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1 Introdução
O tomate é um dos cinco produtos agrícolas mais importantes para a população
brasileira, em função do seu alto valor econômico e alimentar. A área produtora dessa
solanácea tanto em sistema de envaramento quanto industrial, no Brasil, é estimada em 50
mil hectares.
A cultura do tomateiro é uma das mais atacadas por insetos-praga, sendo a
infestação intensa e podendo ocorrer durante todo o ciclo do tomateiro, desde a sementeira
até a colheita dos frutos. Mesmo em cultivos protegidos (casas de vegetação) os ataques
podem causar danos consideráveis a depender da intensidade.
A grande área foliar e o micro-clima favorável criado pela planta de tomateiro,
propicia o desenvolvimento de pragas e doenças, as quais instalam-se nessa cultura
buscando a sua sobrevivência e, assim, o homem tem que buscar alternativas para manejá-
las de forma mais conveniente.
Desse modo, é de suma importância que os tomaticultores conheçam as principais
pragas que atacam essa solanácea, para que possam realizar um manejo racional e com
qualidade, com o intuito de minimizar os danos à cultura sem colocar em riscos ou
prejudicar o ambiente e a saúde humana.
O objetivo principal deste capítulo é transmitir algumas informações para os
profissionais que cultivam o tomateiro, para que os mesmos possam aprimorar o seu
sistema de produção, com redução dos custos de produção com melhor padrão de
qualidade.
Essa praga causa danos indiretos, pois transmite o principal complexo virótico do
tomateiro no Brasil, o vírus-do-vira-cabeça-do-tomateiro (TSWV, TCSV, GRSV). A
espécie F. schultzei é uma das mais freqüentes, podendo transmitir o vírus durante todo o
ciclo da cultura, mas o período mais crítico é até 60 dias após a emergência das plântulas de
tomate, pois a infestação do vírus nesta fase pode provocar a morte das mesmas.
São insetos pequenos, de coloração variável, de 1 a 3 mm de comprimento no
máximo, reconhecíveis com auxílio de lentes de aumento por apresentarem asas franjadas.
Os tripes têm reprodução sexuada, sendo os ovos colocados nas folhas e, após alguns dias,
surgem as formas jovens, que se distinguem das adultas porque possuem coloração mais
clara e não possuem asas (ápteras). Normalmente, o seu ciclo tem duração de 15 dias.
A proliferação dessa praga é favorecida com o clima quente e seco, mas podem
também surgir em condições de baixas temperaturas associadas à estiagem. São insetos
raspadores-sugadores que se contaminam pelo vírus-do-vira-cabeça-do-tomateiro ao se
alimentarem da seiva de plantas doentes e inoculam a doença em outras sadias ao se
locomoverem nelas. As plantas assim atacadas apresentam inicialmente as folhas prateadas
ou bronzeadas, passando depois para arroxeada e com crescimento paralisado (nanismo).
Posteriormente, o caule apresenta estrias negras, e os frutos verdes apresentam manchas
amareladas, culminando com o curvamento das extremidades dos ponteiros. Essa praga
causa maiores problemas quando o ataque ocorre em mudas, sendo que os sintomas já se
manifestam logo após o transplante, causando prejuízos ao produtor desde o início de
implantação da cultura.
Dessa forma, os prejuízos são considerados os mais sérios possíveis, podendo, de
acordo com a infestação da praga e conforme a época do ano, comprometer toda a produção
devido às deformações e intensa queda de folhas causadas pelo ataque.
Os tripes devem ser amostrados no terço superior das plantas, batendo-se os
ponteiros de cinco plantas por ponto amostral, numa bandeja branca, num total de 20
pontos por talhão. O nível de controle é 1 inseto adulto/ponteiro.
O controle deve ser preventivo, dando prioridade para a fase de produção de mudas.
