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SILVICULTURA

Coordenador: José Valderí Costa Furtado


Professor: Thiago Jefferson de Carvalho

Aluno (a): _______________________________________


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1. INTRODUÇÃO A SILVICULTURA
A palavra silvicultura provém do latim e quer dizer floresta (silva) e cultivo de árvores
(cultura). Silvicultura é a arte e a ciência que estuda as maneiras naturais e artificiais de
restaurar e melhorar o povoamento nas florestas, para atender às exigências do mercado.
Este estudo pode ser aplicado na manutenção, no aproveitamento e no uso consciente das
florestas.

A silvicultura é dividida em clássica e moderna. A clássica abrange as florestas


naturais, buscando forças produtivas provenientes dos sítios ecológicos, e as restrições
são determinadas pela necessidade de não prejudicar a estabilidade natural do
ecossistema. Já a moderna, opera com as florestas plantações, que são mais autônomas
do sítio natural, e mantidas artificialmente.

O objetivo de ambas é a produção de madeira e, durante seu manejo, é necessária


a participação de técnicos de diversas áreas. Porém, a silvicultura moderna não tem
apenas a finalidade de produzir madeira, mas também serviços e bens.

A silvicultura pode ser definida como prática para o melhor uso da floresta,
considerando o processo de produção, reprodução e cultivo de florestas, levando sempre
em consideração práticas para a preservação e o reflorestamento.

2. A SILVICULTURA NO BRASIL
Na economia brasileira, a atividade florestal sempre teve grande destaque, a
exploração florestal foi uma das primeiras atividades econômicas do país, iniciando-se logo
após a chegada dos portugueses com a exploração do pau-brasil.

A Silvicultura Brasileira de florestas plantadas comemorou recentemente seu


centenário, baseando-se na introdução do eucalipto em escala comercial, impulsionando
uma grande transformação na produção de madeira, marcado por uma amplitude de
indústrias e produtos, composta basicamente de madeira industrial (celulose e papel e
painéis), processamento mecânico da madeira (serrados e compensados) e de madeira
para energia (lenha, cavaco e carvão vegetal).

De acordo com o Sistema Nacional e Informações Florestais (SNIF), o número de


florestas plantadas pulou de 33% para 77% entre os anos 1990 e 2010. Com uma maior
conscientização ambiental dos produtores, essa porcentagem tende a subir nos próximos
anos. Hoje o Brasil detém hoje as melhores tecnologias na silvicultura do eucalipto,
atingindo grande produtividade.

Atualmente, a silvicultura responde por mais de 70% da produção de madeira no


país (segundo levantamento do IBGE), sendo os principais produtos a celulose, o carvão e
a lenha. Contudo, isso não vale para a região Norte, onde a Floresta Amazônica ainda
supre a maior parte da demanda por produtos madeireiros e não-madeireiros. Esse quadro
também deve se reverter a longo prazo, visto que o desmatamento na Amazônia é
combatido com intensidade cada vez maior e o manejo florestal sustentável, embora
importante, não pode assegurar o suprimento de madeira no ritmo de crescimento da
demanda, especialmente para fins energéticos.

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Alguns estados da região Norte, como o Amapá, Roraima, Tocantins e o Pará possuem
consideráveis extensões de florestas plantadas, dada a existência de siderúrgicas e fábricas de
celulose na região. Já no Amazonas, no Acre e em Rondônia, as áreas ainda são pequenas,
mas crescentes. A princípio, o principal produto das florestas plantadas destes estados deve
ser a lenha, para o abastecimento de caldeiras de cerâmicas, frigoríficos, graníferas e
termelétricas, além de fornos de panificadoras e restaurantes.

Não obstante, a crescente demanda por madeira para fins energéticos, o plantio de
árvores para produção de madeira serrada, tratada e painéis de madeira, nos estados da
região Norte, também pode ser uma alternativa economicamente viável, podendo-se
trabalhar em sinergia com o manejo florestal sustentável. Afinal, serrarias, marcenarias e
fábricas painéis de madeira, geralmente, podem beneficiar tanto madeiras nativas quanto
exóticas.

3. ESPÉCIES CULTIVADAS
Em se falando de espécies florestais para cultivo, atualmente, os eucaliptos são os mais
cultivados, ocupando mais de 6,5 milhões de hectares no Brasil (74% do total de florestas
plantadas), segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF).
Com exceção de Roraima, onde a acácia-mangium parece ser preponderante, nos demais
estados da região Norte os eucaliptos também são as principais espécies cultivadas.

A preferência pelos eucaliptos se explica por sua elevada produtividade, plasticidade


(podem ser cultivados em diversas condições edafoclimáticas), multiplicidade de uso
(lenha, celulose e madeira serrada, por exemplo), disponibilidade de material genético e
aceitação no mercado. Apesar de ser a segunda essência mais cultivada no Brasil, os
plantios de pinos na região Norte são tímidos, provavelmente devido à baixa demanda por
celulose de fibra longa, madeira e resina pelas fábricas da região.

Ainda com relação às espécies exóticas, uma espécie que tem sido cada vez mais
plantada na Amazônia Legal é a teca (Tectona grandis), conhecida por sua madeira nobre,
de alto valor de mercado. Já grandes extensões de acácia-mangium existem basicamente
em Roraima. A acácia-mangium, assim como os eucaliptos, é relativamente rústica e
presta-se para a produção de lenha, celulose, madeira serrada e mel. Também é fixadora
de nitrogênio atmosférico, sendo bastante empregada em recuperação de áreas
degradadas. Porém, não há disponibilidade de materiais melhorados e sua aceitação no
mercado regional não é tão alta.

Com relação às espécies nativas, para produção de madeira, apenas o


Schizolobium parahyba var. amazonicum, conhecido como paricá ou bandarra, possui
considerável área plantada (cerca de 85 mil hectares), concentrada em Tocantis e no Pará.
A espécie possui rápido crescimento e seu principal uso é a fabricação de laminados.

A Floresta Amazônica possui uma grande diversidade de espécies nativas com


potencial para produção de madeira, como o pau-de-balsa (Ochroma pyramidale), a
sumaúma (Ceiba pentandra), o taxi-branco (Sclerolobium paniculatum), o ipê
(Handroanthus spp.) e o tauari (Couratari spp.). Domesticar essas espécies é fundamental
para garantir a perpetuidade do setor florestal, pois pode evitar o esgotamento das árvores
de remanescentes florestais e garantir o suprimento de produtos diversificados, tanto para
o mercado interno quanto para exportação.

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4. COLETA E BENEFICIAMENTO DE SEMENTES


O primeiro passo para produção de mudas florestais e posterior estabelecimento de
um viveiro é a coleta de sementes, que graças ao mecanismo de dormência, possibilita
que fiquem disponíveis para serem armazenadas por longos períodos de tempos,
provendo assim, condições para que as mudas possam ser produzidas em épocas
distintas daquelas que as sementes foram produzidas.

A coleta de sementes deve ser feita de árvores selecionadas, considerando os


objetivos do plantio florestal que será formado, chamadas de árvores matrizes, essas
árvores em sua maioria apresentam as chamadas ‘características superiores’ às demais,
como altura, boa formação de copa, bom diâmetro, qualidade da madeira, frutificação, não
presença de bifurcações ou ataques de pragas e doenças. Todavia essas características
podem variar de acordo com a finalidade do plantio da floresta.

A coleta deve respeitar alguns requisitos; em florestas naturais a mesma não pode ser
feita todas de uma mesma árvore matriz, sendo recomendado coletar de no mínimo 15 árvores
por espécie, estando distantes entre 50 e 100 metros entre elas, se por acaso as árvores se
localizarem próximas umas das outras, nesse caso deve considera-las como sendo uma
família, devendo colher o fruto de no mínimo 5 grupos de famílias com distâncias variando de
50 a 100 metros, e em 3 árvores diferentes da mesma família. Já se você for coletar sementes
em uma floresta plantada deve-se coletar de um maior número de árvores possíveis, partindo-
se do princípio de que todas possuem a mesma característica genética.

As sementes devem ser coletas em sua época de maturação (varia entre espécies), ou
seja, quando os frutos começam a secar e abrir ou até mesmo mudar sua coloração
(maturação). Deve-se tomar cuidado com os frutos leves ou alados (como é o caso dos ipês)
eles devem ser coletados antes que se abram, pois os mesmo podem ser levados pelo vento.

Existem algumas maneiras das sementes serem coletadas, podendo ser através de
escadas, utilizando podão, equipamento de alpinismo, etc. esses métodos variam muito de
espécie para espécie, terreno e experiência do coletor.

