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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância


Centro de Recursos de Quelimane

Impacto do Uso das Artes Nocivas ao Meio Ambiente na Pesca Artesanal no


Distrito de Nicoadala: Estudo de Caso do Rio Mucelo no Período entre 2018 –
2020.

Sumila Mamane Lino


Código do Estudante: 708175108

Supervisor: Mcs, Tomé Lima Candiva

Quelimane, Março de 2021

2
Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação a Distância
Centro de Recursos de Quelimane

Impacto do Uso das Artes Nocivas ao Meio Ambiente na Pesca Artesanal no


Distrito de Nicoadala: Estudo de Caso do Rio Mucelo no Período entre 2018 –
2020.

Sumila Mamane Lino


Código do Estudante: 708175108

Monografia Cientifica a ser apresentada na UCM,


IED, CRQ, como requisito para obtenção do grau
Académico de Licenciatura em Ensino de
Geografia a ser supervisionado por Mcs, Tomé
Lima Candiva

Quelimane, Março de 2021

3
Índice

Agradecimentos............................................................................................................................ iv
Lista de abreviatura ....................................................................................................................... v
Lista de tabelas e gráficos ............................................................................................................ vi
Dedicatória .................................................................................................................................. vii
Resumo ....................................................................................................................................... viii
Abstract ........................................................................................................................................ ix
CAPÍTULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ....................................................................... 10
1.1. Introdução ............................................................................................................................ 10
1.2. Problematização ................................................................................................................... 11
1.3. Objectivos ............................................................................................................................ 11
1.3.1. Objectivo Geral ................................................................................................................. 11
1.3.2. Objectivos Específicos ...................................................................................................... 11
1.4. Perguntas da pesquisa........................................................................................................... 11
1.5. Justificativa .......................................................................................................................... 12
1.6. Delimitação do tema............................................................................................................. 12
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 13
2.1. Revisão da literatura ............................................................................................................. 13
2.1.1.Pressupostos Conceituais ................................................................................................... 13
2.2. Tipos de Pesca ...................................................................................................................... 14
2.3. Características da pesca artesanal a nível internacional ....................................................... 15
2.4. Caracterização da Pesca Artesanal em Moçambique ........................................................... 16
2.5. Artes da Pesca Artesanal ...................................................................................................... 17
2.6. Importância do sector das pescas para o país e para as famílias. ......................................... 18
2.7. Impacto da Pesca Artesanal ao meio Ambiente ................................................................... 18
2.8. Distrito de Nicoadala............................................................................................................ 19
2.8.1. Indicadores Demográficos do Distrito .............................................................................. 19
2.8.2. Projecção da população ..................................................................................................... 19
2.8.3. História, Cultura e Sociedade ............................................................................................ 19
2.8.4. Clima, Relevo e Solos ....................................................................................................... 19
2.9. Rio Mucelo ........................................................................................................................... 20
2.9.1. Historial e Origem ............................................................................................................. 20
2.9.2. Povoado do Mucelo Ponte................................................................................................. 20
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA .................................................................. 22
3.1. Tipo de pesquisa ................................................................................................................... 22

4
3.2. Local de estudo .................................................................................................................... 22
3.3. Universo e amostra ............................................................................................................... 23
3.3.1. Universo ............................................................................................................................ 23
3.3.2. Amostra ............................................................................................................................. 23
3.4. Técnicas de recolha de dados ............................................................................................... 23
3.5. Instrumentos ou ferramentas de análise de dados ................................................................ 23
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......... 25
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................... 34
5.1. Conclusões ........................................................................................................................... 34
5.2.Recomendações ..................................................................................................................... 35
5.2.1. Recomendações para os pescadores .................................................................................. 35
5.2.2. Recomendações para os técnicos ...................................................................................... 35
Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 36
Apêndices .................................................................................................................................... 38

5
Declaração

Sumila Mamane Lino, declaro que o presente trabalho intitulado Impacto do Uso das
Artes Nocivas ao Meio Ambiente na Pesca Artesanal no Distrito de Nicoadala – estudo
de caso das comunidades de pesca do Rio Mucelo no Período entre 2018 – 2020, foi
elaborado por mim, sob orientação do meu supervisor Mestre Tomé Lima Candiva.
O seu conteúdo é original e fi-lo com recurso a metodologia apresentada ao longo do
mesmo, respeitando as orientações do meu supervisor.

Declaro ainda que esta monografia não foi apresentada em nenhum momento para a
obtenção de qualquer grau académico ou outros fins.

Estudante
……………………………………
Sumila Mamane Lino

Supervisor
……………………………………………….
Tomé Lima Candiva

iii
Agradecimentos

À Deus em primeiro lugar, a direcção dos serviços das actividades economias de


Nicoadala, que me acolheu nestes meses para produção do presente trabalho.
À Universidade Católica Centro de Ensino Distancia, pela importância em minha
formação profissional e pessoal, agradeço sinceramente.
À comunidade dos pescadores do Mucelo, pelas oportunidades que sempre me deu para
colocar em prática os meus conhecimentos.
À sociedade moçambicana, de onde provém os recursos para pesquisa neste país,
agradeço e espero, através da Monografia e ao longo da vida profissional, retornar os
investimentos realizados na minha formação profissional e académica.
Agradeço ao Mestre Tomé Lima Candiva, não apenas pela orientação nas questões
teóricas e na condução da pesquisa, mas também pela constante motivação e por estar
sempre propondo novos desafios.
Agradeço aos colegas do curso, pela oportunidade de conviver com pessoas com
formações, trajectórias e histórias de vida tão distintas, mas que por compartilhar muitos
sonhos e anseios, acabaram se fazendo tão amigos em tão pouco tempo. Foram muito
importantes para mim, amigos e amigas que não precisarão estar perto para se fazerem
presentes.
Aos pescadores de Mucelo, que muito me ensinaram, agradeço por fazerem deste
período de convívio, uma experiência agradável, da qual guardarei sempre boas
lembranças.
Aos meus colegas da UCM do ensino a distancia em particular Rucaya Sebastião
Correia, Mina Daniel Fonseca, Santos Fernando Musseia e aos docentes da UCM em
particular do curso de geografia. Ao professor da Escola Secundaria de Nicoadala dr.
Marrumbira pelo apoio na contribuição do trabalho.
À pessoa que mais me conhece e sabe que estas palavras expressam apenas uma
pequena parte do quanto lhe quero bem, aos que directa ou indirectamente contribuíram
para este trabalho muito obrigado.

iv
Lista de Abreviatura

UCM – Universidade Católica de Moçambique


IED – Instituto de Ensino A distancia
SDAE – Serviços Distritais de Actividades Económicas
CRQ- Centro dos Recursos de Quelimane

v
Lista de Tabelas e Gráficos

Tabela 1: Inquérito dos moradores


Gráfico 1: Inquérito dos moradores
Tabela 2: Tempo de vivência no povoado
Gráfico 2: Tempo de vivência no povoado
Tabela 3: Tempo de permanência na actividade pesqueira
Gráfico 3: tempo de permanência na actividade pesqueira

vi
Dedicatória

Ao meu querido pai Mamane Lino Sumila (em memoria), que apesar da eterna saudade,
sempre será meu grande Mestre e incentivador.
À minha mãe Ana Hussene, pelo incentivo e carinho nas horas de desespero, pelo apoio
moral e psicológico.

