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Euterpe edulis

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO 


SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL – DEF

Sistema silvicultural utilizado para as espécies de Palmito-juçara e Pinus


Taeda

Irati 2023
Euterpe edulis

Euterpe edulis conhecido popularmente como palmito-juçara, não é uma


planta exigente, desenvolve-se em solo pobre em fósforo (P), cálcio (Ca),
potássio (K) e magnésio (Mg), com alto índice de acidez (pH entre 4,1 e 5,6) e
elevado teor de matéria orgânica (Aguiar, 1986), e drenagem de boa a regular.
A espécie não se desenvolve bem em solos arenosos e secos, nem em solos
argilosos e encharcados. Para produção de mudas, recomenda-se semear
duas a três sementes em recipiente, a 5cm de profundidade. Em sementeira,
deve-se utilizar areia de rio como substrato e mantê-la sempre úmida. A
germinação inicia-se entre 30 e 170 dias. A repicagem é realizada de uma a
três semanas após a germinação, ou após o aparecimento das folhas. O tempo
total de viveiro é de no mínimo 9 meses (AMBIENTE BRASIL, 2006)

O espaçamento de 620 indivíduos por hectare em um espaçamento de


4x4, pois é um espaçamento médio muito usado no plantio da espécie,
posteriormente, o palmital permite cortes a cada 3 ou 4 anos, para possibilitar a
regeneração natural da espécie. A produtividade dos palmitais nativos é
variável, estando muito relacionada ao tipo e ao estágio da floresta. Numa
Floresta Ombrófila Densa Montana em Blumenau, SC, estimou-se o volume de
palmiteiro disponível em 160 m3.ha-1 com área basal de 1,3 m2 .ha-1. No
entanto, já foram encontradas florestas com área basal de até 3,5 m2 por
hectare de palmiteiro (Reis et al., 1989). Nessa mesma floresta, para se
alcançar uma produção sustentada, com um ciclo de corte previsto para 6
anos, estimativas indicam que a espécie é capaz de produzir até 102 kg de
produto comercial (palmito) por hectare (Reis et al., 1992), sendo o diâmetro
limite de corte de 9 cm.

O palmiteiro é uma espécie esciófila. Embora a juçara necessite de


sombreamento, não convém que seja abafada por plantas espontâneas. A
roçada, nos três primeiros anos de desenvolvimento é o trato cultural
recomendado, sendo mais indicada que o coroamento ao redor das plantas e a
capina, que apresentam riscos de causar danos ao sistema radicular superficial
das palmeiras (Martins e Souza, 2009). Naturalmente, o sistema de manejo é
que irá determinar o investimento necessário para a atividade de venda de
frutos in natura. Em florestas naturais, o sistema de exploração demandaria de
baixo investimento, somente o suficiente para a aquisição dos equipamentos
de colheita. Por outro lado, entretanto, o rendimento também é bastante baixo
nesse sistema. Plantios mais adensados podem representar uma alternativa
interessante quando se pretende implementar a produção de palmito.

Pragas: o inseto que mais ataca o palmiteiro é o coleóptero


Rhyncochorus sp. O adulto deposita os ovos na base da folha mais nova e a
larva desenvolve-se alimentando-se das folhas internas, até chegar ao
meristema apical, matando a planta. Ademais, o palmiteiro é infestado por
besouros da família Scolytidae, com danos leves (Macedo, 1985)

Doenças: os fungos Diplodia sp. e Triclariopsis paradoxa (queima-preta)


causam pequenas lesões, mas são facilmente controlados com fungicidas.

Pinus Taeda

Pinus taeda, é uma espécie exótica originária dos Estados Unidos da


América. No Brasil, é amplamente cultivado para produção de madeira para
fins comerciais, principalmente na região Sul do país. A espécie é muito
utilizada em reflorestamentos, devido ao rápido crescimento e adaptabilidade
em diferentes tipos de solos podendo ser argilosos e arenosos, úmidos e
inundados temporariamente, ocorrendo geralmente em solos ácidos e
moderadamente ácidos, podendo ser plantado tanto em solos rasos, quanto
profundos, sua produtividade é de 12 a 30m³/há ano, com uma altura total de
30m a 50m, com necessidade de poda para plantios voltados para serraria e
não necessária para uso de produção de celulose.

O espaçamento de plantio varia de acordo com a finalidade do plantio,


para celulose utilizam espaçamento de 1,5m x 1,5m ou 2x2, já para finalidade
de serraria ou laminação são normalmente utilizados espaçamentos de 3x3 ou
maiores. E para sistemas ILPF são maiores ainda o espaçamento.
A madeira é muito utilizada para laminação, serraria, celulose, produção
de painéis, aglomerados e quebra-ventos. Pode ser usada na extração de
resina, porém apresenta uma quantidade de resina inferior as outras espécies
de pinus.

Pode ser plantado a céu aberto, em plantio puro e também pode ser
utilizado em sistemas agroflorestais, como o taungya modificado, sistemas
silvipastoris, formação de bosquetes e para formar quebra-ventos. As mudas
podem ser plantadas diretamente no solo. O plantio é realizado geralmente no
inverno.

Cuidados culturais: Nos primeiros anos, é importante realizar a capina


para evitar a competição com plantas daninhas e garantir o crescimento das
mudas. Além disso, é necessário realizar adubação para suprir as
necessidades nutricionais da espécie. A poda feita de acordo com a finalidade,
plantios para energia ou celulose não necessitam poda. Em plantios com
finalidade de laminação ou serraria, a poda aumenta valor da madeira, sendo
uma prática comumente utilizada em sistemas de consórcio com gado, a poda
facilita circulação dos animais. Os desbastes são necessários visando diminuir
a competição entre as árvores a diminuição da densidade facilita o crescimento
e desenvolvimento em diâmetro das árvores remanescentes, formando árvores
mais grossas. Atualmente, O desbaste é uma prática silvicultural e preventiva
necessária nessa cultura. Os desbastes são realizados de acordo com a
necessidade. Essa necessidade é determinada através de análise de tronco ou
de medições permanentes, onde, após a realização de gráficos, determina-se o
cruzamento das curvas de IMA e ICA. Quando estas curvas se cruzam, é
necessário efetuar o desbaste.

Corte: O corte para a produção de madeira é realizado em média entre


20 á 25 anos de idade, podendo variar de acordo com o objetivo da produção e
do manejo adotado. O volume de madeira produzido por hectare pode variar de
acordo com as condições de plantio, sendo em média de 200 a 300 m³/ha.
Pragas e doenças: as principais são: formiga cortadeira saúva ou
quenquém (Atta spp. e Acromyrmex spp.), vespa da madeira (Sirex noctilio),
Além disso, a espécie pode ser afetada por doenças fúngicas, como a ferrugem
do pinheiro (Cronartium quercuum f. sp.) e a podridão radicular (Fusarium spp).
Para o controle de pragas e doenças, é recomendado o uso de técnicas de
manejo integrado, como a rotação de culturas e o uso de agrotóxicos
específicos. A vespa-da-madeira pode ser controlada através de técnicas de
manejo adequadas com a utilização do controle biológico com o uso de
nematoide.

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