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Tudo o que você precisa saber para se adequar a Lei Brasileira de Inclusão!

Olá!
Que bom que você está aqui conosco, lendo um dos nossos materiais! Eu sou o
Hugo, o intérprete virtual da Hand Talk, e vou te acompanhar nessa viagem pela
inclusão! Mas antes, deixa eu te contar um pouquinho sobre a gente.

Nós somos um negócio de impacto social que tem como missão tornar a internet
mais acessível para os surdos. Fazemos isso por meio do nosso plugin, que traduz
os textos e vídeos em português para Libras (a Língua Brasileira de Sinais),
deixando os sites mais acessíveis de forma rápida e inovadora.

Com nossa série de ebooks sobre acessibilidade, queremos fazer com que as
pessoas falem mais sobre o tema e encontrem maneiras de deixar suas empresas,
casas, escolas e todos os ambientes em que vivem mais inclusivos! Te desejamos
uma boa leitura e bora fazer a diferença, juntos!

Acompanhe a gente em:

02
O que a Acessibilidade e o Setor
Público têm em comum?

Além de trabalharem para melhorar a vida das pessoas, os dois


são termos amplos que envolvem muita coisa. O nosso objetivo
ao falar de Acessibilidade no Setor Público é mostrar para você
como é fácil conhecer mais sobre o assunto - e começar a botar a
mão na massa - quando a gente olha para o tema de uma forma
simplificada e organizada.

Para isso, vamos falar um pouco sobre como está estruturada a


legislação de acessibilidade para o poder público e mergulhar
nos diferentes tipos de organizações que fazem parte desse
guarda-chuva, dando dicas práticas para você começar a
trabalhar a acessibilidade em cada uma delas!

Vamos falar de saúde, educação, cultura e transportes e das


especificidades de cada tipo de organização, mas no final
teremos as nossas Dicas de Ouro, que valem para todo mundo!
Confere o material e não esquece de compartilhar o que você
achou interessante!

03
SUMÁRIO
Mas o que está escrito na Lei? 05
As organizações na prática!
11
Dicas de Ouro! 20

04
Mas o que está escrito na Lei?
Qual é o papel do poder público Essas determinações são bastante gerais por conta da natureza
segundo a legislação? ampla do poder público, que reúne organizações de diferentes
naturezas e com atuações específicas. A LBI não se restringe a
isso. Ela traz seções dedicadas a áreas específicas e uma seção
O documento que traz mais conteúdo sobre as responsabilidades especial voltada para Acessibilidade como um todo.
do setor público com relação à acessibilidade é a Lei Brasileira
de Inclusão (LBI), também conhecida como o Estatuto da Pessoa
Acompanhando essa lógica, as prefeituras e governos de
com Deficiência. Ela foi sancionada em 2015 e traz
estados (e suas secretarias) ficam responsáveis pelas questões
recomendações e exigências para as diferentes esferas
de direitos mais amplas, enquanto as demais organizações
de atuação do poder público, como a educação,
públicas podem trabalhar a acessibilidade de formas diferentes
a saúde e a moradia.
e mais aplicadas.

Se a gente fosse resumir em uma frase tudo o que compete ao


governo, daria para afirmar que a principal responsabilidade, sem
dúvida, é assegurar os direitos das pessoas com deficiência.
Alguns exemplos que a gente percebe são:

✔ Garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de


toda a vida;
✔ Garantir às pessoas com deficiência trabalho de sua livre
escolha e aceitação, em ambientes acessíveis e inclusivos;
✔ Adotar soluções que eliminem ou reduzam as barreiras ao
acesso à cultura.

06
Os diferentes tipos de acessibilidade e suas
barreiras.

No seu Artigo 55, a LBI trata da importância do desenho


universal, que nada mais é que a elaboração de projetos e
produtos que possam ser utilizados por todas as pessoas. Ao falar
sobre o assunto, o Estatuto ressalta que tanto o meio físico, os
projetos relacionados à informação e comunicação, e os serviços
prestados ao público devem estar de acordo com as normas de
acessibilidade.

Indiretamente, o Artigo 55 discute uma ideia muito relevante:


existem diferentes tipos de acessibilidade. Esses tipos variam
de acordo com o tipo de barreira que as adaptações pretendem
derrubar.

