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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distancia

Agricultura em Moçambique antes e depois da Independência

Abacar Marcos
708192019

Ensino de Historia
4º Ano
Docente: dra.Francisca Morgado

Nampula, Maio de 2022


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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 3

1.0 Agricultura em Moçambique ................................................................................................ 4

1.1 Evolução da agricultura em Moçambique ............................................................................ 4

1.2 Zonas verdes ......................................................................................................................... 4

1.3 Agricultura em Moçambique antes e depois da Independência ........................................... 5

1.3.1 Agricultura em Moçambique antes da independência ....................................................... 6

1.3.2 Agricultura depois da independência ................................................................................ 7

1.4 Importância da agricultura .................................................................................................... 8

Conclusão ................................................................................................................................. 10

Referência bibliográfica ........................................................................................................... 11


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Introdução

O trabalho versa sobre a agricultura em Moçambique antes e depois da independência. Importa


referenciar que o aumento da produção e produtividade agrícola possui um elevado potencial
de redução de pobreza em Moçambique. Não obstante, a agricultura em Moçambique compreende
várias fases de desenvolvimento. A primeira fase tem a ver com fixação banto que foi de 1890 – 1930,
está compreende a fixação de companhias monopolistas e arrendatárias de prazos, viradas para a criação
de grandes empresas, as quais estavam viradas para as grandes plantações destinadas para a produção
de cana-de-açúcar, sisal entre várias culturas destinadas mercado internacional. O trabalho tem como
bjectivos:

 Objectivo geral:
 Analisar a agricultura em Moçambique antes e depois da independência.
 Objectivos específicos
 Descrever a agricultura em Moçambique antes e depois da independência;
 Indicar os tipos de agriculturas feitas em Moçambique;
 Explicar a importância da agricultura.

Metodologia e Estrutura do trabalho

O trabalho resultou de uma minuciosa consulta bibliografica, ou seja para a concretização deste
trabalho foi usado o metodo de consulta bibliografica de manuais que se encontram
devidamente citados no trabalho assim como na referencia bibliografica. Quanto a estrutura o
trabalho está organizado da seguinte forma: elementos pré-textuais, introdução,
desenvolvimento, conclusão e referencia bibliografica
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1.0 Agricultura em Moçambique

1.1 Evolução da agricultura em Moçambique

A agricultura surgiu em tempo histórico em resultado de fenómeno demográfico. Ficou mais


trabalhoso e arriscado a disputa de terras, começou a exigir a demarcação e defesa de território,
a sedentarizarão criou raízes e suscitou uma mudança de paradigma, através da agricultura e
domesticação de animais.

Á medida que a população mundial crescia (também em resultado de dietas mais ricas,
proporcionadas pela agricultura), a própria agricultura teve que acompanhar os ritmos
de crescimento, através de melhoramento genético para aumento da produtividade,
introdução de novas tecnologias produtivas (adubação) para a eficiência e eficácia de
processos productivos, conservação e processamento de alimentos para melhorar a sua
durabilidade transporte e consumo (CEA, 1979).

O maior potencial agrário das zonas Centro e Norte de Moçambique não é ainda devidamente
explorado; além das infraestruturas, há características e dinâmicas sociais e económicas que
afectam e constrangem, ou impulsionam, a incapacidade de aproveitamento e desenvolvimento
do potencial agrário natural dessas zonas.

1.2 Zonas verdes

As zonas verdes ajudaram e continuam a ajudar a solucionar os problemas de fluxo migratório,


do crescente índice de desemprego urbano, inflação de preços de alimentos e carências
alimentares.

Paralelamente e, com umas extensas zonas verdes, a produção nos quintais e terrenos baldios,
ajudou a minimizar as crises sociais, económicas das famílias, promovendo o cultivo de
hortaliças, frutas, milho, mandioca e feijão e a criação de animais de pequeno porte, para
consumo doméstico e mercados próximos.

