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ISSN 1414.

9850

COMUNICADO
TÉCNICO Doenças do
126 quiabeiro

Carlos Alberto Lopes


Brasília, DF Ailton Reis
Agosto, 2020
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Doenças do quiabeiro
1
Carlos Alberto Lopes
2
Ailton Reis

Introdução A Região Sudeste é a mais importante,


com pouco mais da metade da produção
O quiabeiro (Abelmoschus esculentus nacional, seguida da Região Nordeste.
Moench) é originário da África, da Os estados de Minas Gerais, Bahia, Rio
região onde atualmente se situam a de Janeiro e São Paulo são os maiores
Etiópia, a Eritréia e o Sudão. De lá, produtores. Na Região Nordeste, Bahia,
espalhou-se pelo continente africano, e Maranhão, Pernambuco e Sergipe
foi posteriormente introduzido no Brasil contribuem com cerca de 30% da
durante o comércio de escravos. produção brasileira. A Região Centro-
Oeste produziu cerca de 10% do total, com
No Brasil, esta hortaliça representa representativo volume comercializado
importante fonte de emprego e renda, nas centrais de abastecimento de Goiânia
principalmente para a agricultura familiar, e Brasília. Na região Norte, existe registro
pois requer uso intensivo de mão de de produção apenas no Estado do Pará,
obra em especial na fase de colheita. que responde por aproximadamente 1%
Estima-se que existem cerca de 30 mil da produção nacional.
estabelecimentos com área menor que
5 hectares contribuindo para a produção Apesar de ter a produção concentrada
de cerca de 120 mil toneladas de frutos no Sudeste e Nordeste, o quiabo é
por ano. De acordo com o último censo uma hortaliça tropical muito popular
do IBGE, também é este grupo que no Brasil, onde a comercialização e o
fornece maior contribuição individual à consumo se distribuem em todas as
produção total (37%), embora a maior Unidades da Federação. Estima-se que
oferta seja gerada pelos grupos com 50% da produção são comercializados
área de 5 a 50 hectares (45%). no mercado atacadista e o restante em

1
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Hortaliças, Brasília-DF.
2
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Hortaliças, Brasília-DF.
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feiras livres, sacolões ou diretamente ocorrem no quiabeiro no Brasil, com


aos supermercados. O mercado para algumas recomendações básicas de
esta hortaliça vem mostrando franca controle. Ressalta-se aqui a importância
expansão nos últimos anos. de um adequado diagnóstico dos
problemas, que são específicos em
Embora o quiabeiro seja uma planta cada localidade, para que o controle seja
bastante rústica, portanto muito menos efetivo, econômico e ambientalmente
sujeito ao ataque de pragas e doenças aceitável.
em relação a outras hortaliças, alguns
cuidados devem ser tomados para se Tombamento das mudas
conseguir boa produtividade, com frutos
de boa aparência e isentos de resíduos É causado por uma ou pela combinação
químicos. Esses cuidados, que são a de mais de uma espécie de fungos
base do controle integrado de pragas e e oomicetos de solo dos gêneros
doenças, têm forte embasamento das Rhizoctonia, Fusarium, Pythium e
medidas preventivas de controle. Phytophthora, que são favorecidos
por uma condição de alta umidade
A forma mais simples de controlar as do solo ou do substrato. Caracteriza-
doenças de plantas é por meio da se inicialmente pela falha de estande
aplicação de agrotóxicos, já consolidada provocada pelo apodrecimento da planta
no meio rural pela sua eficácia e baixo recém germinada, antes mesmo da
custo. No entanto, o custo ambiental emergência. Isso porque a maior parte
dessa prática aliado à reinvindicação da das lavouras de quiabo é estabelecida
sociedade por produtos mais saudáveis, pelo plantio direto das sementes. Nesta
isentos de resíduos químicos, levou fase, a doença é conhecida como
à busca de métodos alternativos de tombamento de pré-emergência. É mais
controle. Estes, no entanto, exigem reconhecida, entretanto, pelo ataque em
um conhecimento mais apurado dos plantas recém emergidas, onde causa o
fatores que levam ao aparecimento seu tombamento pelo apodrecimento da
das doenças, de modo a estabelecer base do caule (Figura 1 A e B).
as estratégias que evitem a entrada de
patógenos na lavoura e, caso a doença Seu controle é feito por um conjunto de
se instale, que ela não se desenvolva medidas preventivas, a começar pelo
a ponto de causar sérias perdas na uso de sementes de boa qualidade,
produtividade e na qualidade do produto. ou seja, sadias e/ou tratadas com
fungicidas para eliminar os patógenos
Esta publicação tem o objetivo de associados a elas, o que normalmente
apresentar as principais doenças que já é realizado pelas empresas que as
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A B

