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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS

CURSO DE AGRONOMIA
5º PERÍODO TURMA EAD

8 principais doenças do milho

Danilo Lúcio Pinto

Patos de Minas
2023

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Sumário

Mancha de Phaeosphaeria ( Phaeosphaeria maydis) ................................................ 3


Ferrugem Polissora (Phakopsora pachyrhizi) ............................................................. 4
Podridão de Fusarium ( Fusarium graminearum) ...................................................... 5
Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) .................................................................. 7
Mancha Branca (Bipolaris maydis) ............................................................................ 8
Enfezamentos do milho (Candidatus phytoplasma asteris e Candidatus phytoplasma
sp) ............................................................................................................................ 9
Helmintosporiose (Helminthosporium maydis) ....................................................... 11
Doença de Nematoides (Meloidogyne spp., Pratylenchus spp., Xiphinema spp.) ..... 12
Referências ............................................................................................................. 14

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Mancha de Phaeosphaeria ( Phaeosphaeria maydis)
Também conhecida como Mancha de Phaeosphaeria da aveia é uma das principais
doenças que afetam o cultivo de milho.
Etiologia
A doença é causada principalmente pelos esporos do fungo, que são disseminados pelo
vento, chuva ou por insetos. O fungo se desenvolve em condições de alta umidade e
temperaturas amenas, entre 20ºC e 30ºC. O período de infecção mais favorável ocorre
durante umidade relativa alta, chuvas frequentes e duração média das folhas úmidas
entre quatro e doze horas.
Sintomas
Os sintomas da doença da Mancha de Phaeosphaeria são facilmente reconhecidos. As
lesões iniciais aparecem em forma de pequenos pontinhos necróticos, que possuem
um centro marrom claro. Com o tempo, essas lesões se expandem e ganham um
formato oval, com margens mais escuras e um centro amarelado ou cinza. A
progressão da doença leva ao amarelecimento e morte prematura das folhas afetadas.
É comum que as lesões apresentem uma porção clara, de tamanho maior, na área
central.
Controle
Para realizar o controle da Mancha de Phaeosphaeria no milho, podem ser adotadas
diferentes estratégias de manejo. Uma das opções é o controle químico, que envolve a
aplicação de fungicidas específicos que combatem o patógeno. O uso de produtos
químicos deve ser feito seguindo todas as recomendações de segurança e dosagem
recomendadas pelo fabricante.
O controle cultural também é importante na prevenção e manejo dessa doença. Entre
as práticas culturais que podem ser adotadas estão: rotação de culturas, evitando o
plantio contínuo de milho, pois isso ajuda a reduzir a presença do fungo no solo;
escolha de cultivares resistentes ou tolerantes à doença; adubação equilibrada,
proporcionando um bom desenvolvimento e fortalecimento da planta; manejo
adequado da irrigação, evitando encharcamento do solo e molhar as folhas.
O controle biológico também pode ser uma opção para combater a Mancha de
Phaeosphaeria. A utilização de fungos antagonistas, que são capazes de inibir o
desenvolvimento do fungo causador da doença, pode ser uma alternativa sustentável e
eficiente. Além disso, a biofortificação das sementes com bactérias benéficas também
pode ser uma estratégia eficaz.
Outra forma de controle é o controle físico/mecânico, que envolve a eliminação de
plantas infectadas, removendo e destruindo as partes afetadas da planta para evitar a
disseminação do fungo.

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É importante ressaltar que a integração de diferentes estratégias de manejo é
fundamental para o controle eficiente da doença da Mancha de Phaeosphaeria no
milho. A adoção de medidas preventivas, como rotação de culturas, utilização de
cultivares resistentes e manejo adequado do solo, aliadas ao controle químico e
biológico quando necessário, podem contribuir significativamente para reduzir os
danos causados por essa doença e garantir uma melhor produtividade no cultivo de
milho.

