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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA 

CAMPUS ITAQUI 
ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA 

NOME: DANIEL CIRO DE SOUZA – MATRÍCULA: 1801540004

2 AVALIAÇÃO – entrega até 23:59 de 15/11/2020 


a

Leia atentamente as questões abaixo e responda de forma clara, citando


sempre as suas fontes de consulta (livros, artigos, websites, etc).  

1) (2,0) Pulgões estão entre as pragas mais importantes para a cultura do


trigo, e a presença destes insetos deve ser constantemente monitorada.
Nas atuais recomendações técnicas para a cultura, o nível de ação é
diferente para cada fase de desenvolvimento - entre a emergência e o
afilhamento é de 10% de plantas e entre o espigamento e a fase de grãos
em massa é de 10 pulgões por espiga.  Explique o por quê desta
diferença.

Se a transmissão do Barley yellow dwarf vírus, que é transmitido pelos


pulgões Rhopalosiphum padi, Metopolophium dirhodum, Sitobion avenae e
Schizaphis graminum (Hemiptera: Aphididae), que causam danos diretos pois
os pulgões sugam seiva da planta, gerando redução no número de grãos por
espiga, no tamanho do grão, no peso dos grãos e no poder germinativo das
sementes, e isso ocorre no início do desenvolvimento da planta, e quando a
planta está infectada podem ocorrer redução do rendimento de grãos, para as
cultivares brasileiras atualmente recomendadas, varia entre 40% e 50%. Para
algumas cultivares pode causar danos de 60% e 80%. Como os maiores
percentuais de danos são decorrentes de infecções em início de ciclo,
recomenda-se o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos (SILVA et
al., 2004). O controle deve entre a emergência e o afilhamento, com de 10% de
plantas com pulgões, isso se dá, porque trata-se da fase vegetativa da planta,
Durante esta fase, a espécie mais frequente é o pulgão verde da folha
(Metopolophium dirrhodum), que ataca as folhas, localizando-se em toda a sua
extensão, formando, por vezes, extensas colônias, sempre na dependência de
temperaturas amenas e com baixa intensidade durante as precipitações (LINK,
2010).
A partir do elongamento, a espécie mais comum é o pulgão da espiga
(Sitobion avenae), que ataca preferencialmente a espiga, e a fase de grãos em
massa é de 10 pulgões por espiga, mas também pode ser encontrado nas
folhas e nas hastes da planta (LINK, 2010). Desta forma, um controle maior
nesta fase, visto que a quantidade de pulgões é maior na planta, o que
necessita de um maior controle.
Ainda de acordo com Link (2010), as aplicações devem ser repetidas
sempre que forem constatados esses níveis, durante os períodos
considerados. Após o estádio de grão em massa, não é necessário o controle
de pulgões. A determinação da população média de pulgões deve ser efetuada
semanalmente, por meio de amostragem de plantas em vários pontos
representativos da lavoura. Entre os inseticidas recomendados, deve-se dar
preferência aos que apresentem menor toxicidade aos inimigos naturais e aos
mamíferos. O uso generalizado de produtos seletivos permitirá, especialmente,
o aumento das populações de inimigos naturais.

REFERÊNCIAS

LINK, D. Inimigos naturais do trigo: corós e pulgões estão entre as pragas que
causam prejuízos severos às lavouras de trigo. Revista Cultivar Grandes
Cultura, n.134, a.12, 2010. Disponível em:
https://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/arquivos/artigos/
cultivar_grandes_culturas_no_134.pdf. Acesso em: 13 de Novembro de 2020.

SILVA, M. T. B. et al. Reação de cultivares e eficiência do controle químico de


pulgões vetores do Barley yellow dwarf virus em trigo. Cienc. Rural, v.34, n.5,
Santa Maria, 2004. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84782004000500003 

2) (1,0) Muitas pragas de estabelecimento como os corós, a larva-alfinete,


lagarta elasmo, etc., são comuns às culturas da soja, milho, trigo e
pastagens. Entretanto, o prejuízo que estes insetos são capazes de
causar a cada uma destas culturas é diferente. Por que?

