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Faculdade de economia e gestão
Curso de licenciatura em gestão Ambiental
Disciplina: Ecologia
TEMA:
Autor: Tutores:
Agosto, 2023
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Índice
I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
1.1. Objectivos. ............................................................................................................. 4
1.1.2. Geral: .................................................................................................................. 4
1.1.3. Objectivos Específicos:....................................................................................... 4
II. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 5
2.1. Características das zonas costeiras em Moçambique......................................... 5
2.2. Contextualizar as mudanças climáticas e suas causas, destacando os principais
factores que contribuem para o aquecimento global e a elevação do nível do mar. ..... 5
2.3. Impactos das mudanças climáticas sobre as populações residentes nas zonas
costeiras de Moçambique.............................................................................................. 6
2.4. Relação entre a pobreza das comunidades costeiras e sua vulnerabilidade aos
impactos das mudanças climáticas ............................................................................... 6
2.5. Propor medidas de prevenção e mitigação dos ecossistemas costeiros face às
mudanças climáticas ..................................................................................................... 7
III. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 9
IV. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 10
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I. INTRODUÇÃO
As mudanças climáticas têm desencadeado uma série de transformações significativas
nos ecossistemas marinhos ao redor do mundo. Moçambique, país localizado na costa
leste da África, não está imune a esses efeitos e tem testemunhado uma série de
alterações em seus ambientes costeiros. As zonas costeiras desempenham um papel vital
na vida socioeconômica e ambiental do país, tornando-se o foco central deste estudo
sobre os impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos segundo
(Ahmed et al., 2009).
Com uma projecção alarmante de um aumento de quase 1,0 metro no nível do mar até o
ano de 2100, caso o aquecimento global alcance 1,5°C, a vulnerabilidade das
comunidades costeiras moçambicanas é ampliada. A combinação dessa elevação do
nível do mar com a maré meteorológica e a frequência crescente de ciclones tropicais
intensifica os riscos de inundações, ameaçando não apenas a biodiversidade marinha,
mas também o modo de vida das populações costeiras, muitas das quais enfrentam
condições de pobreza. Neste contexto, este estudo se propõe a analisar minuciosamente
o impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos em Moçambique,
concentrando-se especialmente nas zonas costeiras, a fim de compreender as
implicações dessa transformação para a biodiversidade, as comunidades locais e as
estratégias de preservação ambiental.
1.1. Objectivos.
1.1.2. Geral:
Analisar o impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos em
Moçambique, com foco nas zonas costeiras.
1.1.3. Objectivos Específicos:
Descrever as características das zonas costeiras em Moçambique,
Contextualizar as mudanças climáticas e suas causas, destacando os principais
factores que contribuem para o aquecimento global e a elevação do nível do mar
Identificar os impactos das mudanças climáticas sobre as populações residentes
nas zonas costeiras de Moçambique,
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II. DESENVOLVIMENTO
2.1. Características das zonas costeiras em Moçambique
As zonas costeiras de Moçambique possuem características únicas que as tornam
ecossistemas vitais e altamente produtivos. De acordo com (Santos et al. 2018), as
zonas costeiras moçambicanas se estendem ao longo de aproximadamente 2.700 km,
banhadas pelas águas do Oceano Índico. Essa extensa faixa litorânea abrange uma
variedade de ambientes, incluindo praias arenosas, estuários, mangueais, recifes de coral
e planícies de maré.
Além disso, Moçambique está sujeito ao fenómeno da maré meteorológica, que é uma
elevação temporária do nível do mar causada pela interacção entre ventos intensos e a
pressão atmosférica. Em um estudo conduzido por (NCCS, 2016), observou-se que a
combinação da elevação do nível do mar decorrente do aquecimento global com a maré
meteorológica pode resultar em inundações costeiras mais frequentes e intensas,
afectando directamente as comunidades e a infra-estrutura costeira.
Por exemplo: o ciclone mas recente o FREDY que afectou exclusivamente a província
da Zambézia.
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2.3.Impactos das mudanças climáticas sobre as populações residentes nas zonas
costeiras de Moçambique.
Os impactos das mudanças climáticas sobre as populações residentes nas zonas
costeiras de Moçambique têm sido cada vez mais evidentes e preocupantes. Autores
como (Camillo et al. 2019) destacam que as alterações climáticas, incluindo a elevação
do nível do mar e a intensificação de eventos climáticos extremos, têm contribuído para
a crescente vulnerabilidade das comunidades costeiras.
