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Agronômico
DO MILHO NO BRASIL
PRINCIPAIS DOENÇAS
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Caracterização das
principais doenças da
cultura do milho no Brasil
1. Introdução
A Cultura do milho (Zea maydis L.) é Embora a influência ambiental
uma das mais importantes da agricultura tenha um papel importante no
brasileira. A forte demanda deste produto desenvolvimento das doenças do
para produção de proteína animal no milho, os agricultores e técnicos
mercado interno, bem como, o volume podem manipular parte do
crescente de exportação, vem atraindo ambiente através da intervenção
cada vez mais o produtor brasileiro a nas práticas de manejo, na correta
aumentar a área cultivada. O aumento de identificação e conhecimento das
produtividade, seja através da genética, doenças presentes bem como na
biotecnologias e manejos aprimorados, tomada de decisão de controle das
vem aumentando ano a ano tanto na enfermidades que afetam a cultura
primeira safra quanto na segunda. do milho.
01
2. Comportamento geral das
doenças e fenologia do milho
Figura 01 – Fenologia e período de infecção e latência das doenças do milho. Fonte: MD Bayer
Figura 02 – Período de incidência das principais doenças X fenologia do milho. Fonte: MD Bayer
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3. Principais doenças do milho
3.1 Germinação de sementes e emergência de plântulas
03
3.1.2 Morte de plântulas
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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3.2 Doenças foliares 3.2.1 Ferrugem comum – Puccinia
sorghi
As doenças foliares (destacadamente
as Ferrugens e as Manchas) reduzem Amplamente disseminada pelas
o potencial produtivo da planta de três regiões produtoras de milho do Brasil,
formas simultâneas: primeiro - pela é encontrada com maior frequência na
destruição do tecido foliar, impedindo a região sul devido as condições mais
fotossíntese e a consequente produção amenas de temperatura, porém com
de foto-assimilados; segundo - pelo baixa severidade na maioria das safras.
consumo direto dos foto-assimilados Os sintomas manifestam-se com maior
das folhas; e terceiro - pelo desvio da frequência sobre a superfície das folhas,
energia da planta que passa a ser usada geralmente do baixeiro. São sintomas
para a defesa contra a enfermidade do tipo pústulas circulares a alongadas,
e não mais para a produção. Dessa pulverulentas que rompem a epiderme
forma podem causar a morte precoce da folha. Em ataques severos as pústulas
das plantas e favorecer a predisposição agrupadas podem levar a necrose
para doenças de colmo, culminando em do tecido foliar. A infecção da nervura
menor quantidade, peso e qualidade principal pode levar à quebra da folha
de grãos. (figuras 8 e 9).
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Baixa Severidade Média Severidade Alta Severidade
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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Figura 12 – Alta severidade de P. polysora. Figura 13 – Detalhe das pústulas de
Fonte: Google P. polysora. Fonte: Elevagro.com
07
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
08
O ciclo de vida do agente causal da ferrugem tropical é semelhante ao descrito para
ferrugem comum. A doença é favorecida por calor e clima úmido, predominante em
locais de baixa altitude (figura 18).
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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3.2.4 Helmintosporiose comum – Excerohilum turcicum
Os sintomas iniciais surgem nas folhas inferiores como lesões foliares de formato elíptico
e alongado, variando o comprimento de 2,5 a 15 cm, predominante na cor ciza, as
vezes verde-acinzentadas ou pardas. Em infecções severas, o número de lesões por
folha aumenta, podendo levar a morte prematura da planta (figuras 20 e 21).
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Baixa Severidade Média Severidade Alta Severidade
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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3.2.5 Helmintosporiose maidis – Bipolaris maydis (Helintosporium maydis)
Essa doença possui duas raças fisiológicas: a raça O (a mais antiga e não tão destrutiva)
e a raça T altamente destrutiva e específica para híbridos com citoplasma T ou P (pouco
usuais atualmente). Embora em baixa severidade, a raça O desta doença tem sido
observada frequentemente nas diversas regiões produtoras de milho do país, porém
com baixo nível de dano ao potencial produtivo da cultura.
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Baixa Severidade Média Severidade Alta Severidade
As principais medidas de controle para este patógeno são resistência genética, rotação
de culturas e aplicação de fungicidas e uso de sementes sadias (figura 27).