Foto: Ailton Reis

Foto: Carlos Alberto Lopes


Figura 1. Tombamento das mudas. Mudas afetadas em bandejas (A) e aspecto das raízes
atacadas em campo (B)

comercializam. Além disso, a área de que são protuberâncias nas raízes que
plantio deve ser bem escolhida, evitando comprometem a absorção de água e
aquelas contaminadas pelo plantio de nutrientes do solo (Figura 2). Não existem
espécies suscetíveis e aquelas sujeitas variedades resistentes a essa doença.
a encharcamento. A irrigação deve
ser manejada de forma a não fornecer O controle químico de nematoides não
excesso de água às plantas jovens. A tem sido efetivo e deve ser evitado por
produção de mudas em bandejas, com questões ambientais e de custo de
uso de substrato esterilizado, reduz produção. Alternativamente, recomenda-
significativamente a ocorrência desse se o plantio em áreas anteriormente
problema. cultivadas com lavouras de espécies não

Nematoide das galhas


Foto: Carlos Alberto Lopes
O quiabeiro é uma das plantas mais
suscetíveis ao ataque dos nematoides
das galhas. Pelo menos duas espécies
do gênero Meloidogyne, M. incognita e
M. javanica, são responsáveis por danos
nas raízes que podem inviabilizar o
cultivo de quiabo na área se não for feita
rotação de culturas, preferencialmente
com gramíneas, após o cultivo de plantas
suscetíveis. As perdas na produção são Figura 2. Nematoide. Galhas em raízes de
provocadas pela formação de galhas, quiabeiro.
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suscetíveis, como algumas gramíneas, A

Fotos: Carlos Alberto Lopes


pelo período de pelo menos três anos.
Em terrenos infestados, recomenda-se
o plantio de crotalária (Crotalaria sp.) ou
cravo-de-defunto (Tagetes sp.), plantas
que impedem ou inibem a multiplicação
do nematoide. O uso de matéria
orgânica no solo é auxiliar no controle,
pois proporciona a proliferação e a ação
de microrganismos antagônicos aos
nematoides. B
Oídio ou Cinza

O oídio, causado por uma espécie de


fungo ainda não identificada do gênero
Oidium, é a doença mais comum do
quiabeiro. É mais severa em períodos
mais secos, pois a chuva, bem como a
irrigação por aspersão, lavam os Figura 3. Oídio em folhas (A) e em fruto (B)
esporos e auxiliam no controle da de quiabeiro.
doença. Caracteriza-se pelo O controle é feito inicialmente pela
aparecimento de pontuações brancas escolha da área de plantio, que deve ser
nas folhas, como se fossem formadas bem ventilada. Pequeno ataque pode
por pó de giz, que se espalham ser negligenciado, pois não provoca
rapidamente pela ação do vento a partir perdas consideráveis; no entanto, sob
das folhas mais velhas (Figura 3A). Sob alta intensidade em lavoura em início
severo ataque, as folhas amarelecem e de produção, pode ser necessária a
caem. Mais raramente, os frutos aplicação de fungicidas, desde que esse
também apresentam um pó branco em seja registrado no MAPA para o controle
sua superfície (Figura 3B). Plantios dessa doença.
sombreados e muito densos favorecem
a multiplicação do patógeno. Chuvas e Cercosporiose
irrigação por aspersão desfavorecem a
doença, pois as gotas d’água desalojam É uma doença do quiabeiro que acontece
os esporos das folhas. com muita frequência durante a época
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chuvosa e quente em várias regiões do já foram relatadas em associação com


País. Os sintomas se caracterizam por a cercosporiose do quiabeiro no Brasil,
manchas do tipo fuligem, de coloração embora algumas sejam sinônimas.
olivácea a marrom escura, no lado Aparentemente, a espécie mais
inferior das folhas, iniciando o ataque encontrada é P. abelmoschi.
nas folhas mais velhas (Figura 4). É
comum as manchas coalescerem e O controle, quando necessário, é feito
provocarem a seca das folhas, que com pulverizações com fungicidas
podem se desprender ou não das carbamatos ou cupro-orgânicos, desde
plantas. A desfolha resulta em menor que sejam registrados para essa
produtividade e qualidade inferior dos finalidade
frutos. Os frutos não apresentam
Mancha de ascoquita
sintomas da doença. Pelo menos quatro
espécies de Cercospora ou
Esta doença, causada por Ascochyta
Pseudocercospora
abelmoschi, não é tão comum quanto
a cercosporiose e o oídio, mas, na
Foto: Carlos Alberto Lopes