Isto ocorre devido ao ciclo de vida do inseto e a época de infestação na


cultura. No caso dos corós-do-trigo, ocorre principalmente em sistemas de
plantio direto, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Por exemplo, no
caso do coró-do-trigo, registros mostram que em anos alternados e de forma
mais localizada, em todo o norte do Rio Grande do Sul, tanto em sistemas
conservacionistas como em sistemas convencionais de preparo do solo e de
semeadura, o período mais crítico de ocorrência de corós para as culturas vai
de maio a outubro, dependendo do ano, podendo, todavia, ser maior, no trigo,
por sua vez, plantado na época em que as larvas apresentam sua maior
capacidade de consumo; os maiores danos ocorrem devido à diminuição da
população de plantas nas fases de emergência e de afilhamento. após essas
fases, normalmente, as plantas atacadas não morrem, porém pode haver morte
de afilhos, redução no crescimento e diminuição na capacidade de produção.
Os danos são causados somente pelas larvas, especialmente as de 3º instar,
que comem sementes, raízes e a parte aérea de plântulas que puxam para
dentro do solo, após consumirem o sistema radicular. O coró no milho, se
ocorre na safrinha, em lavouras instalada em semeadura direta sobre a resteva
da soja, os danos são mais acentuados. Em áreas anteriormente cultivadas
com poáceas (gramíneas), a população do inseto geralmente é elevada; os
danos são decorrentes da destruição de plântulas, as quais são puxadas para
dentro do solo ou secam e morrem pela falta de raízes, ou ainda originam
plantas adultas pouco produtivas. O nível de dano para esse inseto ocorre a
partir de 5 larvas/m (SALVADORI & PEREIRA, 2020). O coró da soja, outro
exemplo, ataca a soja em todos os estágios de desenvolvimento, causando o
amarelecimento das folhas e o desenvolvimento retardado; o número de
plantas mortas varia de acordo com a época de semeadura, a população e o
tamanho de larvas na área (ZUAZO, 2009).
REFERÊNCIAS

SALVADORI, J. R.; PEREIRA, P. R. Corós. Agência de informação Embrapa


trigo. Disponível em:
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia35/AG01/arvore/AG01_92_259
200616453.html Qcesso em: 13 de Novembro de 2020.

ZUAZO, P. Corós da soja. Jornal dia de Campo, 2009. Disponível em:


http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?
id=19573&secao=Pacotes%20Tecnol%F3gicos&t=F. Acesso em: 13 de
Novembro de 2020.

3) (2,0) Como estratégia de manejo e prevenção da resistência de insetos


à tecnologia Bt, as empresas de sementes utilizam várias estratégias.
Além da obrigatoriedade do plantio de áreas de refúgio, a maioria das
empresas utiliza as técnicas alta dose e piramidação de genes. Explique o
que são essas duas técnicas e como elas se relacionam com as
estratégias de manejo da resistência a inseticidas. 

