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Ivo Florêncio Alberto Chissano 0

Introdução 1
Objectivos gerais 2
Objectivos específicos 2
Justificativas 2
Metodologia 2
Conceito de ordenamento territorial 3
Quadro legal do ordenamento do território 3
Sistemas de planeamento em Moçambique 3
Sistemas de gestão territorial (art.º 1 lei nº 19/2007) 4
Níveis de intervenção (art.º 8 lei nº 19/2007) 4
Instrumentos de ordenamento territorial 5
 Instrumentos de ordenamento territorial a nível nacional 5
 Instrumentos de ordenamento territorial ao nível provincial 6
 Instrumentos de ordenamento territorial ao nível distrital 6
 Instrumentos de ordenamento territorial ao nível autárquico 6
Competências para a elaboração e aprovação dos instrumentos
7
de ordenamento territorial
Princípios fundamentais da política de ordenamento territorial 7
 Dever e direitos e garantias 7
Processo de elaboração de um instrumento ordenamento do
10
território
Conclusão 1
Referencias Bibliográficas 12
Índice IMPFA

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Introdução Neste presente trabalho serão abordadas e analisadas


questões meramente ligadas ao ordenamento territorial em
Moçambique, Visto que para um desenvolvimento social e
económico equitativo de um país, e fundamental que se desenhe
politicas que possam servir de base. De forma a implantar
actividades em lugares propícios.
Nos termos da lei, o estado deve promover e garantir o bem-estar
da população, proporcionado um habitação condigna, e alocar de
forma correcta as infra-estruturas, dado especial atenção ao
interesse publico (art.º. 91 C.R.M conjugado com art.º6 lei nº
19/2007). Deste modo neste presente trabalho investigativo farei
uma breve reflexão sobre a situação do ordenamento em
Moçambique, tentando perceber o funcionamento dos
instrumentos de gestão territorial em vigor no país, através de
uma exploração e descrição das principais leis e decretos que
incidem sobre o ordenamento do território em Moçambique. As
leis serão em parte transcritas para demonstrar o enquadramento
geopolítico e a dimensão física e territorial.

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Objectivos gerais Este trabalho tem como objectivo geral:

Estudo do ordenamento territorial em Moçambique.

Objectivos específicos Este trabalho têm os seguintes objectivos


específicos:

Estudar o conceito de ordenamento territorial; Conhecer as leis


aplicáveis;

Principais órgãos competentes.

Compreender o processo de elaboração dos instrumentos;

Justificativas A escolha deste tema (ordenamento territorial em


Moçambique) baseia-se num âmbito académico do IMPFA na
cadeira de Legislação, este se encere no contexto da introdução ao
estudo da terra, sendo fundamental o conhecimento exaustivo
destes conteúdos referentes ao ordenamento territorial em
Moçambique.
Metodologia Este trabalho de pesquisa baseia-se em pesquisas
bibliográficas em fontes como livros (físicos e digitais), feita a
pesquisa conclui o trabalho com digitação do trabalho, tendo este
documento com resultado final.

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Conceito de ordenamento territorial Ordenamento do território e o


conjunto de princípios, directivas e regras que visam garantir a
organização do espaço nacional através de um processo contínuo,
flexível e participativo na busca do equilíbrio entre o homem, o
meio físico e os recursos naturais, com vista a promoção do
desenvolvimento sustentável. (art.º 1 lei nº 19/2007)

Quadro legal do ordenamento do território Para regular esta


actividade bem como para normalizar o processo de
descentralização de competências em curso no país, foram
gradualmente produzidos ao nível politico, vários instrumentos
regulamentares para a melhoria do uso e aproveitamento da terra,
os quais incluem a aprovação da lei das autarquias (2/97) do
regulamento do solo urbano (decreto 60/2006) da lei de
ordenamento do território (lei 19/2007) e do regulamento (decreto
23/2008). Foi ainda aprovado a lei dos órgãos locais do estado,
com a finalidade de estabelecer um quadro legal e normativo
sobre o funcionamento dos órgãos do estado.