Ferrugem Polissora (Phakopsora pachyrhizi)


Etiologia
É uma doença altamente prejudicial para o cultivo desse cereal. Ela é causada por
fungo o qual possui a capacidade de se espalhar rapidamente sob condições favoráveis.
O fungo sobrevive em restos de plantas infectadas e pode ser transferido por meio de
vento, chuva e até mesmo através de ferramentas agrícolas contaminadas.
Sintomas
Os sinais dessa doença podem ser observados através de pequenas manchas
amareladas nas folhas inferiores do milho. Com o avanço da infecção, essas manchas
tornam-se pústulas elevadas, com uma coloração ferrugem característica. À medida
que a doença se agrava, as folhas enfraquecem, amarelam e podem cair
prematuramente, levando a uma considerável redução na produção de milho.
Controle
Existem diversas estratégias para o controle eficiente da Ferrugem Polissora. O controle
químico é bastante comum e consiste na aplicação de fungicidas específicos para
combater o patógeno. É importante ressaltar que a aplicação de produtos químicos
deve ser realizada de acordo com as recomendações dos fabricantes, observando-se
cuidadosamente as normas de segurança ambiental e de saúde humana.
Outra abordagem relevante é o controle cultural, que envolve a adoção de práticas
agrícolas adequadas. Isso inclui a remoção dos restos de plantas infectadas, o plantio
de variedades de milho resistentes ou tolerantes à doença, a rotação de culturas com
espécies não hospedeiras do fungo e uma adequada adubação. Além disso, é
fundamental detectar precocemente a doença e eliminar as plantas infectadas para
evitar a sua propagação.
O controle biológico é outra alternativa importante no manejo da Ferrugem Polissora.
A utilização de organismos benéficos, como bactérias e fungos antagonistas, pode
ajudar a reduzir a infecção do fungo causador da doença. Esses microrganismos
competem com o patógeno, dificultando sua colonização e reprodução.

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Também é possível complementar o manejo da Ferrugem Polissora com medidas físicas
e mecânicas. Isso inclui a remoção manual das folhas infectadas, a limpeza cuidadosa
dos equipamentos antes de sua utilização em áreas livres da doença e a adoção de
sementes saudáveis e higienizadas.
Em resumo, para controlar efetivamente a Ferrugem Polissora no cultivo do milho, é
importante adotar uma abordagem integrada que envolva boas práticas agrícolas, o
controle químico quando necessário, o uso de agentes biológicos benéficos e medidas
físicas e mecânicas. Essa combinação de estratégias contribuirá para reduzir os danos
causados pela doença, aumentar a produtividade do milho e minimizar os impactos
ambientais e de saúde humana.

Podridão de Fusarium ( Fusarium graminearum )


A Podridão de Fusarium, também conhecida como Fusariose, é uma doença causada
por fungo que afeta o cultivo do milho em todo o mundo. Essa doença pode causar
sérias perdas na produtividade das lavouras, tornando-se uma preocupação
significativa para agricultores e produtores de milho.

Etiologia

A Podridão de Fusarium é causada pelo fungo Fusarium spp., que possui diferentes
espécies patogênicas, sendo a mais comum o Fusarium graminearum. Esse fungo tem a
capacidade de sobreviver no solo e nos restos culturais infectados, garantindo a sua
persistência ao longo das estações. Ele se desenvolve melhor em condições de alta
umidade e temperaturas amenas, entre 20°C e 25°C.

Sintomas

Os sintomas da Podridão de Fusarium podem variar de acordo com a fase de


desenvolvimento da planta. Durante a fase de sementes e plântulas, os sintomas
incluem podridão das sementes, raízes necróticas e murcha das plântulas. À medida
que as plantas crescem, os sintomas podem aparecer nas folhas, colmos e espigas.

- Folhas: manchas escuras e necróticas nas folhas, comumente encontradas na região


das nervuras, que podem se expandir e causar o murchamento e a morte prematura
das folhas.

- Colmos: necrose das bainhas e manchas escuras ao longo do colmo, que podem levar
ao enfraquecimento e tombamento da planta.

- Espigas: desenvolvimento de uma massa de micélio branco ou rosa na ponta da


espiga, associada a um odor desagradável. As espigas podem apresentar grãos

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descoloridos, enrugados e murchos, alguns cobertos por uma estrutura de micélio
branca.

Os sintomas da Podridão de Fusarium podem resultar em perdas significativas na


produtividade do milho. A doença pode afetar o desenvolvimento e o enchimento dos
grãos, reduzindo o tamanho dos espigões e, consequentemente, o rendimento final da
colheita. Além disso, a infecção por Fusarium pode levar à contaminação dos grãos
com micotoxinas, como a deoxinivalenol (DON), que apresentam risco para a saúde
humana e animal.