A alta dose visa garantir que a concentração de uma determinada


proteína expressa na planta geneticamente modificada possibilite a mortalidade
dos descendentes resultantes do cruzamento dos indivíduos resistentes,
presente na área Bt, com indivíduos suscetíveis, vindos da área de refúgio
(OMOTO & BERDANDI, 2015). A alta dose é utilizada para reduzir de maneira
drástica a sobrevivência e reprodução de insetos parcialmente resistentes
(PEREIRA et al., 2018).
O refúgio é uma parcela ou porcentagem da área cultivada destinada ao
plantio ou manutenção de plantas não-Bt, onde uma certa quantidade da
praga-alvo tenha condições de sobrevivência e reprodução e não seja exposta
à pressão de seleção pela tecnologia Bt, incluindo bioinseticidas formulados,
ainda sobre o refúgio, esse tem por objetivo que insetos suscetíveis (ss)
próximo da lavoura Bt para se acasalarem com eventuais insetos resistentes
(rr) que sobreviverem nas plantas Bt, de tal forma que a prole consista de
insetos parcialmente suscetíveis (rs) e nesta etapa em que a alta dose de
bioinseticida da cultura Bt é inserida para eliminar a maior parte da prole de
insetos, na mesma safra ou em safras seguintes, assim agindo contrariamente
ao aumento da proporção de insetos resistentes na população do inseto-alvo
(PEREIRA et al., 2018). Desta forma, o refúgio deve produzir indivíduos
suscetíveis, assim estes indivíduos suscetíveis se acasalarão com qualquer
indivíduo resistente que possa ter sobrevivido na área de cultivo Bt e, desse
modo, mantenha a suscetibilidade ao Bt nas gerações futuras das pragas alvo
(OMOTO & BERDANDI, 2015).
Já a piramidação de genes (expressão de duas ou mais proteínas de Bt
na mesma planta), é que cada proteína inseticida da pirâmide, isoladamente,
deve ocasionar elevada mortalidade da mesma praga-alvo, ou seja, cada
proteína Bt deve matar todos ou a maioria dos insetos suscetíveis; desta forma,
os insetos resistentes a uma das proteínas da pirâmide serão mortos pela(s)
outra(s) proteína(s) e vice-versa alvo (OMOTO & BERDANDI, 2015).
REFERÊNCIAS

OMOTO, C.; BERNARDI, O. Estratégias de manejo podem prolongar vida útil


das tecnologias de milho Bt. Visão agrícola, n.13, 2015. Disponível em:
https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/VA_13_Protecao_plant
as-artigo3.pdf. Acesso em: 13 de Novembro de 2020.

PEREIRA, E. J. G. et al. Manejo de Resistência de Insetos à tecnologia Bt:


conhecer, entender e agir para manter a sua vantagem. Agronegócio em
foco, 2018. Disponível em:
http://www.pioneersementes.com.br/blog/177/manejo-de-resistencia-de-
insetos-a-tecnologia-bt-conhecer-entender-e-agir-para-manter-a-sua-vantagem.
Acesso em: 13 de Novembro de 2020.

4) (2,0) A tecnologia Bt vem sendo amplamente utilizada nas lavouras de


milho e mais recentemente nas de soja, com o objetivo de controlar,
principalmente, as lagartas que prejudicam estas culturas. Esta
tecnologia garante controle eficaz de qualquer espécie? Como deve ser
feito o manejo de lagartas nas lavouras de milho e de soja plantadas com
sementes Bt? 