A elevação do nível do mar é uma das principais ameaças enfrentadas pelas populações
costeiras de Moçambique, como apontado por (Diza et al. 2018). A intrusão salina e as
inundações costeiras associadas a essa elevação comprometem o acesso à água potável e
danificam as infra-estruturas, afectando directamente a qualidade de vida das
comunidades locais. Além disso, eventos climáticos extremos, como ciclones tropicais,
têm se tornado mais intensos e frequentes na região. De acordo com (Simane et al.
2020), esses eventos podem resultar em perdas significativas de habitações, culturas
agrícolas e infra-estruturas, desalojando as populações costeiras e interrompendo seus
meios de subsistência.
A saúde das populações costeiras também está ameaçada pelas mudanças climáticas.
Segundo (Maia et al. 2017), o aumento da temperatura e da humidade associado às
mudanças climáticas cria condições mais propícias para a proliferação de doenças
transmitidas por vectores, como malária e dengue. Isso coloca um fardo adicional sobre
os sistemas de saúde já limitados nessas áreas.
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De acordo com (Brooks et al. 2005), a pobreza também está intrinsecamente ligada à
saúde precária, o que torna as populações costeiras mais susceptíveis a doenças
relacionadas ao clima, como malária e cólera. A falta de acesso a cuidados médicos
adequados compromete a resiliência dessas comunidades, uma vez que enfrentar
desafios de saúde torna-se mais difícil em um cenário de mudanças climáticas. A
dependência directa dos recursos naturais costeiros para subsistência, como a pesca e a
agricultura de subsistência, deixa as comunidades costeiras vulneráveis aos impactos
das mudanças climáticas. Como apontado por (Dasgupta et al. 2014), a degradação
desses recursos devido ao aumento da temperatura do mar, acidificação dos oceanos e
eventos climáticos extremos ameaça a segurança alimentar e econômica das populações
mais pobres.
A criação de áreas marinhas protegidas (AMPs) é uma abordagem eficaz para preservar
os ecossistemas costeiros e marinhos. Segundo (Claudet et al. 2010), as AMPs
contribuem para a conservação da biodiversidade, promovem a pesca sustentável e
fortalecem a resiliência dos ecossistemas às mudanças climáticas.
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A construção de infra-estruturas resilientes, como diques e barreiras de protecção
costeira, é uma medida de adaptação crucial. Segundo (Nicholls et al. 2007), essas
estruturas podem ajudar a reduzir os danos causados por eventos climáticos extremos,
protegendo as populações costeiras e os ecossistemas sensíveis.
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III. CONCLUSÃO
Diante das evidências apresentadas ao longo deste estudo sobre o impacto das mudanças
climáticas nos ecossistemas marinhos em Moçambique, especialmente nas zonas
costeiras, é inegável a gravidade dos desafios que se impõem à preservação desses
valiosos e frágeis ambientes. Moçambique, com sua extensa costa ao longo do Oceano
Índico, é especialmente vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas, representando
uma importante preocupação ambiental e socioeconómica para o país.
Por fim, este estudo ressalta a necessidade urgente de uma abordagem integrada e
colaborativa entre governos, instituições científicas, comunidades locais e organizações
não-governamentais para enfrentar os impactos das mudanças climáticas nos
ecossistemas marinhos em Moçambique. Somente por meio de uma acção colectiva,
com base em evidências científicas, é possível desenvolver soluções eficazes e alcançar
um futuro mais resiliente e sustentável para as zonas costeiras do país. A preservação
desses ecossistemas não apenas beneficia a biodiversidade e o ambiente marinho, mas
também é essencial para garantir o bem-estar e a prosperidade das comunidades
costeiras que deles dependem.
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IV. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Climate Change Research.
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Dasgupta, S., Laplante, B., Meisner, C., Wheeler, D., & Yan, J. (2014). The impact of
sea level rise on developing countries: A comparative analysis. Climatic Change,
106(4), 567-579.
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to climate change: Toward a 'no-regrets' approach. Global Environmental Change, 25,
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Allison, E. H., Perry, A. L., Badjeck, M. C., Neil Adger, W., Brown, K., Conway, D.,
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