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ESTRÁTEGIA DE CONTROLE DA CIGARRINHA DO MILHO:

CULTIVARES E FORMAS DE MANEJO

CORN CIGARETTE CONTROL STRATEGY: CULTIVARS AND


MANAGEMENT

Diovana Boeff Hendges, Douglas Dalla Favera, Nediane Camargo de


Quevedo, Thainandra Zottele Nunes1¹

- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA -

RESUMO

A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) é capaz de transmitir dois patógenos


que são semelhantes a bactéria e que causam doenças ao milho. Uma delas é o
enfezamento pálido, que é causada por um espiroplasma, e outra é o enfezamento
vermelho, causada por um fitoplasma. Enfezamento pálido é causado pelo procarionte
denominado Spiroplasma kunkelii Whitcomb (Corn Stunt Spyroplasma). Enfezamento
vermelho: É causado pelo procarionte conhecido pelo nome comum fitoplasma (Maize
bushy stunt phytoplasma). Para reduzir os prejuízos causados pelos enfezamentos
devem ser feitas, por exemplo, semeaduras em épocas que garantem o bom
desenvolvimento das plantas em boas condições fotossanitárias, escapando de
semeaduras tardias na safra, deve-se também, evitar semeaduras sucessivas de milho e
pousio por período de dois a três messes sem a presença de plantas de milho, muito
comum em áreas de pivô, e alterar também a época de semeadura. Em áreas com
infestação de cigarrinha e enfezamento uma das recomendações mais importantes a ser

1
Acadêmicos do Curso Bacharelado em Agronomia do Instituto Federal Farroupilha (IFFAR), Campus
Júlio de Castilhos.
adotada é a eliminação de plantas tigüera, pois elas são fonte de inoculo da cigarrinha,
entre lavouras e safras de milho.

Palavras-chaves: Cigarrinha do milho, enfezamento vermelho, enfezamento


pálido, milho, patógenos.

ABSTRACT
The corn leafhopper (Dalbulus maidis) is capable of transmitting two
pathogens that are similar to bacteria and cause disease in corn. One is pale stun,
which is caused by a spiroplasm, and the other is red stun, which is caused by a
phytoplasm. Pale stun is caused by the prokaryote called Spiroplasma kunkelii
Whitcomb (Corn Stunt Spyroplasma). Red Stunt: It is caused by the prokaryote
known by the common name phytoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma). To
reduce the damage caused by stunting, sowing should be done, for example, at
times that ensure the good development of the plants in good photosanitary
conditions, avoiding sowing late in the harvest, and successive sowings of corn
and fallow must also be avoided. from two to three months without the presence
of corn plants, very common in pivot areas, and also altering the sowing time. In
areas with leafhopper infestation and stunting one of the most important
recommendations to be adopted is the elimination of tigüera plants, as they are a
source of inoculum for the leafhopper, between crops and corn crops.

Key words: Corn leafhopper, red stun, pale stun, corn, pathogens.

INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.) é uma cultura de grande importância para o


