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Índice

1. Introdução………………………………………………….……………………………2
1.1. Objectivos……….……………………………………………………………………... 2
1.1.1. Geral ................................................................................................................................. 2
1.1.2. Especifico ......................................................................................................................... 2
2. Revisão Bibliográfica……………………………………………………………………3
2.1.1. BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis).................................................... 3
2.1.2. MOSCA-BRANCA (Bemisia tabaci) .............................................................................. 5
2.1.3. CURUQUERÊ DO ALGODOEIRO (Alabama argilacea) ............................................. 7
2.1.4. PULGÃO DO ALGODOEIRO (Aphis gossypii) ............................................................. 9
2.1.5. LAGARTA-DO-CARTUCHO (Spodptera frugiperda) ................................................ 11
2.1.6. LAGARTA DAS MAÇÃS (Heliothis virescens) .......................................................... 12
2.1.7. LAGARTA ROSADA (Pectinophora gossypiella)........................................................ 14
2.1.8. BROCA-DA-RAIZ (Eutinobothrus brasiliensis) ........................................................... 14
2.1.9. PERCEVEJO-CASTANHO (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae) ............. 15
2.2.1. Controle Cultural ............................................................................................................ 17
2.2.2. Controle por Comportamento......................................................................................... 17
2.2.3. Controle Legislativo ....................................................................................................... 17
2.2.4. Controle Biológico ......................................................................................................... 17
2.2.5. Controle Químico ........................................................................................................... 17
2.3.1. Principais Pragas da Castanha do caju ........................................................................... 18
2.3.3. Pragas de floração e frutificação: ................................................................................... 19
2.3.4. Pragas que atacam mudas em viveiros: .......................................................................... 19
2.3.5. Pragas que atacam castanhas e amêndoas armazenadas: ............................................... 19
2.3.6. Ácaros: ........................................................................................................................... 19
2.3.7. Traça da castanha – A principal praga ........................................................................... 20
2.3.8. Descrição do insecto e fase fenológica de maior ocorrência ......................................... 20
2.3.9. Amostragem, nível e Método de controlo ...................................................................... 21
3. Conclusão………………………………………………………………………………22
4. Referencias Bibliográficas……………………………………………………………..23
1. Introdução
A falta de conhecimento mais profundo sobre a população de insectos praga associados às
culturas de uma região, pode permitir o incremento acentuado de outras comunidades da fauna
entomológica, tornando ineficiente a acção do homem no controle dos mesmos. O conhecimento
preciso dos insectos de um determinado cultivo é de fundamental importância na elaboração de
métodos e medidas de controlo das pragas de uma lavoura. O objectivo deste trabalho foi
identificar as principais pragas na cultura de algodão e castanha de caju, com o intuito de
verificar as fases fenológicas de maior ocorrência e os métodos de controlo a aplicar. Abordamos
de maneira geral aspectos económicos e conceituais relativos as culturas e regiões de produção,
bem como a descrição da maioria de pregas dessas culturais e os métodos de controlo a aplicar. É
importante abordar aspectos relacionados com pragas destas culturas em específico visto que as
duas constituem culturas importantes em muitas regiões rurais, e têm um papel importante na
economia moçambicana.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral:
Identificar as principais pragas na cultura de algodão e castanha de caju.
1.1.2. Especifico:
Descrever aspectos relacionados com as culturas de algodão e castanha de cajú na
actualidade,
Conhecer os métodos de controlo baseados no manejo integrado de pragas.
Relacionar as fases fenológicas de maior ocorrência e os métodos de controlo.

