio na forma nítrica e amoniacal, mas nem todos os fertilizantes
encontram-se nessa forma. A ureia, comummente utilizada na agricultura, está na forma
amídica. Entretanto, a planta não consegue absorver o nitrogénio dessa forma, necessitando
ser convertida para que o mesmo seja aproveitado. Por meio da acção da enzima urease, a
ureia é convertida a amónio e depois a nitrato. Na passagem da forma amídica para amoniacal
ocorre a volatilização, processo pelo qual o nitrogénio é perdido para o ar na forma gasosa.
(BELA, 2013).

De acordo com AGROFIT (1998) “a planta absorve preferencialmente amónio e nitrato. A


forma imediata de fornecimento de nitrogénio às plantas é o N nítrico, pois o N amoniacal é
temporariamente imobilizado pelos microrganismos que posteriormente irão devolver este
nutriente ao solo.”

Na tomada de decisão sobre a necessidade de adubação nitrogenada alguns factores devem ser
considerados, tais como: condições edafo-climáticas, sistema de cultivo (plantio directo e
convencional), época de sementeira (época normal), a rotação de culturas, época e modo de
aplicação, fontes de nitrogénio, aspectos económicos e operacional. Isso enfatiza a regra de
que “as recomendações de nitrogénio devem ser cada vez mais específicas e não
generalizadas.” Valderrama (2011).

3.3. Sistemas de produção

O milho é a principal cultura em área plantada no mundo, com níveis tecnológicos de


produção desde plantios de subsistência, para atendimento da agricultura familiar, com ampla
dispersão, até sistemas mais tecnificados – os sistemas comerciais. “O sistema de produção de
milho está dividido em dois grandes sistemas tecnológicos, cuja característica básica é o nível
tecnológico adoptado e, por conseguinte, a produtividade atingida. (ALBUQUERQUE &
ANDRADE, 2001:19). Portanto, são dois os sistemas mais notáveis de produção do milho: o
comercial e familiar.

3.3.1. Sistemas de produção comercial

De acordo com BARBOSA (2007:123) o sistema de produção comercial,


destina-se a produtores que se propõem ao cultivo mais tecnificado do
milho quando cultivado em escala, com uma infra-estrutura adequada à
exploração, por meio da utilização de máquinas e equipamentos
adequados: tractores, semeadoras adubadoras, pulverizadores, grades
de tracção mecânica e colhedoras.
xix

Este sistema de produção comercial exige maior investimento.

3.3.2. Sistemas de produção familiar

Segundo BARBOSA (2007:124) a agricultura familiar incorpora grande diversidade


cultural, social e económica. A maioria das definições da agricultura familiar está vinculada
ao número de empregados e ao tamanho da propriedade.
As principais características dos agricultores familiares são o menor uso de insumos externos
à propriedade e o fato de a produção agrícola estar direccionada às necessidades do grupo
familiar. Este sistema possui diversas outras características:
 O uso de energia solar e da força muscular animal e humana;
 A pequena dimensão da propriedade; a grande autossuficiência;
 A força de trabalho familiar ou comunitária;
 A alta diversidade ecogeográfica, biológica, genética e produtiva, e a predominância
dos valores de uso que se baseiam no intercâmbio ecológico com a natureza e o
conhecimento holístico, empírico e flexível.
“Um grande número dos produtores de milho caracteriza-se como agricultores familiares que
conduzem lavouras com baixa utilização de insumos e em condições desfavoráveis, seja do
ponto de vista técnico, económico, político e social”. BARBOSA (2007:124-125).

Os saberes construídos por gerações mobilizam plantas e animais da região ou a ela


adaptados, tendo como base energética o Sol e a força muscular (humana ou animal).
Complementarmente, no que tange ao aspecto ambiental, “muitas tecnologias pouco presentes
(controle biológico de pragas e adubação verde) são capazes de ampliar a produtividade e a
resiliência económica e ambiental das propriedades familiares.” (ALBUQUERQUE &
ANDRADE, 2001:27).
xx

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Resultados da aplicação das doses (60, 80 e 120) kg/ha

Olhando para o gráfico 1, observam-se os registos de massa de 100 grãos nas quatro doses.
Nota-se então que a medida em que a dose aumenta a massa esperada aumenta
proporcionalmente. A produção do milho cresceu com a aplicação das doses. A adubação
orgânica forneceu quantidades de nutrientes suficientes para incrementar a produção.

Portanto, as doses afectaram o peso dos 100 grãos de milho. Esse resultado está de acordo
com os obtidos por Oliveira e Caires (2003), que estudando doses de nitrogénio constataram
aumento linear para a massa de 100 grãos nas doses de 30, 60, 90 e 120 kg/ha de N. Por outro
lado, avaliando a massa de 1000 grãos, Sangoi e Almeida (1994) não verificaram efeito para
as doses de nitrogénio testadas (0, 50, 100 e 150 kg/ha), não corroborando com os resultados
obtidos neste trabalho. Segundo Borrás e Otegui (2001) apud Valderrama (2011:15) este
componente de produção é o menos afectado por variações na prática de maneio e adubação.