A minha esposa Lurdes Domingos Anselmo, pela dedicação aos meus estudos, tempo
de ausência em períodos de secções na academia.

vii
Resumo

Este estudo procura analisar a pesca artesanal e o Impacto do uso das artes nocivas na
pesca artesanal, tendo como estudo de caso as comunidades de pesca de Mucelo
localizado no Distrito de Nicoadala, sendo uma comunidade da província da Zambézia.
A localidade de Mucelo tem sido palco nos últimos anos de uma intensa actividade da
pesca, sobretudo da pesca artesanal, devido, entre vários motivos, à falta de colocação
no mercado de emprego, envolvendo pessoas de ambos sexos e idades que variam entre
20 e 60 anos. O objectivo principal deste estudo é analisar o impacto do uso das artes
nocivas na pesca artesanal, pesca de Mucelo, procurando perceber até que ponto esta
actividade contribui para o bem - estar dos agregados familiares. Para o alcance do
objectivo central desta dissertação, foi definida uma amostra de 19 pessoas envolvidas
na actividade de pesca, e um técnico dos serviços de actividades económicas de
Nicoadala, para aprofundar os dados colhidos através do inquérito, foram administradas
entrevistas semi-estruturadas. Este trabalho concluiu que a pesca artesanal é com artes
nocivas afectada o meio ambiente sendo uma actividade que não e permitida por lei por
degradar o meio ambiente, entre outros factores, à ocorrência do esforço de pesca.
Os resultados da pesquisa mostram ainda que o grupo de pescadores o seu produtos não
e somente para o comércio mas sim também para o consumo diário.

Palavras-chave: Artes nocivas, pesca artesanal, meio ambiente.

viii
Abstract

This study seeks to analyze the fishing Impact of the use of harmful gear in artisanal
fishing, taking as a case study the fishing communities of Mucelo located in the District
of Nicoadala, being a community in the province of Zambézia. The locality of Mucelo
has been the scene in recent years of intense fishing activity, especially artisanal fishing,
due, among several reasons, to the lack of placement in the job market, involving people
of both sexes and ages ranging between 20 and 60 years old. The main objective of this
study is to analyze the impact of the use of harmful gear in artisanal fishing, Mucelo
fishing, trying to understand the extent to which this activity contributes to the
wellbeing of households. In order to achieve the central objective of this dissertation, a
sample of 19 people involved in the fishing activity was defined, and a technician from
the economic activity services of Nicoadala, in order to deepen the data collected
through the survey, semi-structured interviews were administered. This work concluded
that artisanal fishing is harmful to the environment and is an activity that is not allowed
by law to degrade the environment, among other factors, to the occurrence of fishing
effort. The survey results also show that the group of fishermen their products are not
only for trade but also for daily consumption.

Keywords:Arts,harmful,artisanalfishing.

ix
CAPÍTULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

1.1. Introdução
O presente trabalho, trata-se de uma monografia científica, com o tema Impacto do uso
das artes nocivas ao meio ambiente na pesca artesanal no Distrito de Nicoadala:
Estudo de caso do rio Mucelo no período entre 2018 – 2020. Este trabalho procurou
realizar uma pesquisa de forma a analisar os impactos do uso das artes nocivas ao meio
ambiente na pesca artesanal no Distrito de Nicoadala, em particular no rio Mucelo, no
período compreendido entre 2018 – 2020.

A pesca é uma importante fonte alimentar-nutricional e de geração de receitas para as


comunidades, porém, é uma actividade que representa maiores riscos para o investidor,
do ponto de vista de rentabilidade, pois, é difícil prever a qualidade e a quantidade de
pescado que uma embarcação poderá produzir.

De acordo com Ngale, (2012, p. 1) cit. (Smith, 2000; Gabriel et al., 2005) A prática da
pesca artesanal é uma actividade que existe há muito tempo, bem antes do surgimento
da pesca industrial na Idade Média, na Europa, como resultado da maior procura de
bacalhau para alimentação e da baleia para produção de óleo.

A pesca artesanal é realizada com ou sem barco e encontra-se confinada às regiões


costeiras próximas, nos lagos e rios e é caracterizada por uma grande diversidade de
artes e utensílios de pesca. As capturas são, de uma forma geral, para consumo e para a
comercialização no mercado local e constituem a maior parcela de desembarques totais.

O mesmo, espera realizar uma pesquisa do tipo qualitativa, usando o método descritivo,
como forma de apresentar os resultados da pesquisa, contando que contara com a
participação de pescadores que realizam actividades pesqueiras no rio Mucelo, como
grupo alvo do estudo.

A efectivação deste trabalho de monografia científica obedeceu a estrutura de realização


de trabalhos científicos similares em vigor na UCM que comporta os capítulos I:
Aspectos introdutórios; capitulo II: revisão da literatura; capitulo III: Metodologia de
Pesquisa, capitulo IV apresentação, analise e discussão dos resultados para além da
conclusão, referências bibliográficas têm também os elementos pré textuais e pós
textuais.

10
1.2. Problematização
A pesca artesanal é uma actividade tradicional e inscrita na prática social e cultural das
populações costeiras e de algumas regiões do interior de Moçambique. Esta actividade
constitui a maior fonte de rendimento e de emprego para as populações destas zonas.

Estima-se que cerca de 2/3 da população moçambicana vive na zona costeira e ganha a
sua subsistência à custa da exploração dos recursos ali existentes. A principal razão de
atracção da população para a zona costeira está relacionada com o acesso facilitado aos
recursos, à existência de oportunidades, se se considerar que as principais cidades,
serviços e indústrias tais como turismo, comércio e portos estão localizados na zona
costeira (Ngale, 2012, p.2 e 3)cit. Honguane, 2007).

A pesca artesanal no rio Mucelo, é caracteriza, pelo uso das artes de nocivas e não
nocivas ao meio ambiente, actividade realizada pela maior parte dos pescadores, que
olham para esse método como o mais fácil, no processo de captura do pescado. É na
base dessa realidade que surge a necessidade da formulação da seguinte questão para o
estudo: Quais são os impactos negativos do uso das artes nocivas ao meio ambiente na
pesca artesanal no rio Mucelo, no período compreendido entre 2018 - 2020?

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo Geral


 Analisar os impactos do uso das artes nocivas ao meio ambiente na pesca
artesanal no rio Mucelo no período compreendido entre 2018 – 2020.

1.3.2. Objectivos Específicos


 Identificar os tipos de artes nocivas usadas com mais frequência, na pesca
artesanal no rio Mucelo, no Distrito de Nicoadala
 Explicar os impactos do uso das artes nocivas na pesca artesanal no rio Mucelo,
no Distrito de Nicoadala;
 Reconhecer a importância da preservação dos produtos pesqueiros do rio
Mucelo, no Distrito de Nicoadala.

1.4. Perguntas da pesquisa


 Será que os pescadores artesanais no rio Mucelo têm a noção do perigo que as
artes nocivas podem causar sobre o meio ambiente aquático?

11
 O que é que as autoridades estão a fazer para minimizar o uso das artes nocivas
usadas por pescadores artesanais no rio Mucelo?
 Que medidas devem ser desenvolvidas de modo a satisfazer as necessidades dos
pescadores artesanais e salvaguardar as espécies aquáticas no rio Mucelo?

1.5. Justificativa
Sob ponto de vista científico, é importante por poder contribuir nas abordagens
relacionadas a pesca artesanal vs. uso das artes nocivas, no que se revela, ser prejudicial
ao meio ambiente, o que de forma directa afecta a sociedade; sob ponto de vista social,
poderá ajudar a sociedade a compreender os males que essas práticas causam ao meio
ambiente, tanto como as suas próprias comunidades, desde a fonte alimentar a até a
renda familiar; por tanto sob ponto de vista académico, contribui na maior
aprendizagem no assunto em estudo, sendo que como académico, a aprendizagem desse
assunto irá fortificar na intervenção social.

É pertinente o assunto temático visto que com a extinção do pescado prejudica não só a
comunidade local, mas também as futuras gerações. É um tema que preocupa tanto o
governo, os académicos e a sociedade em geral, sendo actualmente uma preocupação
generalizada em Moçambique.

1.6. Delimitação do tema


O presente trabalho, vai abordar sobre o impacto do uso das artes nocivas na pesca
artesanal. Este estudo será realizado no Distrito de Nicoadala, na província da
Zambézia, concretamente no rio que atravessa a ponte Mucelo, onde vai abranger a
comunidade pesqueira que pratica as suas actividades de pesca no rio Mucelo numa área
equivalente a 5 000 m2 incluindo a ponte sobre o rio Mucelo, no período compreendido
entre 2018 – 2020.