Tal como sustenta (GREEN, 1991):

Hoje a agricultura urbana e praticada por cerca de 800 milhões de pessoas por todo
mundo em horticultura, pecuária, aquacultura, floricultura e silvicultura, comprimindo
uma complexa e diversificada rede de responsabilidades como segurança alimentar,
economia, lazer, educação socialização, ordenamento urbano e ambiental.
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Na projecção que se faz do futuro dos sistemas alimentares, a agricultura rural é colocada numa
posição promissora os espaços urbanos mereceram uma melhor qualificação e utilização, sendo
alguns espaços nobres destinados a agricultura. As novas revolucionariam técnicas de
agriculturas ganharam.

Para além de ajudar a aumentar a disponibilidade de alimentos, permite um melhor


aproveitamento de mão-de-obra ociosa urbana, gera economias altamente remuneradoras,
favorece o aparecimento de economias de proximidade, melhora a eficiência na utilização de
insumos, facilita o transporte e armazenamento, promove um melhor aproveitamento dos
espaços e regista índices de productividade inalcançáveis em ambientes menos controlados.
Ajuda também na gestão de resíduos urbanos que amontoam em ritmo galopante, possibilita a
reciclagem de matéria orgânica através da compostagem

1.3 Agricultura em Moçambique antes e depois da Independência

“O solo é um elemento fundamental para prática da agricultura e para a sobrevivência do


homem, pois permite a fixação das plantas” (MINAG, 2009).

A agricultura em Moçambique compreende várias fases de desenvolvimento. A


primeira fase tem a ver com fixação banto que foi de 1890 – 1930, está compreende a
fixação de companhias monopolistas e arrendatárias de prazos, viradas para a criação
de grandes empresas, as quais estavam viradas para as grandes plantações destinadas
para a produção de cana-de-açúcar, sisal entre várias culturas destinadas mercado
internacional1.
De 1930 – 1975, a agricultura virou-se para a produção de matérias-primas para a metrópole,
particularmente culturas de sisal, algodão e outras de rendimento alimentar como o milho e
arroz. “De 1975 – 1987 a característica fundamental deste período é a coletivização do campo
e dos meios de produção. A estrutura agrária compreendia: machambas estatais, machambas do
povo, cooperativas agrícolas, lojas do povo” (Folmer, Geurts & Francisco, 1998). De 1987 em
diante – privatização do sector agrário no âmbito da economia do mercado, porque o estado
incentivava para a produção.

O período de 1975 até hoje é de contraste onde verifica-se aumento e diminuição de


produção devido as cheias e secas cíclicas, em particular o Sul e Centro do país. Por
outro lado, o factor guerra que destruiu e paralisou grande parte de infra-estruturas, no
sector agrícola, trouxe o êxodo rural consequentemente perda da produção agrícola

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MOZ/86/007 - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (1987): Os Preços na Agricultura Moçambicana. Ministério
da Agricultura. Maputo.
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familiar. O país possui óptimas condições agro-ecológicas, com cerca de 75% de terra
arável e uma rede hidrográfica de cerca de 80 rios (MINAG, 2009).
A agricultura de subsistência ou familiar ocupa cerca de 80% da população e depende
essencialmente de chuvas. Cerca de 80% da população vive nas zonas rurais e sua principal
actividade é a agricultura, uma agricultura que contribui com apenas 31% do PIB. “A
agricultura é a componente fundamental para o combate à pobreza” (MINAG, 2009).
Moçambique possui um enorme potencial para médio e longo prazo para o desenvolver uma
agricultura sustentável.

Segundo (MINAG, 2009), em Moçambique existem 2 tipos de sistemas de cultivo, o intensivo


e o extensivo. A agricultura é intensiva quando domina um grande potencial em termos de
tecnologia moderna (uso de alfaias agrícolas, produtos químicos), geralmente os índices de
produção é muito alta e a mão-de-obra é reduzida, enquanto o uso extensivo é dominado pela
maioria da população e usa a tecnologia rudimentar e tem como finalidade o consumo familiar,
baixo índice de produção e produtividade e para contrariar este cenário o governo de
Moçambique decidiu introduzir a revolução verde.

