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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Licenciatura em Ensino de Geografia

Análise do Impacto Ambiental Proveniente dos Resíduos da


Pesca Artesanal. Caso Mercado 38 na Cidade de Chimoio (2019-
2020)

Domingos Madane Laisse

Tete, Abril de 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Licenciatura em Ensino de Geografia

Análise do Impacto Ambiental Proveniente dos Resíduos da


Pesca Artesanal. Caso Mercado 38 na Cidade de Chimoio (2019-
2020)

Domingos Madane Laisse: 708183678

Monografia a ser apresentado ao


Instituto de Educação à Distância da
Universidade Católica de
Moçambique, como requisito parcial
para obtenção do grau académico de
Licenciatura em Ensino de
Geografia

Supervisor: Msc. António S. Tuzine


Jr.

Tete, 30 de Abril de 2022


Conteúdo

DECLARAÇÃO DE HONRA ................................................................................................... I

DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... II

AGRADECIMENTO ............................................................................................................... III

ÍNDICE DE GRÁFICO ...........................................................................................................IV

LISTA DE ABREVIATURA ................................................................................................... V

CAPITULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1

1.1. Contextualização ............................................................................................................. 1

1.2. Delimitação ..................................................................................................................... 2

1.2.1. Delimitação Espacial ................................................................................................ 2

1.2.2. Delimitação Temporal .............................................................................................. 2

1.2.3. Enquadramento ......................................................................................................... 2

1.3. Justificativa...................................................................................................................... 2

1.4. Problemática .................................................................................................................... 4

1.5. Objectivos........................................................................................................................ 4

1.5.1. Objectivo Geral......................................................................................................... 4

1.5.2. Objectivos Específicos ............................................................................................. 4

1.6. Questões de Investigação ................................................................................................ 5

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 6

2.1. Resíduos da Pesca Artesanal ........................................................................................... 6

2.1.1. Pesca Artesanal ......................................................................................................... 6

2.1.2. Resíduos.................................................................................................................... 6

2.1.3. Classificação dos Resíduos ....................................................................................... 7

2.2. Impacto Ambiental dos Resíduos da Pesca Artesanal .................................................... 9

2.3. Formas de Gestão dos Resíduos da Pesca Artesanal....................................................... 9

2.3.1. Formas de Beneficiamento dos Resíduos da Pesca Artesanal ................................ 10


2.3.2. Ração para Animais ................................................................................................ 10

2.3.3. Fertilizantes ............................................................................................................ 11

2.3.4. Alimentos para Consumo Humano......................................................................... 11

2.3.5. Produtos Químicos ................................................................................................. 12

1.1.1 2.3.6. Outros usos............................................................................................... 13

CAPITULO III: METODOLOGIA ......................................................................................... 14

3.1. Tipo de Pesquisa............................................................................................................ 14

3.3. Técnicas de Colecta de Dados ....................................................................................... 16

3.4. Universo e Amostra ....................................................................................................... 17

CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ......................................... 18

4.1. Resultado do Inquérito .................................................................................................. 18

.............................................................................................................................................. 21

CAPITULO V: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................................................. 22

CAPITULO VI: CONCLUSÕES E SUGESTÕES ................................................................. 24

6.1. Conclusão ...................................................................................................................... 24

6.2. Sugestões ....................................................................................................................... 24

7. Referências bibliográficas .................................................................................................... 25


DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro por minha honra que este trabalho Científico é resultado da minha investigação
pessoal e das orientações do supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final. Declaro ainda
que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer
grau académico.

30de Abril de 2022

______________________________________

(Domingos MadaneLaisse)

I
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, em


especial a minha esposa, também aos
colegas do Curso de Geografia, que de
certa forma colaboraram que esse sonho se
transforme em realidade.

II
AGRADECIMENTO

Antes de mais nada agradecer a Deus pai todo-poderoso que abençoa e ilumina os caminhos
por onde passo, os trabalhos diários, a boa saúde e muito mais.

Também o meu muito obrigado vai para os colegas da turma de Geografia que mostraram a
disponibilidade de apoiar os demais quando enfrentasse dificuldades na resolução de algumas
tarefas/trabalhos; ao meu supervisor Msc. António S. Tuzine Júnior e aos demais docentes do
curso pelas suas aptidões profissionais

III
ÍNDICE DE GRÁFICO

Gráfico 1: Representam dados em percentagem (%) referente a qualidade de vida dos


vendedores de peixe submetida ao inquérito. .......................................................................... 18

Gráfico 2: O destino dos resíduos de peixe resultante da pesca artesanal no mercado 38 ...... 19

Gráfico 3: Impactos da poluição dos resíduos de peixe ao ambiente no mercado 38. ............ 20

Gráfico 4: Formas de gestão dos resíduos de peixe no mercado 38 ........................................ 21

IV
LISTA DE SIGLAS

OMS - Organização Mundial da Saúde;

MISAU – Ministério de Saúde;

PNRS – politica Nacional de resíduos sólidos;

UCM – Universidade Católica de Moçambique.

V
RESUMO

A presente monografia com o tema: Impacto Ambiental Proveniente dos Resíduos da Pesca
Artesanal – Caso do Mercado 38 na Cidade de Chimoio, Diante do exposto, este trabalho tem
por objectivo: Analisar Os Impactos ambientais proveniente da pesca artesanal no mercado 38
na Cidade de Chimoio, cujo problema reside na ausência de higiene nos locais onde a venda
de peixe è constante resultante da pesca artesanal, contribuindo na poluição do lugar
comercial que por sua vez pode constituir um atentado a saúde dos próprios vendedores e aos
consumidores. No entorno do ponto de análise do lugar podem ser vistos vários resíduos
sólidos inorgânicos e orgânicos, principalmente gerados na venda do peixe como por exemplo
os restos de cabeça, vísceras, nadadeira, cauda, coluna vertebral, barbatana, escamas e restos
de carne e ainda cabeça de mariscos. A metodologia usada foi de cunho bibliográfica,
documental, pesquisa do campo, quanto as técnicas, usou se a entrevista, questionários e
observação directa. E conclui-se que: esses resíduos gerado pela venda de peixe tem
consequência directas como doença de origem hídrica e também contaminação do pátio da
venda criando um ambiente não agradável, e sugere se o seguinte: Fazer estudo que contribua
para reduzir a poluição do mercado pela venda de peixes.

Palavras - chave: Impacto Ambiental, Resíduos e poluição.