Controle

O controle da Podridão de Fusarium no cultivo do milho pode ser realizado através de


medidas preventivas e do uso de fungicidas eficazes. Alguns princípios ativos utilizados
no combate a essa doença são:

- Triazóis: como o triadimenol, propiconazol e tebuconazol, que possuem ação


sistêmica, combatendo o fungo no interior da planta.

- Estrobilurinas: como a azoxistrobina e a metominostebe, que atuam inibindo a


respiração mitocondrial dos fungos, bloqueando seu crescimento e reprodução.

- Carboxamidas: como a benzovindiflupir e a bixafen, que agem interferindo na


produção de energia dos fungos.

Além do controle químico, também é importante adotar medidas culturais para


prevenir e reduzir a incidência da Podridão de Fusarium:

- Realizar a rotação de culturas, evitando o plantio sucessivo de milho na mesma área,


pois isso reduzirá a quantidade de inóculo do fungo no solo.

- Selecionar sementes de milho de qualidade, livres de contaminação fúngica.

- Fazer o manejo adequado dos restos culturais, removendo ou enterrando os resíduos


infectados.

- Melhorar a drenagem do solo e evitar o acúmulo de água nas áreas de cultivo.

- Utilizar variedades de milho resistentes ou tolerantes à Podridão de Fusarium.

Em conclusão, a Podridão de Fusarium é uma doença grave que afeta o cultivo do


milho, causando danos significativos à produtividade e qualidade dos grãos. O controle
efetivo dessa doença deve envolver medidas preventivas, como a rotação de culturas e
a seleção de sementes de qualidade, bem como o uso de fungicidas com princípios
ativos adequados para combater o fungo responsável pela doença. A combinação
dessas estratégias ajudará a manejar a doença, reduzir perdas e garantir a
sustentabilidade da produção de milho.

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Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)
A Cercosporiose, também conhecida como Mancha de Cercospora, é uma doença
comum que afeta o cultivo do milho em várias regiões do mundo. Ela é causada pelo
fungo Cercospora zeae-maydis. Essa doença pode causar sérios danos às plantas de
milho, resultando em redução do rendimento e qualidade dos grãos.
Etiologia
A Cercosporiose é causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis, que sobrevive em
restos de plantas infectados e pode ser transmitido por sementes contaminadas. O
fungo se desenvolve em condições de alta umidade, temperaturas moderadas e
presença de molhamento foliar prolongado. É mais comum durante a fase de
desenvolvimento reprodutivo das plantas.
Sintomas
Os sintomas da Cercosporiose geralmente se manifestam nas folhas do milho, mas
também podem ocorrer em outras partes da planta. Esses sintomas incluem:
- Manchas foliares: pequenas manchas cloróticas ou púrpuras que se desenvolvem nas
folhas mais velhas da planta. Conforme a doença progride, as manchas crescem e se
tornam de cor marrom ou bronzeado, podendo apresentar um halo amarelado ao
redor. As manchas são redondas ou ovaladas, com cerca de 1-2 mm de diâmetro.
- Lesões fusiformes: nas folhas mais jovens, podem ocorrer lesões mais alongadas e
fusiformes, de cor púrpura ou bronzeado.
- Coalescência das lesões: à medida que a doença avança, as lesões podem se fundir,
cobrindo grandes áreas das folhas. Isso pode causar desfolha prematura da planta,
reduzindo a capacidade fotossintética e a produção de grãos.
- Infecção de espigas: em estágios avançados da doença, a Cercosporiose pode infectar
as espigas, causando a podridão dos grãos e comprometendo a qualidade do milho
para o consumo ou comercialização.
As perdas causadas pela Cercosporiose podem ser significativas, principalmente em
condições favoráveis ao desenvolvimento do fungo. A desfolha precoce resultante da
doença pode reduzir a capacidade da planta de produzir energia por meio da
fotossíntese, o que afeta diretamente o rendimento dos grãos. Além disso, a infecção
das espigas pode levar à redução da qualidade dos grãos e à perda de peso, afetando a
comercialização do milho.
Controle
O controle efetivo da Cercosporiose no cultivo do milho requer uma combinação de
medidas preventivas e a utilização de estratégias de controle adequadas. Alguns
métodos de controle incluem:
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- Rotação de culturas: a rotação de culturas com plantas não hospedeiras da doença
ajuda a reduzir a quantidade de inóculo do fungo no solo.
- Eliminação de restos culturais: a remoção e destruição de restos culturais infectados
contribuem para a redução da fonte de inoculo do fungo.
- Uso de sementes saudáveis: a seleção de sementes de milho de qualidade, livres de
contaminação fúngica, é fundamental para evitar a introdução da doença na lavoura.
- Uso de fungicidas: em casos de infestações severas, a aplicação de fungicidas
específicos para o controle da Cercosporiose pode ser necessária. Alguns princípios
ativos comumente utilizados incluem carbendazim, tetraconazol e azoxistrobina.
- Cultivares resistentes: a escolha de cultivares de milho que possuam resistência
genética à Cercosporiose pode reduzir a severidade da doença.