O tema deste projecto de pesquisa enquadra-se na cadeira de Geografia de


Moçambique.

12
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Revisão da literatura

2.1.1.Pressupostos Conceituais
 Pesca: O conceito de pesca se estabelece pela retirada de um ser vivo do seu habitat,
que é obrigatoriamente aquático. Por mais que o termo seja derivado da palavra
“peixe” em latim, a pesca se aplica à grande maioria dos animais aquáticos, como
pequenos crustáceos e moluscos, até grandes mamíferos aquáticos como baleias,
(Ngale; 2012, p. 6).

Capece e Gomes, (2013, p. 48), definem a pesca como Actividades de captura ou


apanha de espécies aquáticas; Procura ou tentativa de captura ou de apanha de espécies
aquáticas; Qualquer operação de preparação para a captura ou apanha de espécies
aquáticas compreendendo nomeadamente a instalação ou a recolha de dispositivos para
as atrair ou para a sua procura.

 Pesca artesanal: Capece e Gomes, (2013, p. 48), definem a Pesca Artesanal como
sendo a Pesca realizada com ou sem embarcação (motorizada ou não), sendo que
tendo embarcação esta é de cumprimento inferior a 10 metros e que as artes são
operadas manualmente, utilizando-se sistemas simples de conservação de pescado
abordo (protecção do sol e uso de gelo) e que a zona de pesca é local ou costeira.

Momade (2000, p.2), define a pesca artesanal como sendo de carácter local, produzindo
excedentes para a comercialização, realizada com ou sem embarcação cujo
comprimento total não excede os dez metros, propulsionados a remos, a vela, ou por
motores fora de bordo, ou no interior de pequena potência, utilizando raramente gelo
para a conservação do pescado a bordo e fazendo o uso de artes de pesca tradicional.

 Artes Nocivas: é o acto ou pratica de uso de materiais não apropriados e


prejudicais, para caça ou pesca deixando os meios ambientais degradados. Por
exemplo o uso da rede mosquiteira, e produtos tóxicos na pesca artesanal, e uso das
armadilhas e queimadas na caça. (Fonte: Autor)
 Impacto Ambiental: Bitar e Ortega, (1998, p. s/p), defendem que a definição do
impacto Ambiental está associada à alteração ou efeito ambiental considerado
significativo por meio de avaliação do projecto de um determinado,
empreendimento, podendo ser negativo ou positivo.

13
 Período Defeso: De acordo com o decreto no43/2003 são épocas de interdição da
pesca para protecção da desova.
 Veda: De acordo com o decreto no43/2003, é a interdição da pesca em áreas ou
épocas com vista à protecção de exemplares de juvenis.

2.2. Tipos de Pesca


Abaixo a seguir apresentam-se alguns tipos de Pesca de acordo com Capece e Gomes,
(2013, p. 48):

Pesca artesanal: Pesca realizada com ou sem embarcação, que pode ser motorizada ou
não. As artes são operadas manualmente. Utilizam-se sistemas simples de conservação a
bordo (protecção do sol e gelo). A zona de pesca é local ou costeira e as campanhas são
normalmente de um dia no mar.

Pesca de pequena escala: A que abrange a pesca artesanal e a semi-industrial.

Pesca submarina: Captura de produtos pesqueiros feito através de mergulho e com


utilização de uma arma submarina.

Pesca de subsistência: Pesca praticada com ou sem embarcação com meios artesanais
elementares, e que constitui uma actividade secundária para as pessoas que a praticam,
fornecendo bens alimentares para o consume próprio e não produz excedentes
significativos comercializáveis.

Pesca familiar: A actividade de pesca é praticada por pescadores da mesma família que
não têm patrão (ou que faz parte da família) e não se efectuam remunerações.

Pesca semi-industrial: aquela que é realizada com recurso em embarcações de


tamanho médio entre 10 e 20 metros de comprimento e em geral com autonomia de
conservação a bordo. Ela é desenvolvida ja em moldes empresariam sendo seu espaço
de actuação relativamente maior, pois ja pode ser praticada em alto mar. Tem como
finalidade, consumo e comércio interno.

Pesca industrial: aquela que é praticada no alto mar, cujas embarcações que vão acima
de 20 metros de comprimento, (barcos de grande porte, navios...), que tem como
finalidades comercio interno e externo.

14
2.3. Características da pesca artesanal a nível internacional
As regiões costeiras são importantes para a Humanidade, tanto do ponto de vista
ecológico e cultural quanto do ponto de vista económico e social. “Cerca de 60% da
população mundial vive num raio de até 60 km da orla litorânea e estima-se que essa
proporção aumente para 75% em 2025” (AGENDA 21, 1992, p. s/p).

Autores como Marchesin e Rui (1985), citados por Oliveira (1988) e FAO (2007),
defendem que a actividade pesqueira é uma das formas mais democráticas em todo o
mundo para gerar emprego e renda. A mesma tem sido a responsável pelo sustento de
grande parte da população mundial.

Uma boa parte das populações da Ásia, África e América Latina depende das pescarias
de pequena-escala e de subsistência no combate à pobreza, sendo este o primeiro dos 8
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (FAO, 2005, p. s/p).

A pesca artesanal caracteriza-se pelo uso de pequenas embarcações, com menor esforço
unitário de pesca. O regime do trabalho é familiar ou através de grupos de vizinhança ou
parentesco, ou seja, nem sempre a unidade familiar corresponde ao grupo de pescadores
que efectuam o trabalho de captura do pescado. Entretanto, os indivíduos da família
executam, em intensidade variável, outras tarefas importantes no processo de produção,
como o processamento do pescado e a manutenção de equipamentos de pesca. A
unidade familiar frequentemente combina as outras actividades, como por exemplo, a
agricultura, nas comunidades rurais que também possuem terra, a construção civil e o
comércio, nas comunidades pesqueiras situadas em meio urbano (Shatz, 2002, p. s/p).

A quantidade de peixe e produtos da pesca produzidos constitui pelo menos 20% da


proteína animal consumida por 2,6 milhares de milhões de pessoas em todo o mundo,
sem considerar a significativa contribuição da pesca de subsistência, geralmente não
contemplada pelas estatísticas oficiais (FAO, 2007, p. s/p). Para além de fornecer a
proteína animal, a pesca contribui para o bem-estar humano na geração de trabalho e na
manutenção de economias formais e informais, não só ao nível da pesca mas também
considerando o emprego em processamento, venda e transporte (FAO, 2007, p. s/p).

Nos países em desenvolvimento, a pesca encontra-se sob elevada e crescente pressão,


provocada pelo crescimento de outras actividades que competem por espaço e recursos
como o turismo, a aquacultura, a exploração de petróleo e hidrocarbonetos e o aumento
populacional nas zonas costeiras, onde a globalização é também um aspecto

15
condicionante da pesca artesanal, principalmente pela falta de recursos financeiros e de
organização nas comunidades piscatórias dos países em desenvolvimento, que não
permitem acompanhar a internacionalização dos mercados da indústria pesqueira
(Nielsen et al, 2004, p. s/p).

2.4. Caracterização da Pesca Artesanal em Moçambique


No caso específico de Moçambique, um país com uma extensa linha de costa banhada
pelo Oceano Índico, que se estende desde os paralelos 10º27’S até aos 26º52’S, a costa
é caracterizada por uma ampla variedade de habitats tais como praias arenosas, recifes
de coral, estuários, baías, mangais e ervas marinhas. A distribuição e abundância dos
recursos aquáticos, os métodos e técnicas da sua exploração dependem das
características físicas da costa e reflectem essa mesma diversidade (Afonso, 2006;
Chemane et al. 1997, Van der Elst et al., 2005)cit. por (Ngale, 2012, p.6).