VI
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

A problemática dos resíduos de peixes resultante da pesca artesanal consta na história desde
os primeiros vestígios de organização social (WHO, 2015). Inicialmente não havia
necessidade de o homem ter qualquer meio de tratamento de resíduos, pois comunidades
eram nómadas e tinham como meio de subsistência a caça e a colheita de alimentos assim
resíduos existentes que eram em sua grande maioria orgânicos, não representavam risco para
o ambiente onde essa comunidade se encontrava. Por isso è importante discutir nos dias
actuais sobre: Análise do impacto ambiental proveniente da pesca artesanal. Caso no
mercado 38 na Cidade de Chimoio.

A pesquisa busca avaliar os impactos ambientais da pesca artesanal proveniente dos


resíduos de peixes são gerados pelos vendedores de peixe na “no mercado 38 no Bairro
Francisco Manyanga na cidade de Chimoio”. Esse resíduo que é pura matéria orgânica
possui propriedade altamente reaproveitáveis que podem gerar receita e renda para os
feirantes, mas que se descartada e depositada no ambiente podem trazer sérios problemas ao
meio ambiente a longo prazo.

Ainda percebe-se que a intensificação do crescimento económico mundial trás agregado o


aumento dos problemas ambientais que se tornam mais visíveis em vários sectores da
população e principalmente nos países desenvolvidos, onde os primeiros impactos surgem
em função da revolução industrial. As consequências trazidas por esse crescimento
desordenado dos grandes centros urbanos, aliados a uma intensa exploração dos recursos da
biosfera, são inevitáveis. São lançados diariamente no ambiente uma série de produtos e
substâncias artificiais, as quais o mesmo não é capaz de assimilar.

O trabalho apresenta seis (6) capítulos: Capitulo I: Introdução – onde traz-se uma visão
geral sobre a monografia as justificativas até aos objectivos, Capitulo II: Fundamentação
teórica – nesta parte faz-se análise dos documentos referente ao tema, Capitulo III:
metodologia – os instrumentos usados para a realização desta obra, Capitulo IV –
Apresentação dos resultados e capítulo V- discussão dos resultados – permitiu fazer a

1
comparação entre as hipóteses levantadas com a realidade do campo e por fim Capitulo VI:
Conclusões e recomendações – onde traz-se algumas considerações finais sobre o tema.

1.2. Delimitação

1.2.1. Delimitação Espacial

O estudo sobre Análise do impacto ambiental proveniente da pesca artesanal delimita se no


Bairro Francisco Manyanga concretamente no mercado 38 na cidade de Chimoio.

1.2.2. Delimitação Temporal

O tema em estudo delimita se temporalmente no período entre 2019 – 2020. A escolha deste
intervalo permite fazer o estudo com maior precisão.

1.2.3. Enquadramento

O tema enquadra-se nos conteúdos difundidos pelo Ministério da Saúde (MISAU) no


departamento de saúde pública – através de políticas Nacional de combate a malária e nas
cadeiras tidas cadeiras durante o decorrer do curso de Geografia na Universidade Católica
de Moçambique nas seguintes área a destacar: geografia de Ambiente I; Geografia de Ambiente
II e Geografia de urbanismo I.

1.3. Justificativa

A escolha do tema sobre Análise do impacto ambiental proveniente da pesca artesanal no


Mercado 38 na Cidade de Chimoio no Bairro Francisco Manyanga, justifica por ser
oportuno e relevante na vida social e económica, pois duma certa forma vai contribuir para a
redução da poluição através dos resíduos pesqueiros, que constituem um atentado a saúde
pública para os consumidores como para os residentes ao redor. Como sabemos que um dos
maiores problema ambiental é a poluição resultante da acção humana, que gera vários
prejuízos para a saúde causando-lhe varias doenças nestes casos as hídricas.

Torna se ainda importante na medida em pode contribuir na melhoria da vida dos utente e
munícipes desta urbe, pois sendo o maior mercado da cidade e com maior fluxo
populacional é importante que discuta e se faca um estudo de modo que possibilite na gestão
ambiental causados pela venda de peixes.

2
Hoje em dia a questão do ambiente è facto global pois vivemos os seus impactos resultados
das actividades humanas. Também salientar que este vai contribuir na melhoria da vida dos
vendedores como para os compradores e em especial aos moradores circunvizinha daquela
área.

E as mais primordiais são medidas para educar e consciencializar aos vendedores do local
de venda sobre a importância de pautar pela higienização do local e as entidades municipais
zelar por este espaço, fiscalização e um monitoramento contínuo tanto para a área de venda
quanto para o corpo hídrico do mercado em referência pois esta atitude contribuirá a
sanidade do mercado e evitar as possíveis doenças resultantes da poluição dos dejectos dos
peixes vendido naquele estabelecimento comercial da cidade de Chimoio.

Por esta razão torna-se relevante este tema para a comunidade académica tanto para a
sociedade porque reflecte nos problemas que apoquenta a sociedade. Por isso É indiscutíveis
que em qualquer etapa da cadeia alimentar, as boas práticas de higiene são fundamentais
para obtenção de alimentos seguros e inócuos.

Actualmente, os resíduos sólidos urbanos se somaram significativamente nos mercados


como em outras áreas de interesse comercial apresentando grandes impactos ao meio
ambiente, pela forma de disposição nas grandes cidades, sejam na origem, por défices na
colecta, seja no destino, por lixões e aterros mal administrados, constituindo verdadeiras
montanhas de resíduos, que atestam de maneira negativa a qualidade ambiental e, sobretudo,
a qualidade da vida dos consumidores naquele mercado comercial. Nos dias de hoje, e pela
dimensão que o problema atingiu com elevadas taxas de morbilidade e mortalidade, as
doenças transmitidas pelos alimentos são consideradas uma questão de saúde pública.

A OMS dá contas que em 2010, mais de 600 milhões de pessoas foram afectadas por
doenças de transmissão alimentar, sendo que deste número, 420.000 terminaram em óbito.
As crianças com menos de 5 anos foram a faixa etária mais afectada, e é nos países menos
desenvolvidos que problema atinge maior dimensão (WHO, 2015).

Assim sendo, e tendo em conta a escassez de informação sobre o tema no mercado 38,
julgou-se oportuno a realização deste estudo, com o qual se pretende contribuir para a
compreensão dos impactos da poluição dos resíduos de peixe no mercado 38 na Cidade de
Chimoio.

3
1.4. Problemática

A partir do momento em que os homens passaram a se fixar em determinados locais,


abandonando a vida nómada, surgiram situações diferentes com os resíduos produzidos pela
actividade humana em decorrência da mudança dos hábitos de vida. Durante a Idade Média
costumava-se dizer que as cidades tinham um forte odor, pois os resíduos eram despejados
em locais onde se permitia sujar, o que gerava cheiro ruim e atraia doenças. Isto porque no
mercado 38 na Cidade de Chimoio nota-se a ausência de higiene nos locais onde a venda de
peixe é constante resultante da pesca artesanal, contribuindo na poluição do lugar comercial
que por sua vez pode constituir um atentado a saúde dos próprios vendedores e aos
consumidores.