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2. Revisão Bibliográfica
O algodão é uma fibra natural, produzida por arbusto (o algodoeiro) com ocorrência em regiões
tropicais e subtropicais. Da família das Malvaceae, o algodão é primo do hibisco e do quiabo.
(BELTRÃO, N.E. de M)
Em Moçambique o algodão é uma cultura importante em muitas regiões rurais, onde é produzido
sob o sistema do fomento. A produtividade desta cultura de rendimento é particularmente fraca
em todo o país.
2.1. Principais Pragas do Algodão e as respectivas fases fenológica de ocorrência

As principais pragas do algodão estão divididas entre pragas iniciais e tardias. Em cada período,
existe uma variedade de insectos e danos que podem surgir na sua lavoura de algodão, e por isso,
é essencial conhecer cada um deles. A seguir, saiba mais sobre as pragas da Cultura do Algodão,
(Coughlin, P.E., 2006).
2.1.1. BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis)

O bicudo é a principal praga e possui o maior potencial de redução da produtividade na cultura


do algodão. Os danos podem atingir 70% da produção. É responsável por perdas de 200
dólares/hectare/ano, atingindo até 10% de custos de produção (Embrapa, 2018).

As pulverizações realizadas para controle da praga podem variar de 18-23/safra. Mesmo assim,
as perdas são significativas (Embrapa, 2018). O período crítico de ataque da praga é de 40-90
dias após a semeadura, compreendendo desde a floração até a colheita (Agro Bayer Brasil).

Figura 1. Ataque do bicudo no algodoeiro.

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Os danos desta praga estão relacionados com a excessiva produção de massa verde na fase
vegetativa, apresentando abundância de folhas. No entanto, a produção é reduzida.

A praga possui grande habilidade de reprodução e disseminação. O principal dano ocorre nas
estruturas reprodutivas. Além disso, todo o desenvolvimento de larva, pupa e até atingir a fase
adulta, ocorre no interior do botão (Azambuja & Degrande, 2014).

Lesões:

 Separação das brácteas dos botões florais;


 Amarelecimento;
 Grande queda de botões (principal alimento da praga).

Além dos botões florais, alimentam-se das maçãs que se encontram ainda pequenas e macias. O
botão atacado cai e as flores apresentam formato de balão, pois as pétalas não se abrem.

Figura 2. Flores com aspecto de balão.

Foto: Forestry.

As sementes e as fibras também são destruídas dentro dos capulhos. Na extremidade do rostrum,
possuem mandíbulas afiadas. Esta estrutura perfura os botões e as maçãs, servindo de alimento e
local para postura dos ovos (Instituto Biológico – APTA, 2016).

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Os ataques decorrentes da praga são as principais vias de entrada de fungos e bactérias,
acarretando em apodrecimento das maçãs. Os botões da porção mediana da planta são preferidos
para alimentação, enquanto os botões da parte superior do dossel, para oviposição.

Figura 3. Orifício de oviposição e alimentação.

Fonte: Instituto Biológico – APTA (2016).

O bicudo inicia a sua infestação nas bordas das lavouras, próximo a matas e vegetação
permanente. Esta área se torna a mais prejudicada pelo ataque, reduzindo até o centro da lavoura
(Scarpellini et al., 2015). Os danos causados por esta praga reduzem a produção e a qualidade da
pluma. As plantas apresentam poucos capulhos e maçãs viáveis (Agro Bayer Brasil). O cultivo
sucessivo da cultura é a melhor forma para favorecer o desenvolvimento da praga. Recomenda-
se realizar o vazio sanitário para interromper seu ciclo de desenvolvimento.

2.1.2. MOSCA-BRANCA (Bemisia tabaci)

A praga é considerada um insecto sugador, causador de danos directos e indirectos desde a sua
fase ninfal.

Os danos directos estão relacionados com a capacidade de sugar a seiva das plantas e injetar
toxinas, causando distúrbios fisiológicos, como:

 Amarelecimento das folhas;


 Pontos necróticos nas nervuras;

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 Murcha;
 Morte precoce das folhas.

Os danos indirectos ocorrem através da transmissão de viroses, como o mosaico comum no


algodão. As cultivares susceptíveis à este vírus, apresentam perdas que podem atingir 50% da
lavoura. Os sintomas são: coloração amarelada, redução da área foliar e queda de folhas e frutos
(Araújo et al., 2000).

Figura 4. Mosaico comum no algodão.