Beneficiamento das sementes coletadas


Após termos coletados as sementes entramos na parte do beneficiamento. Essa
fase consiste na remoção das sementes de seu fruto, sementes envoltas de frutos
carnosos podem ser extraídas por meio da técnica da maceração ou despolpamento
(bastante utilizada para frutos de goiti, araçá, jambo, mangaba, cajarana, cajá, jatobá) com
uso de peneira e água o coletor ira esfregar os frutos para que os mesmos liberem as
sementes, após essa técnica as sementes são postas para secagem, esse despolpamento
do fruto pode variar conforme a espécie, algumas são necessário os frutos ficarem imersos
em água por até 24 horas.

Para a retirada das sementes dos frutos secos caso os mesmos não se abram
naturalmente utiliza-se processos mecânicos como martelos, facas, tesouras, facões e até
mesmo machado (ex. Flamboyant, tamboril, jucá).

Depois de beneficiadas, as sementes contêm materiais indesejáveis (como restos de


frutos, galhos, sementes chochas e de outras espécies, etc.), que devem ser removidos
afim de facilitar a secagem, o armazenamento e a semeadura, para espécies florestais
costuma-se utilizar peneiras ou até mesmo catação manual.

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É importante que as sementes sequem até atingirem a umidade adequada para a


espécie (que varia bastante, podendo ser de aproximadamente 5% para algumas e de 40%
para outras, são as chamadas sementes ortodoxas, diferentemente das recalcitrantes que
não toleram o processo de secagem sendo que as mesmas devem ser plantadas logo após
a colheita ex.: abacate, manga, cacau), quando estarão prontas para serem armazenadas.
Isto diminui o risco de que elas sejam atacadas por fungos e outros microrganismos ou que
percam sua capacidade de germinar.

Após todo o trabalho com as sementes, parte-se para o setor da preparação do


espaço para produção de mudas, nesta etapa, trataremos do planejamento e instalação de
viveiros florestais.

Planejamento e instalação de viveiros


O viveiro de produção de mudas é uma área ou superfície de terreno, com
características próprias, destinada a produção, ao manejo e a proteção das mudas até que
tenham idade e tamanho suficientes para serem transplantadas no local definitivo, resistindo às
condições adversas do local de crescimento e apresentar um bom desenvolvimento.

O êxito de um projeto, quer tenha a finalidade de ornamentação, produção de frutos,


florestas ou arborização, depende diretamente da qualidade das mudas produzidas. Mudas
com sistema radicular e parte aérea bem formada, com bom estado nutricional, livres de
pragas e doenças, têm altas taxas de sobrevivência e desenvolvimento após o plantio.

Instalações de um viveiro
Antes de instalar o viveiro é necessário responder à pergunta: por quanto tempo
quero ter esse viveiro ativo? É algo temporário ou de longa duração? Com a resposta em
mente veja abaixo os principais tipos de viveiro e suas características.

Tipos de viveiro
Quanto à sua duração, os viveiros podem ser classificados em temporários e
permanentes, e quanto a proteção do sistema radicular, em viveiros com mudas de raiz
nua (canteiros no chão) ou em recipientes.

Os viveiros temporários
Destinam-se à produção de mudas em determinado local durante apenas certo
período e, cumprindo as finalidades a que se destinaram, são desativados. Esses viveiros
são de instalações simples, geralmente dentro da área de plantio, visando a redução de
custos de transporte das mudas e melhor adaptação das mesmas às condições climáticas
do local. São adequados quando o objetivo for reflorestamento de pequenas áreas, e até
mesmo de grandes áreas, no entanto, longe de outras áreas.

Os viveiros permanentes ou fixos


Têm por finalidade produzir mudas durante muitos anos, e por isso requerem
planejamento muito mais cuidadoso, uma vez que suas instalações são mais sofisticadas
se onerosas, para suportar o maior período de produção de mudas. Ele deve ser localizado
na parte mais central da área a ser plantada, evitando, assim, altos custos de transporte
das mudas para o campo.
Se o objetivo for produção de mudas para comercialização geralmente, ele é
instalado próximo aos centros consumidores das mudas.

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INFORMAÇÕES IMPORTANTES
- A extensão do viveiro será determinada em função de alguns fatores:
- Quantidade de mudas que serão produzidas para plantio e replantio;
- Densidade de mudas por metro quadrado – em função das espécies;
- Espécies escolhidas e período de rotação das mudas;
- Dimensões dos canteiros e passeios entre eles;
- Dimensão das instalações – galpões e etc.

Escolha do local
O local para a construção de um viveiro deve ser definido depois da análise
cautelosa de diferentes aspectos do ambiente. De preferência, o construtor deve considerar
uma área com as seguintes características:

Inclinação do terreno: o terreno deve ser levemente inclinado (1% a 3%) a fim de
evitar acúmulo de água das chuvas ou mesmo do excesso de irrigação.
Drenagem: o solo deve oferecer boa drenagem, evitando-se solos pedregosos ou
muito argilosos.
Fonte de água: a disponibilidade de fonte de água limpa e permanente deve ser
suficiente para irrigação em qualquer época do ano.
Proximidade das áreas de plantio: a localização deve ser próxima do local onde as
mudas serão plantadas, principalmente no caso de viveiros temporários.
Orientação geográfica: o maior comprimento do viveiro deve ficar no sentido do sol
nascente para o poente (leste-oeste), o que garantirá ambientes totalmente ensolarados na
maior parte do tempo.
Proteção das mudas: o local deve ser cercado para evitar a entrada de animais,
além de implantação de quebra-ventos, que deverá servir para a proteção das mudas, das
sementeiras, dos sombrites e demais instalações do viveiro.

Produção das mudas


Após ter coletado e beneficiado as sementes, planejado e montado o viveiro,
chegamos na parte de produzir nossas mudas.
Na escolha de recipientes deve-se considerar o tamanho inicial e final da muda,
custo de aquisição, durabilidade, facilidade de manuseio e de armazenamento, dentre
outros. De modo geral, o tamanho do recipiente deverá ser escolhido de forma a
proporcionar o maior volume possível de solo às raízes, mas que seja de menor peso
possível e facilmente transportável.
A forma de propagação pode ser por sementes, vegetativamente ou por divisão. As
plantas propagadas por sementes são plantadas em sementeiras ou canteiros, ou
diretamente em sacos plásticos ou tubetes. Para as plantas propagadas vegetativamente, o
empreendedor deverá manter uma área com várias plantas matrizes para extração de
mudas, enxertos e bulbos. As plantas propagadas por divisão poderão ser plantadas
diretamente em sacos plásticos ou tubetes.

Cuidados com as mudas em viveiros


Após semeadura, as mudas necessitam de cuidados especiais, para que possam
desenvolver-se corretamente.

Irrigação
Todo viveiro necessita de água. Assim, deve-se planejar uma boa forma de poder
irrigar as mudas, diariamente. Deve-se molhar o substrato das mudas pelo menos duas

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vezes ao dia, recomendam-se o início da manhã e o final da tarde. Para estufa,


recomenda-se o sistema de irrigação por nebulização (para deixar o ar úmido) já para casa
de sombra ou de pleno sol, os sistemas de irrigação devem promover gotas mais grossas,
o que levará um maior consumo de água.

Adubação
Com a perda que pode acontecer durante a rega, a reposição de nutrientes pode ser
necessária durante o desenvolvimento das mudas, esse processo varia muito para cada
espécie, visto que pode variar a necessidade de determinado nutriente.

Controle de pragas, doenças e ervas daninhas


A presença de folhas murchas, amarelas ou cortadas indica que as mudas podem
estar doentes ou sendo atacadas por pragas. Se for o caso de doença nas folhas,
recomenda-se inicialmente a redução do sombreamento e da irrigação. Se isso não for
suficiente, pode ser necessário pulverização com fungicida, mas qualquer ação nesse
sentido deve ocorrer sempre mediante orientação de técnicos profissionais.
O controle de ervas daninhas deve ser feito por todo o viveiro, e não nos canteiros,
podendo ser feito manualmente (arrancando as ervas com a mão) ou por mediante o uso
de herbicidas.
As sementeiras suspensas resolvem muitos problemas relacionados ao ataque de
pragas como moluscos, cupins e roedores. Sistemas de propagação de mudas de
essências florestais

5. PROPAGAÇÃO DE MUDAS
Atualmente, o Brasil atingiu grande desenvolvimento do setor florestal obtendo alta
produtividade em suas florestas plantadas, sendo alcançado pelas condições climáticas
favoráveis, qualidade genética das florestas e pelo manejo adequado. A obtenção de
floresta deve ser iniciada com a aquisição de material adequado às condições locais e
finalidade. Esse material deve ser oriundo de um processo de melhoramento que consiste
na seleção e propagação de plantas com as características desejadas, também chamadas
de plantas superiores.