Essa tecnologia não garante o controle eficaz de qualquer espécie. De


acordo com Bueno e Silva (2017), no caso da soja, na safra 2013/14 houve a
liberação e utilização da soja Bt para cultivo no Brasil e essa foi a primeira
geração de soja Bt teve como objetivo o controle das espécies A.
gemmatalis, C. includens, H. virescens e broca das axilas além da supressão
da H. armigera, mas as lagartas do complexo Spodoptera não são controladas
por essa tecnologia. Ainda, ao mesmo tempo em que essas plantas estarão
controlando as pragas-alvo 24 horas por dia/7 dias da semana, também estão
selecionando insetos resistentes ao Bt 24 horas por dia/7 dias da semana, e
desta maneira, o controle com os inseticidas convencionais, a utilização de
culturas transgênicas que expressam toxinas inseticidas (plantas Bt) tem
trazido consigo o risco enorme de seleção de populações de insetos
resistentes; para amostragem na lavoura o produtor necessita anotar
separadamente pelo menos quatro grupos de lagartas que são: spodopteras,
falsa-medideiras, lagartas do grupo heliothinae e a lagarta-da-soja, devido a
tecnologia não abranger o controle de todas as lagartas, para que o produtor
possa escolher o inseticida certo e aplicação recomendada.
O manejo, da soja Bt, deve-se começar com a dessecação pré-plantio,
pois essa técnica evita que outras culturas antecessoras, plantas daninhas e
voluntárias presentes no ambiente, hospedem pragas que possam atacar a
plantação em suas fases iniciais de desenvolvimento, recomenda-se, também,
realizar o tratamento de sementes com inseticidas e fungicidas. O uso do
refúgio agrícola, ou seja, a plantação de uma porcentagem de soja
convencional entre a soja Bt, visando prevenir ou retardar o crescimento da
população de pragas resistentes, na qual 20% da área total plantada seja com
soja não Bt. Essas áreas deverão ser manejadas para controle insetos, porém,
sem o uso de formulações à base de Bt. A prática permite que insetos não
resistentes à bactéria sobrevivam, cruzem com os resistentes e gerem
descendentes que continuarão sendo sensíveis à tecnologia, preservando-a.
Assim como existem insetos suscetíveis à proteína Bt, há uma minoria que
naturalmente resiste a ela, mas se for semeado somente sementes Bt, pode
acontecer que ocorrer controle total dos insetos no início, mas, em médio
prazo, poderá ocorrer uma seleção de indivíduos resistentes e, dessa forma,
em algumas safras, os insetos que resistem à proteína Bt serão maioria. Deve
haver o controle de plantas daninhas, visto que essas plantas podem hospedar
insetos-praga permitindo que uma grande quantidade sobreviva e ataque a
cultura. Outra prática recomendada é o monitoramento que indica a situação
das pragas. A prática permite avaliar os danos e prejuízos e ajuda a definir
quando o defensivo deverá ser aplicado (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS,
2020).
No milho, estudos toxicológicos revelam diferenças significativas em
nível de toxicidade para cada espécie de inseto, estudo publicado por Waquil et
al. (2002) mostra o efeito diferenciado das toxinas Cry para a LCM, assim, é
possível que o produtor encontre em condições de campo respostas
diferenciadas em relação ao controle da LCM com a utilização de eventos
diferentes, para a toxina Cry 1Ab, estudos realizados na Embrapa Milho e
Sorgo com seis híbridos diferentes contendo o mesmo evento mostram que
existe uma interação entre o evento geneticamente modificado (Cry 1 Ab) e o
híbrido em que esse foi introgredido. Essas diferenças podem ser percebidas
pela sobrevivência das larvas de LCM expostas a esse evento, em que larvas
de LCM alimentadas com seis híbridos diferentes apresentaram valores
diferentes de sobrevivência, dependendo do híbrido. Além disso, as larvas que
sobreviveram apresentaram variáveis biológicas de biomassa e período de
desenvolvimento alterado. Essa resposta também foi diferente para cada
híbrido utilizado, contendo a mesma toxina. Portanto, dependendo do híbrido
de milho Bt utilizado pelo produtor, podem-se obter níveis de controle
diferentes. Em alguns casos, em função do nível diferenciado de controle
apresentado e da intensidade do ataque da praga, a utilização do milho Bt não
é suficiente para conter a infestação da LCM, necessitando de medidas
complementares de controle, como a aplicação de inseticidas químicos. Além
disso, a estratégia de piramidação de dois ou mais genes Bt, expressando
diferentes toxinas numa mesma cultivar, pode contribuir para o manejo da
resistência e aumentar a eficiência no controle de diferentes espécies de
insetos-praga. Assim, com a tecnologia disponível hoje, de maneira geral, além
de comprometer a sobrevivência de larvas, os hibridos Bts comprometem o
desenvolvimento dessas, deixando-as mais expostas aos fatores de
mortalidade, como a ação de inimigos naturais (MENDES & WAQUIL, 2009).
Para a utilização do milho Bt, basta o produtor, além de usar as
sementes do milho transgênico, cumprir duas regras: a de coexistência, exigida
por lei, e a regra do Manejo da Resistência de Inseto (MRI), recomendada pela
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A regra de
coexistência exige o uso de uma bordadura de 100 m isolando as lavouras de
milho transgênico das de milho que se deseja manter sem contaminação de
transgênico. Alternativamente, pode-se usar uma bordadura de 20 m, desde
que sejam semeadas 10 fileiras de milho não transgênico (iguais porte e ciclo
do milho transgênico) isolando a área de milho transgênico. A utilização de
área de refúgio, assim como na soja (MENDES & WAQUIL, 2009).
REFERÊNCIAS