Foto: Instituto Mato-Grossense do Algodão (2016)

Além disso, ao se alimentar da planta, a praga excreta uma substância açucarada chamada
“Honeydew” que servirá para o desenvolvimento de fungos, como a fumagina. A fumagina
ocorre na superfície dos capulhos e nas hastes e possui coloração escura. Este fato reduz a
fotossíntese. O melado se torna pegajoso nas fibras do algodão e reduz o valor comercial.

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Figura 5. Fibra contaminada pela fumagina.

Foto: Instituto Mato-Grossense do Algodão (2016).

O alvo de oviposição da praga é a parte inferior dos folíolos, dificultando o controle químico
para atingir os ovos e as ninfas. Os danos estão estimados de 30-80% de perdas, até o prejuízo
total da lavoura

2.1.3. CURUQUERÊ DO ALGODOEIRO (Alabama argilacea)

O ataque desta praga pode ocorrer desde a germinação até à floração, atentando-se para o início
do ciclo da cultura. É considerada a principal praga desfolhadora do algodão. As partes atacadas
são: folhas novas do ponteiro, folhas medianas, folhas baixeiras, ramos, talos e maçãs, até a
desfolha geral. Entretanto, possuem preferências pelas folhas novas do ponteiro.

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Figura 6. Curuquerê do algodoeiro.

Foto: Santos (2016).

Em sua fase larval, constrói um casulo entre as bordas das folhas e produz fios de seda,
permanecendo neste local até se tornar mariposa.

Quando o ataque ocorre na fase inicial de desenvolvimento da planta, ocorre:

 Maturação forçada das maçãs;


 Redução da resistência das fibras;
 Diminuição da produção de fotoassimilados para formação dos capulhos (Gonçalves et
al., 2015).

A deposição de fezes sobre as fibras também reduz o valor comercial. Os danos podem atingir
até 35% do rendimento (Gonçalves et al., 2015). Os maiores ataques ocorrem devido a não
destruição da soqueira da safra anterior.

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2.1.4. PULGÃO DO ALGODOEIRO (Aphis gossypii)

Incide na lavoura desde as fases iniciais de desenvolvimento do algodão, até o final do ciclo,
atacando brotos, caule e maçãs, entretanto, preferem os tecidos novos. Quanto mais cedo esta
praga estiver presente na lavoura, maiores serão os danos.

Os ataques desempenham perdas de até 44% de produtividade (desconsiderando viroses) e 10%


de perdas em lavouras destinadas a produção de sementes (Agro Bayer Brasil). Possui
capacidade de causar danos directos pela sucção da seiva, ocasionando enrolamento das folhas e
deformação dos brotos.

Figura 7. Pulgões no algodoeiro.

Fotos: Guia de Identificação de Pragas do Algodoeiro (2015).

Os danos indirectos ocorrem através da transmissão de viroses. Os vírus mais comuns são:
vermelhão do algodoeiro e mosaico-das-nervuras. O vermelhão do algodão provoca regiões
avermelhadas entre as nervuras da planta, ocasionando prejuízos de até 50% da produção (IFF –
MT, 2016).

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O mosaico-das-nervuras ou doença azul causa amarelecimento e rugosidade no limbo foliar. Em
sua fase mais crítica, conhecida como “Ribeirão Bonito”, acarreta paralisação do crescimento e
redução dos entrenós. No início de desenvolvimento das plantas, acarreta em perdas totais da
produção (Dalva, 2010).

Figura 8. Vermelhão do algodão e Mosaico-das-nervuras.

Fotos: Ribeiro (2016).

Outro dano indirecto está relacionado com a liberação de uma substância açucarada, favorecendo
o desenvolvimento de fumagina. Este fungo reduz a fotossíntese e causa o “algodão
caramelizado” quando a planta está na fase de abertura das maçãs, depreciando a fibra na sua
utilização industrial.

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Figura 9. Fumagina no algodão.

Foto: Dalva (2010).

Em regiões do cerrado brasileiro, os pulgões foram responsáveis por cerca de 80% das
pulverizações e sem controlo satisfatório (Dalva, 2010).

