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ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
IV. REFERÊNCIAS.............................................................................................................13
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I. INTRODUÇÃO
Um dos objetivos da produção integrada é manejar a cultura para que as plantas possam
expressar sua resistência natural às pragas e patógenos e possam ser protegidas os organismos
benéficos.
Nesse sistema, deve-se conciliar diversos métodos de controlo, levando-se em
consideração o custo de produção e o impacto sobre o ambiente, reduzindo ao máximo o uso
de agroquímicos.
Na produção integrada deve-se favorecer a adopção de métodos não químicos ou
alternativos tais como feromônios, biopesticidas, erradicação de hospedeiros alternativos,
retirada e queima das partes vegetais afetadas. A adubação equilibrada, a poda e raleio
adequados são fatores que desfavorecem o estabelecimento das pragas e patógenos e facilitam
o seu controlo.
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II. REVISAO BILBIOGRÁFICA
Organismos-praga: São organismos que reduzem a produção das culturas ao atacá-las, seres
transmissores de doenças (principalmente viroses) e reduzirem a qualidade dos produtos
agrícolas.
b) Método biológico
Dentre as desvantagens, é que o controle biológico pode levar muito tempo para ser colocado
em prática, em decorrência das pesquisas e de outros processos envolvidos na sua
implementação, além de que, os resultados do uso de práticas de Controle Biológico não são
tão rápidos como aqueles do uso de pesticidas, e a maioria dos inimigos naturais atacam
somente tipos específicos de animais, ao contrário dos inseticidas de grande espectro.
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c) Método inorgânico
Esses inseticidas são principalmente venenos estomacais e, portanto, são eficazes somente
contra insetos mastigadores, como por exemplo, as lagartas. Atualmente se recomenda apenas
inseticidas a base de enxofre.
Na agricultura, o controlo químico é atualmente o método mais utilizado tanto por pequenos,
médios e grandes produtores, e consiste no uso de produtos químicos (inseticidas, fungicidas,
bactericidas, herbicidas, etc) para se controlar pragas e doenças.
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Broca-do-colo (lagarta-elasmo) – Elasmopalpus lignosellus Zeller (Lepidoptera:
Pyralidae)
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Medidas de controle
O tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos é um dos principais métodos
recomendados para prevenir danos dessa praga na fase inicial de desenvolvimento das plantas.
Em lavouras instaladas, esse inseto pode ser controlado pela pulverização de inseticidas na
base das plantas ou adicionando o agrotóxico junto com a água de irrigação. Nas lavouras
irrigadas, o manejo dessa praga também é favorecido pelo aumento do volume de água e da
periodicidade de irrigação, fatores que aumentam a mortalidade natural dessa espécie-praga.
Lagarta-rosca – Agrotis ipsilon (Hufnagel) (Lepidoptera: Noctuidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos
A lagarta-rosca possui o corpo robusto com formato cilíndrico, tem coloração pardo-
acinzentada e atinge em torno de 40mm de comprimento no fnal do desenvolvimento larval.
A fase pupal acontece no solo, tendo duração de 11 a 15 dias.
Danos A lagarta-rosca possui hábito alimentar polífago, podendo causar danos em plantas de
grande parte das culturas anuais. No milho, essa praga secciona as plântulas rente ao solo, ou
danifca a base do colmo de plantas maiores. Uma mesma lagarta pode seccionar várias
plântulas, reduzindo a população de plantas das lavouras.
Amostragem A incidência dessa espécie-praga pode ser verifcada pelo aparecimento de
plântulas ou plantas jovens seccionadas na base, sempre com a presença da lagarta enterrada
no solo em local próximo ao ataque ou no interior de uma galeria existente na base da planta.
Por isso, tratar as sementes com insecticidas sistémicos, aplicar agrotóxicos granulados por
ocasião da semeadura do milho, pulverizar caldas insecticidas na base das plantas e usar isca
tóxica são técnicas recomendadas no manejo dessa praga. A isca tóxica pode ser elaborada
pela mistura de 25kg de farelo de trigo, 1kg de açúcar mascavo e 1kg ou 1L de insecticida
(triclorfom ou malationa).
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posteriores acinzentadas. A lagarta é verde-escura e tem três faixas de cor branco-amarelada
dispostas nas laterais do corpo
Danos
A lagarta-do-trigo causa danos, sobretudo, em lavouras de milho cultivadas no início da
primavera, porque sua população geralmente aumenta nas gramíneas que são utilizadas na
cobertura de solo das áreas cultivadas pelo sistema de semeadura directa.