Mancha Branca (Bipolaris maydis)


A Mancha Branca, causada pelo fungo Bipolaris maydis, é uma doença comum que
afeta o cultivo do milho em várias regiões do mundo. É uma das principais doenças
foliares que afetam a produtividade e qualidade do milho.
Etiologia:
A Mancha Branca é causada pelo fungo Bipolaris maydis, que sobrevive em restos de
plantas infectados e pode ser transmitido por sementes contaminadas. O fungo
prospera em condições de alta umidade, temperaturas amenas e chuvas frequentes.
Sintomas
Os sintomas da Mancha Branca geralmente aparecem nas folhas e colmos do milho.
Esses sintomas incluem:
- Manchas foliares: pequenas manchas ovaladas ou elípticas com um centro branco ou
cinza claro, cercadas por um anel escuro. Essas manchas podem se expandir ao longo
do tempo e se fundir, causando a desfolha precoce das plantas.
- Lesões nos colmos: o fungo pode causar lesões nas partes inferiores dos colmos do
milho, resultando em enfraquecimento e quebra das plantas.
- Perdas de rendimento: a infecção generalizada das folhas e enfraquecimento dos
colmos podem levar à redução do rendimento do milho. Além disso, a qualidade dos
grãos também pode ser afetada, resultando em menor valor comercial.
Controle
O controle efetivo da Mancha Branca no cultivo do milho envolve a adoção de várias
medidas preventivas e de controle. Alguns métodos de controle incluem:

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- Rotação de culturas: a rotação de culturas com plantas não hospedeiras da doença
ajuda a reduzir a quantidade de inóculo do fungo no solo.
- Eliminação de restos culturais: a remoção e destruição de restos culturais infectados
contribuem para a redução da fonte de inoculo do fungo.
- Tratamento de sementes: o uso de fungicidas específicos no tratamento de sementes
pode ajudar a reduzir a taxa de transmissão da doença nas plantas jovens.
- Uso de cultivares resistentes: a escolha de cultivares de milho com resistência
genética à Mancha Branca é uma estratégia eficaz para reduzir a severidade da doença.
- Uso de fungicidas: em casos de infestações severas, a aplicação de fungicidas
específicos para o controle da Mancha Branca pode ser necessária. Alguns princípios
ativos comumente utilizados incluem azoxistrobina, piraclostrobina e carbendazim.
É fundamental combinar diferentes estratégias de controle para melhorar a eficácia no
manejo da Mancha Branca no milho. A adoção de práticas integradas de controle,
como a rotação de culturas, eliminação de restos culturais e uso de cultivares
resistentes, combinados com o uso de fungicidas quando necessário, ajudará a reduzir
a disseminação e o impacto da doença no cultivo do milho.