2.1.5. LAGARTA-DO-CARTUCHO (Spodptera frugiperda)

Os danos desta praga têm se intensificado nos últimos anos devido à resistência de insecticidas
vinculado ao seu uso indiscriminado e a disponibilidade de “pontes verdes” durante quase todo o
ano no cerrado (Cultivar Grandes Culturas). O período crítico de ataque da praga ocorre de 40-60
dias após a semeadura, especialmente durante o surgimento dos botões florais até o aparecimento
do 1º capulho.

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Figura 10. Fase crítica de ataque.

Os danos estão relacionados com a raspagem das folhas até perfurações mais intensas
dependendo do estágio que se encontra a lagarta. O ataque ocorre normalmente da parte mediana
da planta até o ponteiro. Além das folhas, perfuram as estruturas reprodutivas, como brácteas,
botões florais, flores e maçãs. Em situações de ataques mais severos, ocorre infestação no colmo,
acarretando em queda da planta. Excrementos e raspagem nas brácteas, indicam a presença da
praga (Miranda, 2006).

2.1.6. LAGARTA DAS MAÇÃS (Heliothis virescens)

Ataca especialmente as estruturas reprodutivas do algodão, como os botões florais e as maçãs.


As lagartas de instares iniciais se alimentam de folhas jovens, inclusive dos pontos de
crescimento da planta.

Em instares mais avançados, atacam as estruturas reprodutivas, como botões florais e maçãs,
realizando aberturas e destruição por completo do conteúdo interno das maçãs. Quando atacam
os botões, acarretam em queda desta estrutura.

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Os orifícios que realizam na planta, servem de porta de entrada para outros microrganismos que
reduzem ainda mais a produtividade.

Figura 11. Lagarta-das-maçãs atacando o algodão.

Foto: Manual de Identificação de Pragas no Algodão.

O período crítico compreende desde o aparecimento dos botões florais até a abertura dos
capulhos (Agro Bayer Brasil).

Figura 12. Danos na maçã (a) e nos botões florais (b).

Fotos: Lins (2014).

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Dentre as lesões causadas nos botões florais e nas maçãs, 1 lagarta possui capacidade de atacar
23,7 estruturas (Lins, 2014). As perdas variam de 18-32% de produtividade decorrente aos
ataques desta praga no algodão (Lins, 2014).

2.1.7. LAGARTA ROSADA (Pectinophora gossypiella)

O período crítico ocorre desde a formação dos botões florais até a abertura dos capulhos. As
injúrias ocorrem nos botões florais, de forma a impedir a formação das maçãs, formando-se uma
“roseta”. A murcha e a queda nos botões também ocorrem. Quando a praga ataca as maçãs,
destroem as fibras e as sementes.

Os capulhos amadurecem rapidamente, com manchas nas fibras apresentando sintomas de


ferrugem (Miranda, 2006).

Figura 13. Momento de ataque da lagarta rosada.

Foto: Blainski.
2.1.8. BROCA-DA-RAIZ (Eutinobothrus brasiliensis)

A praga já inicia seu desenvolvimento dentro da planta, pois as fêmeas ovipositam os ovos no
colo do algodoeiro.

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Este insecto é um besouro que se alimenta abrindo galerias nos vasos lenhosos das plantas. A
medida que a praga avança de desenvolvimento, o diâmetro da galeria aumenta e impedem a
transmissão do fluxo de seiva. O primeiro sintoma é a paralisação do crescimento da planta.

O algodoeiro apresenta uma cor vermelho no limbo foliar, murcha, seca e queda das folhas. Na
região do colo da planta, onde a praga está abrigada, ocorre um engrossamento do caule
(Miranda, 2006).

Figura 14. Danos de broca-da-raiz.

Fotos: Miranda (2006)


2.1.9. PERCEVEJO-CASTANHO (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae)

Tanto as formas jovens quanto adultas possuem capacidade de causar danos a cultura,
alimentando-se da seiva das raízes. A sucção das seivas acarreta em paralisação do crescimento
da planta, murcha, seca e manchas nas raízes.

As plantas que conseguem se desenvolver mesmo sendo atacadas, apresentam sintomas de


redução da produtividade das estruturas florais. Apresentam redução de crescimento, com altura
reduzida em 31% (Oliveira et al., 2008).