Quando pensamos nas adaptações do meio físico, estamos


falando de Barreiras Arquitetônicas. As mudanças feitas na área
da comunicação e informação buscam transpor as Barreiras
Comunicacionais. Por fim, as barreiras invisíveis e que mais
dificultam a superação das demais, são as Barreiras Atitudinais.
Essas são aquelas que moram nos nossos comportamentos e
estão muito relacionadas à forma que tratamos e lidamos com as
pessoas com deficiência.
07
As Barreiras Arquitetônicas

As barreiras arquitetônicas são todo tipo de obstáculo que


impede as pessoas de desfrutarem e ocuparem o espaço
físico. Elas são as mais fáceis de identificar e estão presentes
tanto nas residências e estabelecimentos comerciais quanto
no espaço público. A LBI traz dois artigos sobre a
acessibilidade arquitetônica, o artigo 55 (que trata do
desenho universal) e o 56:

“Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança


de uso de edificações abertas ao público, de uso público ou
privadas de uso coletivo deverão ser executadas de modo a
serem acessíveis.”

Além dos edifícios públicos, é responsabilidade do poder


executivo que as vias de acesso e os meios de transporte
que levam a estes lugares estejam acessíveis. Isso envolve
justamente as políticas públicas das secretarias
governamentais, que precisam pensar em todos os espaços
que as pessoas ocupam, sejam em trânsito ou não.

A melhor forma de garantir espaços fisicamente acessíveis é


planejando as mudanças necessárias e incorporando-as aos
projetos desde início. Você sabia que fazendo isso os
gastos com acessibilidade não passam de 0,2% do total de
gastos do projeto? Confira mais detalhes no nosso ebook
sobre Investimento em Acessibilidade!
08
As Barreiras Comunicacionais

Um dos grandes obstáculos enfrentados pelas pessoas com O eMAG é parte de uma tentativa do governo federal de
deficiência é a comunicação. Seja pela falta de disponibilidade melhorar a acessibilidade dos sites, trazendo recomendações e
de informação ou pela disponibilização incorreta (sem tradução diretrizes para isso. Outra iniciativa recente foi o ASES
para Braile ou Libras), a comunicação precisa ser pensada em (Avaliador e Simulador de Acessibilidade em Sítios), que avalia
diferentes níveis, como no interpessoal, na escrita e em automaticamente a acessibilidade de um site a partir das
ambientes virtuais. diretrizes do eMAG.

O Artigo 63 da LBI fala justamente da acessibilidade nos


ambientes virtuais, principalmente em sites:

“Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet


mantidos por empresas com sede ou representação comercial
no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com
deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis,
conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade
adotadas internacionalmente.”

Apesar da obrigatoriedade, 98% dos sites governamentais não


podem ser considerados acessíveis, por não aderirem aos
padrões internacionais de acessibilidade! Essa informação vem
de um estudo que avaliou os sites governamentais, e usou
como critério a cartilha do governo federal de acessibilidade
em sites, o e-MAG (Modelo de Acessibilidade em Governo
Eletrônico).

09
As Barreiras Atitudinais

É difícil afirmar que existe um tipo de barreira que é mais


importante que as outras, mas as barreiras atitudinais se
destacam. A forma como enxergamos as deficiências e os
direitos das pessoas com deficiência é determinante na hora
de tomar atitudes que promovam a inclusão.

As barreiras atitudinais estão associadas aos nossos


comportamentos e aos comportamentos de todas as pessoas
que fazem parte da organização. Desde o atendimento a uma
pessoa com deficiência que demande atendimento, até a
empatia de olhar espaços de maneira mais inclusiva,
reconhecendo outras barreiras que ali podem estar.

Também se aplica no respeito às diferenças e aos direitos das


pessoas no dia a dia e com as iniciativas públicas de
acessibilidade. O primordial para que os espaços - virtuais e
físicos - estejam acessíveis é repensá-los, nos colocando no
lugar dos indivíduos que os ocupam e se utilizam dos diversos
serviços públicos.

Assim, realizamos um exercício de empatia, que não está


previsto na lei, mas é uma das exigências mais importantes de
se atender para criar oportunidades iguais na utilização dos
serviços públicos.

10
As organizações na prática!
Organizações Culturais

Organização cultural é um termo que engloba tanto museus, E esse reforço é mais do que necessário. A situação atual é
bibliotecas, centros culturais, teatros e cinemas quanto casas de preocupante: só 51% dos museus podem ser considerados
shows, transmissões e exposições. A LBI dedica um capítulo acessíveis, de acordo com os dados de dezembro de 2015. No
exclusivamente a esse tipo de organização, cuidando também caso de bibliotecas públicas o número é ainda menor, 8,4%.
do direito ao esporte, ao turismo e ao lazer. O foco principal é na Essa realidade mostra que a postura que se espera do o setor
garantia ao acesso aos espaços culturais, sejam eles público - um guardião da acessibilidade - não vem sendo
permanentes ou temporários. mostrada.