Enfezamentos do milho (Candidatus Phytoplasma asteris e


Candidatus Phytoplasma sp)
Os enfezamentos do milho são doenças causadas por fitoplasmas, microrganismos
semelhantes a bactérias que se multiplicam no floema das plantas, prejudicando seu
desenvolvimento e produtividade. Duas das principais doenças de enfezamento do
milho são o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho. Além disso, a
disseminação da doença é um fator crucial a ser considerado no manejo dessas
patologias.
Etiologia
O enfezamento pálido é causado pelo fitoplasma Candidatus Phytoplasma asteris,
enquanto o enfezamento vermelho é causado pelo fitoplasma Candidatus Phytoplasma
sp. Os fitoplasmas são transmitidos para o milho por meio da alimentação de insetos
vetores, principalmente pulgões e cigarrinhas. Esses insetos se alimentam da seiva das
plantas infectadas e, ao se movimentarem entre as plantas, transmitem os fitoplasmas,
disseminando a doença.
A disseminação dos enfezamentos do milho ocorre principalmente por meio da
atividade de insetos vetores. Os pulgões e cigarrinhas que se alimentam das plantas
infectadas adquirem o fitoplasma e, em seguida, transmitem-no para plantas saudáveis
durante a alimentação em busca de seiva. A movimentação desses insetos por meio do

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voo e do deslocamento entre as plantas resulta na disseminação da doença para áreas
adjacentes. A presença de fontes de inóculo como plantas infectadas abandonadas ou
restos culturais também pode contribuir para a disseminação da doença.
Sintomas
Os sintomas do enfezamento pálido incluem:
- Amarelecimento e palidez das folhas: as folhas do milho infectado apresentam uma
coloração amarelada ou pálida, especialmente nas regiões mais próximas das nervuras.
- Redução do crescimento e desenvolvimento: a presença do fitoplasma no floema
interfere no transporte de nutrientes e água, resultando em um crescimento e
desenvolvimento reduzidos das plantas.
- Produção de espigas pequenas e malformadas: o enfezamento pálido afeta
negativamente o desenvolvimento das espigas, resultando em grãos malformados e
uma produção reduzida.
Os sintomas do enfezamento vermelho incluem:
- Descoloração avermelhada das folhas: as folhas do milho infectado apresentam uma
coloração avermelhada intensa.
- Enrolamento das folhas: as folhas infectadas tendem a se enrolar para cima.
- Redução do crescimento e desenvolvimento: assim como no enfezamento pálido, o
enfezamento vermelho causa um crescimento e desenvolvimento comprometidos das
plantas.
- Produção de espigas pequenas e malformadas: a doença também afeta
negativamente o desenvolvimento das espigas, resultando em grãos malformados e
uma produção reduzida.
As perdas na produtividade do milho podem variar dependendo da severidade da
infecção, mas em casos graves de enfezamento, as perdas podem chegar a 50% ou
mais.
Controle
O manejo dos enfezamentos do milho envolve uma abordagem integrada que visa
reduzir a disseminação dos fitoplasmas e minimizar o impacto da doença nas
plantações. Algumas estratégias de controle incluem:
- Monitoramento de insetos vetores: a identificação e monitoramento dos pulgões e
cigarrinhas, principais vetores dos fitoplasmas, ajudam a determinar o momento
adequado para a implementação de medidas de controle. Ao detectar a presença
desses insetos, é possível adotar estratégias como a aplicação de inseticidas seletivos.
- Controle de plantas hospedeiras alternativas: a remoção de plantas hospedeiras
alternativas, como ervas daninhas, próximas às áreas cultivadas de milho, reduz a

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disponibilidade de alimento para os insetos vetores e, consequentemente, a
disseminação da doença.
- Uso de cultivares resistentes: a escolha de cultivares de milho com resistência
genética aos enfezamentos pode ser uma estratégia eficaz para reduzir o impacto da
doença.
- Rotação de culturas: a rotação de culturas ajuda a interromper o ciclo de vida do
inseto vetor, reduzindo sua população e, consequentemente, a disseminação do
fitoplasma. Além disso, evita o acúmulo de inóculo no solo.
- Tratamento de sementes: a utilização de sementes tratadas com fungicidas e
inseticidas pode reduzir a transmissão dos fitoplasmas pelas sementes, diminuindo a
incidência da doença desde o início do ciclo da cultura.
- Uso de armadilhas para monitoramento de insetos: o uso de armadilhas específicas
para capturar e monitorar os insetos vetores permite uma avaliação mais precisa de
sua presença e população, auxiliando no melhor planejamento das estratégias de
controle.