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Figura 15. Percevejo-castanho. Helicoverpa armigera

Foto: Manual de Identificação de Pragas no Algodão.

Está presente durante a fase vegetativa e na reprodutiva. O ataque desta praga causa queda dos
botões florais e das maçãs. Nas maçãs maiores, abrem um orifício para se alimentarem e
depositar seus excrementos. A maçã não se desenvolve normalmente e apodrece. Durante a safra
2012/2013 na Bahia, as perdas atingiram 80% da produção (Da Cunha, 2016).

Figura 16. Ataque de H. armigera

Fotos: Manual de Identificação de Pragas no Algodão.

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As pragas na cultura do algodoeiro atacam, principalmente, a fase reprodutiva, como os botões
florais e as maçãs.

É de grande importância identificar de qual praga estamos tratando, a fim de realizarmos o


manejo adequado e de forma sustentável.

2.2. Métodos de controlo


Para as pragas chaves
- Pulgões
- Mosca branca
- Bicudo do algodoeiro
- Lagarta das maçãs
- Lagarta rosada
- Curuquerê do algodoeiro
2.2.1. Controle Cultural
Variedades: IAC-20 precoce, ciclo determinado, favorece controlo de bicudo e lagarta rosada.
2.2.2. Controle por Comportamento
Feromonas são utilizadas dentro do MIP, com objectivo de amostrar a população do bicudo,
lagarta da maçã e lagarta rosada. (vide controle por comportamento).
2.2.3. Controle Legislativo
Arranquio e queima de restos culturais, visando a diminuição da população da broca da raiz,
lagarta Rosado e bicudo. Decreto estadual de SP, medida deve ser tomado até o dia 15 de julho
de cada ano.
2.2.4. Controle Biológico
Aplicado: parasitóide de ovos, Trichogramma sp., para controle do curuquerê e da lagarta da
maçã (60 a 90 mil indivíduos/ha).

2.2.5. Controle Químico


a) Tratamento de Sementes
b) Granulados sistémicos no sulco: pulgões, tripes, broca da raiz e percevejo castanho em
Substituição às sementes pretas.

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c) Iscas para Mariposas: 1 kg de melaço + 10 l de água + 25 g de metomil 21,5 PS e usadas na
Base de 0,5 l em 15 m lineares de cultura, a cada 50 m (curuquerê, lagarta da maçã e lagarta
rosada).

2.3. Principais Pragas da castanha de caju e as respectivas fases fenológica de


ocorrência
O caju é muitas vezes tido como o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale) quando, na
verdade, trata-se de um pseudofruto. O fruto propriamente dito é duro e oleaginoso, mais
conhecido como "castanha de caju", cuja semente é consumida depois do fruto ser assado, para
remover a casca.
A indústria de cajú tem um papel importante na economia moçambicana, particularmente nas
áreas rurais do norte. Mais de 40% dos agricultores moçambicanos - mais de um milhão de
famílias - cultivam e vendem caju, e o sector de processamento dá emprego formal para mais de
8.000 indivíduos. Moçambique classifica-se consistentemente como um dos principais
produtores mundiais de castanha de caju, e é actualmente o segundo maior produtor na África
Oriental e Austral.
A Indústria de caju de Moçambique segue padrões internacionais em mão-de-obra e
sustentabilidade ambiental, que fornecem a base para as suas ligações com os mercados
superiores de exportação, incluindo os Estados Unidos e Europa.
2.3.1. Principais Pragas da Castanha do caju
Um dos motivos que podem comprometer seriamente a produção é o ataque de pragas e doenças.
As pragas que prejudicam o cajueiro podem ser reunidas em cinco grupos distintos (MELO e
BLEICHER, 1998).
2.3.2. Pragas desfolhadoras:
- Lagarta-véu-de-noiva, Thagona sp.;
- Lagarta-dos-cafezais, Eacles imperialis magnifica, Walk, 1956;
- Lagarta-saia-justa, Cicnnus callipius, Sch, 1928;
- Lagarta-verde, Cerodirphia rubripes, Draudt, 1930;
- Lagarta-de-fogo, Megalopyge lonata, Stoll-Cramer, 1780;
- Lagarta-ligadora, Stenoma sp.;