agronegócio brasileiro, que enfrenta diversos problemas fitossanitários. Dentre
as doenças destaca-se o enfezamento vermelho e o enfezamento pálido que estão
associados ao molicute fitopatogênico, estes fitoplasmas são transmitidos por um
grupo restrito de cicadelídeos, constituído principalmente por espécies do gênero
Dalbulus;
A cigarrinha-do-milho, Dalbulus maidis (Delong & Wolcott) (Hemiptera:
Cicadellidae), tem aumentado sua população e se tornado um desafio para o
manejo de pragas na cultura do milho como vetor de bactérias e vírus
fitopatogênicos. (SABATO, E. de O.; OLIVEIRA, C. M/Embrapa, 2020.).
Os enfezamentos vermelho e pálido são importantes doenças do milho,
causadas, respectivamente, por um fitoplasma e por um espiroplasma
(Spiroplasma kunkelii). As duas formas de enfezamento foram relatadas no
Brasil no início da década de 70 e se tornaram economicamente relevantes no
início dos anos 80, com a introdução de novas técnicas de cultivo no milho.
Apesar de ser um patossistema conhecido e estudado, ainda há certos pontos em
relação à doença que permanecem desconhecidos. Um deles é em relação à
sobrevivência do vetor (Dalbulus maidis) e do patógeno durante a entressafra.
Outro, diz respeito às alterações bioquímicas envolvidas na relação hospedeiro-
patógeno. (SABATO, E. de O.; OLIVEIRA, C. M/Embrapa, 2020.).
A cigarrinha do milho adulta mede de 3,7 a 4,3 mm de comprimento,
com fêmeas geralmente maiores que machos. As características da cigarrinha
são coloração palha com manchas negras no abdômen e duas manchas negras na
cabeça, similares a olhos escuros. Adultos e ninfas vivem em colônias no
cartucho e folhas jovens do milho e ambos sugam a seiva das plantas onde
adquirem os patógenos e posteriormente os transmitem de forma persistente
propagativa. . (SABATO, E. de O.; OLIVEIRA, C. M/ Embrapa, 2020.).
O ciclo de vida da cigarrinha, de ovo a adulto, é em torno de 45 dias. Sob
condições favoráveis de temperatura, 26 e 32 ºC, o ciclo pode ser completado
em 24 dias. Na fase adulta as fêmeas podem depositar cerca de 14 ovos/dia,
totalizando em média, 611 ovos durante seu ciclo. Assim, considerando o ciclo
do milho em torno de 180 dias, as populações podem aumentar devido às várias
gerações de cigarrinhas nesse período. Isto permite que cigarrinhas de lavouras
mais velhas migrem para lavouras mais novas. As variáveis do ciclo de vida da
Dalbulus maidis, seu comportamento e ecologia são fundamentais para
compreender a interação vetor/patógenos/hospedeiro e provavelmente para o
desenvolvimento de estratégias de manejo dos enfezamentos. (SABATO, E.O;
Oliveira, C.M.; Sabato, E.O/Embrapa, 2017).
Para reduzir os danos provocados pelos enfezamentos na cultura do
milho devem ser empregadas medidas integradas e preventivas de manejo. O
manejo dos enfezamentos inicia-se na colheita de milho da safra anterior com
uma boa regulagem das colheitadeiras para evitar que o mínimo de espigas e
grãos fiquem na área para reduzir a população de milho tigüera. (SABATO, E.O;
Oliveira, C.M.; Sabato, E.O/Embrapa, 2017.).
1 - Realizar a colheita de milho bem feita de forma a minimizar os restos
de grãos no campo; 2 - Eliminar o milho tiguera presente na área antes da
semeadura da cultura do milho. A eliminação de plantas tiguera está entre as
recomendações mais importantes a ser adotada em áreas com infestação de
cigarrinha e enfezamento, pois são fonte de inóculo da cigarrinha, dos molicutes
e do vírus do raiado fino entre lavouras e safras de milho; 3 - Realizar o
planejamento dos plantios evitando implantação de lavouras novas próximas de
lavouras mais velhas. Evitar semeadura em áreas próximas a lavouras com
enfezamentos. Práticas culturais podem ser associadas ao sistema de manejo
para reduzir os prejuízos causados pelos enfezamentos, como a semeadura em
épocas que garantam o desenvolvimento das plantas em boas condições
fitossanitárias, evitar semeaduras sucessivas de milho e plantios tardios. Em
plantios tardios observa-se uma maior incidência de enfezamentos e maiores
reduções na produção porque as cigarrinhas tendem a migrar para estas áreas.
(SABATO, E.O; Oliveira, C.M.; Sabato, E.O/Embrapa, 2017.).