Para isso, além da disponibilização de assentos exclusivos da


forma adequada, é preciso que as obras, monumentos e
espetáculos também sejam disponibilizados em formato
acessível, o que significa superar não somente as barreiras físicas
da acessibilidade, mas as comunicacionais e atitudinais também.

A meta 23 do Plano Nacional de Cultura, aprovado em 2010 pelo


Congresso, dispõe que 100% dos aparelhos culturais devem estar
de acordo com as leis de acessibilidade e promover a fruição
cultural das pessoas com deficiência até 2020. Ela funciona como
mais um reforço na tentativa de fazer com que as organizações
cumpram a legislação.

12
Como mudar essa situação?

Em um contexto como esse, toda ação em prol da inclusão tem


grande valor. E para trabalhar a acessibilidade nas organizações
culturais, nada melhor do que um exemplo prático, de um museu
acessível de São Paulo que todo mundo conhece: a Pinacoteca. A
gente contou o caso da Pinacoteca em detalhes no nosso ebook
sobre Acessibilidade em Museus e aqui tem um gostinho dela.

Na Pinacoteca as portas e corredores são pensados para receber


as pessoas e deixá-las confortáveis ao longo da visita. O espaço
amplo e de arquitetura amigável facilita o deslocamento e torna o
passeio muito mais prazeroso. O museu dispõe de vídeos em
Libras que contam um pouco da história das obras expostas no
jardim. E dá para acessá-los direto do app da Pinacoteca ou nas
próprias obras, através do QR Code.

A Pinacoteca mostra o quanto as tecnologias assistivas podem


ser uma alternativa viável, que pode acabar sendo muito mais
barata e que muitas vezes não é considerada. Esse é um erro que
acontece com certa frequência, por conta de muita gente não
saber como a tecnologia pode facilitar as coisas. A gente fala
sobre isso nesse blog post aqui.

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Instituições de Educação No nosso ebook sobre Acessibilidade na Educação a gente falou
sobre como as ações afirmativas (como cotas e programas de
Quantos dos seus colegas de classe do colégio tinham permanência estudantil) têm sido uma forma que as
deficiência? Geralmente poucas pessoas podem afirmar que universidades públicas encontraram de aumentar as matrículas
tiveram a companhia de alunos com deficiência durante os anos de alunos com deficiência. Essa iniciativa vem sendo puxada
na escola. Tanto o senso comum quanto os dados dizem: as principalmente pelo governo federal, mas cada vez mais vemos
escolas não estão prontas para acolher alunos com deficiência governos estaduais aplicando essas ideias nas suas
e o número de matrículas deles é bem menor do que o de alunos universidades.
que não necessitam de algum recurso de acessibilidade.
Outro movimento importante que é puxado por instituições de
De acordo com o último Censo Escolar, de 2014, só 900 mil todos os níveis educacionais é a mudança de visão sobre a
pessoas com algum tipo de deficiência estão matriculadas no Educação Especial. Esse termo, que carrega um sentido
sistema educacional brasileiro. Esse valor representa 2% da bastante segregacionista, vem sendo substituído pela ideia de
população com deficiência do Brasil. É um número um tanto Educação Inclusiva, que procura trabalhar as salas de aula,
pequeno, quando levamos em conta que 25% do total da professores, métodos e materiais para que estes sejam flexíveis
população brasileira está matriculada. e adaptados a todo tipo de relação com as pessoas.

No caso do ensino superior, a maior parte dessas pessoas NA PRÁTICA: A contratação de intérpretes de Libras, compra de
estudam em instituições privadas, compondo cerca 59% do total. máquinas de datilografia em Braile e treinamento dos
As universidades públicas, com menos alunos, têm que correr professores e monitores no trato com os alunos são algumas
atrás para se recuperarem dessa situação, e a boa notícia é que coisas simples de se fazer e que trazem resultados incríveis e
há iniciativas em curso e boas práticas a seguir. bem rápidos de se notar!