estação chuvosa, pode ser bastante


problemática por causar danos em todos
os órgãos da planta. Seus sintomas
típicos são manchas marrom escuras ou
avermelhadas em folhas que, quando
crescem, ficam furadas ao centro
(Figura 5A). Afeta também o caule e
causa podridão seca em frutos (Figura
5B). Aparece normalmente quando se
plantam sementes contaminadas com o
fungo. Portanto, o plantio de sementes
adquiridas de firmas idôneas é menos
arriscado do que quando são usadas
aquelas extraídas pelo próprio produtor.

Quando necessário, o controle químico


pode ser feito pela aplicação de
fungicidas registrados no MAPA para
Figura 4. Lesões acinzentadas e seca de este fim.
folha de quiabeiro afetada pela cercosporiose
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A Murcha de verticílio
Fotos: Carlos Alberto Lopes

O fungo causador desta murcha,


Verticillium dahliae, ataca várias
espécies de plantas, sobrevive no solo e
penetra pelas raízes, invadindo o xilema,
onde se multiplica, comprometendo o
transporte de água e nutrientes para a
parte superior da planta, causando sua
murcha e morte. Cortando-se o caule de
plantas doentes, nota-se uma coloração
B marrom avermelhada na região dos
vasos, sintoma que pode ser confundido
com o da murcha de fusário. Regiões
de climas mais amenos são mais
favoráveis à murcha de verticílio, em
relação à murcha de fusário. A presença
de nematoides aumenta a incidência e a
severidade da doença.

Para controlar a murcha de verticílio,


existem no mercado algumas variedades
tolerantes à doença, como a Campinas
2 e Santa Cruz 47. Recomenda-se
também a rotação de culturas, escolha
de áreas não infestadas, controle do
movimento de máquinas e implementos
infestados para lavouras novas, preparo
adequado do solo, combate aos
nematoides e o uso de sementes de boa
qualidade, de preferência adquiridas de
firmas idôneas

Murcha de fusário
Figura 5. Manchas foliares avermelhadas,
furadas ao meio quando maiores (A) e lesão É causada pelo fungo Fusarium
em fruto e caule (B) causados por Ascochyta oxysporum f. sp. vasinfectum, que é
abelmoschi. habitante do solo e penetra as raízes
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da planta, invade o xilema e, como a altos índices de resistência à doença.


murcha de verticílio, causa inicialmente As recomendações de controle são
um amarelecimento (Figura 6A), fazer rotação de cultura, combater os
que evolui para murcha e morte das nematoides e usar sementes de boa
plantas. A região vascular também fica sanidade, produzidas por firmas idôneas,
escurecida, de coloração marrom ou evitando usar sementes produzidas sem
castanha (Figura 6B). É mais comum controle de qualidade.
e destrutiva que a murcha de verticílio,
Mancha angular
pois é causada por um fungo mais
adaptado às condições de temperaturas É uma doença causada pela bactéria
mais elevadas, propícias ao cultivo do Xanthomonas campestris pv. esculenti,
quiabeiro. de ocorrência rara, mas com potencial
de provocar desfolha em condições
O controle da murcha de fusário é difícil
de alta umidade e alta temperatura.
e deve ser feito de maneira preventiva.
Caracteriza-se por formar manchas
Não existe variedade comercial com
angulares encharcadas nas folhas e

A B

Fotos: Ailton Reis

Figura 6. Murcha de fusário. Amarelecimento da planta afetada (A), com escurecimeto vascular
(B).
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crestamento dos bordos foliares (Figura Mosaico


7). Sob alta pressão de inóculo, frutos
Esta virose, causada pelo Abutilon
também podem ser afetados.
mosaic virus, não tem sido observada
com muita frequência, embora seu
Foto: Carlos Alberto Lopes

potencial de danos poderá crescer à


medida que aumentam as populações
de mosca branca, inseto transmissor
do vírus (Figura 8). É mais comum nos
períodos quentes e secos, ocasião
em que há uma maior população e
movimentação do inseto vetor. As
plantas doentes são menores que as
sadias, apresentam folhas deformadas
e com manchas amarelas, e produzem
frutos pequenos e deformados. A
intensidade dos sintomas e,
consequentemente as perdas, são
maiores quanto mais jovens as plantas
são infectadas.