Helmintosporiose (Helminthosporium maydis)


A helmintosporiose, também conhecida como mancha de diplodia ou mancha de
Phaeosphaeria, é uma doença fúngica comum que afeta as plantações de milho em
todo o mundo. Ela é causada pelo fungo Helminthosporium maydis, também
conhecido como Bipolaris maydis. Essa doença pode causar danos significativos às
lavouras de milho, resultando em perdas na produção e na qualidade dos grãos.
Etiologia:
O fungo Bipolaris maydis, responsável pela helmintosporiose, é um patógeno
necrotrófico que infecta tecidos vegetais vivos e se alimenta dos nutrientes das células
hospedeiras. Ele é capaz de sobreviver nas plantas infectadas durante o inverno,
produzindo estruturas de resistência chamadas de picnídios que liberam esporos na
primavera para iniciar novas infecções. O fungo se dissemina principalmente pela ação
do vento e de respingos de chuva.
Sintomas
Os sintomas da helmintosporiose no milho podem variar dependendo das condições
climáticas e do estágio de desenvolvimento da planta. Os principais sintomas incluem:
- Manchas foliares: As folhas infectadas apresentam manchas características,
geralmente de formato oval ou alongado, de cor marrom a acastanhada. Essas
manchas tendem a ser mais pronunciadas no centro, com uma coloração mais clara ou
amarelada nas bordas.

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- Lesões necróticas na espiga: O fungo também pode infectar as espigas do milho,
causando lesões necróticas de cor escura nas brácteas e nos grãos. Essas lesões podem
levar a uma maturação precoce dos grãos, reduzindo a qualidade e a quantidade da
produção.
- Queima ou queimadura das folhas: À medida que a doença se desenvolve, as
manchas nas folhas podem progredir, levando à queima ou queimadura das bordas das
folhas. Essa queima afeta negativamente a capacidade fotossintética das plantas,
resultando em um menor crescimento e desenvolvimento.
- As perdas na produtividade causadas pela helmintosporiose podem ser significativas,
principalmente em casos de infecções severas. Estudos indicam que a redução na
produção de grãos pode variar de 5% a 50%, dependendo das condições ambientais,
níveis de infecção e suscetibilidade da variedade de milho cultivada.
Controle
O manejo da helmintosporiose do milho envolve uma combinação de práticas
culturais, medidas preventivas e controle químico. Alguns princípios ativos utilizados
para combater a doença são:
- Rotação de culturas: A rotação de culturas pode ajudar a minimizar a incidência da
doença, pois reduz a quantidade de inóculo do fungo presente no solo. A escolha de
culturas que não são hospedeiras do fungo, como gramíneas forrageiras, pode
interromper o ciclo de infecção.
- Monitoramento e seleção de variedades resistentes: É importante selecionar
variedades de milho que apresentem resistência ou tolerância à helmintosporiose.
- Práticas de manejo: Adote práticas adequadas de manejo, como a remoção de restos
de cultura infectados e a implementação de medidas de controle de plantas daninhas,
que podem ser hospedeiras do fungo e facilitar sua sobrevivência e disseminação.
- Uso de fungicidas: Em casos de infecções severas e quando outras medidas de
controle não são suficientes, o uso de fungicidas pode ser necessário. Geada,
ipconazol, azoxistrobina e mancozebe são exemplos de princípios ativos utilizados em
fungicidas registrados para o controle da helmintosporiose do milho.

- Monitoramento regular: Faça um monitoramento regular das lavouras de milho,


observando o surgimento de sintomas da doença. Isso permite a identificação precoce
e tomada de medidas de controle antes que a infecção se espalhe e cause danos
significativos.