No entorno do ponto de análise do lugar podem ser vistos vários resíduos sólidos
inorgânicos e orgânicos, principalmente gerados na venda do peixe como por exemplo os
restos de cabeça, vísceras, nadadeira, cauda, coluna vertebral, barbatana, escamas e restos de
carne e ainda cabeça de mariscos.

Esses líquidos contêm concentração de material orgânico, microrganismos patogénicos e


metais pesados degradando o córrego. Portanto estes todos dejectos mencionados por conter
microrganismos contribuem para o desenvolvimento de doenças contagiosas como: a
malária, diarreia. Devido a esta problemática se levanta a seguinte questão:

❖ Até que ponto os resíduos da pesca artesanal podem causar problema ao meio
ambiente. Caso Mercado 38 na Cidade de Chimoio 2019- 2020.

1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo geral

❖ Analisar o impacto ambiental proveniente dos resíduos da pesca artesanal. Caso


Mercado 38 na Cidade de Chimoio (2019- 2020).

1.5.2. Objectivos específicos

❖ Identificar os tipos de impactos ambientais provenientes dos resíduos da pesca


artesanal gerados no mercado 38 na Cidade de Chimoio;

4
❖ Descrever os tipos de impactos ambientais provenientes dos resíduos da pesca
artesanal gerados no mercado 38 na Cidade de Chimoio;
❖ Ilustrar as formas de gestão dos resíduos da pesca artesanal.
❖ Caracterizar os tipos de impactos gerados 38 na Cidade de Chimoio;
❖ Apontar os impactos ambientais provocados pelos resíduos da pesca artesanal no
mercado 38.

1.6. Questões de Investigação

❖ Quais são os tipos de impactos ambientais provenientes dos resíduos da pesca


artesanal gerados no mercado 38 na Cidade de Chimoio?
❖ Quais são as formas de gestão dos resíduos da pesca artesanal?
❖ Quais são os tipos de impactos gerados no mercado 38 na Cidade de Chimoio?

5
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo pretende desenvolver os conceitos básicos, tais como, resíduo de pesca
artesanal, pesca artesanal entre outros.

2.1. Resíduos da Pesca Artesanal

2.1.1. Pesca Artesanal

Pesca artesanal aquela em que as embarcações têm um comprimento máximo de l0m;


possuir condições de autonomia não inferior a 24 horas, sendo motorizadas; se
propulsionadas com motores não podem ter uma potência propulsora superior a 100 cv ou
74 Kw; operam até três milhas da costa ou do ancoradouro de base, quando de convés
aberto e desprovidas de meios mecânicos de propulsão; seis milhas da costa ou do
ancoradouro de base, sendo de convés aberto e providas de meios mecânicos de propulsão
ou de convés fechado e desprovidas de meios mecânicos de propulsão; e doze milhas da
costa ou do ancoradouro de base, com convés fechado e providas de meios mecânicos de
propulsão (MIMAIP, sd).

Percebe-se, que essa actividade mesmo sendo praticada em pequena escala, sobretudo pelos
pescadores artesanais, como fonte de sustento familiar, esta actividade tem contribuído
significativamente para a poluição do meio ambiente, em particular o mercado 38 como um
do grande centro de venda de peixe.

2.1.2. Resíduos

Segundo Lei 12.305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos [PNRS], Resíduos são
definidos como sendo todo material, substância, objecto ou bem descartado resultante de
actividades humanas em sociedade. Estes que podem ser encontrados nos estados sólido ou
semi-sólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos de água.

Salienta a Norma Brasileira [NBR 10004], que os resíduos nos estados sólido e semi-sólido,
que resultam de actividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola,
de serviços e de variação. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controlo de

6
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso solução
técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (Ângulo, 1993).

2.1.3. Classificação dos Resíduos

Segundo Brollo e Silva (2001), os resíduos podem ser classificados segundo diferentes
aspectos, tais como a natureza física, a composição química e a periculosidade:

❖ Natureza física: seco e molhado;


❖ Composição química: orgânico e inorgânico;
❖ Periculosidade: perigosos, não inertes e inertes.

Quanto à origem, Juntes (2002), descreve:

❖ Resíduos sólidos urbanos: inclui o lixo domiciliar, comercial e público;


❖ Resíduos industriais: gerado pela indústria;
❖ Resíduos hospitalares: de serviços de saúde e hospitais;
❖ Resíduos agrícolas: agro tóxico e pesticidas;
❖ Resíduos de construção e demolição: entulhos e;
❖ Resíduos de portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários.

Entre os resíduos sólidos urbanos, aqueles que se destacam quanto à quantidade produzida
são os plásticos, metais, vidros, papéis, alimentos e vegetais. Os resíduos urbanos são
crescentes, sendo que a quantidade média actual de geração de resíduos por pessoa no
mundo todo passa de 500Kg/habitante/ano.

Para Junkes (2002) e Cruz (2005) que são unânime em dizeres que;

Os resíduos realmente se tornaram motivo de preocupação a partir do momento em que


ficaram evidentes que constituíam riscos à saúde e ao meio ambiente. Essa relação ficou
bem marcada na ocasião do surto manifestado pelas epidemias e pandemias de algumas
doenças na Idade Média, principalmente pela pesta negra na Europa durante o século XIV.

Mesmo com todos os avanços tecnológicos presentes no século XXI, essa relação entre
saúde e resíduos continua sendo motivo de preocupação, sobretudo nas regiões mais pobres
do mundo, onde, além dos problemas de contaminação, os resíduos propiciam o mercado
informal de recicláveis que sustenta a vida de milhões de pessoas (Velloso, 2008).
7
Para Arruda (2007), Os resíduos podem ser classificados quanto à origem e a
periculosidade, no que cabe a separação quanto a origem esse material pode ser separado em
dois grupos: os resíduos provenientes da pesca, que dependendo da arte de pesca utilizada
captura espécies que não são alvo de comercialização, e os provenientes do processamento
dos produtos, através dos processos de limpeza e filetagem do pescado para venda.

Afirma ainda Carniel (2008), que estes são compostos por cabeças, espinhos, vísceras,
escamas, cascas e ossos.

De acordo com Arvanitoyannis (2008), os resíduos da actividade pesqueira podem ser


classificados em duas classes (perigosos e não perigosos) assim definidas:

a) Classe I – Perigosos

São aqueles que em função das suas propriedades físicas, químicas ou infecto contagiosas
oferecem risco à saúde pública, causando mortalidade e incidência de doenças, e ao meio
ambiente, quando gerências de maneira inadequada. E que ainda apresentem características
como inflamabilidade, corrosibilidade, reactividade, toxicidade e patogenicidade. Situações
que ocorrem casam os resíduos de pescados estejam contaminados,

b) Classe II - Não Perigosos.