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- Bicho-mineiro-do-cajueiro, Phyllocnistis sp.;
- Besouro-vermelho-do-cajueiro, Crimissa cruralis, Stal, 1958;
- Mané-magro, Stiphra robusta, Leitão, 1939;
- Mosca-branca do cajueiro, Aleurodicus cocois , Curtis, 1846;
- Cecídias ou Verruga-da-folha, Contarinia sp.;
- Besouro, Colaspis bicolor, Olivier, 1808.
2.3.3. Pragas de floração e frutificação:
- Larva-do-broto-terminal, Contarinia sp.;
- Broca-das-pontas-do-cajueiro, Anthistarcha binocularis, Meyrick, 1929;
- Pulgão-das-infloresscências, Aphis gossypii, Glover;
- Tripes, Selenothrips rubrocinctus, Giard, 1901;
- Cigarrinha-da-inflorescência, Gypona sp. Prox. Cerea;
- Percevejo, Sphictyrtus chyseis, Lichtenstein, 1797;
- Percevejo, Crinocerus sanctus, Fabricius, 1775;
- Abelha-irapuá, Trigona spinipes, Fabricius, 1793;
- Traça-das-castanhas, Anacampsis phytomiella.
2.3.4. Pragas que atacam mudas em viveiros:
- Broca-da-raiz, Marshallius bondari, Rosado-neto, 1989.
2.3.5. Pragas que atacam castanhas e amêndoas armazenadas:
- Caruncho-das-tulhas, Araecerus fasciculatus, De Gerr, 1775;
- Besouro-castanho, Tribolium castaneum, Herbst, 1797;
- Traça-indiana, Plodia interpunctella, Huebner, 1813.
2.3.6. Ácaros:
- Ácaro-amarelo, Tenuipalpus anacardii, DeLeon, 1965;
- Ácaro-das-flores, Eryophyes rossettonius, Keifer, 1969.

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2.3.7. Traça da castanha – A principal praga
Anacampsis phytomiella Busck (Lepidoptera: Gelechiidae) é considerada a principal praga dos
frutos do cajueiro, em função dos graves danos económicos que causa, visto que sua acção
resulta na destruição da amêndoa.

Fonte: (ALMEIDA, F. A. G 2002) .


2.3.8. Descrição do insecto e fase fenológica de maior ocorrência
Trata-se de um microlepidóptero que mede aproximadamente 13 mm de envergadura, apresenta
coloração escura, com pequenas áreas claras nas asas. Próximo à fase de pupa, a lagarta
apresenta 12 mm de comprimento e tem coloração rosa-claro com a cabeça preta.
Essa praga ataca no período de frutificação. A postura é feita nos frutos e a pequena lagarta
penetra na castanha, próximo da inserção com o pedúnculo, destruindo totalmente a amêndoa e
tornando-a imprestável para a comercialização (Figura 2). Geralmente, encontra-se apenas uma
lagarta por fruto (MELO e BLEICHER, 1998).

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Figuras – Sintomas de ataque da traça-da-castanha.

Traça -da-castanha alimentando- Castanhafurada


Castanha furadaeeconstrição
constriçãodo
do pedúnculo
se da amêndoa pppeduncolopedúnculo.
pedúnculo

Fonte – Antônio Lindemberg Martins Mesquita (1998).