As mudas devem ser produzidas em locais protegidos (casa de vegetação) e/ou com
controle químico deste inseto-vetor, quando for encontrado um inseto adulto por ponteiro,
em média. Normalmente, o controle desses vetores, na sementeira, é feito com o uso de
inseticidas sistêmicos granulados, no sulco de plantio, ou por meio da aplicação no colo da
planta de inseticidas do grupo dos neonicotinóides, como, por exemplo, imidaclopride
(Confidor 700 GRDA – 200 g/ha, com aplicação de 10 a 15 mL de calda/planta, na forma
de esguicho), forate (Granutox – 40 kg/ha) e carbofuran (Furadan 50 G - 15-20 kg/ha ou 3-
5 g/cova), ou pulverizações com piretróides cypermethrin + profenofos (Polythrin 400/40
CE - 0,75 L/ha) ou neonicotinóides como acetamiprid (Mospilan - 250 g/ha, com aplicação
de 1000 L de calda/ha).
É necessário que se evite plantios próximos de lavouras mais velhas de tomate e
também de plantas hospedeiras como, por exemplo, plantas de fumo, batata, berinjela,
tomate, pimentão e alface. Essas culturas são as plantas hospedeiras mais comuns de tripes
no Brasil, além de plantas daninhas, tais como a maria-pretinha (Solanum nigrum), caruru
(Amaranthus sp.), picão-preto (Bidens pilosa), beldroega (Portulaca oleracea), serralha
(Sonchos olaraceus), e datura (Datura stramonium); sendo que tais hospedeiros funcionam
como fonte de inóculos.
O controle cultural também deve ser adotado, por meio da formação de barreiras em
torno da área de plantio com Crotalaria, milho ou sorgo.
Usar cultivares de tomate resistentes, controlar plantas daninhas e fazer
pulverizações químicas na cultura adulta, também são maneiras de se evitar tal praga no
tomateiro.
Há poucas referências sobre parasitóides de tripes, e quase que nenhuma citação no
tomateiro.
2.1.1.2 Pulgões: Myzus persicae (Sulzer, 1776) e Macrosiphum euphorbiae (Thomas, 1878)
(Hemiptera: Aphididae)
A espécie M. persicae tem cerca de 2 mm de comprimento, sendo a forma áptera de
coloração verde-clara, enquanto a forma alada apresenta coloração verde, com cabeça,
antenas e tórax pretos.
O pulgão M. euphorbiae é maior, com cerca de 3 a 4 mm de comprimento e, tanto
as formas ápteras quanto às aladas são de coloração verde, sendo a cabeça e o tórax
amarelados, com as antenas escuras, maiores que o corpo. As formas ápteras são maiores
do que as formas aladas.
Os pulgões desenvolvem-se em aproximadamente dez dias, com quatro ecdises, e a
reprodução se dá por partenogênese telítoca, ou seja, sem o concurso do macho, gerando
cerca de 80 indivíduos por fêmea.
Normalmente essas pragas vivem em colônias, causando danos indiretos, por meio
da transmissão de viroses, e diretos sugando a seiva das plantas e fazendo com que as
folhas e ramos novos fiquem enrolados e engruvinhados. Durante todo o ciclo da cultura, os
pulgões ocorrem atacando tanto folhas e brotos terminais, quanto o caule. Eles são
responsáveis pela transmissão do vírus-do-topo-amarelo-do-tomateiro (PYPV), mosaico-
do-vírus Y ou vírus Y da batata (PVY) e do vírus-do-mosaico-do-tomateiro (ToMV) ou
mosaico-comum.
Outros danos indiretos são também observados quando ocorre a excreção das fezes
açucaradas desses insetos, pois as mesmas ao cair sobre as folhas formam um substrato
para o desenvolvimento da fumagina (fungo de revestimento preto), capaz de prejudicar o
processo de fotossíntese.
A amostragem dos pulgões deve ser realizada no topo das plantas, batendo-se os
ponteiros de cinco plantas por ponto amostral em uma bandeja branca, perfazendo um total
de 20 pontos por talhão. O nível de controle adotado para esses insetos-praga é de um
inseto adulto por ponteiro.