1.3.1 Agricultura em Moçambique antes da independência

A agricultura no período colonial manteve-se subdesenvolvida pois a grande maioria da


população manteve-se no campo produzi do apenas com enxadas de cabo curto. No entanto o
subdesenvolvimento da agricultura fora planificado para servir os interesses da acumulação
primitiva de capital através da dextração do excedente económico dos camponeses, sob forma
de forca de trabalho para produção de mais-valia, ou sob forma de produção de produtos dos
camponeses comprados a preços de “banana” muito baixos.

No entender de (CAPELA, 1979):

A agricultura no período colonial era praticada de uma forma muito precária, em


condições completamente desumanas. Eram utilizados instrumentos rudimentais tais
como a enxada de cabo curto, e para mais eficiência eram obrigados a recorrer a atracão
animal. Na falta destes animais os próprios homens eram obrigados a desempenhar o
papel dos animais “eles próprios eram obrigados a puxar charrua”.

E para irrigação dos campos agrícolas os camponeses dependiam somente da chuva, utilizavam
a irrigação a sequeiro. Por falta de fertilizantes a única opção que eles tinham era a adubação
verde.
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1.3.2 Agricultura depois da independência

“O Governo de Moçambique, tendo em conta as lições do passado tomou medidas concretas de


suporte ao sector agrário, optando em apostar no potencial existente, de modo a transformá-lo
em fonte de riqueza, com vista à melhoria do bem-estar da população e do desenvolvimento
sócio-económico do País” (CAPELA, 1979).

No período pós-independência, o País apostou na intensificação e modernização da produção


agropecuária e florestal com o uso de fertilizantes, pesticidas, semente melhorada, inseminação
artificial e maquinaria, tendo realizado as seguintes acções:

1. Criação de empresas estatais de produção agropecuária tais como (CAIA, CAIL,


CAPEL, Avícola E:E, Gado de Corte e Leite, IFLOMA e Mecanagro.);

2. Criação de empresas especializadas para a comercialização (Agricom, Gapecom,


Hortofrutícola, etc.);

3. Movimento das cooperativas de produção agrícola;

4. Desenvolvimento do sector nacional de sementes (SEMOC);

5. Contratação de técnicos estrangeiros;

6. Envio massivo de estudantes nacionais para formação especializada no estrangeiro


(Cuba, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Bulgária, Alemanha entre outros
países);

7. Reforma dos curricula do ensino técnico agrário orientada para responder às


necessidades do sector produtivo;

8. Forte investimento público na irrigação (hidráulica agrícola) – Hidromoc e Secretaria


de Estado de Hidráulica Arícola. (ANÓNIMO, 1905)
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1.4 Importância da agricultura

A agricultura garante a sobrevivência do ser humano, pois se a agricultura não existisse não
haveria alimentos que os seres humanos e outros necessitam. Por outro lado, é importante
porque permite o desenvolvimento de algumas indústrias como resultado da produção de
matérias-primas.

De acordo com (GREEN, 1991):


A agricultura em Moçambique constitui uma área de actividade de grande importância
para a economia e constitui a base da segurança alimentar e de renda para a maioria da
população moçambicana. Segundo dados do Trabalho de Inquérito Agrícola de
2003(TIA 2003), cerca de 88% dos agregados familiares praticam de uma forma ou
outra a actividade agro-pecuária.

E de acordo com dados estatísticos disponíveis e actuais, o sector agrário como um todo,
contribui para o Produto Interno Bruto com cerca de 25.9% (a preços de 1996). A Agricultura
sozinha, contribui com cerca de 22.1% no Produto Interno Bruto.