A propagação das mudas pode ser realizada de duas maneiras via semente ou via
clonagem (propagação vegetativa).

PROPAGAÇÃO VIA SEMENTE


Este tipo de propagação gera maior variabilidade entre os indivíduos o que possibilita
maior distribuição e adaptação do material em condições de solo e clima diferentes.

Área coleta de sementes (ACS)


A área de coleta de sementes consiste na escolha de algumas árvores com
características desejáveis. Cada árvore selecionada é chamada de planta-mãe, ou seja,
cada semente terá 50 % do material genético de origem conhecida. A principal vantagem
desse sistema é a grande disponibilidade de pólen que resulta em maior troca genética e
maior nível de polinização, conseqüentemente grande quantidade de sementes viáveis e
maior variabilidade genética. Os ganhos obtidos nessa área são relativamente baixos e é
recomendada para o início do melhoramento do material introduzido.

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Área produção de sementes (APS)


Na área de produção de sementes ocorre a retirada das árvores sem as
características desejáveis através do desbaste seletivo. Assim cada semente terá 100 %
do material genético proveniente de árvores com as características desejáveis. As
principais vantagens desse sistema são: produção de sementes com material genético
superior; baixo custo e em curto período. Essa área deve ficar isolada de outras onde
existam florestas que possam estar polinizando os indivíduos selecionados.

Pomar de semente por mudas (PSM)


O pomar de sementes por mudas é implantado a partir da seleção de plantas de um
teste de progênie (estudo feito sobre o comportamento das diferentes plantas selecionadas
de diferentes populações). A área deve ficar devidamente isolada e corretamente
manejada para produção de sementes. Esse sistema tem maiores ganhos genéticos, mas
não pode ser obtido na introdução de material genético.

Pomar de semente clonal (PSC)


O pomar de semente clonal consiste na pré-seleção de diferentes materiais com as
características desejáveis que devem ser clonados e implantados, com o devido
isolamento, de modo a direcionar o cruzamento entre diferentes clones superiores. Nesse
sistema ocorrem grandes ganhos genéticos e também pode ocorrer a precocidade na
produção de sementes, quando a propagação é realizada via enxertia.

PROPAGAÇÃO VIA CLONAGEM OU PROPAGAÇÃO VEGETATIVA


A propagação vegetativa é utilizada para obter ganhos genéticos de maneira mais
rápida, pois essa técnica conserva características da planta mãe. Mas deve-se ressaltar que
mesmo em floresta de origem de propagação vegetativa podem ocorrer diferenças entre um
mesmo clone devido às diferenciações ocorridas durante a fase de propagação do material.
Existem diversos métodos para a propagação vegetativa de plantas jovens ou
adultas e para todos os métodos deve-se trabalhar com condições de umidade e
temperatura controlada e meios propícios para cada sistema.

Micro-propagação
Esse método de propagação vegetativa é baseado nas técnicas de cultura de
tecidos e é realizado a partir de calos, órgãos, células e protoplastos. A cultura de tecidos
consiste em cultivar segmentos da planta em tubos de ensaio que contenham soluções
nutritivas e hormônios na dosagem adequada para o desenvolvimento. Após o termino da
fase de desenvolvimento em tubos de ensaio, as plantas passarão por aclimatização e
posteriormente serão levadas ao campo. Nesse sistema é possível obter com rapidez a
produção de um grande número de mudas idênticas.

Macro-propagação
O método de macro-propagação é baseado nos métodos convencionais de estaquia
e enxertia.

Estaquia – É o processo de enraizamento de estacas obtidas de material selecionado. Essa


é a metodologia mais utilizada nas grandes empresas florestais que obtêm as estacas nos
mini-jardins clonais. Podem existir nesse processo, além da metodologia, algumas
características inadequadas para o enraizamento das estacas, como o material genético e
a idade (o material adulto apresenta maior dificuldade de enraizamento).

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Enxertia – É o processo de inserção da parte superior de uma planta em outra, através da


implantação do ramo, gema ou borbulha da planta a ser multiplicada (cavaleiro) sobre o
porta-enxerto (cavalo). Nesse procedimento pode ocorrer a rejeição do material, sendo que
a melhor maneira de evitá-lo é utilizar plantas jovens.

6. SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MUDAS

SEMEADURA EM SEMENTEIRAS
Neste sistema as sementes são semeadas em canteiros para posteriormente serem
repicadas em recipientes, onde completarão o seu desenvolvimento. O processo de
semeadura em sementeiras já foi a prática mais utilizada para a produção de mudas
florestais, devido a grande oferta de mão-de-obra, e dos projetos de reflorestamento que na
sua maioria, não apresentavam grandes dimensões. Hoje este processo ainda é utilizado
para espécies que levam muito tempo para germinar, espécies que apresentam
germinação desuniforme ou que possuem sementes muito pequenas.

Dentre as vantagens das sementeiras podem ser citadas:


Possibilitam alta densidade de mudas por m2;
Garantem o suprimento de mudas no caso de perdas;
Propicia maior uniformidade nos canteiros após a repicagem.

Entre as desvantagens:
A repicagem requer cuidados especiais no manuseio das mudas, evitando-se danos
principalmente ao sistema radicular;
Exigência de condições climáticas adequadas (dias úmidos e nublados) para o processo de
repicagem;
Utilização de um aparato de cobertura (sombrite ou ripado) para os canteiros de mudas
recém repicadas;
O custo de produção final da muda se torna um pouco superior.

PRODUÇÃO DO SUBSTRATO
O substrato utilizado para formar o leito de semeadura deve ser constituído de uma
mistura de terra arenosa, terra argilosa e esterco curtido na proporção de 2:1:1. A terra
deve ser retirada do subsolo, a uma profundidade de + 20 cm, a fim de se evitar a
ocorrência de propágulos de microrganismos e de sementes de ervas daninhas. Esta deve
ser peneirada em peneirões com malha de 1,5 cm. Deve-se dar preferência ao uso do
esterco curtido, que devido ao processo da compostagem, já eliminou parte dos
microrganismos patogênicos e disponibilizou parcialmente os nutrientes. Na ausência de
esterco o mesmo pode ser substituído por 2 a 4 kg de NPK (6:15:6) por m3 de mistura.

SEMEADURA
Após o preparo da sementeira com o substrato, inicia-se a semeadura, que pode ser
de duas formas:
a) A lanço: para sementes pequenas;
b) Em sulcos: para sementes maiores.

É fundamental que se distribua as sementes na sementeira de forma uniforme, a fim


de oferecer o mesmo espaço para cada planta, evitando-se assim grande número de
mudas por unidade de área, o que propicia o aparecimento de fungos,

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além de aumentar os efeitos da competição. A densidade ótima de semeadura varia de


espécie para espécie ou mesmo entre sementes de procedências diferentes, região para
região, ou até mesmo com estações do ano.

A época mais apropriada para semeadura varia de acordo com os seguintes aspectos:
•Espécie;
•Taxa de crescimento;
•Riqueza do solo utilizado;
•Clima local.
Após a semeadura, as sementes são cobertas com uma fina camada de substrato,
seguida de uma cobertura morta, a fim de proteger as sementes pré-germinadas dos raios
solares, ventos, pingos d’água, além de manter a umidade. Alguns materiais que podem
ser utilizados para cobertura morta são: Casca de arroz; Capim picado; Serragem.

RETIRADA DE MUDAS
Deve ser feita por meio de uma espátula ou ferramenta semelhante. A permanência
das plântulas na sementeira, desde a germinação até sua repicagem varia de espécie para
espécie, de acordo com as seguintes características:
Eucalyptus spp: 3 a 4 cm de altura ou 2 a 3 pares de folhas, e no máximo 35 dias após a
semeadura.
Pinus spp: deve ser realizada após a queda do tegumento das sementes e o aparecimento
das primeiras acículas;
Demais espécies: 2 a 3 pares de folhas, uma vez que a altura é muito variável entre as
espécies.

CUIDADOS NA RETIRADA DAS MUDAS


 Molhar bem o canteiro antes de iniciar a operação;
 Molhar bem as embalagens que irão receber as mudas;
 Evitar dias de sol, ou se necessário, fazê-lo no início da manhã ou no fim da tarde;
 Cobrir as mudas com um sombrite ou um ripado pelo período mínimo (dependendo da
espécie) de dois dias.