São aqueles não inertes, com propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou


solubilidade em água, como resíduos de pescado não contaminados. São esses os resíduos
com maior potencial para reciclagem.

Para compreender o problema que constituem estes resíduos e analisar as possíveis soluções
é fundamental discorrer sobre a origem dos mesmos (Dias Neto & Marrul Filho, 2003).

Assim como qualquer outro tipo de resíduos, os da pesca acompanham as diversas


sociedades desde tempos antigas, e os registos são encontrados sob a forma de samba quis,
depósitos de artefactos de origem calcária, como conchas, ossos, espinhas,
preferencialmente de peixes e moluscos, organizado como espaço multifuncional para
demarcação de território e sepultamento pelas comunidades indígenas (Deblasis et. al.,
2007).

8
2.2. Impacto Ambiental dos Resíduos da Pesca Artesanal

De acordo com Kummer (2004), entende-se por poluição a introdução directa ou


indirectamente pelo homem de substâncias ou energia no ambiente, provocando um efeito
negativo no seu equilíbrio, causando assim danos à saúde humana, aos seres vivos e
aos ecossistemas.

Os agentes de poluição, normalmente designados por poluentes, podem ser de


natureza química, genética, ou apresentar-se sob a forma de energia, como nos casos de luz,
calor ou radiação (Celeri, 2006).

Os impactos ambientais causados pela actividade pesqueira tomam proporções alarmantes


com o passar dos anos e a falta de fiscalização (Celeri, 2006).

De acordo com a OMS (2008), os impactos da má gestão dos resíduos são:

Sentidos principalmente devido disposição inadequada, causando poluição de corpos


de água, por poluentes químicos provenientes de indústrias e plantações, e por
poluentes orgânicos oriundos do lançamento de esgoto doméstico, a poluição do ar,
através de resíduos altamente voláteis de origem fundamentalmente industrial,
comprometendo a qualidade do ar, poluição do solo, alterações no ambiente
utilizado para disposição de resíduos, o que prejudica a fauna flora, prejudicando
estruturas tróficas complexas, nas quais estão inseridos os recursos vivos utilizados
na alimentação humana (p.23).

2.3. Formas de Gestão dos Resíduos da Pesca Artesanal

A gestão de resíduos deve contemplar aspectos diversos envolvidos nas diferentes etapas do
processo gestor. A gestão pode ser a colecta, disposição e tratamento dos resíduos, que não
pressupõem que haverá beneficamente de qualquer resíduo que esteja em questão.
(Arvanitoyannis & Kassaveti, 2008).

As formas de gestão dos resíduos orgânicos da actividade pesqueira são diversas, podendo
ser feita a disposição final ainda em mar ou ambiente de praia, ou até mesmo processos de
beneficiamento com altos investimentos financeiros (Arvanitoyannis & Kassaveti, 2008).

A gestão desses resíduos quanto à colecta, destinação e tratamento tem se mostrado mais
comum no caso desses, e até de outros tipos de resíduos, nos países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento.

9
Nos países desenvolvidos esse quadro já não mais se faz presente, sendo que grande parte
dos resíduos tem o beneficamente como etapa inseparável da gestão (Arvanitoyannis &
Kassaveti, 2008).

2.3.1. Formas de Beneficiamento dos Resíduos da Pesca Artesanal

Os resíduos sólidos orgânicos originados na actividade pesqueira, seja de escala industrial


ou artesanal, apresentam grande potencial para aproveitamento e obtenção de produtos
diversificados (Deblasis et. al., 2007).

Percebe-se que, os produtos obtidos do processamento desses resíduos podem ser divididos
enquadram categorias: alimentos para consumo humano, ração para animais, fertilizantes e
produtos químicos. Dentro de cada categoria se podem elaborar diferentes produtos que
podem ser comercializados de maneira directa, ou que, por sua vez, servem como base para
elaboração de outros produtos.

(Deblasis et. al., 2007), salienta que além dos tipos produtos citados existem também outras
formas de aproveitamento desses resíduos, como a geração de biodiesel e produtos
manufacturados.

2.3.2. Ração para Animais


Outra das alternativas de aproveitamento dos resíduos da pesca é a produção de ração para
animais. Os processos que aqui serão descritos constituem a base para a produção de rações
para peixes, gado e animais domésticos, como cães e gatos. Apesar de controlos sanitários
menos rigorosos, os resíduos utilizados com estes fins também precisam estar em bom
estado de conservação.

A farinha de peixe é o principal produto gerado a partir dos resíduos da pesca, sendo
considerado pela FAO (2010) como:

A utilização mais comum para cerca de 20 milhões de toneladas de recursos


pesqueiros que não é utilizada para alimentação humana. Nos países desenvolvidos,
a farinha é obtida a partir de peixes inteiros objectivando a produção de uma farinha
de qualidade nutricional elevada, enquanto a produzida a partir dos restos de peixes
tem menor valor nutritivo (STORI et. al., 2002). No entanto com o actual cenário de
crise mundial dos recursos pesqueiros é inviável a produção de farinha a partir de
peixes inteiros, cabendo aos restos do processamento essa finalidade. (p.24)

10
Apesar da alta produção desse insumo para elaboração de rações comercialização de farinha
de peixe é uma actividade que proporciona baixo retorno económico, em se tratando de
indústrias, pois para o processo produtivo é preciso grandes investimentos na linha de
produção, equipamentos especiais e alto consumo energético (Oetterer et. al., 2003).

(Feltes et. al., 2010), além de ser um processo oneroso, que necessita de grandes volumes
estocados e com perda de nutrientes (Oetterer et. al., 2003).

2.3.3. Fertilizantes

A produção de fertilizantes agrícolas a partir dos resíduos da pesca está concentrada em


torno de um método de beneficamente, a compostagem, que é um processo natural de
decomposição dos resíduos orgânicos por microrganismos que, pela oxidação biológica dos
materiais, liberam dióxido de carbono e água, resultando em um composto rico em macro e
micro nutrientes úteis às plantas.

Diversos materiais podem ser compostados junto aos resíduos da pesca, como podas de
árvores, aparas de grama, restos de alimentos (vegetais e animais), subprodutos da agro-
indústria (serragem, marvalha), e fezes (suínos, bovinos e humanas) (Schaub & Leonard,
1996). O mesmo autor destaca ainda que os resíduos da pesca podem ser compostáveis de
duas maneiras, quando triturados e transformados numa espécie de lodo, e da maneira
natural.