Os desafios do sector agrícola em Moçambique são: aumento da produção e


Produtividade; uso de tecnologias melhoradas, disseminação e adopção das mesmas;
prevenção das calamidades naturais nomeadamente : a seca e as inundações;
escoamento de produtos agrícolas das zonas de maior produção para as deficitárias(
devidos ás más condições de transitabilidade das vias em muitas zonas do País); acesso
ao mercado de insumos e transformação da agricultura de subsistência em agricultura
virada para o mercado (MINAG, 2009).

A agricultura constitui a base da segurança alimentar da população, principalmente nas zonas


rurais onde a pratica desta actividade constitui uma das formas de sobrevivência dos agregados
familiares cultivando em grande medida culturas alimentares básicas, nomeadamente: Milho,
arroz, Mapira, amendoim, meixoera, feijões e mandioca. Da produção obtida, cerca de 90% se
destina ao autoconsumo. “O remanescente é comercializado com objectivo de adquirir outros
bens, principalmente manufacturados. Por outro lado, os agregados familiares que praticam
culturas de rendimento utilizam as receitas provenientes das suas vendas na aquisição, entre
outros bens, de alimentos para garantir a segurança alimentar em épocas de fome”2.

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MOZ/86/007 - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (1987): Os Preços na Agricultura Moçambicana. Ministério
da Agricultura. Maputo.
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As Culturas de rendimento mais produzidas em Moçambique são a Cana de Açúcar, Algodão,


Tabaco, Chá, Girassol, Copra, Gergelim, Gengibre, Soja, Páprica, Castanha de cajú, etc.
Repare-se que alguns produtos agrícolas de Moçambique já concorrem para o mercado externo,
contudo, ainda tem que responder a novos desafios das oportunidades de colocação desses
mesmos produtos e outros para concorrer em pé de igualdade com os outros países. Portanto, a
estabilização dos produtos moçambicanos no mercado externo, exige um esforço de todo o
sector agrícola, ou seja, do governo, dos agricultores e das associações representativas, até para
conferir uma maior liberdade de opções produtivas associada a uma maior responsabilização
no cumprimento da parte que cabe ao sector no alcance do preconizado no PLANO DE ACÇÃO
PARA A REDUÇÃO DA POBREZA ABSOLUTA, (PARPA).
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Conclusão

Tendo-se feito o trabalho conclui-se que a agricultura no período colonial se manteve


subdesenvolvida pois a grande maioria da população manteve-se no campo produzi do apenas
com enxadas de cabo curto. No entanto o subdesenvolvimento da agricultura fora planificado
para servir os interesses da acumulação primitiva de capital através da dextração do excedente
económico dos camponeses, sob forma de forca de trabalho para produção de mais-valia, ou
sob forma de produção de produtos dos camponeses comprados a preços de “banana” muito
baixos. Portanto, no período pós independência, o Governo de Moçambique, tendo em conta as
lições do passado tomou medidas concretas de suporte ao sector agrário, optando em apostar
no potencial existente, de modo a transformá-lo em fonte de riqueza, com vista à melhoria do
bem-estar da população e do desenvolvimento sócio-económico do País” No período pós-
independência, o País apostou na intensificação e modernização da produção agropecuária e
florestal com o uso de fertilizantes, pesticidas, semente melhorada, inseminação artificial e
maquinaria.
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Referência bibliográfica

ANÓNIMO (1905): Monografia da Companhia de Moçambique. Arquivo Histórico de


Moçambique. Maputo.

CAPELA, J (1979): As burguesias portuguesas e a abolição do tráfego da escravatura, 1810-


1842. Afrontamento. Porto

CEA (1979): O descaroçamento do algodão na Provincia de Nampula. Centro de Estudos


Africanos. Maputo.

GREEN, R. (1991): A Luta Contra a Pobreza Absoluta em Moçambique. Direcção Nacional de


Planificação. Maputo.

MOZ/86/007 - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (1987): Os Preços na Agricultura


Moçambicana. Ministério da Agricultura. Maputo.

MINAG (Ministério da Agricultura) Moçambique: Análise da despesa pública na agricultura.


Relatório de Pesquisa. Volume I. Maputo: Ministério da Agricultura. (2009).

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