7. SEMEADURA DIRETA EM RECIPIENTES
Este método vem a cada dia ocupando maior espaço nas empresas florestais,
especialmente na produção de mudas em grande escala. Isto se deve as seguintes
vantagens:
 A área do canteiro servirá apenas de base física para a colocação dos recipientes;
 Reduz o período para a produção de mudas;
 Produz mudas mais vigorosas;
 O substrato utilizado para encher os recipientes não é o do local do viveiro;
 Menor perda de mudas por doenças;
 Consegue-se mudas com o sistema radicular de melhor conformação;
 Menor custo, em relação as mudas produzidas por repicagem.

 TIPOS DE RECIPIENTES
A produção de mudas em recipientes vem a cada dia tendo uma maior aceitação
pelas empresas florestais, principalmente as que utilizam o Pinus e o Eucalyptus como
matéria prima, onde o tubete é o mais utilizado. Porém há vários

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outros tipos de recipientes onde a escolha do ideal a ser utilizado vai depender da espécie,
das condições disponíveis do produtor e da produção esperada.
Principais vantagens, em comparação com a produção em raiz nua:
 Diminui o choque provocado pelo plantio;
 Melhor adaptação a sítios mais secos;
 Possibilidade de estender a estação de plantio;
 Replantio das falhas, na mesma estação de plantio;
 Resolve o problema da produção de mudas para algumas
 espécies. As desvantagens são:
 Mais difíceis de serem manuseadas;
 Maior peso para o transporte;
 Oferece maior dificuldade em operações mecanizadas para o plantio;
 Dependendo do recipiente, exigem trabalho manual mais intensivo;
 Custo mais elevado de produção, transporte e plantio.

Na escolha do recipiente que se vai utilizar, alguns aspectos físicos devem ser
observados para a qualidade das mudas produzidas:
a) Forma: a forma do recipiente deve evitar o crescimento das raízes em forma
espiral, estrangulada, ou de qualquer outro problema. Indícios de recipientes inadequados
podem ser visualizados com a curvatura na base do fuste da muda e a inclinação da árvore
adulta, decorrentes de problemas no sistema radicular.

b) Material: o material não deve desintegrar-se durante a fase de produção de


mudas, o que dificulta a manipulação e o transporte dos recipientes.

c) Dimensões: é a combinação entre a altura e o diâmetro. É deste aspecto que


resulta o volume de cada recipiente, onde, quando forem maiores que o indicado provocam
gastos desnecessários, elevam a área do viveiro, aumentam os custos de transporte,
manutenção e distribuição das mudas em campo. Por outro lado, como a disponibilidade de
água e nutrientes é diretamente proporcional ao volume de substrato, dimensões pequenas
resultam em volume reduzido, afetando o desenvolvimento da muda. Outro problema é o
sistema radicial que é variável de espécie para espécie.

d) Rotação da espécie no viveiro: o período de produção da muda deve ser


compatível com a duração dos recipientes e deve atender a qualidade do substrato pela
perda dos nutrientes com a lixiviação.

SUBSTRATO
Sua principal função é sustentar a planta e fornecer-lhe nutrientes, água e oxigênio.
É composto por três fases, sendo elas:
•Sólida: constituído de partículas minerais e orgânicas;
•Líquida: formada pela água, na qual encontram-se os nutrientes, sendo chamada de
solução do solo;
•Gasosa: constituída pelo ar, a atmosfera do substrato. Estes dois últimos são inteiramente
dependentes dos espaços livres no solo (poros), podendo ser classificados ainda como
macroporos e microporos.

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O substrato deve apresentar boas características físicas e químicas, sendo as físicas


as mais importantes, uma vez que a parte química pode ser mais facilmente manuseada
pelo técnico.

PREPARO DO SUBSTRATO
Para o preparo do substrato, alguns pontos devem ser observados: não deve ser
muito compacto, para não prejudicar a aeração e o desenvolvimento das raízes; apresentar
substâncias orgânicas, para melhorar a agregação e aumentar a capacidade de troca
catiônica e a retenção de água; e deve estar isento de sementes de plantas indesejáveis,
de pragas e de microrganismos patogênicos. São descritos abaixo, alguns componentes
que podem ser usados na constituição do substrato:

Vermiculita: é um mineral de estrutura variável, constituído de lâminas ou camadas,


justapostas em tetraedros de sílica e octaedros de ferro e magnésio. O octaedro de
magnésio, quando submetido ao aquecimento, expande-se. Isto resulta no melhoramento
das condições físicas, químicas e hídricas do solo. A vermiculita possui a capacidade de
reter a água do solo, deixando disponível para a planta, em caso de uma breve estiagem. É
um substrato praticamente inerte, sendo necessário o balanceamento de nutrientes
essenciais, por meio de adubações periódicas. Outro grande problema da vermiculita é de
se conseguir uma boa aderência do substrato ao redor das raízes, sendo necessário levar
o tubete ao campo até o momento do plantio.

Composto orgânico: é o material resultante da decomposição de restos animais e


vegetais, através do processo da compostagem. Este processo consiste em amontoar
esses resíduos e, mediante tratamentos químicos ou não, acelerar a sua decomposição. A
decomposição por microrganismos do solo processa-se mais rapidamente quando estes
encontram quantidades suficientes de nitrogênio e fósforo prontamente assimiláveis. Em
termos práticos, o teor de nitrogênio é que determina a velocidade de decomposição.
Quando o resíduo tem menos de 1% de N, a decomposição é extremamente lenta, por ser
um material pobre. Tendo o resíduo mais de 2% de N, a decomposição é rápida, mas
sujeita à perda de N para a atmosfera. O composto estimula a proliferação de
microrganismos úteis, melhora as qualidades físicas do solo, aumenta a capacidade de
retenção de água e nutrientes, facilita o arejamento e reduz o efeito da erosão pela chuva.

Esterco bovino: quando bem curtido, muito contribui para melhorar as condições
físicas, químicas e biológicas do substrato, além de fornecer vários nutrientes essenciais às
plantas. Ele aumenta a capacidade de troca catiônica, a capacidade de retenção de água,
a porosidade do solo e a agregação do substrato, as quais são mais importantes que os
elementos químicos e nutrientes adicionados pelo esterco. O
valor do esterco como fertilizante depende de vários fatores, dentre os quais o grau de
decomposição em que se encontra e os teores que ele apresenta de diversos
elementos essenciais às plantas. O esterco bem curtido é útil misturado com outros
substratos, proporcionando resultados semelhantes ao do composto orgânico, porém
inferiores.
Moinha de carvão vegetal: é um subproduto do processo de carvoejamento, uma
vez que se constitui de partículas finas que não são aproveitadas pelas empresas
produtoras de ferro-gusa. Na produção de mudas utilizando tubetes, a moinha é um
excelente produto para ser misturado com outros substratos, principalmente os orgânicos.

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Terra de subsolo: deve-se dar preferência aos solos areno-argilosos, pois estes
apresentam boa agregação, permitem uma boa drenagem da água, não apresentam
problemas para o desenvolvimento das raízes, possui boa capacidade de reter umidade e
apresentam coesão necessária para a agregação ao sistema radicular. É utilizada
principalmente com mudas que são produzidas em sacos plásticos. É importante se fazer
uma análise química, para verificar a necessidade ou não, de uma correção do pH, uma
vez que espécies folhosas desenvolvem-se melhor em solos com pH na faixa de 6,0 a 6,5.
Para a retirada da terra deve-se remover uma camada superficial de aproximadamente 20
cm, para que a terra a ser usada no viveiro não seja acompanhada por sementes de
plantas indesejáveis.
Serragem: é um resíduo de serraria raramente usado, onde, por ser orgânico, pode
ser usado na produção do composto e em cobertura morta para viveiros. A qualidade da
serragem por sua vez vai depender da espécie de origem. Isto porque a serragem pode
conter resina, tanino, terebentina, muito comum em serragem de coníferas e que podem
ser tóxicas as plantas. Outro fator a ser considerado é de que a serragem, por apresentar
relação elevada de C/N (851/1), é um produto de compostagem muito lenta, sendo assim
importante que a serragem a ser utilizada no viveiro esteja bem decomposta.

8. DORMÊNCIA DAS SEMENTES


O termo dormência de sementes aplica-se à condição das sementes viáveis que não
germinam apesar de lhes serem fornecidas as condições ambientais adequadas para
germinarem (ex. água e temperatura conveniente). O fenómeno de dormência nas
sementes provém da adaptação das espécies às condições ambientais em que se
reproduzem. É, portanto, um recurso utilizado pelas plantas para germinarem na época
apropriada ao seu desenvolvimento, e que visa a perpetuação da espécie.