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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Figura 28 – Mancha de cercospora. Figura 29– lesões agrupadas
Fonte: MD Bayer Fonte: Ricardo Trezzi Casa
O milho é citado como o único hospedeiro. Restos culturais infectados são a principal
fonte de inóculo. Os conídios do fungo são transportados pelo vento a partir desta
fonte de inóculo. A infecção se inicia pelas folhas inferiores. Temperaturas entre 25 e
30 ºC e umidade relativa alta com molhamento frequente são condições ideais para o
desenvolvimento da doença (figura 30).
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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3.2.7 Mancha branca – Phaeosphaeria maydis e Pantoea ananas
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As medidas mais eficientes de controle são resistência genética utilização de fungicidas
e ajuste da época de semeadura , (figura 35).
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
É encontrada nas diversas regiões produtoras de milho no Brasil e tem ocorrido com
maior frequência em áreas de monocultura.
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O milho é relatado como o único hospedeiro. A semente infectada é responsável
pela sua introdução em novas áreas de cultivo. Os restos culturais infectados são a
principal fonte de inóculo primário em áreas de monocultura. Na palha o fungo forma
picnídios, onde produz e libera cirros de conídios que constituem o inóculo primário
para as plantas do novo cultivo. O vento e os respingos de água são os principais
agentes disseminadores.
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
18
3.3 Doenças de colmo
Via de regra são consideradas doenças oportunistas. Por preferirem infectar tecidos
debilitados, com menor vitalidade, sua maior incidência está comumente atrelada
a ambientes em que a planta foi submetida a períodos ou condições de estresse
(temperatura, água, luz, nutrição, compactação de solo etc.). Basicamente os danos
por podridão de colmo podem ocorrer de duas maneiras. A primeira é pela morte
prematura das plantas, que não completam o enchimento de grãos adequadamente
produzindo espigas pequenas e grãos leves. A segunda é pelo enfraquecimento dos
tecidos da base do colmo causando o quebramento, dificultando assim a colheita.
Geralmente mais de um patógeno está envolvido no processo de podridão de colmo.
Entretanto a diagnose é feita baseada nos sinais característicos de patógeno.
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O fungo sobrevive nos restos culturais e na semente de milho. A principal fonte
de inóculo primário são os conídios produzidos nos restos culturais do milho e
gramíneas de inverno. O fungo é disseminado por respingos de água a partir da
palha infectada até a base das plantas quando o milho é conduzido em sistema de
monocultura ou em sucessão a gramíneas hospedeiras do patógeno.
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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3.3.2 Diplodia – Sternocarpella macrospora e S. maydis
Os fungos sobrevivem nas sementes de milho e nos restos culturais infectados que
permanecem na lavoura após a colheita. Quando predomina temperatura acima
dos 25 ºC e clima úmido (figura 47), os esporos são liberados dos picnídios na forma
de cirro, que são transportados pelos respingos de água e vento até a base dos
colmos, axilas foliares e base da espiga.
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Baixa Severidade Média Severidade Alta Severidade
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
Este tipo de podridão de colmo predomina nas regiões quentes, no entanto pode
ser encontrada em toda a região sul do Brasil. Várias espécies de Fusarium podem
ser encontradas parasitando as plantas de milho e restos culturais, porém no Brasil
a espécie predominante é a F. verticillioides.
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As plantas infectadas apresentam base externa do colmo de cor parda. A medula
de cor branco-rosada a rosa salmão. Na parte externa do tecido afetado, devido
a esporulação do fungo, visualiza-se massa de esporos de cor rosa-salmão. O
apodrecimento ocorre nos entrenós inferiores e sistema radicular, podendo levar ao
tombamento da planta, quebra do colmo e a morte prematura (figuras 49, 50 e 51).
O fungo sobrevive no solo, em restos culturais e em sementes de milho. As sementes
são o principal agente de disseminação a longas distâncias. O micélio do fungo das
sementes infectadas cresce e é transmitido para as raízes e base da planta. O inóculo
nos restos culturais é disseminado por respingos e vento, sendo depositados nas
bainhas onde infectam os nós.
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As estratégias mais eficazes para o controle são: uso de sementes sadias, tratamento
de sementes com fungicidas específicos, rotação de culturas e tolerância genética
(figura 53).
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
Esta doença é encontrada com mais frequência na região sul do Brasil. Os danos
são maiores em anos de alta precipitação pluvial e em lavouras conduzidas sobre
restos de culturas de inverno.