Preventivamente, o controle pode ser feito com o uso de inseticidas sistêmicos
granulados de solo aplicados no sulco de plantio, como, por exemplo, forate (Granutox - 40
kg/ha) e carbofuran (Furadan 50 G - 15-20 kg/ha ou 3-5 g/cova), que além dos pulgões,
também controlam tripes e nematóides fitopatogênicos; ou pulverizações com thiametoxam
(Actara 250 WG - 12-15 g/100 L de água), acephate (Orthene 750 BR - 100 g/100 L de
água, com aplicação de 500-750 L de calda/ha), ou acetamiprid (Mospilan - 250 g/ha, com
aplicação de 1000 L de calda/ha).
Outra alternativa de controle é por meio da utilização do imidaclopride (Confidor
700 GRDA - 200 g/ha, aplicando-se de 10-15 mL de calda/planta, na forma de esguicho), o
qual também tem eficiência no controle de tripes e mosca-branca, recomendado em
pulverizações, sendo uma aplicação na fase de produção de mudas e outra dez dias após o
transplante no campo ou em local definitivo.
O uso de telado no viveiro e de variedades resistentes às doenças são outras táticas
que devem ser adotadas no programa de manejo integrado dessa praga.
O parasitismo tem pouco efeito direto no controle de viroses transmitidas por
pulgões ao tomateiro, pois essas viroses são transmitidas durante a “picada de prova” do
alado que chega à planta proveniente de outras espécies vegetais infectadas, sem, contudo,
se estabelecer no tomateiro para formar colônias. Porém, existem no Brasil alguns
parasitóides de colônias de pulgões que se estabelecem em outras plantas hospedeiras,
como, por exemplo, Aphelinus mali Haldeman (Hymenoptera: Aphelinidae).
2.1.9 Nematóides
Lagarta-rosca Grilo
1.1.2 Tripes (Thrips tabaci (Lindeman, 1888); Thrips palmi Karny, 1925;
Frankliniella schultzei Trybom, 1920 (Thysanoptera: Thripidae)
Em geral, os tripes são insetos bem pequenos, o que dificulta sua identificação. As
espécies Thrips tabaci e T. palmi têm biologia semelhante, sendo que suas diferenças
morfológicas não são de alta relevância em termos práticos para o produtor. Essas duas
espécies são insetos que atingem no máximo 1 mm de comprimento e 2 mm de
envergadura tendo necessidade de um pequeno esforço para vê-los a olho-nu. Neste instar
sua cor torna-se mais escura passando de um tom palha para o marrom. As ninfas, após a
eclosão são de coloração clara e medem 1 mm de comprimento. As asas são relativamente
longas e franjadas. As pernas são mais claras que o corpo, e o abdome apresenta 10
segmentos, terminando com um ovipositor curvo nas fêmeas. A oviposição ocorre nas
partes mais tenras da planta, sendo que cada fêmea pode ovipositar de 20 a 100 ovos. A
eclosão das ninfas ocorre com 4 dias e esta fase pode durar de 5 a 10 dias, dependendo da
temperatura. Antes de passarem para a fase adulta, esses insetos ficam imóveis por um
período de 24 horas na planta ou no solo. Eles vivem no interior das flores; lado ventral das
folhas novas e velhas e brotações. Vivem em colônias e se alimentam de seiva, sendo os
ovos colocados nas partes da planta onde posteriormente procedem o ataque. Por serem
polífagos os tripes se transferem facilmente dos restos de cultura de uma determinada
lavoura ou de plantas daninhas para a cultura do tomateiro. Essas infestações podem
ocorrer até 45 dias após o transplante ou estabelecimento da nova lavoura, sendo que a
longevidade do inseto é de 20 dias em média.
A espécie Frankliniella schultzei é maior quando comparada às outras, sendo que a
forma adulta pode medir 3 mm de comprimento e possuir coloração mais escura. Suas
características biológicas e comportamentais não diferem muito das outras espécies,
podendo haver alterações no ciclo principalmente em função de condições climáticas.