Consideram-se fundamentalmente três tipos de dormência:


Dormência inata descreve a dormência que se encontra presente imediatamente após a
paragem do crescimento do embrião, quando a semente se encontra na planta mãe. Esta
dormência já existe, portanto, quando colhemos as sementes. Este tipo de dormência
impede a semente de ter uma germinação vivípara, bem como, durante algum tempo após
o amadurecimento e a colheita das sementes. Existe sempre alguma variação na duração
do período de dormência das sementes de uma planta (polimorfismo).

Dormência induzida descreve a dormência que resulta de se fornecerem condições para a


semente germinar (ex. água) mas por ser desfavorável qualquer factor ambiental a semente
não germina, e persiste dormente, mesmo que se remova o factor inibitório da germinação.

Dormência forçada descreve a dormência que resulta das condições em que as sementes
viáveis não germinam por alguma limitação ambiental mas que germinam após a remoção
do factor inibitório da germinação.

Algumas causas de dormência das sementes:


Tegumento impermeável: as sementes com estas características, são chamados de
sementes com casca dura, por não conseguirem absorver água e/ou oxigénio.

Embrião fisiologicamente imaturo ou rudimentar: no processo de maturação da


semente o embrião não está totalmente formado, sendo necessário fornecer condições
favoráveis para o seu desenvolvimento.

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Substâncias inibidoras: são substâncias existentes nas sementes que podem impedir a
sua germinação.

Combinação de causas: necessariamente as sementes não apresentam somente um tipo


de dormência, podendo haver na mesma espécie mais de uma causa de dormência.
Alguns processos para quebra de dormência das sementes:
Escarificação química: é um método químico, feito geralmente com ácidos (sulfúrico,
clorídrico etc.), que possibilita as sementes a executar trocas de água e/ou gases com o
meio envolvente.

Escarificação mecânica: é a abrasão das sementes sobre uma superfície áspera (lixa,
piso áspero etc.). É utilizado para facilitar a absorção de água pela semente.

Estratificação: consiste num tratamento húmido à baixa temperatura, auxiliando as


sementes na maturação do embrião, nas trocas gasosas e na embebição pela água.

Choque de temperatura: é feito com alternância de temperaturas variando em,


aproximadamente, 20ºC, durante períodos de 8 a 12 horas.

Água quente: é utilizado em sementes que apresentam impermeabilidade do tegumento e


consiste na imersão das sementes em água à temperatura de 76 a 100ºC, com um tempo
de tratamento específico para cada espécie.

9. PREPARO DO SOLO
Na área florestal, para a obtenção e manutenção de uma boa produtividade, alguns
critérios quanto ao plantio florestal devem ser seguidos, dos quais se destacam práticas de
combate a formiga cortadeira, controle de mato competição, preparo de solo, adubação,
plantio e irrigação.

Assim, buscando-se adequar a um cronograma operacional para plantios florestais,


elaborou-se uma explicação das etapas básicas de implantação que tem como objetivo
auxiliar o pequeno produtor na formação de sua floresta.

Combate à formiga
As formigas cortadeiras são apontadas como uma das principais pragas florestais. O
combate às formigas pode ser dividido em três fases:
a) Inicial: realizado em toda a área a ser plantada. Quando o combate inicial for feito
após a limpeza da área, é indicado que se aguarde um período de aproximadamente 60
dias entre a operação de limpeza e o combate;

b) Repasse: operação que visa combater os formigueiros que não foram totalmente
extintos e é realizado por volta de 60 dias após o combate inicial, antes do plantio em toda
a área; e

c) Monitoramento: realizado durante todo o período de formação e maturação da


floresta, prosseguindo após o corte da mesma. Após o plantio, o monitoramento deve ser
constante até o primeiro ano de plantio. É indicado que se faça o monitoramento anual, de
forma a evitar a proliferação dos formigueiros.

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Os formicidas disponíveis no mercado são sob a forma de pó seco, de iscas


granuladas e de líquidos termonebuláveis.

As iscas granuladas são as mais utilizadas na área florestal devido a fácil aplicação,
baixo custo, alto rendimento em áreas limpas e menor perigo aos aplicadores. Os dois
princípios ativos usados para a produção de iscas encontrados no comércio são
sulfluramida e fipronil. Estes princípios ativos participam com 0,3 a 0,5% da isca, sendo que
o restante é composto de material que funciona como atrativo para as formigas.

Capina
A mato competição é um dos fatores limitantes ao estabelecimento de florestas no
Brasil, afetando o desenvolvimento das culturas florestais através da competição por água,
luz e nutrientes.

O combate pode ser realizado de várias maneiras: roçadas manuais, mecânicas e


químicas. A escolha do melhor sistema de controle às plantas invasoras dependerá do
tamanho da área, da cultura, época de plantio, orçamento disponível, rendimentos
operacionais e taxa de colonização, entre outros.

O período de maior incidência de mato competição em plantações de eucalipto


ocorre até o 7º mês após o plantio. É nesse período, portanto que se deve ter mais
cuidados no controle das plantas invasoras.

O método químico de controle é o mais utilizado em razão de seus resultados serem


mais rápidos e eficientes, minimizando custos. Para este tipo de controle recomenda-se a
aplicação em três fases:

Aplicação de herbicida pós-emergente em área total antes do plantio


A aplicação de herbicida antes do plantio para o preparo da área pode ser feito
aproximadamente 15-25 dias antes do plantio. Para esta aplicação, o herbicida glyphosate
é o mais usado em plantios comerciais, pois este possui um efetivo controle sobre grande
número de espécies invasoras.

Na aplicação em área total são utilizadas barras de aspersão que cobrem grande
superfície.

Aplicação de herbicida pré-emergente nas linhas de plantio


Os herbicidas pré-emergentes são produtos usados para controlar o banco de
sementes das plantas daninhas depositadas sobre o solo. Sua aplicação é realizada logo
após o plantio das mudas, numa faixa de aproximadamente 1 metro na linha de plantio,
pois este não possui ação sobre as mudas. Os herbicidas pré-emergentes mais utilizados
no meio florestal são o isoxaflutole e o oxyfluorfen.

Aplicação de herbicida pós-emergente após o plantio


A aplicação de pós-emergente após o plantio deverá ser efetuado até o período de
ocorrência da mato competição. Nesta fase o herbicida pós-emergente pode ser aplicado
nas entrelinhas de plantio (aplicação mecânica), ou nas linhas de plantio (manual).
Tomando-se cuidados para não ocorrer deriva às mudas. O número de aplicações depende
da intensidade de infestação, sendo normalmente realizado uma ou duas aplicações.

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Preparo do solo
Atualmente o preparo do solo é realizado com base no conceito de cultivo mínimo,
devido a rápida evolução da silvicultura nas décadas de 80 e 90. O preparo do solo tem
como objetivo a diminuição da resistência do solo à expansão das raízes e maior
aproveitamento da água melhorando a condução e desenvolvimento do sistema radicular.

O cultivo mínimo do solo consiste em revolvê-lo o mínimo necessário, mantendo os


resíduos vegetais (da cultura e de plantas invasoras) sobre o solo como cobertura morta. Para
plantações florestais, prevê a realização de um preparo localizado apenas na linha ou na cova
de plantio. Devido ao amplo espaçamento de plantio, geralmente, 3,0 m entrelinhas, o volume
de solo revolvido é bem menor do que aquele realizado para culturas anuais.

Os implementos mais usados em áreas manejadas no sistema de cultivo mínimo são


o subsolador (profundidade de trabalho superior a 30 cm), o escarificador (profundidade de
trabalho até 30 cm), o coveador mecânico e implementos manuais que são utilizados em
áreas muito declivosas (forte ondulada e montanhosa).

Adubação
A adubação é uma prática que visa suprir as demandas nutricionais das plantas, na
busca por maior produção. No Brasil, as maiores limitações nutricionais têm sido
observadas quanto ao elemento P.

Contudo, o aumento do número de rotações, leva à demanda por outros nutrientes.


No caso do eucalipto, entre 70-80% da exigência nutricional das árvores, ocorrem na fase
inicial de desenvolvimento da cultura, sendo, portanto uma indicação do período de
aplicação dos fertilizantes. No programa de fertilização aqui estabelecido, todo o processo
é compreendido pelas seguintes etapas:
I) Calagem: fornecimento de Ca e Mg;
II) Adubação de base: fornecimento de P, N, K, B; e
III) Adubação de cobertura: fornecimento de N, K, B e Zn.
Antes de qualquer tomada de decisão é recomendado que se faça uma análise do
solo para avaliar a necessidade de calagem e a adubação mais adequada.