Amostragem Por ser considerada uma praga secundária da cultura do milho, os níveis de
controle ou de acção e os métodos de amostragem para esse inseto ainda não foram
estabelecidos. A presença dessa espécie-praga (ovos, lagarta ou mariposas) deve ser
observada sobre as folhas do milho.
Medidas de controle
Uma prática recomendada para prevenir os danos da lagarta-do-trigo em cultivos de milho
consiste em dessecar a cobertura vegetal das lavouras pelo menos três semanas antes de
semear o milho, de modo a difcultar a sobrevivência dessa espécie--praga.
Pulgão-do-milho – Rhopalosiphum maidis (Fitch.) (Hemiptera: Aphididae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos
O pulgão-do-milho mede de 0,9 a 2,6mm de comprimento, possui antenas e pernas de
coloração preta e o corpo com cores variando da verde-amarelada à azul-esverdeada. Essa
espécie se reproduz por partenogênese, originando sempre ninfas fêmeas.
Danos
O pulgão-do-milho normalmente é uma praga secundária da cultura do milho das lavouras
destinadas à produção de grãos, mas atinge maior importância nos campos de produção de
sementes. Além de sugar a seiva (dano direto), o que enfraquece a planta, esse pulgão excreta
um líquido açucarado rico em aminoácidos, sobre o qual se desenvolve um fungo, que
provoca o aparecimento de uma cobertura negra popularmente conhecida por fumagina.
Amostragem·
O monitoramento populacional do pulgão-do-milho é recomendada até 70 dias após a
emergência das plantas, que consiste no período crítico de ataque desse inseto. Na
amostragem devem ser examinados cinco grupos de 20 plantas para cada 10ha de lavoura,
atribuindo nota zero às plantas sem pulgões, nota 1 quando existirem até 100 pulgões por
planta, e nota 2 para aquelas plantas com mais de 100 pulgões.
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Medidas de controle
A aplicação de insecticidas para controlar essa praga se justifica até a fase de pré-
florescimento, quando pelo menos 50% das plantas recebem nota 2. Maior atenção para a
infestação desse insecto deve ser nos períodos de estiagem, quando sua população pode
aumentar rapidamente. Percevejo-barriga-verde –Dichelops furcatus (Fabricius)
(Hemiptera: Pentatomidae)
Aspectos morfológicos e bioecológicos
Ao atingir a fase adulta, o percevejo-barriga verde, D. furcatus, mede aproximadamente
12mm de comprimento, tem o dorso pardo e a face ventral verde-clara, o que originou sua
denominação popular. Esse inseto possui duas expansões pontiagudas na face frontal da
cabeça (jugas), situadas entre os olhos, e um “espinho” da mesma cor do dorso, disposto em
cada lado do tórax.
Danos
Os percevejos causam danos no milho quando se alimentam de seiva no ponto de crescimento
(meristema apical) das plantas, porque, simultaneamente, injetam substâncias que têm ação
tóxica. As plantas atacadas emitem perflhos anormais e desenvolvem folhas retorcidas e
deformadas, que podem ter perfurações dispostas perpendicularmente às nervuras.
Amostragem A avaliação da infestação desse percevejo nas áreas cultivadas com milho deve
ser realizada vistoriando-se a base das plantas nas primeiras horas da manhã, até que as
plantas tenham cinco folhas totalmente expandidas. Existe a recomendação de vistoriar dez
locais espalhados em cada talhão de lavoura.
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Medidas de controle O controle do percevejo-barriga-verde nas lavouras de soja, evitando sua
migração aos cultivos de milho, e a aplicação de inseticidas em pré-semeadura do milho são
medidas capazes de reduzir a pressão dessa praga na fase inicial de desenvolvimento.
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II.2. Maneio integrado de infestantes
Para PITELLI (1990), a meta primária de qualquer sistema de maneio de plantas daninhas é a
manutenção de um ambiente o mais inóspito possível ao mato, por meio do emprego
específico ou combinado de métodos biológicos, culturais, mecânicos e químicos.
Erradicação
Neste método a planta daninha é totalmente eliminada da área, destruindo-se as suas sementes
ou qualquer outra forma de propagação como tubérculos, rizomas e bolbos. A infestante não
ocorre mais na área a não ser que seja introduzida novamente. São utilizados, normalmente,
produtos químicos como o brometo de metila, que promovem a desinfecção do solo e
eliminam todos os propágulos das infestantes.
Prevenção
Refere-se basicamente à utilização de medidas directas que tem como obcjetivo reduzir
suficientemente o número ou o desenvolvimento das plantas daninhas a fim de impedir que a
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interferência sobre as plantas cultivadas afecte a produção econômica. Tais medidas servem
também para prevenir o aumento no número de propágulos para as explorações futuras.