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Acessibilidade na Saúde
NA PRÁTICA: que tal fazer uma lista de afazeres com base no
O Brasil conta com um dos maiores sistemas de saúde pública
documento da Secretaria? A versão integral conta com mais
do mundo - o SUS -, que se propõe a oferecer serviços de saúde
orientações e você pode transformá-las em um checklist com as
de forma “integral, universal e gratuita para toda a população do
principais adaptações para fazer no seu hospital ou unidade de
país”. Para atingir esse objetivo, trabalhar a acessibilidade dos
saúde. É uma forma simples de começar, que aliada com as
hospitais e profissionais da saúde é crucial.
nossas Dicas de Ouro pode melhorar muito a acessibilidade do
seu local de trabalho. Você consulta as recomendações neste
A Secretaria Nacional de Direitos Humanos fez a sua contribuição link. ;)
disponibilizando um documento online com uma série de
recomendações de acessibilidade para as Unidades Básicas de
Saúde (UBS). As recomendações focam na acessibilidade
arquitetônica, partindo do projeto e também levando em conta o
entorno do hospital. Algumas das principais são:

✔ As dimensões ideias de portas, corrimãos, rampas de acesso -


além do tamanho máximo que os desníveis devem ter;
✔ Sinalização: deve ser feita de forma visual, tátil, gestual e
sonora e no local adequado, principalmente no caso de escadas,
rampas e entradas;
✔ A disponibilização de vagas de estacionamento exclusivas e
assentos preferenciais nas dependências da unidade de saúde;

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Meios de transporte acessíveis

O foco das iniciativas de acessibilidade nos transportes públicos


(viário e ferroviário) é superar as barreiras físicas. Isso se traduz de
muitas maneiras:

● Com a reserva de assentos preferenciais;


● Na sinalização (visual e tátil) nas áreas de embarque;
● Por meio de plataformas elevatórias e pisos rebaixados
nos ônibus;
● Com elevadores e rampas nas estações de trem e metrô.

Essas adaptações são extremamente necessárias, mas é preciso


que as organizações responsáveis pelo transporte atuem em
frentes diversas, principalmente na relação entre os usuários dos
serviços e as pessoas com deficiência. O desrespeito dos
passageiros frente às necessidades especiais das pessoas é mais
comum do que imaginamos e assume várias formas:

● Não cedendo os assentos preferenciais a idosos ou


pessoas com deficiência;
● Distraindo os cães-guia com brincadeiras;
● Empurrando as pessoas na hora do embarque.

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NA PRÁTICA: O Metrô paulistano tem realizado algumas ações para enfrentar esse problema. Nos horários de pico são disponibilizados vagões
para embarque preferencial nas estações com maior fluxo, evitando tumultos e oferecendo mais conforto às pessoas com deficiência, idosas ou
gestantes.

Além disso, a companhia investe em campanhas de comunicação, com imagens nos pontos de anúncio das estações e vídeos nas televisões
dos trens. A ideia é justamente conscientizar os usuários da importância de se respeitar as pessoas com deficiência. Essas ações são bons
exemplos para usar de inspiração na sua própria realidade, não é mesmo?

Vídeo institucional do metrô de São Paulo - Pessoas com deficiência 17


Organizações de Atendimento ao Público ✔ Na questão arquitetônica, todos os pontos de atendimento
contam com rampas e elevadores.
Um dos serviços mais importantes que o governo oferece aos ✔ Os profissionais de orientação e atendimento são treinados
cidadãos é o atendimento ao público. Todas as organizações em Libras e muitas unidades possuem intérpretes.
sobre as quais a gente já falou têm contato com o público em ✔ Os materiais informativos sobre RG e Carteira de Trabalho
algum estágio das suas atividades, e existem organizações que estão disponíveis em Libras via QR Code - traduzidos por um
têm esse processo como a razão de sua existência. intérprete virtual - nas unidades de Santo Amaro, Sé e São José
dos Campos. Há a intenção de ampliar o serviço para as demais
unidades.
O principal exemplo são os lugares que a gente visita quando
✔ Seis unidades dispõem do Terminal de Acessibilidade
precisa lidar com documentos, como os cartórios, o Detran e a
Universal. Ele permite que pessoas com tipos diferentes de
Polícia Federal. O Estatuto da Pessoa com Deficiência trata do
deficiência tenham acesso à internet para realizar serviços de
atendimento prioritário no seu artigo 90, exigindo a disposição de
forma autônoma. Para isso, os equipamentos possuem monitores
recursos humanos e tecnológicos para o atendimento adequado
e mesas totalmente ajustáveis, fones de ouvido para uso do
e o acesso às informações do serviço.
software de leitor de tela e teclados adaptados. Além disso, a
interação com os computadores pode ser feita por movimentos
NA PRÁTICA: O Poupatempo, que oferece diversos serviços de da cabeça e da face, permitindo o uso por parte de usuários
atendimento no estado de São Paulo, é um bom exemplo de paraplégicos ou com deficiência nos membros superiores.
acessibilidade nesse tipo de organização. As iniciativas visam
sempre proporcionar autonomia a quem procura os serviços, e a
Você encontra a descrição detalhada dos serviços de
tecnologia é uma grande aliada nesse processo. Atualmente o
acessibilidade do Poupatempo neste link.
Poupatempo faz o seguinte:

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Tribunais acessíveis
Já a LBI enfoca na oferta de tecnologias assistivas para a
No poder legislativo, os tribunais são as principais organizações
participação das pessoas com deficiência nos processos legais,
com exigências feitas pela Lei Brasileira de Inclusão, além de
esteja ela no papel de testemunha, advogada, defensora pública
possuírem uma Recomendação própria de acessibilidade. É a
ou magistrada. Dessa forma, a legislação fala sobre a
Recomendação nº 27 do Conselho Nacional de Justiça, que
acessibilidade nos tribunais em todos os seus aspectos.
determina:

● A construção e/ou reforma dos tribunais acordo com a


norma técnica da ABNT (o que envolve rampas, sanitários,
vagas em estacionamento, elevadores, piso tátil,
sinalização sonora e visual e adaptação de mobiliário).
● A habilitação os servidores em Libras para o atendimento
de pessoas surdas nos tribunais.
● A designação de intérpretes de Libras sempre que uma
pessoa surda participar de processos legais.
● Ter sites compatíveis com os principais softwares de
leitura de tela.

19
- Dicas de Ouro -
O que vale para todo mundo
É hora de botar a mão na massa! 1) O diagnóstico é o primeiro passo

Agora que você já conhece como as diferentes organizações do Consultar um especialista em acessibilidade é a chave para
setor público podem trabalhar a acessibilidade, chegou a hora começar as mudanças organizacionais. É muito importante
das nossas Dicas de Ouro! Elas são as mais importantes, porque compreender quais as principais dimensões da acessibilidade
tratam do processo de mudança pelo qual as organizações que precisam ser trabalhadas no seu contexto, e o diagnóstico de
passam para se tornarem acessíveis e mostram como fazer tudo um profissional traz exatamente essa informação.
direitinho.
As consultorias em acessibilidade trabalham de duas formas: ou
Juntando nossas Dicas de Ouro com o que você aprendeu sobre se especializam em uma área de atuação (como Recursos
cada tipo específico de organização vai ficar bem fácil começar a Humanos, por exemplo) ou oferecem serviços em áreas diversas.
fazer as adaptações necessárias e poder proporcionar mais É importante entender que tipo de serviço você precisa, para
acesso aos seus serviços para todo mundo! escolher um especialista que possa fazer um diagnóstico na área
correta. A boa notícia é que se você escolher um generalista e
precisar de um trabalho mais específico, ele poderá te indicar
alguma outra referência na área!

Outro trunfo de ter o acompanhamento de um profissional está na


hora definir as prioridades. Quando o orçamento é limitado e as
opções variadas, a voz da experiência de um especialista vem
muito a calhar, e te poupa tempo e esforço.

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2) Busque conhecimento! 👽

Uma atividade complementar à consulta de um especialista é ✔ Na internet você encontra estudos de caso e exemplos de
realizar as suas próprias pesquisas sobre acessibilidade. Esse organizações similares à sua que já realizaram iniciativas
processo é fundamental para adquirir mais confiança naquilo que acessíveis. É uma forma bastante ilustrativa de conhecer os
você pretende fazer e, se for o caso, ter melhores argumentos resultados das ações.
para convencer os tomadores de decisão a deixarem a sua ✔ Dá mais celeridade ao processo de transformação da
organização acessível. organização, já que você vira uma autoridade em acessibilidade e
pode esclarecer eventuais dúvidas dos demais envolvidos no
Buscar informação adicional é bom porque: processo.