Calagem
Calagem é uma etapa do preparo do solo para cultivo florestal na qual se aplica
calcário com o objetivo de elevar os teores de cálcio e magnésio. Para sua aplicação é
indicado que seja feita com antecedência ao plantio (aproximadamente dois meses) e
realizada a lanço na superfície do solo.

O calcário é classificado em calcítico, magnesiano ou dolomítico quando apresenta


menos de 5% de óxido de magnésio (%MgO), de 5-12% de MgO e acima de 12% de MgO,
respectivamente.
Efeitos da calagem:
a) Efeitos físicos: melhoria da estrutura pela granulação das partículas (estrutura,
porosidade, permeabilidade, aeração);
b) Efeitos químicos: correção da acidez e aumento da disponibilidade de alguns
nutrientes principalmente o Ca e o Mg; e
c) Efeitos biológicos: estímulo ao desenvolvimento da vida microbiana.

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Adubação de base e de cobertura


Para o plantio de áreas florestais, a adubação é realizada em momentos distintos
durante a produção da floresta, dividida em 3 ou 4 aplicações – até os 24 meses de plantio.
Após este período ocorre o fechamento das copas, iniciando a ciclagem de
nutrientes. Porém, as dosagens mudam de acordo com seu desenvolvimento. Na fase
inicial é comumente aplicado maiores dosagens de P, e maiores dosagens de N e K
somente a partir da segunda aplicação.

- Adubação de base ou de plantio: pode ser realizada junto com a subsolagem e o


adubo é aplicado em filete, ou pode ser aplicado em covetas laterais no plantio. Tais
covetas devem ficar de 5 a 10 cm de distância da muda e todo o adubo colocado em 1 ou
2 covetas por planta.

- Adubação de cobertura: pode ser parcelada entre 2 a 4 aplicações e realizada de


maneira manual com aplicação do adubo na projeção da copa, no período de 3 a 24 meses
após o plantio. Realiza-se ainda de maneira mecanizada em um filete contínuo. Nos dois
tipos de aplicações, deve-se iniciar a partir de um diâmetro de copa superior a 40 cm.

Plantio
Em áreas onde foi realizada a subsolagem ou coveamento, o plantio pode ser feito
por meio de plantadeiras ou “chuchos”. Para o caso de ocorrência de cupim, a prevenção
ao ataque é realizada através da imersão das mudas em solução contendo cupinicida
antes de serem enviadas para o plantio. A muda deve ser colocada com o coleto ao nível
do solo, devendo ser pressionada junto à altura do mesmo para mantê-la firme ao chão e
não deixar bolsões de ar. Todas as embalagens, tubete ou saco plástico, devem ser
recolhidas e depositadas em locais apropriados.

Irrigação
A aplicação de água no solo tem finalidade de fornecer às mudas a umidade
necessária ao seu desenvolvimento. A irrigação no campo pode ser realizada quando o
plantio se dá em épocas secas, sendo recomendado acima de 3 litros de água por planta.
Como a irrigação é uma prática silvicultural cara, surgiram algumas alternativas como o
hidrogel, que retém a água de irrigação por maior período de tempo, disponibilizando-a de
maneira gradativa para as plantas, o que resulta na diminuição da mortalidade das mudas. A
aplicação mais prática do hidrogel é na cova de plantio e hidratado.

A adição de hidrogéis no solo otimiza a disponibilidade de água, reduz as perdas por


percolação e melhora a aeração e drenagem do solo, acelerando o desenvolvimento do
sistema radicular e da parte aérea das plantas.

Replantio
O replantio deve ser realizado quando o índice de mortalidade das mudas
ultrapassar 5 %, no período de 15 a 30 dias após o plantio. Os mesmos tratos culturais
descritos acima para o plantio, devem ser seguidos também para o replantio. O período
estipulado para o replantio não deve ser ultrapassado, pois caso ocorra, as mudas
transplantadas possivelmente serão sombreadas, prejudicando seu desenvolvimento.

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10. CONDUÇÃO DA FLORESTA


Existem vários sistemas silviculturais que podem ser utilizados de acordo com os
diferentes produtos da floresta. O sistema silvicultural adotado determina a distribuição das
idades das árvores, ou seja, a estrutura do povoamento. Neste sentido, serão abordados
dois regimes de regeneração - alto fuste e talhadia, nos quais se aplicam sistemas de
exploração caracterizados por corte raso e desbastes, onde se pode utilizar de trato cultural
caracterizado como desrama.
No manejo do alto fuste são necessários apenas tratos culturais à formação da
floresta (preparo do solo, plantio, irrigação, adubação, controle de pragas, doenças e da
mato-competição) e obtém-se normalmente somente um produto com o corte raso da
floresta. Entretanto, para formação de florestas visando diversos produtos, faz-se
necessário o uso de outras técnicas que permitirão a obtenção de madeira com maior valor
agregado. Esse maior valor é obtido com melhorias da qualidade da madeira que depende
de três fatores: forma da árvore, dimensões e características físicas. Isto é, estes efeitos
podem ser resumidos na obtenção de toras com maior diâmetro e livre de nós, em que é
necessário o manejo adequado da floresta através das práticas de desrama e desbaste.

TALHADIA
É a condução do crescimento dos brotos nas cepas da floresta recém cortada,
dando-se início a um novo ciclo florestal, sendo somente aplicável às espécies florestais
que tenham capacidade de brotar após o seu corte. A utilização deste sistema justifica-se
por proporcionar menores custos na produção madeireira, produção de madeira de
menores dimensões, dispensa de preparo de solo e aquisição de mudas, e ciclos de cortes
mais curtos com antecipação de retornos financeiros mais rápidos.

À adoção do sistema de talhadia recomenda-se a escolha de espécies com boa


capacidade de rebrotar, áreas com baixa mortalidade, material genético de qualidade e
espaçamento adequado. São vários os fatores que influenciam a produtividade das cepas,
sendo principalmente devido ao material genético, à altura de corte das cepas, ao tipo do
solo, à face de exposição do terreno, à sobrevivência, ao sombreamento das cepas, às
formigas cortadeiras e cupins, à época de corte, ao mato-competição, aos danos às cepas
e às condições climáticas.
Para esse sistema, recomenda-se a retirada da madeira deixando a cepa com 10 a
15 cm de altura. Para a condução da talhadia é aconselhável realizar adubação
semelhante àquela recomendada no plantio e o combate às formigas cortadeiras é de
suma importância para evitar drástica redução na sobrevivência das cepas.

DESRAMA
É uma operação visa à obtenção de toras sem a presença de nós, melhorando a
qualidade e aumentando o valor da madeira. Esta operação é realizada em diferentes
momentos na floresta, dependendo do seu potencial produtivo, a qual também determinará
a altura limite de desrama. A eliminação dos galhos é uma prática aplicada às florestas que
visam à produção de madeira para movelaria, pisos, produção de chapas laminadas etc.

A desrama também pode ocorrer naturalmente dependendo da espécie utilizada e o


espaçamento do povoamento, porém, o tempo de permanência do galho no fuste implicará na
formação do nó, mesmo que o galho já esteja morto. Este é o caso do eucalipto, no entanto, o
fato é que esta atividade deve ser levada em conta caso se deseje a obtenção de madeira de
qualidade superior, pois mesmo com a morte do galho, por vezes, este não cai, sendo
englobado pelos anéis de crescimento, deixando a madeira marcada. O nó além de

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provocar perda de qualidade visual, também implica em perda qualidade nas propriedades
mecânicas da madeira.

DESBASTES
O desbaste é uma atividade silvicultural que tem como objetivo a remoção de
algumas árvores de forma a favorecer o crescimento das árvores remanescentes. Essa
retirada visa, portanto, diminuir a competição existente entre as plantas, disponibilizando
maior quantidade de recursos, principalmente água e luz. Com maior quantidade de
recursos as árvores remanescentes irão apresentar maiores taxas de crescimento,
produzindo toras com maiores diâmetros em um menor período de tempo, deste modo
essa atividade deve ser compatível com os objetivos de produção. O programa de
desbastes é realizado em ciclos longos de corte, no qual se retiram gradativamente as
árvores, não deixando a floresta totalmente exposta.
Nas florestas plantadas, podem ser utilizados dois tipos de desbaste: o sistemático e
o seletivo.