O fungo sobrevive nos restos culturais e nas sementes de milho. Os restos culturais
de gramíneas cultivadas, nativas e plantas invasoras hospedam o fungo. O principal
inóculo responsável pela infecção constitui-se em ascósporos liberados de peritécios
formados nos restos culturais que são transportados pelo vento. A infecção,
normalmente, ocorre após a polinização, desenvolvendo-se a partir do ponto de
inserção das folhas nos nós ou ao redor das raízes.
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Figura 54 – Sinais característicos do fungo no Figura 55 – Detalhes dos peritécios do
interior do colmo. Fonte: Ricardo Trezzi Casa fungo. Fonte: Ricardo Trezzi Casa
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Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
No Brasil é encontrada com mais frequência no sorgo nas regiões centro e nordeste,
porém também sendo relatado seu aparecimento em milho.
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Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
A doença está presente em todas as regiões de cultivo de milho no Brasil, porém é mais
significativa na região sul. É considerada a mais destrutiva das podridões de espiga.
O inóculo responsável pela infecção das espigas é produzido nos restos culturais
de milho e/ou no caso de S. macrospora, produzidos sobre as lesões foliares. Sob
clima úmido e quente ocorre a extrusão dos cirros de conídios dos picnídios que
são disseminados principalmente por respingos de água. Os picnídiosporos de S.
macrospora produzidos nas lesões foliares são transportados pela água até a bainha
foliar, germinam e iniciam a infecção da base da espiga.
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Figura 62 – Sinais característicos do fungo. Fonte: Ricardo Trezzi Casa. Figura 63 – Diferentes severidades
do fungo e espiga sadia. Fonte: MD Bayer. Figura 64 – Início da infestação. Fonte: Ricardo Trezzi Casa
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Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
É considerada a doença mais comum das podridões de espiga e pode ser encontrada
em toda as regiões produtoras.
As espigas são mais suscetíveis a esta doença 2 dias após a exposição dos estigmas
e menos suscetíveis até 40 dias depois.
Figura 67, 68 e 69 – Início da infecção da palha, alta severidade nos grãos e grãos infectados de forma
isolada, respectivamente Fonte: Ricardo Trezzi Casa
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O inóculo primário é encontrado nos restos culturais e nas sementes de milho. A
partir da semente infectada o fungo pode ser transmitido para o colmo. A infecção
da base da espiga pode ocorrer sistemicamente por meio do crescimento do micélio
do patógeno até atingir a espiga ou por inóculo depositado na bainha foliar, nesse
último, com o inóculo produzido nos restos culturais e disseminado por respingos,
vento e insetos. Injurias nos grãos provocadas por insetos predispõem à infecção.
Temperaturas em trono de 30 ºC e excesso de chuvas são condições ideais para
desenvolvimento do fungo (figura 70).
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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3.4.3 Giberela – Gibberella zeae (Fusarium graminearum)
Esta doença ocorre frequentemente na região sul do Brasil devido ao cultivo dos
cereais de inverno, que produzem grande quantidade de inóculo da doença. Esta
podridão causa significativa redução do valor nutritivo e na qualidade dos grãos, e
em híbridos suscetíveis podem ocorrer danos significativos a produtividade.
A infecção dos grãos ocorre comumente com ascósporos e, menos frequente com
conídios depositados nos estigmas. Os ascósporos são produzidos nos peritécios
formados nos restos culturais dos inúmeros hospedeiros. Os ascósporos são
transportados pelo vento, à longa distância até atingir os estigmas, onde germinam
e formam o tubo germinativo, pelo qual ganham o interior da espiga, podendo
progredir para a base durante o enchimento de grãos.
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O patógeno é favorecido pelo clima ameno e úmido e chuva frequentes após a
polinização. A doença é mais severa quando ocorrem chuvas 14 a 21 dias após a
polinização (figura 74).
Alta eficácia
Média eficácia
Baixa eficácia
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4. Bibliografia
Consultada ///////////////////
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Lages: Graphel, 2012 84p
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PINTO, N.F.J.A. Controle químico de doenças foliares em milho.
Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v. 3, n. 1, p. 134-138, 2004.
AUTOR REVISOR
ROBERTO FAVARETTO ANILDO BETENCOURT
MARKET DEVELOPMENT MARKET DEVELOPMENT
AGRONOMISTS SPECIALIST AGRONOMIST SPECIALIST
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