O período de maiores prejuízos provocados por dessas pragas ocorre na seca,
quando eles encontram condições adequadas para se reproduzirem e se alimentarem. A
característica de ataque mais marcante é a presença de partes esbranquiçadas e prateadas no
lado interno das folhas, e à medida em que se aumenta a intensidade do ataque a planta vai
se tornando amarelo-esverdeada secando completamente. Entretanto, o maior prejuízo
causado por esses pequenos insetos é a transmissão de virose. Ao se alimentarem da seiva
de plantas doentes, os tripes podem se contaminar pelo vírus do “vira-cabeça-do-tomateiro”
(Topovírus) transmitindo-o para as plantas sadias. As plantas atacadas apresentam folhas
bronzeadas e estrias escuras no caule. Os frutos mostram manchas em mosaico verde-
amarelo, sendo que posteriormente há um curvamento das extremidades dos ponteiros. A
queda na produção e qualidade é acentuada e seu ataque pode atingir toda a lavoura. O
maior problema dessa praga é quando o ataque ocorre nas mudas, sendo que os sintomas já
se manifestam logo após o transplante causando prejuízos desde o início para o produtor.
de frutos e maturação precoce. Uma lavoura com alto nível de severidade do ataque da
praga pode ter 100% de perda na produção.
Traça-do-tomateiro Tuta absoluta
1.1.5 Mosca-branca Bemisia argentifolii (Gennadius., 1889) (Hemiptera:
Aleyrodidae)
Exemplos:
Em estudos realizados por Fuini, 2000 (Citado por Carvalho et al., 2001) o
imidacloprid não mostrou-se seletivo para primeira geração (geração maternal) do
parasitóide de ovos Trichogramma pretiosum reforçando assim sua recomendação na
forma de esguicho no solo para se evitar um maior contato desse inimigo natural com o
produto. Organismos como Crisopídeos, Joaninhas, Vespas e Percevejos predadores,
necessitam de mais estudos com os Neonicotinóides pois não se tem muita coisa sobre a
seletividade desses produtos.
Os produtos deste grupo também são diferenciados na sua forma de ação, atuando
diretamente no sistema GABA (ácido gama aminobutírico), interferindo na atividade
nervosa dos insetos. Este ácido é responsável pela entrada de íons cloro (- Cl) nas células
nervosas durante os impulsos nervosos e os produtos do grupo pirazole bloqueiam esse
processo, causando distúrbios nervosos e levando o inseto à morte. Esta especificidade
permite menor agressão em relação ao meio ambiente. Também atua como cupinicida,
formicida e acaricida. Possuem alta estabilidade promovendo alto poder residual.
Apresenta-se nas formulações de grânulos dispersíveis em água (WG) e suspensão
concentrada (SC).
Exemplos:
Exemplos:
O modo de ação de produtos destes grupos é bem específico, sendo sua molécula
ativada pelas funções de oxidação no sistema celular dos insetos. Todo processo de ação
ocorre nas mitocôndrias. Os produtos desses grupos diferenciam-se dos demais pelo fato
de não atuarem no sistema nervoso dos insetos e sim no sistema celular somático. Eles
interferem diretamente sobre as mitocôndrias, que são organelas celulares responsáveis pela
formação de trifosfato de adenosina (ATP), substâncias que é fisioquimicamente fonte de
energia em qualquer ser vivo. Dentro da mitocôndria a reação de O 2 e H+, promove a fusão
de um átomo de fósforo ao ADP (difosfato de adenosina) formando o ATP. Os produtos do
grupos Pyrrole e Piridazinonas reagem quimicamente com os íons de H + não permitindo a
reação e como conseqüência não há formação de ATP, levando o inseto à morte pela
inatividade muscular. Esses produtos são de largo espectro de ação e possuem alto poder
residual.
Exemplos:
Exemplos:
Evidentemente ficou claro até aqui que para o Manejo Integrado a prevenção é o
melhor caminho mas nem sempre dentro das mudanças de processo é possível tornar isto
factível. Neste item queremos abordar algumas alternativas ou mesmo aliados do controle
convencional como forma de minimizar custos e trazer benefícios ao meio ambiente.