Desbaste sistemático: Consiste na retirada das plantas sem prévia avaliação, por exemplo,
retirada de uma em cada 4 linhas de plantio. Os desbastes sistemáticos são mais
recomendáveis para povoamentos altamente uniformes, nos quais as árvores pouco se
diferenciaram entre si. Por isso, caso seja aplicado em povoamentos de menor uniformidade, a
sua utilização acarreta em perda de indivíduos superiores. Esse sistema é mais simples e as
principais vantagens são a facilidade de execução, sem a necessidade de selecionar as
árvores e menos custo de extração. A desvantagem é a menor produtividade do plantio, pois
sem seleção, são retiradas também árvores com bom crescimento.

Desbaste seletivo: Consiste na retirada de plantas segundo certas características pré-


estabelecidas, que variam de acordo com o propósito a que se destina a produção. Para a
escolha dessas árvores, é necessária a prévia seleção no campo, o que não ocorre no
desbaste sistemático. O sistema mais empregado é o seletivo por baixo, que consiste na
remoção das árvores inferiores (dominadas ou defeituosas), deixando as árvores de
maiores diâmetros. Esse método é mais trabalhoso, porém permite melhores resultados na
produção e na qualidade da madeira. As desvantagens é o alto custo da operação, maior
dificuldade de extração das árvores.

11. COLHEITA
A atenção das empresas florestais e consumidores de madeira com relação a
colheita florestal sempre foi muito grande por causa da alta representatividade nos custos
de produção e elevada demanda de mão-de-obra.

Existem três sistemas de colheita florestal utilizados no Brasil, o manual, o semi-


mecanizado e o mecanizado.

O sistema de colheita manual consiste na derrubada, desgalhamento e traçamento


realizado apenas com o uso do machado. Já no sistema semi-mecanizado é utilizada
alguma máquina aliada ao trabalho manual, como, por exemplo, realizar a derrubada e o
processamento das árvores em toras utilizando motosserra e proceder o desgalhamento
com o uso do machado.
O sistema mecanizado utiliza máquinas para realizar todas as operações de colheita,
como, por exemplo, utilizar o Harvester para derrubar, desgalhar e torar as árvores. Existem
diversos equipamentos utilizados para as diferentes operações florestais, bem como:

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Feller-bunchers: são equipamentos sofisticados (tratores florestais cortadores -


acumuladores) que acumulam árvores durante o processo de abate formando pilhas, o que
facilita o transporte.
Harvesters: são máquinas polivalentes auto-propelidas (rodas ou esteira) que são
capazes de operarem como cortadoras e processadoras de árvores e também
cavaqueamento e/ou transporte de madeira.

O baldeio ou arraste pode ser realizada através de tratores adaptados (auto-


carregáveis), ou por máquinas especificas para esta função com Skidder (Arraste) e o
Forwarder (baldeio).

12. CARREGAMENTO
O carregamento dos caminhões pode ser executado com tratores adaptados com
grua ou com carregadores especiais para a área florestal, como por exemplo os
carregadores florestais.

A junção entre colheita, baldeio ou arraste e carregadores é chamado de módulo


florestal. Os módulos florestais melhores para cada tipo de floresta vão depender muito do
diâmetro das árvores, rotação da floresta, número de fuste por cepa, declividade do
terreno, etc.

No sistema de madeira traçada pode-se transportar a carga longitudinalmente ou


transversalmente do caminhão, dependendo do comprimento da madeira utilizada. Este
sistema é mais utilizado nas industrias de papel e celulose, pequenos consumidores de
madeira, indústria de aglomerado, MDF, chapas de fibra, e outros.

Já no sistema de árvores inteiras, a madeira é transportada no sentido longitudinal


do caminhão e é mais utilizado para espécies nativas ou para madeiras exóticas com a
finalidade de uso em serraria.

Um outro sistema é o transporte de madeira em forma de cavacos. Este sistema


ainda está em estudos no Brasil devido a utilização de máquinas picadoras no campo e a
mudança total das carrocerias dos caminhões.

Também é utilizado no Brasil um sistema onde uma só máquina faz as etapas de


baldeio, carregamento e transporte de madeira até a fábrica. Este equipamento fora de
estrada é chamado de Timber Hauler. O que torna difícil sua utilização é que esta máquina
só pode trafegar em estradas particulares devido a não adaptação do Timber Hauler as leis
de tráfego brasileiras em estradas comuns, como por exemplo a sua largura e peso da
composição.

13. ARMAZENAGEM
A armazenagem é uma das principais fases do processamento da madeira. Desde
o seu corte até o uso final, a madeira passa por várias etapas de armazenamento. Durante
este período, as peças de madeira, sejam elas verdes ou secas, devem receber um
cuidado todo especial.
A madeira quando armazenada deve receber alguns cuidados específicos, estando
ela verde ou seca, bruta ou beneficiada ou ainda empilhada adequadamente ou não. Os
principais cuidados que se deve ter com a madeira à armazenar são basicamente dois.

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O primeiro é protegê-la contra a ação das intempéries. Existem situações em que a


madeira é empilhada sem tabiques ou separadores. Nestas situações a água da chuva fica
armazenada nos pequenos espaços entre as tábuas, favorecendo o aparecimento de
fungos manchadores ou emboloradores.

E o segundo é preservá-la contra a ação dos organismos xilófagos. Neste caso,


independentemente da dimensão e forma da madeira ou ainda da maneira como ela foi
armazenada, deve-se, na medida do possível, efetuar um tratamento químico temporário
para poder protegê-la contra a ação destes microrganismos.

ARMAZENAGEM AO AR LIVRE
Nesta prática de armazenagem da madeira, deve-se ter o cuidado de escolher um
local bem drenado, ventilado, livre de vegetação ou detritos que possam restringir a
movimentação do ar principalmente ao próximo ao solo e também locais que não
apresentem riscos de incêndios. As pilhas de madeira devem ser colocadas sobre suportes
a uma distância mínima de 40 a 50 cm do solo.

ARMAZENAGEM EM GALPÕES
A estocagem em galpões promove uma maior e melhor proteção à madeira em
relação àquelas estocadas ao ar livre. Além de fornecerem uma maior proteção contra as
intempéries, os galpões dispensam gastos extras com lonas para coberturas temporárias e
com mão de obra para colocação, retirada e manutenção deste tipo de cobertura. Os
galpões podem ser abertos ou fechados.

Os galpões abertos são aqueles que não possuem paredes laterais, entretanto,
existem alguns que podem ser abertos em um ou mais lados, permanecendo os demais
fechados. São excelentes para a proteção de madeira verde ou parcialmente seca.
Dependendo das condições climáticas locais, podem ser usados inclusive para armazenar
madeiras secas em estufas.

Entretanto, a escolha do melhor sistema de armazenagem sempre estará em


função dos seguintes fatores:
a) temperatura de umidade desejado;
b) condições climáticas locais e;
c) possibilidades de investimento da empresa.

14. PRODUTOS DA MADEIRA


Flores, frutos, galhos, cascas, madeira e resina estão presentes em nossas casas
e atividades cotidianas, como madeira para a construção civil, a fabricação de móveis,
diversos tipos de papéis para a produção de livros, cadernos, embalagens, papel higiênico,
guardanapos, além de produtos como medicamentos e cosméticos, entre outros.

O setor também investe fortemente em inovação e tecnologia para desenvolver


soluções alternativas ao uso de recursos fósseis e finitos, em prol de uma economia de
baixo carbono.

Além das funções produtivas, os plantios de árvores desempenham importante


papel na prestação de serviços ambientais: evitam o desmatamento de habitats naturais,
protegendo assim a biodiversidade; preservam o solo e as nascentes de rios; recuperam

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áreas degradadas; são fontes de energia renovável e contribuem para a redução das
emissões de gases causadores do Efeito Estufa por serem estoques naturais de carbonos.

EXEMPLOS
Os produtos florestais vão desde os mais curiosos como molho barbecue,
sorvetes, xaropes, cremes de leite, sucos, ração canina, esmaltes, capsulas de remédios,
repelentes naturais, desinfetantes, sabão, filtros de purificação, roupas, tecidos, cosméticos
e fraldas, até os mais evidentes como lápis, papéis, embalagens, painéis de madeira, pisos
laminados, livros e cadernos; passando também pelos combustíveis, solventes, adesivos,
tintas, conservantes, fibras de carbono, energia, mantas asfálticas, entre outros.