O mosaico é controlado principalmente


evitando-se o plantio do quiabeiro
próximo a lavouras velhas de quiabo ou
outras hospedeiras do vetor.
Figura 7. Mancha angular. Manchas
Foto: Carlos Alberto Lopes
encharcadas, limitadas pelas nervuras, em
folha de quiabeiro.

Seu controle deve ser preventivo,


evitando-se o uso de sementes
contaminadas e o estabelecimento da
lavoura em ambientes pouco ventilados
ou onde a doença tenha sido observada
anteriormente. Plantios muito adensados
e fertilização excessiva com nitrogênio
fornecem ambiente favorável à doença
e devem também ser evitados. Figura 8. Mosaico em folha de quiabeiro.
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Medidas gerais de controle de plantas sadias. Alternativamente,


e preferencialmente, usar mudas
das doenças do quiabeiro
produzidas por viveiros credenciados;
Embora as recomendações para o
• Preparar o solo adequadamente, se
controle de cada doença tenham sido
necessário fazer sua descompactação,
especificadas nos itens anteriores,
e usar adubação balanceada, com base
listamos abaixo um conjunto de
em análise do solo;
medidas que se aplicam ao manejo
integrado dessas doenças, que vão
• Evitar plantios muito adensados,
desde o planejamento da lavoura até
que dificultam a aeração da lavoura e
o manuseio em pós-colheita. A adoção
podem favorecer algumas doenças que
dessas medidas, muitas delas de ordem
dependem de alta umidade na parte
preventiva, garantirá menor dependência
aérea da planta;
do uso de produtos químicos na lavoura,
possibilitando assim a produção de • Em cultivos irrigados, evitar irrigações
frutos mais saudáveis. muito pesadas, de preferência
monitorando a umidade do solo e
• Escolher o local de plantio, evitando:
irrigando somente quando necessário,
áreas próximas a quiabeiros mais
conforme recomendação de um técnico
velhos, áreas sombreadas, mal
especializado;
ventiladas e sujeitas a encharcamento
– principalmente durante período sujeito • Realizar a colheita e os tratos
a chuvas constantes – e terrenos culturais de forma cuidadosa, de forma
contaminados com patógenos de solo a minimizar os ferimentos nas plantas;
introduzidos ou multiplicados pelo cultivo
anterior de quiabeiro ou outra cultura • Fazer rotação de culturas, de
suscetível a patógenos comuns; preferência com gramíneas, mas
atentando para a uma sequência de
• Não permitir a movimentação de espécies e tempo de rotação necessário,
máquinas e veículos de áreas infestadas dependendo da ocorrência de patógenos
por patógenos de solo para novas áreas; de solo presentes no cultivo anterior;

• Optar por cultivar bem adaptada ao • Ao surgirem sintomas de doenças,


local e época de plantio, de preferência avaliar cuidadosamente, de preferência
que tenha resistência a doenças; com a assistência de um agrônomo,
sobre a necessidade de uso de
• Plantar sementes de boa qualidade,
defensivos. Caso venham a ser usados,
adquiridas de firma idônea ou extraídas
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devem ter registro no MAPA para tal • A podridão mole, que também afeta
finalidade várias outras hortaliças em pós-colheita,
é causada por espécies de bactérias
Quanto ao uso de produtos químicos pectolíticas dos gêneros Pectobacterium
ou biológicos na lavoura para o controle e Dickeya. Frutos feridos expostos em
de doenças, pragas e plantas daninhas bancas ou em bandejas submetidos
que afetam o quiabeiro, devem a temperatura e umidade elevadas,
ser usados somente aqueles com quando infectados por essas bactérias,
registro no Ministério da Agricultura, apresentam podridão amolecida, sem
Pecuária e Abastecimento (MAPA). mudança de cor dos tecidos afetados,
A lista de produtos registrados, que que se desenvolve rapidamente (Figura
é constantemente atualizada, é 9).
encontrada sistema Agrofit, no endereço
“agrofit.agricultura.go .br”. Além de • Como no caso anterior, o fungo
registrados, os produtos devem seguir Rhizopus sp. também provoca uma
as recomendações do fabricante para podridão mole que se desenvolve
as questões de segurança de aplicação.