Vamos listar e orientar sobre determinados produtos que são facilmente encontrados e
preparados para ajudar no controle de pragas. Detalhe importante é que em nenhuma dessas
técnicas há necessidade de carência para colheita do produto. A maioria deles atua em
insetos de menor porte como pulgões e cochonilhas portanto não podemos confiar como
“salvadores da pátria” pois como dissemos queremos passar uma imagem segura de manejo
e não de coisas mirabolantes.
Sabão: para prevenção do ataque de pulgões e cochonilhas. Deve-se derreter 200g
de sabão neutro (sem soda cáustica) em meio litro de água, depois coloca-se 200 mL da
solução para cada 20 L de água para a pulverização. Aconselha-se acrescentar óleo mineral
ou vegetal a 0,25%. O sabão também atua como espalhante adesivo melhorando a
distribuição de inseticidas que forem aplicados.
Óleo vegetal e mineral: são praticamente atóxicos, não causando nenhum problema
para o ser humano e outros animais. São utilizados principalmente no controle de
cochonilhas de carapaça, matando-as por asfixia, pois forma uma camada oleosa sobre a
carapaça do inseto impedindo as suas trocas gasosas. Devem ser utilizados a concentração
de 0,25%, pois em maiores concentrações podem promover fitotoxidez na planta.
Enxofre: o enxofre além de qualidades terapêuticas tem algumas funções agrícolas
como nutriente, fungicida e acaricida. Como acaricida, sua eficiência depende de condições
climáticas e da espécie de ácaro que se objetiva controlar. Estudos têm demonstrado efeito
desalojante sobre ácaros, tanto em mistura, como aplicado isoladamente. No caso de
misturas o enxofre age de forma sinérgica ao acaricida específico, desalojando o ácaro.
Recomenda-se 100g de “flor de enxofre” diluído em 50 L de água, adicionando-se 50 mL
de sabão neutro líquido como espalhante. Deve-se observar os horários de aplicação do
enxofre pois em períodos muito quentes pode causar fitotoxidez à planta.
Urtiga: age como repelente de pulgões e lagartas. Nas áreas de matas ciliares pode-
se plantar algumas plantas para evitar invasões indesejáveis de pragas. Para pulverização
recomenda-se fazer a maceração de 500g de folhas e deixar 2 dias em 1L de água,
posteriormente coar a solução e diluir em 10L de água para posterior pulverização.
Cravo: a planta Tagetes patula possui substâncias que controlam nematóides no
solo. Pode-se plantá-la próximo das áreas de cultivo bem como preparar uma solução para
pulverização. Recomendam-se 100g de folhas e ramos picados + 100 mL de acetona + 2 L
de álcool, deixar repousar por 24 horas apenas em acetona e depois coloca o álcool. Cada
litro da solução deve ser colocado em 10 litros de água para pulverização. Essa aplicação
pode ser feita no viveiro antes do transplante das mudas junto ao substrato.
Pimenta-do-reino: possui uma substância denominada piperina que funciona como
inseticida. Sua ação é reconhecida sobre lagartas, pulgões, moscas e gorgulhos de grãos
armazenados. No tomateiro pode ser usada para o controle de lagartas, pulgões e da mosca-
minadora. A extração do ativo pode ser feita em álcool ou acetona. Colocam-se 100g de
pimenta-do-reino em 1 L de acetona ou álcool e deixa-se por uma semana armazenado,
agitando-se periodicamente. Após esse período diluir a solução em 20 L de água + 20 mL
de espalhante para a pulverização.
Jacatupé: é uma planta leguminosa muito semelhante à mucuna preta porém de
porte maior, apresentando inúmeras propriedades. A raiz é semelhante à uma mandioca de
onde se obtém uma farinha que pode ser utilizada na alimentação humana. Já as sementes
possuem propriedades inseticidas em função da presença de alguns rotenóides já
identificados. Age principalmente contra lagartas, pulgões e dípteros, e no caso do
tomateiro sobre a mosca-minadora. Para se obter o produto deve-se moer cerca de 100g de
sementes e deixar em 200 mL de acetona por 48 horas. Evitar luz em função da
instabilidade do produto final. Depois deve-se coar a solução e diluir em 10 L de água + 10
mL de espalhante para pulverização. Por ser um produto instável seu residual é muito baixo
tendo efeito apenas de impacto.