Qualquer que seja a forma deve-se levar em consideração qual agente de mistura será
utilizado, sendo que é mais apropriado o uso de um agente com baixo teor de humidade,
uma vez que os resíduos da pesca contem elevados teores de humidade, como por exemplo,
a serragem.

2.3.4. Alimentos para Consumo Humano

A possibilidade de aproveitamento dos resíduos do peixe para a produção de alimentos para


o consumo humano depende, principalmente, da qualidade da matéria-prima, uma vez que o
tecido dos peixes é mais perecível que o das outras espécies animais.

11
Outro factor de grande importância é o cuidado na manipulação e conservação do peixe
durante toda a cadeia produtiva e nos procedimentos adequados de limpeza e sanitização da
planta processadora.

O desenvolvimento de produtos para alimentação humana a partir desses resíduos se deve


em grande parte ao valor nutricional desse material, rico em proteínas e em ácidos graxos da
série ômega-3.

O aproveitamento para estes fins aumenta a capacidade da indústria da pesca de diversificar


produtos, e também a busca por alimentos saudáveis e com alto valor nutritivo, que podem
representar melhora nas necessidades nutricionais dos sectores mais carentes da população
por um preço acessível (Feltes et. al., 2010).

Os subprodutos voltados à alimentação humana são variados, e os processos de manufactura


envolvidos são relativamente simples.

Portanto, fica evidente que os processos de aproveitamento dos resíduos da pesca para
consumo humano têm como fase mais complexa a conservação da carne de peixe, ponto-
chave nessa categoria de aproveitamento, e em também os processos mecânicos de
separação da carne, fazendo com que essas sejam as etapas que necessitam de maiores
investimentos económicos e força de trabalho.

2.3.5. Produtos Químicos

A utilização dos resíduos da pesca para obtenção de produtos químicos é uma técnica
difundida no mundo todo, uma vez que foram descobertas substâncias presentes nos
organismos marinhos fundamentais para a saúde humana, e que não são sintetizadas pelo
nosso organismo.

O ômega 3 é um grupo de ácidos graxos não sintetizados pelo corpo humano, encontrados
em peixes, frutos do mar e vegetais, sendo preciso então sua ingestão. A popularização
desses ácidos é devido à capacidade em reduzir os níveis de triacilgliceróis e colesterol no
sangue, prevenindo doenças vasculares. Os processos de extracção e sintetização desses
complexos são através de técnicas especializadas, o que dificulta a adopção desse método
por investidores não especializados (Stori et. al., 2002).

12
A quitosana, por sua vez, é encontrada em exoesqueletos de crustáceos marinhos e serve
para produção de remédios com propriedades imuno-estimulantes, antitumoral,
anticoagulante, redução de peso, e até em cosméticos (Storiet. al., 2002).

Outros produtos podem ainda ser extraídos dos organismos marinhos como carotenóides
(Arvanitoyannis & Kassaveti, 2008), carbonatos de cálcio e até mesmo o óleo de peixe
(Stori et. al., 2002), que podem ser utilizados na elaboração de produtos farmacêuticos,
cosméticos e alimentares. Essas alternativas dependem de centros especializados de
processamento, cabendo aos geradores dos resíduos apenas o encaminhamento desse
material até os locais apropriados para tratamento.

1.1.1 2.3.6. Outros usos

Além das categorias descritas anteriormente os resíduos da pesca podem ser utilizados para
outros fins, tais como a produção de combustível, o biodiesel, como a de artefactos
artesanais, a partir da pele, ossos e espinhos.

O biodiesel é definido pela Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis


como combustível para motor de combustão interna, com ignição por compressão,
renovável e biodegradável, derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais, que pode
substituir, parcial ou totalmente, o óleo diesel de origem fóssil.

Portanto, além dos óleos vegetais, há também a possibilidade de produzir biodiesel a partir
dos óleos de peixe, tanto pela composição lipídica, rica em ácidos graxos de cadeia longa,
como pela abundância dessa matéria-prima no país (Feltes et. al., 2010).

Experiências já foram realizadas com sucesso no Brasil, dentro das universidades e em


institutos estaduais, principalmente na região nordeste, demonstrando a eficiência do
combustível produzido em motores de automóveis e embarcações.

A quantidade de resíduos exigida para a produção é elevada se considerarmos uma produção


de biodiesel que atenda a demanda actual de combustíveis, no entanto se mostra viável
dentro dos padrões nacionais de tecnologia para produção e mercado consumidor (Feltes et.
al., 2010).

13
CAPITULO III: METODOLOGIA

Neste capítulo foram abordados os procedimentos metodológicos, que permitiram a


realização deste trabalho, no que tangem, o tipo de pesquisa, as técnicas e a população ou
universo. Para se alcançar um objectivo pretendido é necessário recorrer a métodos de
trabalho, que é o caminho pelo qual se chega a um determinado resultado, ainda que esse
caminho não tenha sido fixado de modo reflectido e deliberados (Lakatos, 1991).

3.1. Tipo de Pesquisa

a)Quanto a Abordagem

A presente pesquisa foi efectuada por meio da pesquisa qualitativa. Aponta-se a pesquisa
Qualitativa, porque levou em conta os factos reais, fundamentados em questões
metodológicas com a finalidade de observar, analisar e constatar a fidelidade; verdades e
ideias se interagem em função das significações e modos peculiares que cada actor social
encara no mundo e toda uma gama de situações e eventos inerentes a existência concreta das
sociedades.

“Na pesquisa Qualitativa, é frequente que o pesquisador procure entender os fenómenos


segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir daí situar sua
interacção dos fenómenos estudados” (Godoy, 1995 p.62).

Esta Pesquisa foi utilizada para obter fontes directas de dados e a participação da situação
estudada, assim como procurar entender os fenómenos de acordo com o ponto de vista dos
actores envolvidos na situação em estudo (Ludke & André, 1986).

b) Quanto aos Objectivos

Optou-se por pesquisa qualitativa e quantitativa, onde o autor buscou as informações por
parte dos vendedores através de questões e entrevista, de modo a apupar veracidade dos
factos em relação ao tema sobre o Impacto Ambiental Proveniente dos Resíduos da Pesca
Artesanal, Caso Mercado 38 na Cidade de Chimoio. Pretende se com o trabalho, fazer uma
análise do impacto ambiente proveniente dos resíduos da pesca artesanal, caso Mercado 38

14
na Cidade de Chimoio. Pois estou ciente que pode contribuir para a redução dos problemas
que apoquenta esse mercado resultante das actividades pesqueiras.

c) Quanto a Natureza

A Natureza da pesquisa diz respeita à finalidade, à contribuição que ela trará à ciência.
Quanto à natureza, as pesquisas podem ser classificadas como básicas ou aplicadas (Dionne,
2007). Neste caso a pesquisa foi de natureza aplicada porque a pesquisa aplicada é dedicada
à geração de conhecimento para solução de problemas específicos, é dirigida à busca da
verdade para determinada aplicação prática em situação particular

d) Quanto aos Procedimentos de Recolha de Dados

Os procedimentos técnicos usados foram:

• Pesquisa Bibliográfica

"Definem que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborada,


constituído principalmente de livros e artigos científicos e textos retirados na internet"
(Kumer, 2007). Para tal, livros, artigos e internet, a que se refere acima, irão facilitar a
compreensão e a comparação dos dados que serão recolhidos no campo de estudo.