BOAS PRATICAS AGRONÔMICAS. Soja Bt: como essa tecnologia protege


a lavoura. Disponível em:
https://boaspraticasagronomicas.com.br/noticias/soja-bt/. Acesso em: 13 de
Novembro de 2020.

BUENO, A. F.; SILVA, D. M. Manejo integrado de lagartas em soja. Revista


Cultivar Grandes Culturas, n.206, 2017. Disponível em:
https://www.grupocultivar.com.br/artigos/manejo-integrado-de-lagartas-em-soja.
Acesso em: 13 de Novembro de 2020.

MENDES, S. M.; WALQUIL, J. M. Uso do milho Bt no manejo integrado de


lepidópteros-praga: recomendações de uso. Comunicado técnico, n.170.
Embrapa, 2009. Disponível em:
https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/uso-do-milho-bt-no-
manejo-integrado-de-lepidopteros-praga-recomendacoes-de-uso.pdf/
40b7465e-1d20-447c-adbc-56f5b24f029c. Acesso em: 13 de Novembro de
2020.

5) (1,0) Diversas espécies de lepidópteros podem atacar plantas de soja.


A identificação costuma ser difícil, principalmente na fase jovem, pois é
baseada em detalhes morfológicos (cerdas, mandíbulas, etc.) que
requerem bons equipamentos (lupas) e certa experiência do profissional.
Contudo, é importante que o agrônomo de campo reconheça os
principais grupos (lagarta-da-soja, falsas-medideiras, complexo
Spodoptera e complexo Heliothinae) pois o potencial de dano e o nível de
ação são diferentes para cada um. Explique quais características você
utilizaria para identificar os principais grupos de lagartas da soja. 