15. DENDROLOGIA
Definição:
A Dendrologia (do grego dendro = árvore e logia = estudo) é o ramo da Engenharia
Florestal e Botânica que supre essa necessidade. Dentre seus principais objetivos
destacam-se:
Nomenclatura de árvores – Como as árvores são nomeadas por meio da nomenclatura
científica, nomes comuns e termos botânicos;
Classificação de árvores – As características das principais famílias botânicas e como as
árvores são classificadas em famílias, gêneros e outros grupos;
Reconhecimento de árvores – Reconhecimento de espécies arbóreas a partir de suas
características morfológicas, chaves e manuais;
Distribuição das árvores – Como as árvores são distribuídas nas zonas climáticas e
formações florestais;
Importância das espécies florestais – A importância ecológica e econômica de espécies
arbóreas.

DESCRIÇÃO DE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS, ECOLÓGICAS E


ECONÔMICAS DAS ÁRVORES
MORFOLOGIA
- Baseada em caracteres primários (morfologia floral);
- Usando também caracteres secundários para o fácil reconhecimento (porte, forma da
copa e do tronco; cor, estrutura e aspecto da casca e das folhas; presença de acúleos,
espinhos, látex, exsudações, odores, entre outros).

ECOLOGIA
- Autecologia
distribuição geográfica natural, exigências de sítio (condições macro e microclimáticas
e edáficas),biologia reprodutiva e estratégias de reprodução.
- Sinecologia
posição e função das árvores nas comunidades de plantas, as interações com outras
plantas e a fauna.
Aspectos históricos
histórico da ocorrência das espécies e de sua distribuição geográfica.

ECONOMIA
- Importância econômica das árvores utilização artesanal e industrial (histórica e atual) de
seus produtos; cultivo das espécies para fins produtivos e de conservação (recuperação).

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FICHA DENDROLÓGICA
Taxonomia
Família, gênero, espécie;
Nomes populares.
Características morfológicas
Aspecto geral (hábito);
Tronco, raízes, ramificação;
Folhas;
Flores e Inflorescências;
Frutos e sementes.
Biologia reprodutiva
Fenologia;
Vetores de polinização;
Vetores de dispersão;
Estratégia de reprodução.
Habitat / Autecologia
Região bioclimática, solo, exposição,
Preferências de sitio (encosta, topo de morro, várzea);
Estádio sucessional, grupo ecológico.
Distribuição geográfica
Centro, limites;
Ocorrência atual e histórica; refúgios.
Emprego da madeira ou de outros produtos
Características físicas/químicas do lenho;
Emprego atual e histórico;
Uso industrial, artesanal e potencial.
Silvicultura (cultivo e manejo)
Coleta e armazenamento de sementes;
Germinação, quebra de dormência;
Produção de mudas;
Crescimento e produção;
Tratamentos silviculturais; Melhoramento;
Uso p/ arborização urbana;
Uso p/ recuperação de áreas degradadas;
Uso medicinal;
Pragas e doenças.

16. DENDROMETRIA

A palavra dendrometria deriva dos vocábulos gregos "dendro" = árvore e "metrum" =


medida. Conseqüentemente a dendrometria trata das medições ou variáveis de medida na
árvore. Por muito tempo considerou-se sinônimos do termo dendrometria as expressões
dasometria (dasos = floresta), silvimetria (silva = floresta) e mensuração florestal.
Mencionar a importância da dendrometria no setor florestal não requer muita explicação, já
que deve ser conhecida por todo pessoal vinculado à ciência florestal.
Tem por objetivo geral a determinação do volume das árvores e suas respectivas
partes, bem como as existências de madeira numa dada área. Pretende saber também, a
grandeza e volume dos principais produtos florestais. A dendrometria é aplicada com três
principais objetivos:

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a. objetivos comerciais - visando estimar com precisão o que se retira das florestas
na compra e venda de material.

b. objetivos de ordenamento - na exploração do produto florestal, deve-se ter em


mente o rendimento sustentado, onde o que se retira deve equivaler ao que cresce na
mesma área. Para atingir este objetivo deve-se elaborar planos de ordenamento florestal a
longo prazo, e para isso é preciso conhecer o desenvolvimento da floresta, por espécies e
locais.

c. objetivos de pesquisa - para se determinar com precisão o desenvolvimento de


uma floresta usa-se técnicas especiais que avançam sem parar em outras condições, o
que exige a pesquisa detalhada sobre a sua adaptabilidade ou a busca de novas técnicas
de aplicação específica.

Tipos de medidas
a. Medida direta - refere-se às medidas feitas diretamente sobre a árvore, como o
DAP, a CAP, o comprimento de toras, a espessura de casca, e outras. Estamos nesse
caso fazendo uma determinação, que é diferente de estimação que implica em medição
indireta ou estimativa.

b. Medida indireta - são medidas que estão fora do alcance do medidor, muitas
vezes feita com auxílio de instrumentos óticos, como a altura da árvore em pé, a área basal
e o diâmetro a várias alturas, usando o relascópio de Bitterlich, e outras.

c. Medida estimada - são medidas baseadas em métodos estatísticos, feitas na árvore


ou no povoamento. É bastante usada, pelo fato de ser econômica e de ganhar tempo, pois são
feitas em amostras, que estimam o todo, através de curvas, equações e tabelas.

Idade das árvores


É através da idade que o técnico florestal pode avaliar os incrementos em diâmetro,
volume ou altura de uma dada espécie em certo local, ou construir curvas de índice de sítio.

Quando se trata de povoamentos plantados, a determinação da idade não é um


problema, pois existe o acompanhamento dos plantios, em arquivos. No entanto para árvores
nativas a avaliação da idade é mais difícil, se não impossível na maioria das espécies.

Os métodos para avaliação da idade das árvores variam muito em precisão, e de


acordo com a experiência do observador:
a. Método da observação - é de baixa precisão, e está ligado a algumas
características da espécie, sob determinadas condições ambientais. A conformação da
árvore e o aspecto da casca podem ser características morfologicas decisivas, assim como
o aspecto sanitário.

b. Método da contagem dos verticílios - em algumas espécies os verticílios se


mantem nítidos através da vida do indivíduo, e a sua contagem fornece a idade, como é o
caso da Terminalia catapa, Araucaria excelsa, Cordia goeldiana. O seu inconveniente é a
tendência de queda dos galhos inferiores com o avanço da idade.

c. Método dos anéis de crescimento - é bastante difundido, e consta da medição dos


anéis de crescimento da árvore. Os anéis são camadas justapostas de atividade cambial.

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Um anel é constituido por uma parte mais escura chamada lenho de verão ou
tardio, constituido por um maior número de células por unidade de área, e uma parte mais
clara formada no inicio da estação denominada lenho inicial ou de primavera. A formação
destes anéis requer um período de estiagem ou de frio. A existência de irregularidade entre
o período seco e o úmido pode levar à formação de falsos anéis, o que pode prejudicar
uma estimativa correta da idade das árvores.

d. Métodos de análise de tronco – secciona-se as árvores a espaços pré-


estabelecidos (análise total de tronco) ou retira-se amostras com a verruma também
conhecida como trado (análise parcial de tronco), contando-se e medindo-se os anéis, de
modo a se obter além da idade, toda a evolução da árvore, tendo-se idéia precisa sobre o
crescimento em altura, em diâmetro, em volume, além de permitir determinação do fator de
forma de cubagem.

Basicamente o principal objetivo da dendrometria é a avaliação dos volumes de


árvores isoladas ou do povoamento. Como o diâmetro ou a circunferência desempenha
papel importante no cálculo do volume, área basal ou crescimento, devem ser tomados
com a máxima precisão.

O diâmetro ou a circunferência são tomados à altura do peito, convencionado


como sendo a 1,30 m, simbolizados por:
DAP (diâmetro à altura do peito) e
CAP (circunferência à altura do peito).

REFERENCIAS

https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000fmcbqcwh0
2wyiv80kxlb36vbkge01.html
https://www.totvs.com/blog/a-silvicultura-no-brasil/
https://www.portaldoagronegocio.com.br/artigo/silvicultura-para-a-amazonia
http://www.centralflorestal.com.br/2017/09/silvicultura-as-sementes-e-os-viveiros.html
https://www.ipef.br/silvicultura/producaomudaspropagacao.asp
http://home.furb.br/lschorn/silvi/2/Apostila%20Silvicultura.PDF
http://www.ci.esapl.pt/miguelbrito/fisiologia/page11.html
https://www.ebah.com.br/content/ABAAAficYAA/dendrometria-dendrologia
https://www.ipef.br/silvicultura/plantio.asp
https://www.ipef.br/silvicultura/manejo.asp
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=468&subject=Silvicult
ura&title=Produtividade%20do%20plantio%20ao%20transporte
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=517&subject=Armaze
https://www.iba.org/produtos-florestais

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