Crisântemo: as piretrinas naturais presentes no crisântemo, a exemplo do jacatupé,
também são muito instáveis no meio ambiente permitindo seu uso apenas para efeito de
impacto sobre os insetos. Em função do seu amplo espectro, é um inseticida que pode ser
eficaz para várias pragas, exceto ácaros. Recomenda-se moer 500g de flores secas de
crisântemo e diluir em 4L de água deixando por 24 horas, coar e fazer soluções a 10% para
as pulverizações.
Cinamomo: a Melia azedarach possui propriedades repelentes, e as substâncias
relacionadas estão presentes principalmente nas sementes e frutos. Mistura-se 1 L de álcool
+ 1 L de água e, em seguida, coloca-se 500g de pó obtido pela maceração das sementes e
deixar descansar por uma semana agitando periodicamente. Esta quantidade pode ser usada
para preparar 20 L de solução para pulverização. Deve-se aplicar no viveiro de mudas para
se evitar grilo, paquinha e lagarta-rosca.
Neem: atualmente, a Azadiracta indica é a mais famosa planta utilizada como
inseticida natural, pois existem registros de controle para mais de 200 espécies de pragas. Já
se pode encontrar vários produtos à base de Neem. As sementes possuem substâncias
inseticidas. Deve-se despolpar 50g de sementes, deixá-las secar e depois triturá-las. Em
seguida, coloca-se o pó em 1 L de água por um período de 24 horas. Esta solução deve ser
diluída para 10 L de água e pulverizada na área. Em função do seu largo espectro, o Neem é
recomendado para várias pragas.
Um bom produto pode se tornar ineficaz em função do seu mal uso com a
utilização inadequada do equipamento. Não se deve utilizar um equipamento sem que
esteja em perfeitas condições de uso e isto envolve desde limpeza, até a escolha do bico
adequado para as aplicações. Alguns pontos importantes:
• Antes de começar a aplicação do produto verifique a vazão do equipamento para
não se aplicar doses incorretas. Para isto faça o que chamamos de “teste branco” que
consiste em demarcar uma área e verificar quanto de água pura se consome para molhar as
plantas ou esta área e depois é só fazer uma regra de três simples para se obter para 1 ha
(10.000m2).
• Verifique as mangueiras e as conexões, pois vazamentos podem trazer prejuízos à
eficiência do produto. Nunca deixe de fazer apertos em braçadeiras e verificar a pressão do
manômetro.
• Escolha o bico correto. O cônico é utilizado para cobertura total da planta; bico
leque é para aplicações direcionadas assim como os deflectores são utilizados para alvos
em locais específicos como ácaros.
• Procure utilizar formulações de alta tecnologia. Grânulos dispersíveis em água
(GRDA ou WG) são altamente solúveis evitando entupimentos dos bicos de pulverização.
Outras formulações também devem ser mencionadas como a microencapsulada, as soluções
líquidas, suspensões e pó solúvel; todas elas proporcionam uma miscibilidade perfeita do
produto evitando maior desgaste do equipamento bem como entupimentos de bicos.
• Use espalhantes adesivos siliconizados por promoverem melhor miscibilidade do
produto, melhor distribuição nas folhas e melhor aderência.
• Utilize quando possível papel hidrosensível para verificar a distribuição dos
produtos na pulverização. Este papel deve ser cortado em tiras e colocado em algumas
plantas ao longo da pulverização, do topo à base da planta. Por ser sensível com o impacto
da água ele vai registrar pequenas marcas na sua superfície que permitirá ao produtor
verificar a boa distribuição do produto, fazendo ajustes quando necessário.
• Utilize o equipamento de proteção individual (EPI) que é uma ferramenta
fundamental para realização do trabalho e para a saúde do aplicador.
• Nunca deixar de limpar o equipamento quando terminar o trabalho. Utilize amônia
líquida ou detergente neutro com bastante água corrente e tenha o cuidado para que a água
seja canalizada para uma fossa asséptica.
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