De acordo com Matioli (2019), é importante a identificação de cada


lagarta, seus hábitos, danos que causam e como controlar. As principais que
atacam a cultua da soja são: lagarta-elasmo; lagarta-rosca; lagarta-da-soja;
lagarta-falsa-medideira; lagarta-das-maçãs e lagarta-do-cartucho.
A lagarta-elasmo ou broca-do-colo é uma praga que ataca a soja logo
no plantio. Essa lagarta ocorre, em solos mais arenosos, de preferência, além
disso, necessita de períodos prolongados de seca para se estabelecer na fase
inicial da cultura.  As lagartas têm coloração inicial esverdeada, mas tornam-se
mais amarronzadas conforme vão aumentando de tamanho (que pode chegar
a 2 cm). Possuem faixas transversais amarronzadas ou avermelhadas no
dorso.  Os sintomas de ataque são murcha e secamento das folhas, levando a
planta à morte. Isso ocorre devido ao seu hábito de fazer cortes e
broqueamento nas plantas novas (em VE até VN).
No caso da lagarta-rosca, também ocorre na fase inicial da cultura, mas
em solos mais úmidos e com grandes concentrações de matéria orgânica. Os
adultos como as lagartas possuem hábitos noturnos, as mariposas têm
coloração parda ou marrom com envergadura das asas anteriores de cerca de
5 cm e as lagartas, possuem coloração variável (sendo a mais comum a pardo-
acinzentada), podem chegar a 4,5 cm de comprimento. Durante o dia, ficam
abrigadas no solo, se alimentam das hastes, mas atacam as sementes recém-
germinadas; podem causar sintomas como reboleiras com falhas na
germinação, coração morto e plântulas com murchamento (em VE até VN).
Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), é a lagarta desfolhadora mais
comum em todo o território nacional e, por ser desfolhadora, começa a
aparecer no estádio vegetativo V2. As lagartas menores tem coloração verde
e podem ser confundidas com a lagarta-falsa-medideira, pois costumam medir
palmos.  Lagartas maiores, com cerca de 1,5 cm de comprimento, podem ter
coloração tanto esverdeadas como amarronzadas, apresentam três linhas
brancas longitudinais no dorso. Se alimentam do terço superior das plantas e,
conforme vão aumentando de tamanho, a desfolha aumenta. Dependendo da
densidade da população, podem se alimentar até mesmo de flores e vagens
(em V2 até R6).
Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens) possuem
coloração verde-clara e, ao se alimentarem, podem apresentar uma cor mais
verde-amarronzada. Possuem listras longitudinais brancas com pontuações
pretas no dorso.  Estas lagartas são assim conhecidas porque se locomovem
“medindo palmo”, com dois pares de pernas abdominais. Localizam-se no terço
inferior das plantas e consomem as folhas sem atingir as nervuras, deixando
um aspecto rendilhado (em V4 até R6).
Lagarta-das-maçãs (Chloridea (=Heliothis) virescens) possue coloração
verde-claro e, com o tempo, se tornam mais amarronzadas, podendo atingir até
2,5 cm de comprimento e se alimentam dos ponteiros das plantas, começando
pelas folhas novas, passando para as brácteas até atingir flores e botões
florais. Os sintomas típicos são diminuição das flores e consequente redução
da produção de vagens. 
E a lagarta-do-cartucho (Spodoptera spp.) no caso da
espécie Spodoptera frugiperda causa danos, principalmente, nas
plântulas. Spodoptera eridania e S. cosmioides atacam tanto na fase vegetativa
como na reprodutiva. As espécies possuem características morfológicas
distintas e, por isso, há a necessidade de melhor detalhamento na
identificação. Podem atacar desde as plântulas até as vagens. Inicialmente,
causam sintomas semelhantes à lagarta-rosca, pois cortam as plântulas rente
ao solo. E, quando atacam na fase reprodutiva, se abrigam no interior das
plantas. 
A Spodoptera frugiperda, ao atingir 5 cm, apresentam quatro pares de
pernas no abdome, além de um par terminal, podendo obter coloração pardo-
escura, esverdeada ou preta. No dorso da cabeça apresenta um “Y’ invertido,
facilitando sua identificação. Ataca folhas, hastes, vagens e grãos. Na fase
inicial da cultura também ataca a base do caule das plântulas (BRASMAX,
2018). 
Spodoptera eridania, possui até 04 cm e coloração cinza. Na lateral
possui desenho de triângulos que apontam para a linha central. Inicialmente
apenas raspam a superfície das folhas, porém, o dano vai se agravando até a
fase onde se alimentam das vagens e grãos (BRASMAX, 2018).
Spodoptera cosmioides, os ovos dessa lagarta são depositados em
massa nas folhas. Em sua fase inicial, possui coloração marrom, passando
para a cor cinza, castanhas ou pretas com listras brancas, marrons ou
alaranjadas. Em seus últimos estágios, sua cor se torna preta-brilhante com
pontuações douradas ou brancas (BRASMAX, 2018). 

REFERÊNCIAS

BRASMAX. Lagartas e percevejos na soja: você sabe identificar? Brasmax


Genética, 2018. Disponível em:
https://www.brasmaxgenetica.com.br/blog/lagartas-e-percevejos-na-soja-voce-
sabe-identificar/. Acesso em: 14 de Novembro de 2020.