• Pesquisa Documental

De acordo com Kumer, et al (2007 p.13) "Diz que a pesquisa documental difere da
bibliografia, pelo facto de esta utilizar fontes que ainda não receberam tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados em função do objecto da pesquisa".

Esta técnica foi usada para analisar documentos ‘’em primeira mão” destacadamente,
documentos que aborda sobre os impactos dos resíduos de pesca para o meio ambiente, pois
onde esses instrumentos ajudou o autor na compilação do trabalho tendo em vista a situação
real do campo.

• Pesquisa do Campo

É o tipo de pesquisa baseada em documentação directa, o levantamento de dados é realizado


no local onde ocorrem os fenómenos com o objectivo de obter informações sobre um

15
problema, ou confirmar uma hipótese, ou descobrir novas relações entre os factos por meio
da observação.

A pesquisa de campo "Não deve ser confundida com a simples colecta de dados (este último
tipo corresponde à segunda fase de qualquer pesquisa); é algo mais que isso, pois exige
contar com controlos adequados e objectivos preestabelecidos que discriminam
suficientemente o que deve ser colocado" (Lakatos & Marconi, p:1991).

3.3. Técnicas de Colecta de Dados

• Entrevista

Para Lakatos (1991) " Entrevista é o contacto directo entre o pesquisador e o informe para
através da conversação obter informações pertinentes". Com base nesta técnica e por meio
das perguntas previamente elaboradas, o autor foi entrevistar os vendedores do mercado 38
sobretudo aquele que faz negócio de venda de peixe nesta urbe da autarquia de Chimoio.

• Observação Directa

"Observação directa é obtenção de dados através de experiências íntimas de alguém que tem
significado importante para o conhecimento do objecto em estudo". (Oliveira, 1997 p.117).
Com este método o autor não se limitará apenas em ver e ouvir como também examinar os
factos constantes impactos ambientais resultantes da pesca artesanal.

• Questionário

"O questionário é um instrumento de colecta de dados constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador".
(Oliveira, 1997 p.100).

Apenas salientar que o método difere da técnica na medida em que o método consiste num
procedimento sistemático em plano geral, e a técnica é o processo – a aplicação,
instrumentalização específica do plano metodológico; ou seja: o método se faz acompanhar
da técnica, é seu suporte físico abrangendo os instrumentos que auxiliam o pesquisador para
que se possa chegar a determinado objectivo.

16
3.4. Universo e Amostra

Universo ou população é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas


características. Para o nosso caso, foi o universo de 70 vendedores.

Amostra é o subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou


se estimam as características desse universo ou população (Gil, 2003). A amostra foi
constituída por 35vendedores do mercado 38.

a) Cálculo de amostra

Equação cálculo de amostra


Sendo;
Z = grau de confiança em desvios padrões
E = margem de erro escolhida
N = tamanho da população
P = Na calculadora, ela é uma constante igual a 0,5

Dados formulas Resolução


𝑧 .𝑃(1−𝑃)
Z = 100% Amostra = Amostra = 1+· 99 · 2 ·. 0.
𝑒 2 .𝑁
𝑧 .𝑃(1−𝑃)
E = 1amostra = 1+ Amostra1+· 9801.
𝑒 2 .𝑁
2451,25
Amostra = 35
70
N = 70
P = 0.5 Amostra =?

17
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Aqui serão apresentados os dados quantitativos referente as questões do inquérito submetido
aos vendedores de peixes do mercado 38 na Cidade de Chimoio.

4.1. Resultado das questões

De acordo os gráficos apresentados representam as respostas do inquérito em percentagem


(%) de forma a esclarecer os possíveis Impactos ambiental proveniente da pesca artesanal
Caso Mercado 38 na Cidade de Chimoio.

Gráfico1: Representam dados em percentagem (%) referente a qualidade de vida dos


vendedores de peixe submetida ao inquérito.

Qualidade de Vida dos Vendedores de peixe do mercado 38


propria alvenaria mista alugada

7%
10%

23% 50%

Fonte: Autor, (2022).

De acordo com os dados referente a qualidade de vida dos vendedores de peixe no mercado
38 pode se notar que: 50% dos vendedores tem a sua própria casa de viver, dos quais 23%
são de alvenaria, 10% são de construção mista e por fim 7% tem casa de rende.

No entanto de acordo com as percentagens obtidas em relação a questão pode se perceber


que os vendedores de peixe neste mercado têm conseguido bons rendimentos para a sua
subsistência familiar.

18
Com durante o desenrolar desta actividade tem gerado grandes quantidades de resíduos de
peixes que por sua vez pode constituir um perigo para a sua de pública dos utentes e
consumidores. Segundo os dados colhidos pela autora muitos vendedores estão na faixa
entre 19 a 35 anos de idade o que se presume que há muita forca de trabalho para
desenvolver o negócio naquele mercado.

Gráfico 2: O destino dos resíduos de peixe resultante da pesca artesanal no mercado 38

Destino dos Residuos de Peixe no mercado 38

0%

outros
11%

contentores
25%
No Chao
64%

Fonte: Autor, (2022).

Enfrentado com esta questão os vendedores de peixe no mercado 38 na Cidade de Chimoio


obteve se as seguintes percentagens: 64% dizem que os resíduos de peixes gerado neste
mercado vai para o chão, 25% dizem que coloca se no contentor e outros 11% sem destino
definido.

19
Gráfico 3:Impactos da poluição dos resíduos de peixe ao ambiente no mercado 38.

Impactos de residuos de peixe no mercado 38 Chimoio


malaria diarreia outros

25%

0%

11% 11%

53%

Fonte: Autor, (2022).

Segundo esta questão sobre os impactos dos resíduos de peixe no mercado 38 temos: 53%
dizem malária, este facto justifica se por ser real, pois as mas condições resultantes da
contaminação do meio provoca doenças de diversas categorias, se por exemplo for de
origem hídrica causa a malária, 25% dizem diarreia, também acontece pela falta de higiene e
por fim 11% aponta para outras doenças nomeadamente, as doenças da pele, vómitos entre
outras.