✔ Te ampara na hora de escolher o especialista no campo que Lá no Blog do Hugo a gente tem vários conteúdos sobre
você precisa; acessibilidade e inclusão, sempre com referências e dicas de
✔ Promove uma tomada de decisão com mais propriedade e leitura. Por que você não começa por lá?
confiança;
✔ Ajuda a trabalhar a empatia, que é chave na acessibilidade.
A empatia é o melhor caminho para quebrar as barreiras
atitudinais, que, uma vez transpostas, abrem espaço para superar
as demais.
✔ Ajuda a entender os diferentes tipos de adaptações que você
pode fazer. Nós falamos de vários exemplos de mudanças, mas
as particularidades de cada pessoa e situação vão demandar
atitudes diferentes. A nossa 4ª Dica de Ouro é outra que tem
grande valor nesse aspecto;
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3) Na dúvida, comece pela tecnologia

Vamos imaginar uma situação nem tão hipotética assim: você


está interessado em deixar a sua organização mais acessível mas
o dia a dia corrido te impede de consultar um especialista ou de
realizar uma pesquisa na profundidade que você desejaria. Por
onde você pode começar?

Recorra à tecnologia. Existem muitos softwares e aplicativos que


são simples de entender e mais baratos de implementar do que a
realização de grandes mudanças estruturais. A acessibilidade
digital é tão importante quanto a acessibilidade física e por sorte
existem soluções simples e personalizadas. Além disso, os
softwares geralmente são desenvolvidos com o usuário final em
mente, o que facilita a interação dele com os seus serviços.

Você pode sempre contar com o Hugo para deixar o seu site
acessível em Libras, e nesse blog post você encontra outras
formas legais de melhorar a acessibilidade da sua página.

23
4) Conheça os diferentes tipos de deficiência

Você sabia que existem diferenças entre as pessoas que se


consideram deficientes auditivas e aquelas que se vêem como
surdas? Os surdos se comunicam em Libras (Língua Brasileira de
Sinais) e fazem parte de uma comunidade bem definida, com
uma cultura própria, baseada na língua. Já os deficientes auditivos
comunicam-se em português e boa parte realiza a leitura labial
na comunicação.

Conhecer essas pequenas grandes diferenças é fundamental


para que os requisitos de acessibilidade sejam cumpridos para
todos os tipos de deficiência. Isso significa que as barreiras
comunicacionais, atitudinais e arquitetônicas assumem formas
diferentes dependendo do tipo de deficiência que a pessoa
tem. E para superá-las é preciso conhecer as diferentes
deficiências!

A primeira divisão que a gente faz é entre as deficiências


Motoras, Sensoriais e Intelectuais. O primeiro tipo envolve a
paraplegia e a tetraplegia, por exemplo. Nas deficiências
sensoriais englobamos os cegos, surdos e deficientes visuais e
auditivos. Já nas deficiência intelectuais entram todos os tipos de
condições que atrapalham o desenvolvimento.
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5) Planejar é preciso!

A nossa última Dica de Ouro é a mais preciosa, e talvez a mais


necessária: planeje! A gente já falou sobre como incorporar as
adaptações de acessibilidade no início dos seus projetos acaba
sendo mais barato do que realizá-las posteriormente. Então repita
esse exercício sempre que for tirar um novo projeto do papel: “os
resultados do meu projeto estarão acessíveis a todos?”

As oportunidades para planejar são muitas, seja na reunião de


definição de orçamento ou nas pequenas conversas com os seus
colegas de trabalho. Comece explorando as adaptações mais
simples de se implantar e determine prazos para as mais
complexas. Definir um líder é importantíssimo, porque gera
mais engajamento da equipe - o que é crucial para fazer
acontecer e começar a colher os frutos. Não se esqueça de
estimar o prazo final da conclusão do projeto, assim você pode se
situar no decorrer das atividades e dedicar mais ou menos tempo
a iniciativas chave.

Elaborando e revisando os seus planos fica mais fácil de aplicar


as nossas dicas e de não perder de vista o objetivo final:
possibilitar que todos possam usufruir dos serviços públicos!

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Referências

● Instituto Mara Gabrilli - Guia Sobre a LBI


● As dimensões e características da Web brasileira: um
estudo do .gov.br
● CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE NA UNIVERSIDADE: o
ponto de vista de estudantes com deficiência
● Plano Nacional de Cultura, 2010 - Site Oficial do Ministério
da Cultura.
● Recomendação nº 27 do Conselho Nacional de Justiça
● Recomendações de Acessibilidade para Unidades
Básicas de Saúde

Links úteis

● Ebook Grátis: Porque ter um site acessível é uma


oportunidade de negócio

26
Conte com o Hugo para deixar seu
site acessível em Libras!
Fale com a gente!

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