Em Moçambique, os métodos e as artes de pescas usados são similares em quase todas


as regiões. Assim os principais tipos são basicamente arrasto de praia, emalhe de
superfície, emalhe de fundo, rede de tubarão, linha de mão, gaiola para caranguejo,
gaiola de peixe, gamboa, rede de cerco, pesca submarina, recolha de fauna
acompanhante, e recolecta. É de referir que maioritariamente as embarcações artesanais
são construídas manualmente pelos carpinteiros artesanais ou próprios pescadores e
usando preferencialmente a mangueira, cajueiro, umbila, entre outros tipos de madeira.

A determinação dos rendimentos obtidos, mostra-se particularmente difícil devido


sobretudo a factores como, inexistência de pontos fixos de desembarque do pescado,
falta de capacidade de controlo das instituições competentes, insuficiência de
informação, flutuação dos preços e o próprio destino do pescado.

Comparando com os restantes sub-sectores da pesca, a pesca artesanal é responsável


pelo maior número de empregos directos. Adicionalmente, a geração de emprego a
pesca artesanal é amplificada cerca de 3 vezes pelo processamento, comercialização e
transporte dos produtos da pesca (Degnbol et al., 2002, p.56).

Apesar do papel social importante da pesca de subsistência e de pequena-escala, este


sector tem sido sistematicamente negligenciado pelos gestores da pesca, que favorecem
os sectores da pesca mais industrializados (Degnbol et al., 2002, p.57).

16
As principais razões apontadas para a falta de reconhecimento da importância da pesca
artesanal e de pequena-escala são a informação inadequada e a falta de conhecimento de
alguns aspectos fundamentais relativos à dinâmica social, económica e institucional
(FAO 2007, p. s/p).

2.5. Artes da Pesca Artesanal


De acordo com IDPPE (2002) cit. por Michaque, (2008, p. 6 e 7), A pesca artesanal
Moçambicana tem como principais artes de pesca:

Linha de Mão - Arte constituída por uma linha ou fio contendo na sua extremidade um
ou mais anzóis para fixação das iscas e captura do peixe

Emalhe de Fundo: Arte constituída por um pano de rede regular de malha, de altura e
cumprimento variáveis, colocada no fundo do mar, por acção de pequenos pesos. O
peixe é retido pelos opérculos ou barbatanas ao tentar atravessar as malhas.

Arrasto de Praia: Arte de pesca que consiste numa rede formada por um saco de
malhas pequenas prolongadas por duas asas de malha relativamente maior, e que
possuem amarradas na sua extremidade longos cabos de corda para puxar a rede. A rede
é usada em praias marítimas e fluviais, e é lançada à água a partir de uma pequena
embarcação sendo posteriormente puxada para arrastar o pescado para os pescadores
posicionados na terra.

Rede de Cerco - Arte que consiste num pano de rede de malhas variáveis que é lançada
ao mar em forma circular para captura de peixe, geralmente em cardumes.

Gaiola - Armadilha de construção e dimensões variáveis e forma diversa (cilíndrica,


poliédrica ou caixa rectangular) com uma abertura (boca) num dos lados por onde se
introduz o pescado, ficando depois impossibilitado de fuga, continuando porém no seu
meio aquático normal. As gaiolas podem ser constituídas de caniço, variáveis metálicas
ou outro material.

Gamboa – consiste numa fila de várias estacas fixas na terra onde durante o maré baixa
(Vazante), é coberta por grandes extensões de redes ou esteiras de caniço para retenção
de pescado na maré vazante.

Rede de Tubarão: espécie de rede de emalhe de fundo de malhas grandes para a


captura do tubarão e outros peixes de grande porte.

17
Tarrafa - Arte que consiste num pequeno pano de rede de emalhe pequena ligada a
duas laterais servindo para puxar a rede por pessoas. É usada junto a margem dos rios,
praias para captura de peixe pequeno e camarão miúdo.

2.6. Importância do sector das pescas para o país e para as famílias.


A pesca artesanal em Moçambique é praticada por diferentes segmentos da população
nas zonas costeiras usando embarcações, em certos casos, com algum grau de
especialização e artes de pesca convencionais. Esta actividade tem um papel importante
nas comunidades pesqueiras porque providencia o pescado para o consumo dos
membros das famílias e o excedente é comercializado, criando fonte de rendimento para
os pescadores e pode ser praticada com carácter familiar ou em moldes empresariais
(Lopes e Gervásio, 1999) cit. por (Ngale, 2012, 7).

2.7. Impacto da Pesca Artesanal ao meio Ambiente


O estado dos recursos pesqueiros reflecte a situação ambiental do meio aquático onde se
encontram. Os recursos pesqueiros sofrem da destruição causada aos ecossistemas pelos
interesses presentes, sendo de destacar as consequências resultantes da degradação da
floresta mangal, erosão costeira, poluição dos rios, e estuários pelos esgotos domésticos
e resíduos industriais, degradação dos corais, utilização de artes nocivas, etc. todas estas
agressões ambientais reflectem-se negativamente na produtividade da actividade
pesqueira e em última estância causam efeitos adversos nas actividades sociais e
económicas das comunidades pesqueiras, afectando a saúde, segurança alimentar, e
bem-estar no geral.

Por outro lado as comunidades pesqueiras pressionadas pela pobreza e a necessidade de


sobrevivência, actuam de forma predatória, sobre os recursos e meio ambiente. Existe
uma forte relação entre a pobreza e o ambiente. As comunidades pobres tendem a
depender para a sua subsistência diária, de actividades que agridem directamente o
ambiente nomeadamente o uso das artes de pesca nociva.

A conservação e preservação dos ecossistemas aquáticos e do meio ambiente em geral


são condições para a melhoria das condições sociais e económicas das comunidades
dependentes da pesca artesanal, que facilitam as sustentabilidade dos rendimentos de
agregado familiar dos pescadores artesanais.

18
2.8. Distrito de Nicoadala

2.8.1. Indicadores Demográficos do Distrito


O Distrito de Nicoadala, com uma superfície de 3.525 Km², representando cerca de 6%
do território da Zambézia, fica situado a Sudeste da província da Zambézia, entre os
paralelos 17o 10’ Sul e 18o 02’ de latitude Sul e, entre os meridianos de 36o 21’ e 37o
46’ de longitude Este. É limitado a Norte pelos distritos de Mocuba, a Sul com os
Distritos de Mopeia, e Morrumbala; a Este pelo distrito de Quelimane e Oeste o distrito
de Namacurra. (Mettier; 2005). (METTIER, 2005, p. 9)

2.8.2. Projecção da população


Segundo a projecção populacional de 2017 o Distrito possui actualmente cerca de
157.663 habitantes, sendo: 76.467 Homens e 81.196 Mulheres, a densidade
populacional é de 44,7 km2. Administrativamente o Distrito conta com 1 Posto
Administrativo e 4 Localidades, sendo: a de Nicoadala Sede, Namacata, Munhonha e
Nhafuba, (METTIER, 2005, p. 2)

2.8.3. História, Cultura e Sociedade


Nicoadala é um nome composto formado por duas palavras bem conhecidas e faladas
pelos habitantes desta região. A primeira é NICUA que significa morrer e a segunda é
DALA que significa fome.(METTIER, 2005, p. 7).

De acordo com depoimentos populares, em tempos que já lá vão, apareceu um colono


que, ao deparar-se com uma multidão reunida junto ao rio Elege, quis saber porque
estavam aquelas pessoas ali reunidas e que problema é que as mesmas enfrentavam. À
sua pergunta, as pessoas responderam: NICUADALA, ou seja, que estavam a morrer de
fome. Isto, porque a região enfrentava sérios problemas de falta de alimentos e, por isso,
as populações morriam de fome.(METTIER, 2005, p. 8)

2.8.4. Clima, Relevo e Solos


O clima do distrito é predominantemente do tipo “Tropical Chuvoso de Savana - AW”
(classificação de Köppen), com duas estações distintas, a estação chuvosa e a seca.