Sistemas de planeamento em Moçambique A Política de


Ordenamento do Território de 2007, que conduz o ordenamento
territorial do país, inspira-se na Lei de Bases da Política do
Ordenamento do Território e do Urbanismo português de 1998.
Em Moçambique independente, o sistema de planeamento urbano
e territorial teve início na década de oitenta, aquando da 1ª
Reunião Nacional de Planeamento Urbano, em que foram
definidos os tipos de intervenções prioritárias necessárias

O programa apoiado pelo Instituto Nacional de Planeamento


Físico (INPF) constatou a necessidade da preparação, aprovação e
implementação dos Planos Físicos e Planos de Intervenções
Prioritários, o ordenamento urbano, a capacitação humana,
material e financeira dos órgãos locais responsáveis pela gestão
urbana. Sob a direção do INPF previu-se a existência de três tipos
de planos: os planos de intervenções prioritárias, o plano de
estrutura e os planos parciais de urbanização. Foram elaborados
guias de orientação para o uso dos terrenos urbanos bem como
normas destinadas aos técnicos e profissionais designados de
“guião metodológico para os técnicos médios de planeamento
físico” cuja ênfase foi dado aos planos parciais de urbanização e
as normas de uso de solo e infra-estruturas.

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Em Moçambique, com a independência a terra passou a pertencer


ao Estado. O direito de uso e aproveitamento de terra (DUAT)
constitui-se sobre a superfície do terreno delimitado e o espaço
aéreo correspondente. A Lei de Terra de 2007 reafirmou os
direitos dos residentes, concedendo a qualquer cidadão que tenha
ocupado um pedaço próprio de terra durante dez anos o direito de
continuar a ocupá-lo.

Em Moçambique é o conselho de ministros no programa


quinquenal do governo quem estabelece a política de
ordenamento do território (Lei de ordenamento do território, lei n°
19/2007 de 18 de Julho). A Política de Ordenamento do Território
(resolução nº18/2007 de 30 de Maio) conduz o ordenamento
territorial através de:

“… Um conjunto de directivas que permitem ao governo por


processo de concertação, integração e participação a todos os
níveis, definir os objectivos gerais a que devem obedecer os
instrumentos de ordenamento territorial, para alcançar uma
melhor distribuição das actividades humanas no território, a
preservação de zonas de reservas naturais e de estatuto especial e
assegurar a sustentabilidade do desenvolvimento humano e o
cumprimento dos tratados e acordos internacionais, no âmbito
territorial. A política de ordenamento do território, considera o
conhecimento da realidade física, geográfica, social, económica e
cultural do país, em todos os seus aspectos, como base segura e
objectiva, para definir as linhas mestras da actividade do
ordenamento do território…”.

Sistemas de gestão territorial (art.º 1 lei nº 19/2007) Quadro geral


do âmbito das intervenções no território, operacionalizado através
dos instrumentos de gestão territorial, hierarquizado aos níveis
nacional, provincial, distrital e municipal.

Níveis de intervenção (art.º 8 lei nº 19/2007) Em Moçambique o


sistema de gestão territorial é definido em 4 âmbitos (artigo 8 e 9,
Lei nº19/2007):

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Nível nacional

Definem-se as regras gerais da estratégia do ordenamento do


território, as normas e as directrizes para as acções de
ordenamento provincial, distrital e autárquico e compatibilizam-se
as políticas sectoriais de desenvolvimento do território. (artigo
9/1º, Lei nº19/2007):

Nível provincial

Definem-se as estratégias de ordenamento do território da


província, integrando-as com as estratégias nacionais de
desenvolvimento económico e social e estabelecem-se as
directrizes para o ordenamento distrital e autárquico. (artigo 9/2º,
Lei nº19/2007):

Nível distrital

Elaboram-se os planos de ordenamento do território da área do


distrito e os projectos para a sua implementação, reflectindo as
necessidades e aspirações das comunidades locais, integrando-os
com as políticas nacionais e de acordo com as directrizes de
âmbito nacional e provincial. (artigo 9/3º, Lei nº19/2007):

Nível autárquico

Estabelecem-se os programas, planos, projectos de


desenvolvimento e o regime de uso do solo urbano de acordo com
as leis vigentes. (artigo 9/4º, Lei nº19/2007):

Instrumentos de ordenamento territorial Elaborações reguladoras


e normativas do uso do espaço nacional, urbano ou rural,
vinculativos para as entidades públicas e para os cidadãos,
conforme o seu âmbito e operacionalizados segundo o sistema de
gestão territorial. (artigo 1, Lei nº19/2007).