2.3.9. Amostragem, nível e Método de controlo
A amostragem é feita observando-se os maturis/castanhas com sinal de ataque, ou seja, presença
de furo. Devem ser observados maturis/castanhas de uma mesma inflorescência. Mesquita et al.
(2002), relata que o controle deverá ser feito quando for detectado 5 % de castanhas furadas
avaliadas por simples. As recomendações atuais existentes para o controle de pragas do cajueiro
são todas de natureza química (MELO e BLEICHER, 2002), inexistindo informações
cientificamente comprovadas sobre a eficiência de produtos naturais, a exemplo de óleos
essenciais ou extractos de plantas. Segundo Mattos et al. (2007), o termo óleos essenciais é
definido como os produtos obtidos de partes de plantas por meio de destilação por arraste com
vapor de água, bem como os obtidos por expressão dos pericarpos de frutos cítricos.
Produtos Insetnat e Hidronat, à semelhança dos inseticidas químicos Sumithion e Decis, são
altamente eficazes no controle da traça-da-castanha, quando aplicados, semanalmente, a partir da
Castanha com 1 cm de comprimento. Por serem produtos naturais e, portanto, sem efeitos
deletérios conhecidos a animais e ao meio ambiente, a utilização de Insetnat e de Hidronat pode
ser incentivada, principalmente, naqueles módulos de produção orgânica de caju e de agricultura
familiar.

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3. Conclusão
De acordo com as nossas pesquisas, pudemos constatar que para a cultura de algodão as
principais pragas estão divididas entre pragas iniciais e tardias, pragas como percevejos e mosca
branca atacam as brotações, sugando a seiva da folha e resultando directamente em
encarquilhamento e deformação, bem como queda das folhas. Essas pragas geralmente causam
danos indirectos também e são classificadas como pragas iniciais, enquanto que nas pragas finais
da cultura do algodão, foi possível destacar o bicudo-do-algodoeiro dentre outras pragas como
uma das principais que afeta principalmente os botões florais abertos, o que pode resultar na
queda desses botões e, por consequência, não permitir que as flores se abram normalmente. Entre
tanto para a cultura de castanha de cajú, pudemos verificar que existe uma diversidade de pragas
que atacam cada parte específica da cultura em distintas fases fenológicas, não apenas na
castanha propriamente dita. Pragas como lagarta dos cafezaís, broca das pontas do cajueiro
atacam a parte floral, frutos e causam desfolha, e pragas como Caruncho-das-tulhas e Besouro-
castanho e traça da castanha atacam castanhas e amêndoas armazenadas, sendo que a Traça da
castanha Anacampsis phytomiella Busck (Lepidoptera: Gelechiidae) é considerada a principal
praga dos frutos do cajueiro, em função dos graves danos económicos que causa, visto que sua
acção resulta na destruição da amêndoa.
Em relação aos métodos de controlo para a cultura do algodão o método químico é o mais
abrangente, mas métodos como o controle biológico e cultural podem ser eficazes. Para a cultura
de castanha de cajú são inexistentes informações cientificamente comprovadas sobre a eficiência
de produtos naturais, constituindo-se com melhor método o químico.

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4. Referencias Bibliográficas

BELTRÃO, N.E. de M.; PEREIRA, J.R.; OLIVEIRA, J.N. de. Algodão de elevada
densidade (fileiras estreitas). Campo Grande, 2001.
ARAÚJO, et al. Manejo de Mosca Branca Bemisia Argentifolii Bellows & Perring no
Algodoeiro. Embrapa – Circular Técnica, 2000.

AZAMBUJA, Rosalia; DEGRANDE, Paulo Eduardo. Trinta anos do bicudo-do-algodoeiro no


Brasil. Arquivos do Instituto Biológico, v. 81, n. 4, p. 377-410, 2014.

Carvalho, P.P., 1996. Manual do algodoeiro. Instituto de Investigação Científica Tropical,


Lisboa. 284 pp. Coughlin, P.E., 2006. Agricultural Intensification in Mozambique

ALMEIDA, J. I. L.; ARAÚJO, F.E.; LOPES, J.G.V. Evolução do cajueiro anão precoce na
Estação Experimental de Pacajus, Ceará. Fortaleza: EPACE, 1993. 17p.
BLEICHER, E.; ABREU, A.R. M.; MELO, Q.M. S.; Influência da fase de maturação da
castanha na infestação da traça. Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 1995. 11p.
BARROS, L. M,; ARAÚJO,, F. E.; ALMEIDA, J. I. L.; TEIXEIRA, L. M. S. A cultura do
Cajueiro Anão. Fortaleza: EPACE, 1984. 67p.

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