A precipitação média anual é cerca de 1.428 mm na faixa costeira (estação da cidade de


Quelimane), enquanto a evapotranspiração potencial média anual é cerca de 1.477 mm.
A maior queda pluviométrica ocorre sobretudo nos meses de Novembro de um ano a
Abril do ano seguinte, variando significativamente na quantidade e distribuição, quer

19
durante oano, quer de ano para ano, e a temperatura média é de 25.6ºC. (METTIER,
2005, 2)

Geomorfologicamente o distrito é repartido em duas unidades distintas nomeadamente:


Bacia Sedimentar que compreende os sedimentos recentes do Quaternário constituídos
pelas dunas costeiras consociadas com as areias hidromórficas, sedimentos fluvio-
marinhos (mangais) e os aluviões dos rios, e ainda pelos depósitos fragmentados da
plataforma de manangas que constituem sedimentos do Terciário e mais para Norte
(interior), (METTIER, 2005, 2)

2.9. Rio Mucelo

2.9.1. Historial e Origem


Com uma extensão de aproximadamente 80 quilómetros, o rio Mucelo tem origem
histórica complexa, sendo que nasce dos afluentes do rio do Bons Sinais na região de
Muanange, fazendo um percurso nas áreas dos Distritos de Quelimane, Nicoadala e
Namacurra, passando pelos vários povoados dos distritos referenciados, sendo:
Wachita, Muanamabene e Mucelo Ponte no Distrito de Nicoadala; Mutange Dsitrito de
Namacurra e desagua no rio Mixixine.

O rio Mucelo, é constituída por águas doces e salgada, sendo que depende de época por
época, considerando que ele recebe águas dos outros rios, com destaque para rio Licuar
na zona do Mizora e o rio Namacurra na zona de Mutange, rios esses com
características de água doce, que faz com que na época chuvosa, ele seja constituído por
água doce, resultante das enchentes das águas dos rios Licuar e Namacurra, já na época
seca, é constituída por água salgada, resultante da maré alta do rio dos Bons sinaisque é
caracterizada por água salgada.

O rio possui várias espécies marinhas dentre elas peixes: telaphia (pende), peixe barba
ou peixe gato (Mucadje); caranguejos, camarão, entre outras. Tem um grande papel na
vida das comunidades, pois ela fornece vários tipos de pescado que servem para
alimentação e fonte de arrecadação de renda familiar, agua para o uso doméstico e para
irrigação de campos.

2.9.2. Povoado do Mucelo Ponte


O povoado do Mucelo ponte, pertence a localidade de Namacata, Posto Administrativo
de Nicoadala sede, com um número de habitantes aproximadamente igual 912 no total,
sendo desses 508 mulheres. A situação geográfica do Mucelo, a norte faz fronteira com

20
Povoado de Marrongane, a sul, com povoado Wachita, a este com povoado de Cerâmica
e oeste com a Localidade de Nicoadala Sede.

A população desse povoado se ocupa com actividades de agricultura e pesca, as quais


são as bases da sua sustentabilidade, e fonte de renda familiar. Quase toda a população
desse povoado usa o rio Mucelo para vários fins como: tomar banho, lavar a louça,
cozer os alimentos, lavar a roupa, irrigar os campos e para actividades pesqueiras.

21
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1. Tipo de pesquisa


Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 15), a pesquisa pode ser considerada um
procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento,
científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir
verdades parciais. Daí que para esse estudo vai realizar pesquisa bibliográfica, que
segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se do
levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o
assunto que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias,
teses, dissertações, material cartográfico, com o objectivo de colocar o pesquisador em
contacto directo com todo material já escrito sobre o mesmo. E também irá realizar
pesquisa descritiva, que de acordo com Almeida, (1996, p.104), tal pesquisa observa,
regista, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do
pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua natureza,
características, causas, relações com outros fatos. Assim, para colectar tais dados,
utilizam-se técnicas específicas, dentre as quais destacam-se a entrevista, adjuvado pelo
guião de entrevista e observação directa adjuvado pelo bloco de notas e máquina
fotográfica.

A pesquisa descritiva será desenvolvida na abordagem qualitativa. A opção pela


abordagem qualitativa de pesquisa se deu por esta ter a preocupação com a interpretação
dos significados atribuídos pelos sujeitos às suas acções, além de levar em conta todos
os componentes de uma situação em suas interacções e influências recíprocas,
defendendo uma visão holística dos fenómenos (Gil, 2008, p. s/p).

Para aplicação prática, escolhe-se o modelo de pesquisa de campo, que de acordo com
Lakatos; Marconi, (1996, p. 75), É a pesquisa em que se observa e colecta os dados
directamente no próprio local em que se deu o fato em estudo, caracterizando-se pelo
contacto directo com o mesmo, sem interferência do pesquisador, pois os dados são
observados e colectados tal como ocorrem espontaneamente

3.2. Local de estudo


O presente estudo será realizado, no rio Mucelo, localizado na localidade de Namacata,
distrito de Nicoadala. Considerando o rio Mucelo, como vasto, o estudo tem

22
especificamente o local do estudo no povoado no rio Mucelo, numa área igual a 5000
m2 incluindo zona da ponte sobre o rio Mucelo.

3.3. Universo e amostra

3.3.1. Universo
Para Silva e Menezes (2005, p.32), população (ou universo da pesquisa) é “a totalidade
de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um determinado
estudo”

População deste estudo corresponderá 912, número total de população do Mucelo,


sendo deste, número 508 mulheres, 404 Homens.

3.3.2. Amostra
Richardson (1999, p. 157) entende que Amostra “é uma parte da população. Ou
melhor, cada unidade ou membro de uma população, ou universo, denomina-se
elemento, e quando se torna certo número de elementos para averiguar algo sobre a
população a que pertencem, fala-se de amostra”

A amostra para este estudo é constituída de 20 indivíduos dos quais 7 mulheres e 12


homens moradores de Mucelo, e um técnico de pesca dos serviços Distritais de
Actividades Económicas do Distrito de Nicoadala, com idade média igualam 19 anos de
idade. Para a selecção da amostra será feita de forma aleatória, privilegiando sua
disponibilidade e tempo de habitação no povoado de Mucelo.

3.4. Técnicas de recolha de dados

Para a recolha de dados, será aplicada uma entrevista estruturada, adaptado pelo autor, e
observação directa, que de acordo com Gil (2008), este método apresenta como
principal vantagem em relação as outras técnicas ao permitir perceber directamente os
factos pesquisados, sem qualquer intermediação. Assim, para colectar tais dados,
utilizam-se técnicas específicas, dentre as quais destacam-se a entrevista, adjuvado pelo
guião de entrevista e observação directa adjuvado pelo bloco de notas e máquina
fotográfica.

3.5. Instrumentos ou ferramentas de análise de dados


Os instrumentos ou ferramentas para análise de dados serão o guião de entrevista e
blocos de nota.

23
O Guia de Entrevista é um instrumento que contém as questões de uma forma
organizada e sequenciada que vão ajudar o autor a ser directo e objectivo no processo de
entrevista.

O Bloco de Notas é uma ferramenta que vai adjuvar a observação directa do autor
através de registo de fenómenos ou processos observados no campo de estudo.

24
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS

Neste capítulo, subordinado à análise e discussão dos resultados do trabalho de campo,


pretende-se, recorrendo ao inquérito, a entrevistas e à observação directa, explicar o
comportamento das variáveis em análise.
No que tange a visão dos Serviços Distritais de Actividades Económicas podemos trazer
uma abordagem nos seguintes termos:

Na questão que fala da distribuição dos pescadores por género


Durante o inquérito verificou-se maior afluência de pescadores do sexo masculino no
distrito Nicoadala na povoação de Mucelo onde foi realizada, o que era de se esperar
pois esta comunidade é caracterizado por este género na sua maioria.