Instrumentos de ordenamento territorial a nível nacional Plano


Nacional de Desenvolvimento Territorial (PNDT)

Que define e estabelece as perspectivas e as directrizes gerais que


devem orientar o uso de todo o território nacional e as prioridades
das intervenções à escala nacional.

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Planos Especiais de Ordenamento do Território (PEOT)

Que estabelecem os parâmetros e as condições de uso de zonas


com continuidade espacial, ecológica ou económica de âmbito
inter-provincial.

Instrumentos de ordenamento territorial ao nível provincial


Constituem instrumentos de ordenamento territorial ao nível
provincial os Planos Provinciais de

Desenvolvimento Territorial, de âmbito provincial e inter-


provincial, que estabelecem a estrutura de organização espacial do
território de uma ou mais províncias e definem as orientações,
medidas e as acções necessárias ao desenvolvimento territorial
assim como os princípios e critérios específicos para a ocupação e
utilização do solo nas diferentes áreas, de acordo com as
estratégias, normas e directrizes estabelecidas ao nível nacional.

Instrumentos de ordenamento territorial ao nível distrital


Constituem instrumentos de ordenamento territorial ao nível
distrital os Planos Distritais de Uso da Terra (PDUT), de âmbito
distrital e inter-distrital, que estabelecem a estrutura da
organização espacial do território de um ou mais distritos, com
base na identificação de áreas para os usos preferenciais e
definem as normas e regras a observar na ocupação e uso do solo
e a utilização dos seus recursos naturais.

Instrumentos de ordenamento territorial ao nível autárquico


Constituem instrumentos de ordenamento territorial ao nível
autárquico:

Planos de Estrutura Urbana (PEU)

Que estabelecem a organização espacial da totalidade do território


do município ou povoação, os parâmetros e as normas para a sua
utilização, tendo em conta a ocupação actual, as infraestruturas e
os equipamentos sociais existentes e a implantar e a sua
integração na estrutura espacial regional.

Os Planos Gerais e Parciais de Urbanização (PGU/PPU)

Que estabelecem a estrutura e qualificam o solo urbano, tendo em


consideração o equilíbrio entre os diversos usos e funções
urbanas, definem as redes de transporte, comunicações, energia e
saneamento, os equipamentos sociais, com especial atenção às
zonas de ocupação espontânea como base sócio-espacial para a
elaboração do plano.

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Os Planos de Pormenor (P)

Definem com pormenor a tipologia de ocupação d qualquer área


específica do centro urbano, estabelecendo a concepção do espaço
urbano dispondo sobre usos do solo e condições gerais de
edificações, o traçado das vias de circulação, as características das
redes de infra-estruturas e serviços, quer para novas áreas ou para
áreas existentes caracterizando as fachadas dos edifícios e
arranjos dos espaços livres.

Competências para a elaboração e aprovação dos instrumentos de


ordenamento territorial Segundo a lei 19/2007, compete ao Estado
e às autarquias locais, a promoção, orientação, coordenação e
monitorização do ordenamento do território e cabe a estas últimas
o estabelecimento dos programas, planos, projectos e o regime de
uso do solo. Ainda em Moçambique, o Decreto nº 23/2008,
Regulamento da Lei de Planeamento Territorial, no seu Artigo 7,
Hierarquização e complementaridade, estabelece a hierarquização
dos planos, e institui a obrigatoriedade da elaboração de planos de
nível Distrital e Municipal. A nível nacional os planos são
elaborados pelo Conselho de Ministros, a nível provincial são
elaborados por iniciativa do Governo Provincial, a nível distrital
são elaborados por iniciativa do Governo Distrital e a nível
municipal são elaborados pelos técnicos municipais, ou
instituições externas, mas mandatados e aprovados pelas
assembleias municipais, sob proposta da administração e do
presidente do município. Em Moçambique as divisões
administrativas são subdivididas hierarquicamente em províncias,
distritos, postos administrativos e localidades, sendo que um
conjunto de localidades, representam um posto administrativo e
um conjunto destes perfaz um distrito, um conjunto de distritos
perfaz uma Província, sendo o país constituído por 1 províncias,
139 distritos e 393 postos administrativos (INE, 2012).