As diferentes respostas encontradas nos diferentes estudos podem estar relacionados


principalmente com a cultura anterior e as condições edafoclimáticas locais. No entanto,
salienta-se que assim que precisar aumentar a produção terá que aplicar a dose 120kg/ha pois
vai dar maior rendimento. O gráfico seguinte ilustra o registo de g/ha.
Gráfico 1: Peso de 100 grãos

28.2
28
27.8
27.6
Peso de 100 graõs

27.4
27.2
27
26.8
26.6
26.4
26.2
0 60 80 120
Doses em (g/ha)

Fonte: Resultados do Estudo


xxi

Quanto à produtividade/ produção do milho em kg/ha, a leitura do gráfico permite concluir


que há uma relação directa entre a produção e a dose de nitrogénio aplicada no solo. A
medida em que se acrescenta a dose de nitrogénio a produção por sua vez aumenta. Verificou-
se, também, que a utilização de composto manteve produtividades estáveis e acima dos 863
kg/ha. Vale ressaltar que esta produtividade representa quase 3 vezes à obtida pela produção
sem recurso a doses de nitrogénio.

Em termos de produtividade, houve efeito significativo para a produtividade de grãos, onde os


dados obtidos se ajustaram a equação de regressão linear crescente.

A produtividade de grãos com a dose de 120 kg/ha de nitrogénio atingiu 8.634 kg/ha de grãos,
independente da fonte testada. Isto representa um acréscimo de 1.300 kg/ha ou 15% a mais de
grãos em relação à testemunha. Valderrama et al. (2011) também “constataram ajuste linear
crescente testando quatro doses de nitrogénio (0, 40, 80 e 120 kg/ha), sendo que na dose de
120 kg/ha de N foi obtida a produtividade de 11.191 kg/ha de grãos”.
Gráfico 2: produtividade de grãos (g/ha)
900

850
Produtividade de graõs

800

750

700

650
0 60 80 120
Doses de Nitrogenio (g/ha)

Fonte: Resultados do Estudo

4.2. Validação das hipóteses


Os resultados deste estudo permitem validar a hipótese alternativa. Com efeito, quanto às
doses de N estudadas, observa-se que houve efeito significativo para todas as variáveis
estudadas: a massa de 100 grãos e produtividade de grãos. O estudo conduzido por
xxii

Valderrama (2011) teve resultados semelhantes aos apresentados neste estudo. Desta forma
concorda-se com Valderrama (2011:16) que argumenta que para manter ou até mesmo elevar
a produção de milho um dos factores de maior peso dentro dos sistemas de produção
agrícola do milho é o nitrogénio. O nitrogénio é responsável por cerca de 5% da matéria
orgânica do solo.
xxiii

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

Com base nos objectivos propostos e nas condições em que foi realizado o presente estudo,
foi possível notar que uma boa estrutura do solo é essencial para um bom desenvolvimento
radicular e bom crescimento.

O ensaio feito mostrou que a dose 80kg/ha dá um pouco mais que as outras duas, mas é bem
melhor que a tradicional (sem aplicação de adubos), que só produz apenas meia tonelada por
hectare. Na condição estudada, se observou que o incremento das doses, em todas as fontes,
apresentou acréscimo tanto na produção (11,083 g para cada kg/ha de N acrescentado) como
na massa de 100 grãos (0,1025g para cada kg/ha de N). Notou-se ainda que o milho é por um
lado uma planta que tem grandes necessidades de água.

O objectivo de qualquer produtor é obter altas produtividades de milho, e existem muitos


factores agronómicos que podem influenciar isso, muitos deles podem ser controlados nas
condições de solo e clima específicas. Uma vez que a variedade seja seleccionada de acordo
com as condições locais de crescimento, o milho é plantado em uma densidade que permita o
desenvolvimento de uma espiga de milho por planta. Para se atingir altas produtividades de
milho, é importante maximizar o peso de grãos, e isto pode ser conseguido por meio de um
programa de nutrição de plantas bem balanceado.

5.2. Recomendações

Diante dos resultados obtidos recomenda-se que o agricultor aplique a dose 120kg/ha para
aumentar a produtividade do milho ZM309.
No maneio do solo deve-se realizar adubações bem dimensionadas e equilibradas quanto aos
diversos macro e micronutrientes requeridos pelo milho.
xxiv

Referências Bibliográficas

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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: . Acesso em: 27 maio
2011.
ALBUQUERQUE, P.E.P. de; ANDRADE, C. de L.T. de. (2001). Planilha electrónica para a
programação da irrigação de culturas anuais. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo.

BARBOSA, C.A. (2007). Manual de receituário agronómico. Viçosa, MG: Agrojuris.

BARROS, J. F. C. e CALADO, J. G. (2014). A Cultura do Milho. Évora-Portugal.

BELA, Y. (2013). Adubação nitrogenada. Brasil.

GIL, A. C. (2008). Tipos de Pesquisa. Atlas. São Paulo.

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5ª Edição. Atlas Editora, S.A. São Paulo.

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MAE. (2005). Perfil do Distrito de Nampula - Província de Nampula. METIER-Consultoria e


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PESSÔA, V. L. S. (2007). Fundamentos de Metodologia Científica para Elaboração de


Trabalhos Académicos: Material para Fins Didácticos, Brasil.

VALDERRAMA, M. (2011). Fontes e doses de nitrogénio revestidas ou não por polímeros


na cultura do milho. Ilha Solteira-São Paulo.
xxv

APÊNDICES
xxvi

Esquema de delineamento do local do ensaio (Delineamento de Blocos Completos


Casualizados – DBCC)

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