Tabela1: Inquérito dos moradores por género


Inquérito dos moradores por género
Homens Mulheres
12 7
63% 37%

Inquerito dos moradores por género


Inquérito dos
moradores por
género
Mulheres
37% Inquérito dos
moradores por
género Homens
63%

Segundo os dados colhidos ao longo do trabalho de campo, a idade média dos


pescadores na comunidade de pesca de Mucelo é de 37 e 45 anos, variando de 20 a 62
anos, em que mais de metade dos inquiridos tem idade inferior a 35 anos.
Na comunidade de Mucelo, a divisão do trabalho por sexo continua a obedecer aos
hábitos, costumes, história e cultura transmitida de geração em geração durante muito

25
tempo por isso, os homens dedicam-se a pesca, vista como actividade mais dura e com
maiores riscos e as mulheres dedicam-se a comercialização.
Importa ainda referir que as mulheres referidas como pescadoras na comunidade não se
fazem ao mar. Elas são proprietárias dos barcos ou das artes de pesca e controlam a
actividade realizada pelos seus trabalhadores (homens) que se fazem ao mar para
pescar.

Na pergunta do número dois onde fala da ocupação dos moradores do povoado do


Mucelo conseguimos encontrar as características das comunidades.
O agregado familiar dos pescadores da comunidade é constituído em média por seis
membros e em cada agregado, uma das duas pessoas não trabalham.
O nível de escolaridade dos pescadores nas comunidades de pesca é, de modo geral,
muito baixo. Os pescadores da comunidade de Mucelo têm nível de escolaridade mais
baixo.
De notar que no Mucelo a percentagem dos pescadores sem nenhum nível é superior. A
prática da actividade pesqueira na comunidade não está directamente relacionada com o
nível de escolaridade, mas sim com o facto de esta actividade constituir alternativa de
emprego e garantia de sustento familiar.

Ao defenderem que a pesca artesanal é crucial para muitas comunidades pesqueiras,


pois representa uma base do seu bem-estar socioeconómico, em termos de emprego,
renda e segurança alimentar e não depende muito do nível de escolaridade dos
envolvidos.
A técnica de observação directa e de entrevista permitiu perceber que a fraca
participação dos pescadores nas actividades agrícolas deve-se à exiguidade de espaços
para a prática da agricultura no distrito (particularmente junto das suas residências,
devido à transformação de espaços reservados para agricultura em novos bairros
residenciais) e a fraca produtividade dos solos devido à escassez das chuvas.
No que A terceira pergunta do questionário dos pescadores foi a seguinte: Há quanto
tempo habita nesta região do Mucelo Ponte?
Tabela 3: Tempo de vivência no Mucelo

26
Referência Inqueridos Percentagem
A menos de 1 ano 5 26%
Intervalo de 2-5 anos 4 21%
Mais de 5 anos 7 37%
Vivenda temporária 3 16%
Fonte: Autor

Gráfico 1: .

Tempo de Vivência no Povoado

16% 26%
A menos de 1 ano
Intervalo de 2-5 anos
37% 21% Mais de 5 anos
Vivenda temporária

Pode observar através do gráfico que 84% dos pescadores que estão naquela
comunidade do Mucelo Ponte, esse valor compreende a maioria dos pescadores
entrevistados são residentes naquela zona.
Os moradores que responderam estar naquela comunidade acima de um ano, isso quer
dizer que os mesmos, não vêm para ficar temporariamente os mesmos se justificaram:
por ser uma zona que há facilidade pesqueira e com facilidade de vivência, ainda outros
por ser uma zona atraente de vários factores ou mesmos outros dizem que são naturais
daquela desde os tempos.
Dessa maneira verifica-se que a maioria dos moradores da comunidade dos pescadores
tem interesse pela estadia na zona mesmo apesar das dificuldades que eles possam
enfrentar em casos de inundações, pois, a mesma proporciona bom ambiente para os
moradores da comunidade dos pescadores.
Os moradores da comunidade dos pescadores que responderam que estão lá como
vivenda temporária que compreende a uma minoria de 16%, justificaram que o mesmo
vem para fazer o seu pescado para comercialização e seu sustento diário por falta de

27
emprego se dedicam a fazer essa viagem ate a comunidade de Mucelo ponte, tendo suas
residências numa outra zona por isso ficam ali por um tempo determinado.
No que diz respeito à habitação, o maior número de pescadores vive em casas com
paredes feitos de caniços e cobertura de capim ou chapas de zinco. A estes grupos de
pescadores que vivem em casas de paredes de caniço e capim, representando 70,0% e os
de parede de caniço e chapas de zinco representa20% e 5% palhotas.

Estes dados permitem concluir que a maioria dos pescadores do Mucelo ponte reside em
casas construídas com base no material precário, não conseguindo satisfazer cabalmente
um dos principais indicadores de desenvolvimento: casa segura e condigna.
Outro indicador de desenvolvimento é o uso ou não da corrente eléctrica, e neste
indicador os dados mostram que nesta comunidade não existe a rede eléctrica.
Passando para Outra pergunta do questionário foi a seguinte: É pescador? Se sim, a
quanto tempo pratica esta actividade de pescaria?
Neste chama se atenção porque nem todos os que vivem na comunidade do Mucelo
Ponte são pescadores, o número apresentado na amostra em estudo todos são pescadores
mas se diferenciando do tempo de permanência na arte de pesca segundo mostra a
tabela.
Tabela 3: Tempo de permanência na actividade pesqueira
Tempo de permanência Inqueridos Percentagem
5 anos 2 11%
9 anos 5 26%
Mas de 10 anos 12 63%

Tempo de Permanência na Actividade Pesqueira 5 anos


11%

9 anos
26%
Mas de 10
anos
63%

No entanto segundo a permanência dos moradores inqueridos na arte da pesca mostra


que os mesmos já estão nesta área faz muito tempo, acredita se que os mesmos sabem

28
dizer sobre uso de artes nocivas na pesca, percebe-se a motivação dos pescadores
através dos seus depoimentos na pergunta feita, Sendo que para um essa profissão é
pouca valorizada por crescer com seus parentes que já vem desde dos tempos remotos a
praticar da mesma actividade por muitos moradores. Um dos principais problemas
decorrentes dessa situação é a longa jornada de trabalho, outro é a necessidade de estar
no mar por longas horas para aquisição do seu produto, sem deixar de traz as artes
usadas precisa de estarem na água sendo umas de redes de arrasto como ilustra a
imagem.

Na pergunta: Que tipo de instrumentos utiliza para captura do pescado?

Para esta pergunta recebemos como resposta na maioria dos pescadores inqueridos que
usam barcos a remo, outros tipos de barcos (casca de arvores), redes de arrasto,
Gamboa, Gaiola, Rede de Cerco, Tarrafa e linha de mão, levando em consideração
sobre o uso dos materiais por eles mencionados pode se dizer que um número bastante
reduzido de pescadores de Mucelo beneficiou-se de financiamento do Fundo de
Desenvolvimento Local e do Fundo de Crédito Rotativo. Este último é uma iniciativa
dos próprios pescadores da comunidade, que contribuem mensalmente com um valor de
50 meticais, a fim de fazer face a situações de falta de dinheiro para o desenvolvimento
da actividade, assim como os casos de falecimento dos membros chamado de fundo
social da comunidade. Em situações em que um dos membros necessita de apoio, e
comprovada a justificação, este é apoiado, devendo reembolsar o valor, no período de 6

29
meses, com uma taxa de juros de 1%. É de salientar que para aceder a este fundo os
membros não submetem projectos, muito menos apresentam garantias.

No referente ao Fundo de Desenvolvimento Local, proveniente do Orçamento do


Estado, os requerentes submetem projectos aos conselhos consultivos locais, para
avaliação, e, aprovado, o projecto é financiado e fixa-se um prazo de reembolso de 2
anos, com uma taxa de juros de 2%.
Os dados ora apresentados concordam com a conclusão de Momade (2006), ao
argumentar que, apesar do papel importante da pesca de subsistência e de pequena-
escala, este sector tem sido sistematicamente negligenciado pelos gestores da pesca, que
favorecem os sectores da pesca mais industrializados. Os dados levaram à percepção de
que as dificuldades no acesso ao financiamento tornam difícil o acesso aos materiais de
pesca e influenciam directamente na qualidade e quantidade do pescado.
A ausência ou dificuldade no acesso aos materiais de pesca impede o desenvolvimento
harmonioso da actividade pesqueira tanto no litoral assim como nas zonas mais
afastadas da costa. Os baixos níveis de financiamento justificam o uso frequente de
pequenos barcos, construídos na base de madeira e propulsionado a remo e casaca de
arvores, o que aumenta cada vez mais a vulnerabilidade dos pescadores à pobreza, em
que 90% destes tem pouco acesso aos materiais de pesca. Foram encontrados 10% dos
pescadores que não têm acesso a estes materiais importantíssimos para o
desenvolvimento da actividade pesqueira nas suas comunidades.