Calor
Na planta atingida pelo fogo também morre a parte superior do sistema radicular, devido à
translocação de subprodutos tóxicos resultantes da termodegradação de componentes da parte
aérea da planta. O fogo destrói uma população existente mas não é eficiente para prevenir a
propagação de novas populações podendo, inclusive, promover a quebra de dormência de
uma série de sementes de plantas daninhas. A utilização de queimadas é o principal meio de
controlo pelo fogo, mas, devido aos seus efeitos nocivos sobre o solo, ambiente e eliminação
de animais só em ocasiões muito particulares poderia ser recomendada.
Vapor
É outra forma de utilização do calor. É possível utilizar caixas onde se insufla o vapor de
água, o qual, pela sua elevada temperatura, promove a esterilização do solo que aí esteja
contido, sendo uma opção ao uso de produtos químicos para desinfecção de substratos para
canteiros e produção de mudas. Também pode-se utilizar o vapor diretamente no solo com
máquinas especiais, em pequenas áreas, para o controle de plantas daninhas.
Água
Tanto a inundação como a drenagem podem ser utilizadas no controle das plantas daninhas.
Grande número de plantas daninhas não sobrevive quando uma área é inundada, lembrando
que a lâmina de água deve submergir totalmente as plantas para que o processo seja eficiente.
O exemplo mais típico de utilização da água no manejo de invasoras ocorre na cultura do
arroz pré-germinado.
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Um novo método físico está em estudos para a sua viabilização, que é a utilização de choque
elétrico para o controle de plantas daninhas. Ainda há problemas para se desenvolver o
equipamento mais adequado para a utilização em nível de campo, utilização de maneira
seletiva nas culturas e, ainda, o método não apresenta efeito residual.
Trata-se do uso de práticas culturais ou agrícolas que podem tanto ajudar na eliminação de
plantas daninhas quanto aumentar o potencial competitivo da cultura, que por sua vez irá
contribuir no controle das plantas daninhas.
O controlo das plantas daninhas não pode se restringir apenas ao período em que as culturas
estão implantadas, mas deve também ser realizado no intervalo entre cultivos. Impedindo-se
que aquelas plantas daninhas que surgem na entressafra produzam propágulos, garante-se um
menor nível de infestação quando do próximo plantio das culturas, e com isto a interferência
será menor e o controle posterior facilitado.
Rotação de culturas
Escolha de cultivares
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melhor as plantas daninhas e sofrem menos com a interferência que eventualmente possa
surgir. Portanto, devem ser eleitas aquelas cultivares mais adaptadas à região e que sejam
mais agressivas em seu crescimento.
No entanto, isto tem um limite, que é o número máximo de plantas por unidade de área
recomendado pela pesquisa para cada cultura. Ao extrapolar este limite haverá concorrência
entre as plantas da própria cultura. Assim, pensando no controle de plantas daninhas, deve-se
trabalhar no limite superior de número de plantas por área recomendado pela pesquisa para
cada cultura e região.
Cobertura morta
A palha da cultura anterior auxilia no controle das plantas daninhas, através dos efeitos físico
e alelopático, e isto normalmente acontece em áreas onde o plantio direto é bem conduzido.
Fisicamente, a cobertura atuará sobre a luz, temperatura e humidade, dificultando os
processos de quebra de dormência e impedindo a germinação dos propágulos e, também,
poderá funcionar como uma barreira mecânica à emergência das plântulas das infestantes
anuais. A cobertura morta deve ser escolhida, sempre que possível, de acordo com as plantas
daninhas presentes nas áreas, pois conforme a origem da cobertura, ela será mais efetiva sobre
uma ou outra espécie de planta daninha.
Relaciona-se ao uso de inimigos naturais das plantas daninhas como insetos, fungos,
bactérias, ácaros e animais que predam ou parasitam as invasoras.
Controle manual
É feito por meio de arránquio manual das plantas daninhas. É um método muito eficiente
sendo, no entanto, caro, lento e de difícil execução. Pode ser utilizado em áreas pequenas ou
com baixa infestação. A sua utilização em grandes áreas é possível, principalmente para
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plantas problemáticas, quando a dispersão e a frequência da planta daninha ainda são
pequenas. Desta forma o rendimento desta prática é elevado e evita-se que esta nova planta
daninha venha a ser um problema sério no futuro.