Foto: Carlos Alberto Lopes


Pós-colheita: Podridão dos frutos

A desqualificação de frutos de quiabo


após a colheita pode ser causada por
fatores fisiológicos, como murcha e
escurecimento da superfície, ou por
apodrecimento causado por bactéria e
fungos. Os danos aos frutos observados
em pós-colheita muitas vezes se
originam de infecções pelos patógenos
ocorridas após a colheita ou durante
o ciclo vegetativo da planta, ou seja, o
fruto vem infectado do campo na forma
de infecção latente (ou quiescente). A
manifestação dos sintomas depende
muito da forma de comercialização
(por exemplo, se em bandejas cobertas
por filme plástico ou a granel) e se o
produto é comercializado em ambiente Figura 9. Podridão mole em frutos de
refrigerado. quiabeiro.
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rapidamente no fruto, só que, • A podridão causada por Rhizoctonia


diferentemente daquela causada pela solani se caracteriza por lesões mais
bactéria, a área afetada fica coberta firmes que as podridões anteriores, que
por um pó preto, que são as estruturas ficam marrons ou cor de palha (Figura
reprodutivas (esporos) do fungo (Figura 12).
10).
A podridão de ascoquita, causada por
• Na podridão de fusário, os frutos, Ascochyta abelmoschi, pode ocorrer em
ao apodrecerem, ficam cobertos pré ou pós colheita, é seca e escura,
por estruturas cotonosas brancas, iniciando-se normalmente no pedúnculo
características do gênero Fusarium do fruto (Figura 13).
(Figura 11).

Foto: Gilmar Henz


Foto: Carlos Alberto Lopes

Figura 12. Podridão de rizoctonia em frutos


Figura 10. Podridão de rizopus em frutos de de quiabeiro.
quiabeiro.

Foto: Carlos Alberto Lopes


Foto: Carlos Alberto Lopes

Figura 11. Podridão de fusário em frutos de Figura 13. Podridão de ascoquita em frutos
quiabeiro. de quiabeiro.
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O controle das doenças de pós-colheita • Os frutos colhidos devem ser


passa por uma série de cuidados, que colocados em caixas limpas e
vão desde o cultivo em si, da colheita, sanitizadas, mantendo-os em ambiente
das condições de armazenamento e da fresco até serem processados.
exposição do produto:
• Quando colocados em bandejas
• O cultivo do quiabeiro deve ser bem cobertas com plástico, os frutos devem
conduzido de modo a produzir frutos estar secos. As bandejas devem ser
bem formados e isentos de ferimentos colocadas em ambiente climatizado, a
de insetos ou de outra natureza. Dessa 10°C, para retardar o apodrecimento
maneira, reduz-se a população de dos frutos. Temperaturas mais baixas
propágulos nos frutos e as portas de podem causar injúria por frio, com
entrada desses patógenos. escurecimento dos frutos. (Figura 15)

• A colheita deve ser cuidadosa para

Foto: Carlos Alberto Lopes


preservar as superfícies dos frutos.
Frutos devem ser colhidos cortando-
se o pedúnculo (e não parte do fruto),
com tesouras; assim, o ferimento
apresenta menor área para a invasão
dos patógenos (Figura 14).
Foto: Carlos Alberto Lopes

Figura 15. Frutos de quiabeiro


escurecidos por injúria de frio.

• Quando expostos em bancas, a granel,


os frutos ficam sujeitos a ferimentos de
manuseio, em especial a quebra das
pontas para conferência do grau de
Figura 14. Corte pedúnculo de frutos fibrosidade dos frutos. Por favorecer as
de quiabeiro com diferentes superfícies
perdas em pós-colheita, essa forma de
expostas ao ataque de patógenos de pós-
colheita. comercialização deve ser evitada.
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Referências HENZ, G. P.; LOPES, C. A.; REIS, A. A


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Doenças do Quiabeiro. In: ZAMBOLIM, L.; VALE,
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Ceres, 2016. p. 625-628. v. 2. colheita de quiabo sob diferentes temperaturas
e formas de armazenamento. Horticultura
FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de
Brasileira, v. 28, p. 12-18, 2010.
Olericultura. 3 ed. Viçosa, MG: UFV, 2008.
422 p.
Comitê Local de Publicações
Exemplares desta publicação da Embrapa Hortaliças
podem ser adquiridos na:
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Marçal Henrique Amici Jorge
1ª edição
Alexandre Augusto de Morais
Impressão (2020): 1000 exemplares Giovani Olegário da Silva
Francisco Herbeth Costa dos Santos
Caroline Jácome Costa
Iriani Rodrigues Maldonade
Francisco Vilela Resende
Italo Morais Rocha Guedes

Supervisor Editorial
George James

Normalização Bibliográfic
Antonia Veras de Souza

Tratamento de ilustrações
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Projeto gráfico da coleçã


CGPE 16135

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Editoração eletrônica
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Fotos da capa
Henrique M. G. Carvalho

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