20
Gráfico 4: Formas de gestão dos resíduos de peixe no mercado 38

Formas de gestao dos residuos de peixe


0%
0%

contentor
28%

no Chao
72%

Fonte: Autor, (2022).

Segundo os dados as formas de gestão dos resíduos de peixe no mercado 38 obteve os


seguintes resultados, 72% dizem no chão e 28% dizem que colocam no contentor, portanto
de acordo com estas informações pode concluir essa actividade neste estabelecimento
comercial contribui significativamente na poluição ao meio ambiente.

21
CAPITULO V: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo o autor vai apresentar os dados referentes a discussão dos resultados
apresentado no capítulo IV.

De acordo com os dados apresentado no capítulo IV referente a apresentação dos resultados,


e as percentagens obtidas em cada situação dos gráficos pode notar que, a pesca artesanal no
mercado 38 na Cidade Chimoio, tem um grande impacto ambiental. Pois essa actividade
gera grande quantidade de resíduos orgânicos,

O principal impacto ambiental nessa actividade, constitui-se no descarte das conchas no


próprio local de venda ou em quintais e terrenos baldios. Verificou-se que os principais
factores que contribuem para a actual situação de acúmulo de resíduos da pesca em locais
públicos e privados concretamente neste mercado são: ausência de gestão da actividade por
falta de capacitação dos pescadores, precariedade nas estruturas físicas de beneficiamento,
ausência de estudos sobre alternativas locais para a reutilização das conchas em outros
processos produtivos, e estrutura deficiente do órgão ambiental local para solução do
problema.

Acrescentem-se ainda os problemas sanitários causados na comunidade associados ao


descarte em quintais públicos, além da degradação do meio ambiente, principalmente nas
áreas próximas. Dessa forma se faz necessário estudo de alternativas para solucionar de
forma economicamente viável e ambientalmente sustentável o problema, tendo em vista a
importância económica e social da pesca artesanal para a comunidade.

Segundo Dias et al. (2007) Para cada quilo de peixe obtido é gerado 16 kg de conchas de
resíduos.

Rego Neto e Batista (2014) estimam que as conchas representam de 75% a 90% do peso
total, gerando, portanto, ao final do processamento, um volume bastante representativo. De
acordo com dados da produção dos pescadores entrevistados estima-se uma geração mensal
de cerca de toneladas de conchas que são descartadas a céu aberto para uma produção média
comercializada de 400 kg de resíduos.

22
Resultado da Entrevista

Feita a entrevista ao chefe do mercado 38 sobre os impactos ambiental proveniente da pesca


artesanal no mercado respondeu nos seguintes termos de acordo com a questão: qual é o
destino dos resíduos de peixe vendido neste mercado?

Segundo a questão colocada ao chefe do mercado ele diz que esta ciente da ma gestão
desses resíduos pois muitos vendedores não usam contentores como destino final dos
resíduos orgânicos dos peixes.

Também fala dos impactos que os mesmos podem causar aos munícipes tanto para os
próprios vendedores, em contrapartida em relação as formas de como colmatar esta
problemática responde nos seguintes termos: temos que sensibilizar aos vendedores para
pautarem pelo uso de contentores ou mesmo enterrar de forma a minimizar os efeitos
maléficos destes resíduos de peixe que constitui um atentado ao meio ambiente.

Kummer (2004), Por poluição entende-se a introdução pelo homem, directa ou


indirectamente, de substâncias ou energia no ambiente, provocando um efeito negativo no
seu equilíbrio, causando assim danos à saúde humana, aos seres vivos e aos ecossistemas.

Por isso estou ciente que os resíduos de peixe no mercado 38 gera grande prejuízos para a
saúde humana devido as águas estagnadas e os restos de peixes as tripas entre outros.

23
CAPITULO VI: CONCLUSÕES E SUGESTÕES.

6.1. Conclusão

Durante as pesquisas feitas sobre os impactos ambientais proveniente da pesca artesanal


peixe no mercado 38 na Cidade de Chimoio, tenho as seguintes considerações finais: esses
resíduos gerado pela venda de peixe tem consequência directas como doença de origem
hídrica e também contaminação do pátio da venda criando um ambiente não agradável.

Outros aspecto constatado é os vendedores tem o conhecimento sobre as boas formas de


gestão dos resíduos, mais pela ignorância acabam depositando no chão e deixando as aguas
a escorrer de qualquer maneira. Outro sim é o tipo de estudo deste trabalho é misto pois trata
de pesquisa qualitativa e quantitativa que possibilitou o uso de entrevista e inquérito para
obtenção dos resultados.

Os procedimentos técnicos usados foram: bibliográficos, documentários, entrevista,


observação directa. As formas de gestão dos resíduos orgânicos da actividade pesqueira são
diversas, podendo ser feita a disposição final ainda em mar ou ambiente de praia, ou até
mesmo processos de beneficiamento com altos investimentos financeiros.

A gestão desses resíduos quanto à colecta, destinação e tratamento tem se mostrado mais
comum no caso desses, e até de outros tipos de resíduos, nos países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento. Nos países desenvolvidos esse quadro já não mais se faz presente, sendo
que grande parte dos resíduos tem o beneficamente como etapa inseparável da gestão.

A geração de resíduos é tida como resultado final do processo produtivo, e ao mesmo tempo
como parte dele, enquanto resultado da produção em si e do consumo, como uma de suas
etapas. Contudo, os resíduos têm sido maioritariamente tratados como uma resultante sem
valor comercial cabendo seu descarte ao poder público e excluindo dessa responsabilidade
tanto ao agente produtor quanto ao consumidor final.

6.2. Sugestões

Face aos impactos da poluição de resíduos de peixe – Caso do mercado 38 da Cidade de


Chimoio, para minimizar esses problemas a autora apresenta as seguintes sugestões abaixo:

24
1. Para os responsáveis do mercado junto do município:
❖ Fazer estudo que contribua para reduzir a poluição do mercado pela venda de peixes;
❖ Sensibilizar aos vendedores a depositar no contentor os resíduos;
❖ Sensibilizar os vendedores de modo a pautarem pelo uso correcto do destino final
dos resíduos de peixe;
❖ Aproveitar nas suas reuniões a falar dos impactos da poluição.

2. Para os vendedores
❖ Cumprir com o regulamento emitido pela entidade local isto é, por parte dos órgãos
municipais;
❖ Contribuir para minimizar os impactos da poluição dos resíduos de peixe no
mercado;
❖ Colaborar com as entidades locais.