Capina manual
É realizada com a utilização de enxadas. O uso de enxadas é viável para lavouras pequenas,
contudo, havendo disponibilidade de recursos humanos, não deve ser descartado para
utilização em áreas maiores. É um método normalmente de baixo rendimento e de custo
elevado, mas, se utilizado na operação de catação ou repasse, pode ser realizado com bastante
eficiência. A capina é importante nas bordas da lavoura, que propiciam às plantas daninhas
maiores possibilidades de desenvolvimento, devido à livre incidência de luz lateral.
Em áreas de pequena a média extensão ou com declive acentuado pode-se utilizar animais
para tracionar os implementos, sendo que em áreas maiores normalmente é utilizado o trator.
Em função de ser um método que revolve o solo, só é recomendado para áreas de plantio
convencional. O cultivo mecânico é largamente utilizado nas culturas por apresentar as
vantagens de economia (um dos métodos mais baratos), eficiência e rapidez, principalmente
em grandes áreas e em condições de solo seco. As desvantagens incluem a não eliminação das
plantas daninhas que estão nas linhas de plantio, eventuais danos causados às raízes mais
superficiais da cultura.
v. Medidas Químicas
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Pré-emergência – quando o controlo de infestantes se realiza depois da instalação da cultura
e antes de esta emergir.
Contacto – quando destroem apenas os tecidos com os quais contactam. Devem ser aplicados
quando as infestantes são anuais, ou seja, se reproduzam através de semente.
Sistémicos – quando aplicados na parte aérea das plantas sendo posteriormente translocados
no sistema vascular juntamente com a seiva, indo atingir os órgãos reprodutivos (rizomas,
estolhos, bolbos, tubérculos, etc.). Quando o objectivo for controlar infestantes perenes ou
vivazes, são estes os herbicidas que devem ser aplicados.
Como enfatizado no início deste trabalho, muitas vezes a utilização de um único método de
controlo não é suficiente para resolver o problema de infestação de plantas daninhas. Assim, a
integração dos métodos na maioria das vezes é mais eficiente e econômica. O manejo
integrado implica na integração de todas as práticas culturais, visando reduzir custos e, ao
mesmo tempo, obter controlo eficiente das plantas daninhas. Por isto, o produtor deve lançar
mão de todos os recursos que possui e combinar as práticas disponíveis.
Pode-se integrar diversas modalidades de aplicação de herbicidas (PRÉ, PÓS e PPI) com
métodos mecânicos, biológicos, físicos e culturais. O controlo de plantas daninhas perenes,
provenientes de órgãos de reprodução vegetativa, se faz muito mais eficiente quando se
alternam métodos químicos e mecânicos, o que provoca um esgotamento mais rápido das
reservas da planta (Melhorança et al., 1997).
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III. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em síntese, não existe o melhor método de controlo mas, sim, o mais adequado para uma
determinada situação e momento. Mas em qualquer maneio de plantas daninhas deve-se
doptar em última opção o controlo químico por dispor maiores riscos ao ambiente assim como
a saúde das plantas, animais e humana.
Manejo Integrado de Pragas (MIP) tem sido bastante eficaz no combate à ameaças
fitossanitárias e na promoção da sustentabilidade da produção agrícola. No Brasil, essas
ameaças estão cada vez mais presentes nas lavouras. No entanto, combatê-las e impedir que
causem grandes prejuízos é possível.
Quando a população de insetos prejudiciais se mantém abaixo do NC, ela está em nível de
equilíbrio (NE). Esse conceito foi instituído na década de 1960 pela comunidade científica
para a otimização do controle de pragas agrícolas (ácaros, insetos, doenças e plantas
daninhas).
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IV. REFERÊNCIAS
DEUBER, R., Ciência das Plantas Daninhas: Fundamentos. v. 1. Jaboticabal, SP:
FUNEP, 1992. 431 p.
MELHORANÇA, A. L.; et all.Plantas daninhas. Dourados, MS: EMBRAPA -
Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste, v. 5, 1997. p. 112 132.
PITELLI, R.A., Semana de Controlo de Plantas Daninhas. Bandeirantes, PR:
Fundação Faculdade de Agronomia Luiz Meneghel , 1990. p. 58 100.
H. Lorenzi, Infestantes: Manual de identificação e Controlo de Plantas daninhas, São
Paulo, 2006.
INIA, Manual para discrição do Solo e Codificação para o banco de dados, Maputo
- Moçambique: Série Terra e Água, 1985.
C. P. RONCHI, L. A. SERRANO, A. A. SILVA e O. R. GUIMARÃES, “Manejo de
Plantas daninhas na Cultura do Tomateiro,” Planta Daninha, pp. 215-228, 2010.
MINAG, Normas Técnicas Elementares Agrícolas, Maputo: Direcção Nacional dos
Serviços Agrários, 2006.
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