MATIOLI, T. F. Lagartas na soja: como identificar e controlar. Lavoura 10,


2019. Disponível em: https://blog.aegro.com.br/lagartas-na-soja/. Acesso em:
14 de Novembro de 2020.

6) (2,0) As recomendações técnicas para a cultura do arroz não


estabelecem Nível de Controle para os principais insetos da cultura,
apenas informam a porcentagem de rendimento que cada inseto por
metro quadrado é capaz de reduzir. Além deste aspecto, outra questão
que deve ser levada em conta é a época em que os insetos ocorrem na
lavoura, ou seja, em que período de desenvolvimento que a planta está
quando o inseto inicia o ataque. Explique, então, em quais fases do
desenvolvimento da planta de arroz que é importante controlar a bicheira-
da-raiz (Oryzophagus oryzae), o percevejo-do-colmo (Tibraca
limbativentris) e o percevejo do-grão (Oebalus spp.).

Os gorgulhos são encontrados logo após a entrada de água (de


precipitação pluvial ou de irrigação) nas lavouras, se alimentam das folhas. Ao
mesmo tempo, ovipositam em partes submersas da bainha foliar e no sistema
pré-germinado, os adultos podem danificar, na semente, o mesocótilo e a
radícula, impedindo a emergência da plântula de arroz. As primeiras lavouras
instaladas dentro do período recomendado para o cultivo geralmente são as
mais infestadas, pois a maioria dos gorgulhos hibernantes migra para essas
áreas. A semeadura escalonada, em lavouras muito extensas, também
aumenta o risco de infestação contínua pelo inseto, das partes antes instaladas
às subsequentes (SOSBAI, 2018). Desta forma, é importante fazer o controle
logo na semeadura, pois a larva se alimenta também das raízes do arroz. No
Rio Grande do Sul, em lavouras instaladas em áreas planas, ocorrem no
mínimo duas gerações anuais de Oryzophagus oryzae, isso depende da época
de semeadura, a primeira geração de larvas ocorre de novembro a dezembro e
a segunda, de fevereiro a março, sendo a primeira geração é mais prejudicial,
visto, além da densidade populacional ser maior, ocorre mais cedo, quando o
sistema radicular das plantas ainda é pouco desenvolvido; a segunda geração,
ao contrário, coincide com a fase em que as plantas estão mais desenvolvidas,
sendo assim, as plantas são mais tolerantes aos danos (MARTINS & CUNHA,
2007), por isso, atenção desde o início com essa praga, devio logo na
emergência da planta, quando a plântula está em desenvolvimento, ocorre a
infestação pela praga.
O controle, segundo Martins e Cunha (2007), deve-se iniciar no tipo de
cultivo, época de semeadura, manejo da água de irrigação, adubação
nitrogenada, cultivares resistentes, decisão no uso do controle químico; no
controle químico, o tratamento de sementes como método preventivo,
pulverização foliar direta ou grânulos na água de irrigação, visto que o inseto
desde das folhas entra na água e ataca as raízes, em seu período larval.
O percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris), as infestações ocorrem
no final da fase reprodutiva e início da fase de maturação provocando os
sintomas conhecidos por “coração-morto” e “panícula-branca” (MACHADO,
2011). O monitoramento deve-se iniciar a partir do início do perfilhamento das
plantas, em intervalos semanais, à fase de floração; sendo assim, no início do
perfilhamento grande número de percevejos hibernantes permanece na base
das plantas, recomenda-se a contagem desses entre os colmos, em no mínimo
30 pontos de amostragem equidistantes (SOSBAI, 2018). No caso de lavouras
em áreas inclinadas, efetuar esse monitoramento nas porções da lavoura sem
lâmina d’água. A contagem de percevejos deve ser feita em 1,5 m de linha ou
numa área imaginária de 0,25 m 2. A cada inseto adulto/m 2, em média, é
esperada uma redução de 1,2% na produtividade (SOSBAI, 2018), caso seja
realizado o controle químico. Para o controle biológico o uso de marrecos-de-
pequim, em pequenas lavouras, desta forma com idade das plantas de 20 dias
com associação a lâmina de água para redução desta praga. No caso do
controle cultural, a eliminação de restos culturais, em pós-colheita, é eficiente
na redução da infestação remanescente em áreas anteriormente infestadas
pelo percevejo-do-colmo. Pode ser implementada por meio de pastoreio,
destruição de taipas e, fundamentalmente, pelo preparo antecipado do solo.
Sítios de hibernação do percevejo-do-colmo e plantas hospedeiras
intermediárias, no entorno das lavouras, devem ser destruídas logo após a
colheita e se estender à entressafra. Em lavouras sistematizadas, procurar
manter, ou mesmo elevar, a lâmina de água durante a fase de perfilhamento do
arroz (SOSBAI, 2018).
Já no caso do percevejo do-grão (Oebalus spp.), o ciclo de vida do
inseto iniciasse na entressafra, pois adultos se abrigam embaixo de palha e
madeira, cascas de árvores, na base de planas e fendas no solo, já no início da
primavera, entram em atividade, podendo ser encontrados alimentando-se de
sementes em desenvolvimento em seus vários hospedeiros nativos existentes
nas proximidades ou interior das lavouras, sobre os quais geralmente
acasalam e fazem a primeira postura e, com a proximidade da postura algumas
fêmeas, deixam sair facilmente os ovos na extremidade do abdome, se já
estiverem em época de postura, e na época em que o arrozal começa a
florescer, os percevejos começam a se transferir para ele, ocupando
principalmente as panículas, no qual a maior parte da população do percevejo
distribui-se ao acaso e inicia a ocupação da lavoura a partir do início do
florescimento até a fase de grão leitoso, é quando se deve fazer os
procedimentos de amostragem e decisão de controle (BARRIGOSSI, 2008).
Ainda, conforme Sosbai (2018) plantas daninhas (arroz-daninho e o capim-
arroz, podem atrair o inseto para a lavoura ainda em épocas de início do
desenvolvimento das plantas de arroz. A natureza e a extensão do dano
dependem do estágio de desenvolvimento do grão. Espiguetas com
endosperma leitoso, atacadas pelo inseto, podem tornar-se totalmente vazias,
sendo conhecidas por “grãos chochos”, enquanto que espiguetas com
endosperma pastoso, quando atacadas, originam grãos “gessados” com
manchas escuras, o que diminui o rendimento de engenho. Esses danos de
grãos manchados se acentuam no processo de parboilização do arroz
(SOSBAI, 2018).