Princípios fundamentais da política de ordenamento territorial


Dever e direitos e garantias
Nos termos da lei, e dever do estado garantir habitação condigna,
bem como promover, orientar e monitorar o processo de
ordenamento territorial, e ainda garantir o interesse publico.
(artigo 91/C.R.M conjugado com o artigo 6, Lei nº19/2007).

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A política de ordenamento do território estabelece que as


actividades de ordenamento territorial sejam sempre executadas
no quadro das políticas sectórias numa base consensual e por
coordenação das acções e estratégias visando o desenvolvimento
socio-economico através do uso sustentável da terra e dos
recursos naturais da terra, considerando as formas existentes de
povoamento e ocupação de espaço. Devendo observar os
princípios:

a) Da igualdade de direito- todos cidadãos gozam mesma


oportunidade no acesso a terra e aos recursos naturais as infra-
estruturas, aos equipamentos socias e serviços públicos que nas
zonas rurais quer nas zonas rurais. b) Da precaução- a elaboração,
execução e alteração dos instrumentos de ordenamento territorial
deve priorizar o estabelecimento de sistema de prevenção de actos
nocivos ao meio ambiente de modo a evitar a ocorrência de
impactos ambientais negativos significativos ou irreversíveis,
independentemente da existência científica da certeza ocorrência
de tais impactos. c) Do reconhecimento da ordem existente- os
direitos de uso e aproveitamento da terra são para grande maioria
da população, direitos consuetudinários ou costumeiros. A
política de ordenamento do território e toma em consideração
esses direitos tal como estabelecido a legislação, vigente para
alcançar os fins específicos do ordenamento do território. No
âmbito de ordenamento rural as estratégias e os planos bem como
a distribuição geográfica das infra-estruturas dos equipamentos
socias e dos serviços, deverão ter em conta as formas de
povoamento existentes no território moçambicano. d) De
participação- as dinâmicas das transformações socio económicas e
culturais das comunidades locais e qualquer intervenção das suas
formas e povoamento deverão ser compreendidas e respeitadas,
assegurando a participação das comunidades em todas as fases do
processo de elaboração dos instrumentos de ordenamento
territorial. No processo de ordenamento do território deverão ser
consultadas também no que diz respeito ao estabelecimento da
reserva de áreas para a construção das necessárias infraestruturas
e serviços que assegurem o crescimento sustentável da sua base
económica e) Da concertação- e através da concertação dos
diversos interesses sectórias que se definem as estratégias,
comuns e se concretizam os planos de ordenamento do território
de modo a promover o desenvolvimento socio-económico do país
de uma forma sustentável.

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Essa concertação será referenciada aos interesses directos dos


habitantes de cada área ou região a ordenar ou planificar tendo em
conta a atenção a integração regional, nacional e mesmo
internacional dos interesses locais. f) Descentralização- as acções
de ordenamento do território deverão ser executadas de forma
descentralizadas para garantir o desenvolvimento das
comunidades na gestão do seu território. g) Do acesso a
informação- toda população tem direito a de acesso a i
informação sobre o território e esta devera estar aberta a análise, e
que estudo por parte de todos os interessados. h) Do caracter
vinculativo dos instrumentos de ordenamento territorial- os
instrumentos de ordenamento territorial uma vez aprovados e
ratificados são de cumprimento obrigatório e tomam-se
inalteráveis dentro do seu perímetro de validade. Quaisquer
alterações a esses instrumentos deverão ser processados segundo
as normas que rege a sua elaboração aprovação e ratificação. i)
Principio da responsabilização- qualquer entidade publica ou
privada com competência para intervir sobre o território e
responsável pelos danos que possam afetar a qualidade de vida ao
cidadão a sustentabilidade ambiental estando obrigado a proceder
a reparação desses mesmos danos e a compensar os prejuízos
causados. j) Da continuidade revisão- reconhecido o caracter
permanente do ordenamento do território a avaliação e revisão e a
actualização dos planos devera acompanhar as mutações que se
operam no 

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