O acesso ao financiamento é fundamental na melhoria dos níveis de acesso aos


materiais de pesca e, consequentemente, o aumento da produção na pesca artesanal.

A produtividade na pesca artesanal é muita das vezes associada à propriedade da


embarcação. Assim, metade do total dos pescadores afirma ser dono de pequenas
embarcações, e a outra metade é do grupo dos que não possuem embarcações. Este
estudo mostra a existência de muitos pescadores que não possuem embarcações próprias
e presume-se que este facto seja originado por dificuldades no financiamento do sector
da pesca artesanal no distrito de Nicoadala na localidade de Mucelo.
Referente a pergunta da arte de pesca que utilizam na sua opinião, achas que tem
um impacto negativo para o ecossistema marinho, obtivemos muitas respostas que
primeiro comecemos por seguinte, A principal arte de pesca usada em Mucelo para a
captura de pescado é a arte Gamboa com 83% de utilizadores.

30
Esta arte Gamboa tem um comprimento que varia de 500m a 1000 metros, e as mesmas
que consiste numa fila de várias estacas fixas na terra onde durante o maré baixa
(Vazante), é coberta por grandes extensões de redes ou esteiras de caniço para retenção
de pescado na maré vazante, onde tem a possibilidade de captura de qualquer tipo de
espécies mesmo as em via extinção, sendo elas de tamanho menor ou maior o que leva a
se fazer no pescado, porque o tamanho mínimo de malha autorizado por lei (Lei das
Pescas) para captura do pescado é de 38mm. Apesar desta disposição legal, através da
observação directa percebeu-se que um número indeterminado de pescadores utiliza arte
de Gamboa, com malha inferior à regulamentada, concretamente as chamadas redes de
de arrasto. Esta arte Gamboa é usada com o objectivo de alcançar maior produtividade,
a necessidade de maior quantidade de pescado para assegurar alimento para as famílias
e comercializar, pois quando os rios têm pouco recurso pesqueiro alguns pescadores
recorrem ao uso de redes com malhagem mais fina a fim de capturar espécies mais
diversificadas visando a obtenção de maior lucro.
Como consequência, agrava-se a situação de extinção algumas espécies marinhas,
escassez do pescado e pobreza do meio ambiente, colocando-os numa situação de
vulnerabilidades de natureza económica e social, tornando-se um desafio ainda maior do
ponto de vista ambiental, uma vez que estas artes causam efeitos nocivos aos ambientes
ecológicos marinhos. O uso de redes de pesca com malhas finas (que ocorre de forma
clandestina) tem sido uma prática no seio dos pescadores em muitos países.

31
Sobre a pergunta do questionário que foi a seguinte: Como tem comportado o rio
Mucelo durante os três últimos anos relativamente abundância do peixes?
Obtivemos as seguintes respostas.
Segundo os pescadores há escassez do pescado nos últimos três anos em comparação
aos anos que lá se foram.
Para essa questão opinamos que isto deve se devido o uso das artes nocivas que os
pescadores do povoado vem usando a anos, não respeitando o tempo de veda para
reprodução das especiais e período defesos sendo uma época de interdição da pesca para
protecção da desova, podemos dizer que a deficiente fiscalização do pessoal dos
serviços de actividades económicas, caso não se tome medida poderá abranger varias
camadas sociais que poderiam se beneficiar deste rios digamos a gerações vindouras.

A penúltima pergunta do questionário dos pescadores foi a seguinte: O que é que os


pescadores as comunidades fazem para contribuírem a preservação das espécies
marinhas?
Essa questão levou-nos a concluir que os pescadores da comunidade de Mocelo Ponte
não têm noção sobre a extinção do pescado, alegando que a escassez do peixe no rio
deve se a situações espirituais associado a falta de chuvas o que lhes leva a fazer um
ritual tradicional fazendo oferendas aos antepassados, mesmo assim a situação
prevalece, estes não sabendo será difícil saber como preservar. Nisso, podemos concluir
que os, pescadores nada fazem para contribuírem na preservação das espécies marinhas
do rio Mucelo.
Na última pergunta que diz: como pescador, o que o governo deve fazer para travar com
a extinção de espécies pesqueiras no rio Mucelo?
Perante esta pergunta redigida aos pescadores a maioria dos inqueridos pedem apoio
económico e financeiro para compra do seu material adequado segundo a lei pesqueira.
A falta de sensibilização por parte dos técnicos dos SDAE.

Na visão dos técnicos dos serviços distritais de actividades económicas de Nicoadala


sobre o impacto do uso das artes nocivas foram obtidos através do questionário
destinado a eles um role de respostas que podemos apresentar em forma de resumo:
Perguntamos ao técnico: Há quanto tempo exerce a função de técnico?
Obtivemos as seguintes respostas. Exerço esta função a mais de cinco anos.

32
Com esta respostas concluímos que o técnico tem muita experiencia na área de pesca
sabendo por lei tudo o que e nocivo na arte pesqueira.
Na questão a seguir sobre: Os pescadores artesanais do rio Mocelo têm licença para
prática da pesca?
O técnico inquerido diz que os pescadores artesanais não possuem licença para a pesca,
fazendo com que os mesmos não tivessem um financiamento por parte do governo.
Na opinião do autor isto revela que os pescadores não têm acesso a financiamento por
motivo de não estarem licenciados, o que revela que no banco de dado do SDAE não
aparece o registo dos mesmos para uma planificação eficaz dos técnicos para supervisão
e assistências técnica.
A outra pergunta que diz: O que e que a estrutura local ou governamental esta a
fazer para diminuir o uso das artes nocivas por parte dos pescadores?

A estrutura local respondeu que tem um plano para poder diminuir uso das artes nocivas
sendo que os técnicos passaram nas comunidades próximas aos rios para auferir de
perto quais são os moradores que praticam arte de pesca para com isso poderem fazer
um registo e licenciar os mesmos para o benefício futuro. A Posterior farão palestra
sobre uso das artes nocivas que consequências esta arte traz para o meio ambiente
marinho e para sociedade no futuro sendo a extinção da espécie marinha.

Na pergunta: O que e que tem a dizer sobre a pesca artesanal, extinção do pescado e
a pesca ilegal?