7. Referências bibliográficas

❖ ANGULO, R. J. A ocupação urbana do litoral paranaense e as variações da linha


de costa . 1993.

25
❖ ARRUDA, L. F. BORGHESI, R.OETTERER,Use of fish waste as silage –
Areview.Vol.50, 2007.
❖ ARVANITOYANNIS, I. S. & KASSAVETI, A. Fish industry waste: treatments,
❖ Environmental impacts, current and potential uses. International Journal of Food
Science and Technology, 2008.
❖ BROLLO, J. M. & SILVA, M. M. 2001. Política e gestão ambiental em resíduos
sólidos. Revisão e análise sobre a actual situação no Brasil. 21º Congresso Nacional
de Engenharia Sanitária e Ambienta 2001.
❖ CALDEIRA, G. A. Diagnóstico socioeconómico da pesca no município de Pontaldo
Paraná (PR): subsídios para a gestão compartilhada da actividade. Dissertação de
mestrado ao Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos.2009.
❖ CASTELLO, J. P. 2010. O futuro da pesca e da aquacultura marinha no Brasil: a
pesca costeira. Ciências do Mar / Artigos. Ciência e Cultura.2010.
❖ CARNIEL, V. L.Interação de aves costeiras com descartes oriundos da pesca
artesanal no litoral centro-sul paranaense.Dissertação de Mestrado. Curitiba,
universidade Federal do Paraná 2008.
❖ CELERI, M. J. Debate teórico sobre o tema resíduos sólidos. II Semana nacional de
Geografia UNESP/Ourinhos.2006.
❖ CRUZ, M. L. F. R., 2005. A caracterização de resíduos sólidos no âmbito da
suagestãointegrada. Tese de mestrado em Ciências do Ambiente. Universidade do
Minho, Portugal 2005.
❖ DIAS NETO, J. & MARRUL FILHO, Síntese da situação da pesca extractiva
marinha no Brasil. IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais renováveis. Directoria de Fauna e Recursos Pesqueiros – DIFAP.
Coordenação Geral de recursos Pesqueiros – CGREP.2003.
❖ JUNKES, M. B.Procedimentos para Aproveitamento de Resíduos Sólidos urbanos
em Municípios de Pequeno Porte. Dissertação de Mestrado em Engenharia de
Produção – Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, UFSC, 2002.
❖ KIRSCHNIK, P. G. Avaliação da estabilidade de produtos obtidos de carne
mecanicamente separada de tilápia nilótica (Oreochromisniloticus). Tese de
doutorado - Universidade Estadual Paulista Centro de Aquacultura da UNESP.2007

26
❖ KRISTINSSON, H.G. &RASCO, B.A. 2000. Fish protein hydrolysates: production,
biochemical, and functional properties. Critical Reviews in Food Science and
Nutrition,
❖ KUMER, et al.… Metodologia de Investigação (Manual do estudante). Beira. 2007.
❖ OMS. Organização Mundial de Saúde. Essencial Environmental Health Standards in
health care. Editado por John Adams, JamieBartram, Yves Chartier 2008.
❖ LAKATOS, E. MARCONI, M Metodologia do Trabalho Científico. São
Paulo.Atlas.1991.
❖ OLIVEIRA, M. O Nordeste no mapa mundi da desertificação. Boletim Informativo,
1997 p.117.
❖ OMS. Le controle sanitaire etlagestion de manipulateurs de produits
alimentaires.OrganizaçãoMundial da Saúde. Série de Rapports Techniques, 1989.

27
Apêndice

28
GUIÃO DE ENTREVISTA PARA O CHEFE DO MERCADO

Local ______________________________________________________________

Entrevistador: ________________________________________________________

Entrevistados: ________________________________________________________

Data: _______________________________________________________________

1. Quais são os impactos ao meio ambiente causado pela pesca artesanal comercializado
neste mercado? a) Problemas climáticos ------------------------ não ------------------------
----------------
2. Conhece algumas formas de poluição que cria problema ao meio especificamente
neste mercado?

________________________________________________________________

3. Qual é a actividade que contribui mais para a poluição deste mercado?


_______________________________________________________________
4. Os resíduos dos peixes, qual e o seu destino neste mercado?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. Quais são algumas doenças causadas por resíduos dos peixes?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

6. Quais são algumas acções levada a cabo pela entidade local para minimizar a
poluição?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

7. As aguas dos resíduos domésticos dos peixes onde são colocados?

VII
GUIÃO DE INQUÉRITO

I – Identificação

1. Nome: ________________________________________________
2. Idade: ________________________________________________
3. Sexo: () masculino feminino ()
4. Naturalidade: _________________________________________

II – qualidade de vida

1. A casa onde mora é: () própria () alugada () cedida () outra.


2. Estrutura de moradia: () Madeira () Alvenaria () () Mista.

III – informações gerais sobre os impactos dos resíduos de peixe no mercado 38

________________________________________________________________
1. O qual e o destino dos resíduos dos peixes vendido neste mercado () Contentor

() São deitados no chão, () outros.

2. Já ouviu de falar de poluição? () Sim não ().


3. Qual é o seu impacto () doenças () suja o mercado e a zona.
4. Qual é a principal doenças que a poluição pode causar? Cólera () diarreia ()
5. Há maneira eficaz de guardar os resíduos de peixes neste mercado? () Sim () não ()
outros.
6. Conhece alguns problemas causados pela poluição de resíduos deste mercado? ()
Sim não ().
7. Qual?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

VIII
8. Será que os consumidores têm reclamado a cerca desses resíduos () Sim () não

9. Como munícipe e vendedor deste mercado, o que deve ser feito para minimizar os
impactos da poluição () colocar no contentor () amontoar no chão.
10. Os vendedores têm se queixado de algumas doenças relacionada a poluição
resultante dos resíduos dos peixes por exemplo a malária e a diarreia.

Sim ()

Não ()

11. Que deve ser feito neste mercado, sobretudo para os vendedores de peixe para evitar
a poluição do meio e manter a boa postura?

() Todos devem contribuir para minimizar a poluição,

() Colocar o lixo de peixes no lugar apropriados

12. A agua que e usada para lavar os peixes, onde são deitados: () no Chão, No balde ou
lata ().
IV. Iniciativas actuais e sugestões

Actualmente, há algum projecto/acção voltado para resolver o problema de destinação


destes resíduos neste mercado?

() NÃO; () SIM, qual

Responsáveis:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__Custos__________________________________________________________________
_________

Fonte de Financiamento:
_______________________________________________________________

IX
Proposta:
_________________________________________________________________________

Você acredita que esta iniciativa vai funcionar bem?

() SIM; () NÃO Por que (para ambas respostas)?

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________

Qual a sua sugestão para a destinação adequada dos resíduos?

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________

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