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Doença de Nematoides ( Meloidogyne spp. , Pratylenchus spp. ,
Xiphinema spp. )
A doença de nematoides é um problema comum que afeta as plantações de milho em
várias regiões. Os nematoides são vermes microscópicos que vivem no solo e podem
causar danos significativos às raízes das plantas, afetando seu crescimento,
desenvolvimento e produção. Existem vários tipos de nematoides que podem afetar o
milho, como os nematoides das galhas (Meloidogyne spp.), nematoide das lesões
(Pratylenchus spp.) e o nematoide das lesões radiculares (Xiphinema spp.).
Etiologia
Os nematoides são organismos parasitas que penetram nas raízes das plantas de milho
e se alimentam de seus tecidos, causando danos às raízes e interferindo na absorção de
água e nutrientes. Os nematoides das galhas induzem a formação de galhas nas raízes,
enquanto os nematoides das lesões e das lesões radiculares causam lesões necróticas
nas raízes.
Sintomas
Os sintomas da infestação de nematoides no milho podem variar dependendo do tipo
de nematoide e do estágio de infestação. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
- Redução no crescimento das plantas: As plantas infectadas por nematoides tendem a
apresentar um crescimento mais lento e um desenvolvimento precário. Elas podem
aparecer menores e mais fracas em comparação com plantas saudáveis.
- Raízes danificadas: Os nematoides causam danos diretos às raízes do milho,
resultando em raízes de coloração marrom, encurtadas e com poucos pelos
radiculares. Em infestações mais graves, as raízes podem apresentar galhas visíveis.
- Murcha e deficiências nutricionais: A infestação de nematoides nas raízes pode afetar
a absorção de água e nutrientes, levando ao murchamento das plantas e a possíveis
deficiências nutricionais, como clorose e amarelecimento das folhas.
As perdas na produtividade causadas pelos nematoides no milho podem ser
significativas, dependendo do nível de infestação e da suscetibilidade da variedade
cultivada. Em casos graves, as plantas podem apresentar uma redução significativa na
produção de grãos, bem como uma menor qualidade dos grãos.
Controle
O manejo eficaz dos nematoides no milho envolve uma combinação de práticas
culturais, medidas preventivas e uso de nematicidas. Alguns métodos de controle são:
- Rotação de culturas: A rotação de culturas é uma medida importante para reduzir a
população de nematoides no solo. Cultivos não hospedeiros de nematoides, como
gramíneas forrageiras, podem ser introduzidos na sequência de cultivos de milho para
reduzir a pressão dos nematoides no solo.

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- Uso de variedades resistentes: Opte por variedades de milho que apresentem
resistência aos nematoides. Essas variedades são desenvolvidas para resistir ou tolerar
a infestação de nematoides, reduzindo os danos causados às raízes e minimizando as
perdas na produtividade.
- Preparo adequado do solo: Práticas de manejo adequadas, como a aração e a
gradagem, podem ajudar a reduzir a população de nematoides no solo. Essas práticas
interrompem o ciclo de vida dos nematoides, expondo-os a condições desfavoráveis.
- Uso de nematicidas: Em casos de infestações severas, o uso de nematicidas pode ser
necessário para controlar os nematoides. Alguns princípios ativos utilizados em
nematicidas para o controle de nematoides no milho são fosthiazate, oxamyl e
fluensulfone.
- Monitoramento regular do solo: Realize amostragens regulares do solo para
monitorar a população de nematoides. Isso permitirá tomar medidas de controle
preventivas antes que a infestação atinja níveis prejudiciais.
É importante ressaltar que o manejo integrado de nematoides é a abordagem mais
eficaz no controle desses organismos. A combinação de práticas culturais, seleção de
variedades resistentes e uso criterioso de nematicidas, quando necessário, ajudará a
controlar a infestação de nematoides e minimizar os danos às lavouras de milho.

Referências
https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/milho/
producao/pragas-e-doencas/doencas/doencas-causadas-por-nematoides
CHINELATO, G. Se prepare na pré-safra: Como combater as principais doenças de
milho, feijão e sorgo . Disponível em: https://blog.aegro.com.br/doencas-do-milho/.
Acesso em: 10 jul. 2023.
Doenças do Milho: Conheça as 8 Principais! Disponível em:
https://agropos.com.br/doencas-do-milho/. Acesso em: 10 jul. 2023.
FERNANDO, J. et al. 07 Doenças do Milho Safrinha . Disponível em:
https://www.agrolink.com.br/downloads/doen%C3%A7as%20cultura%20do%20milho
%20safrinha.pdf. Acesso em: 10 jul. 2023.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento . Disponível em:
https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 10
jul. 2023.
Sem título . Disponível em: <https://www.google.com/url?
sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://www.agrolink.com.br/culturas/
soja/artigo/doencas-nas-plantulas- de-

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milho_109755.html&ved=2ahUKEwi19_3i74KAAxXIrJUCHWMMAEcQFnoECA4QAQ&us
g=AOvVaw24lj0i81ATonfihVm4VOaA>. Acesso em: 10 jul. 2023.
ROBERTO, C. et al. Doenças na Cultura do Milho . Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/490415/1/Circ83.pdf. Acesso
em: 10 jul. 2023.

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