REFERÊNCIAS

BARRIGOSSI, J. A. F. Manejo do Percevejo da Panícula em Arroz Irrigado.


Circular técnica, n.79. Embrapa: Santo Antônio de Goiás, GO, 2008. Disponível
em: https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767889/manejo-do-
percevejo-da-panicula-em-arroz-irrigado.pdf/25bbbf06-ef59-428c-bb9d-
04f79d4a5e70. Acesso em: 14 de Novembro de 2020.

MACHADO, R. C. M. Voláteis liberados por Oryza sativa l. e suas


implicações no comportamento químico quimiotáxicos de Tibraca
limbativentris STAL. (Herm., Pentatomidae) e parasitoides de ovos.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Faculdade de Agronomia, Programa de Pós-graduação em Fitotecnia. Porto
Alegre, Brasil, 2011. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/32383/000786813.pdf?
sequence=1. Acesso em: 14 de Novembro de 2020.

MARTINS, J. F. da S.; CUNHA, U. S. da. Situação do Sistema de Controle


Químico do Gorgulho-aquático Oryzophagus oryzae (Costa Lima)
(Coleoptera: Curculionidae) na Cultura do Arroz no Rio Grande do Sul.
Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2007. 25 p. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/745943/1/documento215.
pdf. Acesso em: 14 de Novembro de 2020.

SOSBAI. Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul


do Brasil. 32ª Reunião técnica da Cultura do Arroz irrigado, Farroupilha, RS,
2018. 205p.

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