DISCUSSÃO

D. maidis causa danos diretos ao se alimentar da seiva de plantas e danos


indiretos com a transmissão de patógenos, responsáveis pelo complexo de
enfezamentos, que podem chegar a inviabilizar a produção de milho.
Transmitidos pelo mesmo vetor os patógenos têm facilidade em se manifestarem
simultaneamente, causando danos expressivos a produção de milho. (Variação
morfológica entre populações de Dalbulus maidis (DeLONG &
WOLCOTT, 1923) (Hemíptera, Cicadellidae).
Somado a isso, o inseto tem alta mobilidade e seu controle depende de
um conjunto de ações simultâneas que fazem parte do Manejo Integrado de
Pragas. Enfrentá-la vem sendo um desafio que nos mostra a importância de
estudos detalhados que foquem nas complexas interações entre diferentes
agentes e fatores que compõem o MIP. (Variação morfológica entre populações
de Dalbulus maidis (DeLONG & WOLCOTT, 1923) (Hemíptera,
Cicadellidae).
O manejo dado à cultura certamente é outra chave nesse processo.
Procurar evitar o plantio de segunda safra deixa de ser uma opção frente aos
bons rendimentos obtidos nos últimos anos, em contrapartida em que favorece o
crescimento da população da praga. Buscar alternativas de manejo do complexo
cigarrinha x enfezamentos é imprescindível para que esta produção seja mantida.
(Efeito do fitoplasma do enfezamento do milho e da população de vetores
infectivos sobre os sintomas e componentes de produção).
Outro fator interessante que dita as novas tendências é a busca por
sustentabilidade. Reduzindo o uso de químicos, o uso de controle biológico se
mostra um setor promissor. (Efeito do fitoplasma do enfezamento do milho e da
população de vetores infectivos sobre os sintomas e componentes de produção).

CONCLUSÃO

A recomendação é que seja feito o tratamento de sementes para controle


das cigarrinhas nos estádios iniciais de desenvolvimento das lavouras e
complementar com a aplicação de inseticidas que também deve ser realizada na
fase inicial de desenvolvimento da cultura. Desta forma, a combinação de
plantio de diferentes cultivares pode ser considerada como medida de controle. É
importante salientar aqui que a recomendação para controle da cigarrinha é que
não passe de 40 dias após a emergência. Após esse período não são observadas
vantagens para o controle dos patógenos em campo. Outra medida a ser
discutida é a adoção do pousio, que em conjunto com a destruição das plantas de
milho voluntário (tiguera) vai contribuir para a diminuição da sobrevivência
destes insetos no período de entresafra. De modo geral, medidas para escapar ou
ao menos minimizar a incidência da cigarrinha necessitam ser simultaneamente
adotadas por todos os produtores de milho da região quando, ocorrendo em alta
incidência, estejam causando prejuízos expressivos. Em linhas gerais podemos
ressaltar que essas medidas incluem, essencialmente. (Potenciais hospedeiros
alternativos para o fitoplasma e o espiroplasma, agentes do enfezamento do
milho, e alterações bioquímicas em plantas infectadas pelo espiroplasma.)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SABATO, E. de O.; OLIVEIRA, C. M. de. Cigarrinha, enfezamentos e


viroses no milho: identificação e manejo do risco. Brasília, DF: Embrapa, 2020.
103 p.

SABATO, E.O. Enfezamentos do milho. In: Oliveira, C.M.; Sabato,


E.O. (EDs). Doenças em milho: insetos-vetores, molicutes e viroses. Brasília,
DF: Embrapa, 2017. p. 11-24.

Variação morfológica entre populações de Dalbulus maidis


(DeLONG & WOLCOTT, 1923) (Hemíptera, Cicadellidae) de algumas
localidades do Brasil.

Efeito do fitoplasma do enfezamento do milho e da população de


vetores infectivos sobre os sintomas e componentes de produção, p52.

Potenciais hospedeiros alternativos para o fitoplasma e o


espiroplasma, agentes do enfezamento do milho, e alterações bioquímicas em
plantas infectadas pelo espiroplasma, p90.

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