Para esta pergunta a segundo Momade (2000, p.2) a pesca artesanal é de carácter local,
produzindo excedentes para a comercialização, realizada com ou sem embarcação cujo
comprimento total não excede os dez metros, propulsionados a remos, utilizando
raramente gelo para a conservação do pescado a bordo e fazendo o uso de artes de
pesca tradicional. Devido a este acto os moradores do povoado usam frequentemente as
artes nocivas para a captura do pescado sendo um dos meios tradicional na pesca
artesanal. Sobre a extinção do pescado e a pesca ilegal nos como SDAE temos a dizer
que a extinção do pescado e notório no rio Mucelo porque se formos a fazer uma
pequena comparação entre os anos que lá se foram com os actuais, observamos a não
existência de pescados de qualidade e em grandes quantidades. Como a maior parte dos
pescadores do Mucelo não possuem licença para exploração do rio isso chamamos de
pesca ilegal, por isso o que é legal é conhecido e tem registo nos serviços distritais de
actividades económicas.
33
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões
O estudo nos levou há conhecer um pouco sobre o impacto do uso das artes nocivas ao
meio ambiente na pesca artesanal no distrito de Nicoadala, assim analisou se os
impactos do uso das artes nocivas ao meio ambiente na pesca artesanal no rio Mucelo, a
pesca artesanal é o acto ou pratica de uso de materiais não apropriados e prejudicais,
para caça ou pesca deixando os meios ambientais degradados. Por exemplo o uso da
rede mosquiteira, e produtos tóxicos na pesca artesanal, e uso das armadilhas e
queimadas na caça, no caso das comunidades em estudo, o impacto das artes nocivas ao
meio ambiente não tem visto muito este aspecto negativo porque as artes nocivas lhe
traz muitos benefícios no pescado, não tem observado que o mesmo degrada o meio
ambiente e prejudica a produção futura nos rios, o que constitui um factor inibidor para
o exercício da actividade pesqueira no Distrito de Nicodala.
De acordo com os resultados obtidos, que são verificados e expressos através do
inquérito feito, percebe-se que a actividade da pesca artesanal é um meio do estar dos
pescadores porque têm resultados positivos e isso mostra que estão a obter lucros nesta
actividade mas não tem noção que uso destas artes nocivas traz grandes consequências
futuras no ambiente marinho.
Ainda se desta que não foi fácil em dialogar com os técnicos dos serviços distritais
devido a grande ocupação destes não deixando de lado que para se dirigir aos moradores
devia se usar meios adequados como o uso da língua local para fácil comunicação com
os pescadores e ainda temos a dizer sobre a via de acesso que tivemos de caminhar
enormes distancia devido ao tipo de terreno existência lá ate chegar a residência da
comunidade dos pescadores do Mucelo, para existência do e conclusão do trabalho foi
preciso a colaboração de um técnico que temos muito agradecer e aos pescadores do
Povoado do Mucelo que sem eles não seria possível a elaboração do ao terminar dizer
que os técnicos e os pescadores devem fazer uma parceria de forma a existência de uma
associação dos pescadores daquela comunidade porque existindo um líder será capaz de
se licenciar muitos pescadores e com isso passaram a usar matérias exigido pela lei
assim evitaria o uso das artes nocivas.

34
5.2.Recomendações

5.2.1. Recomendação para os pescadores


 Criar uma cooperativa dos pescadores aquisição do material para manutenção dos
seus meios pesqueiros;
 Evitar fazer uso de artes nocivas para a pesca de forma precaver futuros danos para
o meio ambiente marinho;
 Aderir outras actividades para o seu sustento do dia-a-dia

5.2.2. Recomendação para os técnicos


 Dar um apoio técnico para as populações do Mucelo terem a noção sobre uso das
artes nocivas que estas provocam ao meio aquática extinção das espécies marinhas,
poluição das águas, ecossistemas.
 Dar apoio económico e financeiro para compra do seu material adequado segundo a
lei pesqueira.
 Fazer fiscalização permanente dos locais pesqueiros nas comunidades existentes no
distrito.
 Abrir tanques para criação de peixes nas comunidades em alusão isso ira
impulsionar o auto emprego.

35
Referências Bibliográficas
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uma abordagem teórico-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes,
10. METTIER; (2005); Perfil do Distrito de Nicoadala Provincia da Zambezia;
Ministerio da Administração Estatal; Maputo;
11. MICHAQUE, Carlos Alfredo; (2008). ECONOMIA PESQUEIRA. IMPACTO
DA PESCA ARTESANAL NO COMBATE A POBREZA ABSOLUTA (2000
– 2006); Trabalho de Licenciatura em Gestao; UEM, Faculdade de Economia;
Maputo;
12. MOMADE, Fernando Charamatane; (2000). SISTEMA DE CRÉDITO À PESCA
ARTESANAL; Trabalho de Licenciatura em Economia; Universidade Mondlane;
Maputo;
13. NGALE Arlindo João; (2012). Pesca artesanal: a sua contribuição no
rendimento dos agregados familiares da cidade de Maputo, Estudo de caso das

36
comunidades de pesca de Gwachene e de Marítimo; Universidade Eduardo
Mondlane; Maputo;
14. NIELSEN, J.; DEGNBOL, P.; VISWANATHAN, K.; AHMED, M.; HARA,
M,; ABDULLAH, N. (2004). Fisheries comanagement– an institutional
innovation? Lessons from South East Asia and Southern Africa. Marine Policy,
15. OLIVEIRA, Z. O. P.; (1988). Pesca Artesanal: Problemas Sociais e
Económicos dos Pescadores de Guaiuba. Imbituba (SC). Monografia
apresentada no curso de geografia. Fundação de Ensino Pólo Geoeducacional do
Vale di Itajái. São Paulo;
16. RICHARDSON, Roberto Jarry (1999). Pesquisa Social: Métodos e Técnicas.
São Paulo: Atlas.

17. SHATZ, Yuri; (2002).Fish stat Plus, Version2.30.FAO, Rome;

18. SILVA, Edna Lúcia da & MENEZES, Estera Muszkat (2005). Metodologia da
pesquisa e elaboração de dissertação. 4.ª Edição. Revista e actualizada.
Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC.

37
Apêndices

38
GUIÃO DE ENTREVISTA PARA AUTORIDADES LOCAIS

O presente guião de entrevista é parte de um projecto de pesquisa a ser desenvolvido


no curso de licenciatura em ensino de geografia, na UCM – IED, Centro de Recursos
de Quelimane que tem como tema: Impacto do Uso das Artes Nocivas na Pesca
Artesanal no Distrito de Nicoadala, povoado de Mucelo entre 2018 a 2020. A
investigação tem fins académicos e os seus resultados serão apresentados em forma
de monografia científica.

1. Dados Pessoais
a) Nome: ______________________________________________________________
b) Idade: _____________ c) Sexo: ________________

2. Ocupação
a) Técnico (a) ______________
b) Secretario (a) _______________
c) Líder/Rainha (a) _____________

3. Há quanto tempo exerce essa função?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4. Os pescadores artesanais do rio Mucelo têm licença para a prática da pesca?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5. O que é que a estrutura local está a fazer para diminuir o uso de artes nocivas por
parte dos pescadores?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

6. O que é que tem a dizer sobre a pesca artesanal, extinção do pescado e pesca ilegal?

39
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

7. Como tem sido o resultado pesqueiro dos últimos três anos, relativamente a pesca,
(captura do peixe)?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

40
Apêndices

GUIÃO DE ENTREVISTA PARA OS MORADORES DE MUCELO

O presente guião de entrevista é parte de um projecto de pesquisa a ser desenvolvido


no curso de licenciatura em ensino de geografia, na UCM – IED, Centro de Recursos
de Quelimane que tem como tema: Impacto do Uso das Artes Nocivas na Pesca
Artesanal no Distrito de Nicoadala, povoado de Mucelo entre 2018 a 2020. A
investigação tem fins académicos e os seus resultados serão apresentados em forma
de monografia científica.

1. Dados Pessoais
a) Nome: ______________________________________________________________
b) Idade: _____________ c) Sexo: ________________

2. Ocupação
a) Camponês (a) ______________
b) Pescador (a) _______________
c) Carpinteiro (a) _____________
d) Outra (mencionar) _____________________________________________________

3. Há quanto tempo vive nessa região de Mucelo-Ponte?


A. Menos de dois anos B. Intervalo de dois a cinco anos

C. Mais de cinco anos D. Vivenda temporária por épocas

4. É pescador? Sim Não

5. Se é pescador, há quanto tempo pratica a actividade pesqueira?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

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6. Que tipo de instrumento utiliza para a captura do pescado no rio Mucelo?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

7. Relativamente as artes de pesca que utilizam, na sua opinião, acha que tem algum
impacto negativo para o ecossistema marinho no rio Mucelo? Sim ou não?

Se sim, apresente o impacto.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

8. Como tem comportado o rio Mucelo durante os últimos três anos, relactivamente a
abundancia dos peixes?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

9. O que é que os pescadores ou as comunidades fazem para contribuírem na


preservação das espécies marinhas do rio Mucelo?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

10. Como pescador, o que é que o governo deve fazer para travar com a extinção de
espécies pesqueiras no rio Mucelo?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________________

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