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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Embrapa Mandioca e Fruticultura


MANGA EM FOCO
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Número 5 Abril/2004

Poda de Formação da Mangueira


Manoel Teixeira de Castro Neto1

A poda de formação é fundamental para a composição da base de sustentação da planta


capaz de suportar os ramos produtivos. Na sua ausência, a planta apresenta-se desequilibrada, com
poucos ramos produtivos, porte alto e produção de material lenhoso, dificultando assim, a indução
do florescimento da planta. Atualmente, na maioria dos pomares em produção, as plantas possuem
uma copa mal formada, devido a ausência ou má condução da poda de formação. Esses pomares
apresentam baixa produtividade.

A poda de formação é iniciada rebaixando-se a planta já estabelecida no campo, para uma


altura de 70 ou 80 cm, deixando-a apenas com o caule principal (Figura 1A). Após a brotação das
gemas, a planta deverá ser conduzida com três ou quatro pernadas. As podas subsequentes deverão
ser realizadas removendo-se o segundo fluxo vegetativo de cada ramo maduro (Figura 1B). Dessa
maneira, a planta deve ser continuamente podada até a 5a poda (Figura 1C e 1D), quando terá
aproximadamente 30 meses de idade e passará a possuir acima de 220 ramos produtivos, com
sistema de condução de 3 pernadas.

Planta na 5a poda

2a poda - redução 2a poda


1 poda
a
do 2o fluxo 1a poda
redução a vegetativo
0,8m

A B C D
Fig. 1. Mudas estabelecidas mostrando os locais onde devem ser podadas (setas brancas). Setas amarelas indicam o local onde
haverá uma brotação que será removida na 3a poda.

Uma preocupação comum entre os produtores é se a poda deverá ser realizada acima ou
abaixo do nó. Observações realizadas em experimentos da Embrapa Mandioca e Fruticultura sugerem
que a poda tanto acima como abaixo do nó produz resultados semelhantes (Figura 2). No entanto, a
poda realizada acima do nó sempre produz um mínimo de três brotações, enquanto que a poda
realizada abaixo do nó geralmente produz um número menor de brotações. Uma prática para garantir

Engº Agrº, DSc, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura


1
maior rapidez de crescimento e uma boa brotação das gemas, aumentando assim o número de brotos
por ramo, é a realização da adubação nitrogenada quando o ramo está maduro. Essa adubação é
recomendada conforme a análise de fertilidade do solo e foliar.

Na seleção dos ramos a serem podados, deve-se evitar o formato de taça aberta para proteger
os ramos internos da copa contra a queima, devido à incidência direta dos raios solares. Um ou dois
ramos, deixados no topo da copa são suficientes para proteger o interior da copa, mantendo a
insolação e arejamento adequados.

Fig. 2. Brotações em ramos podados acima (esquerda) e abaixo (direita) do enternódio.

Após cada poda, é importante proteger os cortes com uma pasta bordalesa para evitar a
entrada de doenças e ataque de insetos.

A poda de formação para pomares adensados (Figura 3) segue os mesmos passos para um
pomar não adensados. Contudo, após a 5a poda, o pomar é posto a produzir, e após a colheita,
sofrerá nova poda para manter o pequeno porte das plantas. Em pomares adensados a poda é muito
mais crítica que em pomares com maiores espaçamento e, portanto, a época de sua realização não
pode ser adiada.

Fig. 3. Plantio adensado com plantas bem conduzidas pela poda de formação.
Tiragem: 1000 exemplares

Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento

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