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SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS NO MANEJO INTEGRADO

DE PRAGAS DE HORTALIÇAS

Geraldo Andrade Carvalho1, Jair Campos Moraes1, Maurício Sekiguchi de Godoy1 e


Alexandre Augusto de Morais1

INTRODUÇÃO

Mudanças significativas ocorreram no setor agrícola nas últimas décadas,


visando, principalmente, o aumento de produção. Para atingir este objetivo foram
necessários investimentos em tecnologias, seleção de variedades de plantas mais
produtivas, melhoria dos aspectos físico-químicos dos solos etc..
Na década de 30, o polímero de polietileno foi introduzido na agricultura, e a
produção de hortaliças passou por revoluções na área de produção comercial em
diferentes regiões do mundo, o que permitiu uma expansão das áreas cultivadas em
ambiente protegido. Estima-se que o cultivo protegido (casa de vegetação e túneis altos)
ocupe um área mundial de aproximadamente 200 mil hectares, sendo que as hortaliças
ocupam um lugar de destaque nesse sistema de plantio.
O Brasil vem se destacando como um dos maiores produtores mundiais de
hortaliças ocupando o 11o lugar entre os maiores exportadores, com uma área de
aproximadamente 1.390 hectares. Dentre as principais regiões produtoras de hortaliças
destacam-se a região da Serra do Rio de Janeiro (alface, pepino e repolho); Petrolina em
Pernambuco (cebola); Barbacena (cenoura), Guaxupé (cebola) e Igarapé (alface e
pepino) em Minas Gerais; Juazeiro (cebola e melancia) na Bahia; Eldorado do Sul (alface

1 Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 37, 37200-


000, Lavras – MG, E-mail: gacarval@ufla.br
e melancia) no Rio Grande do Sul, sendo a região do cinturão verde aos arredores de
São Paulo a mais importante (Zylberstajn, 2000).
Estima-se que a produção de hortaliças no Brasil seja de 44 milhões de
toneladas anuais. A comercialização de hortaliças propicia ao produtor uma receita
líquida de aproximadamente R$ 13.500,00/ha, lucro este muito mais rentável em
relação as culturas de grãos, que rendem em média R$ 500,00/ha (Fontes, 1999).
Apesar deste panorama econômico, diversos fatores têm interferido para o
crescimento das áreas de produção de hortaliças, sendo os mais relevantes: falta de uma
política agrária estável, incentivos governamentais e presença de inúmeras pragas e
doenças, que provocam injúrias às plantas e frutos, obrigando ao produtor realizar
aplicações sucessivas de produtos fitossanitários.
No Brasil, em 1997, o comércio de produtos fitossanitários em hortaliças
representou um gasto da ordem de US$ 58,102 bilhões, com aplicação de cerca de 1,44
kg de produto/ha (Blecher, 1998). O número elevado de aplicações de produtos
químicos em hortaliças pode provocar desequilíbrios biológicos, reduzindo as
populações de inimigos naturais, levando ao aparecimento de pragas secundárias,
ressurgência e a seleção de populações de pragas resistentes aos pesticidas utilizados.
A manutenção de predadores, parasitóides e patógenos em cultivos de
hortaliças é de fundamental importância para a regulação populacional de pragas,
sendo bastante comum a constatação do controle biológico natural exercido por esses
grupos de inimigos naturais, os quais minimizam a necessidade da intervenção do
homem no controle das pragas. Entretanto, somente em algumas condições específicas o
controle biológico natural pode controlar as pragas sem a complementação do método
químico.
Uma das formas de minimização do impacto dos compostos químicos aos
organismos benéficos em hortaliças, é a utilização de produtos seletivos. Ao se
implantar programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP) de hortaliças, deve-se
procurar a compatibilização ou integração entre os métodos biológico, químico e outros.

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Desta forma, é necessário que pesquisas básicas de seletividade sejam realizadas para os
principais inimigos naturais presentes em hortaliças, pois as respostas obtidas serão
úteis na escolha do composto a ser aplicado. Deve-se salientar que no Brasil são raros os
trabalhos relacionados à seletividade de produtos em hortaliças.
Neste capítulo serão abordados conceitos relacionados à seletividade de
compostos químicos a inimigos naturais, as técnicas para realização de experimentos
em seletividade, resultados de alguns trabalhos de seletividade de pesticidas a inimigos
naturais em hortaliças e suas conseqüências no MIP.

DEFINIÇÕES E TÉCNICAS EMPREGADAS EM SELETIVIDADE

De um modo geral, a seletividade pode ser definida como a capacidade de um


produto controlar a praga visada, com o menor impacto possível sobre os organismos
benéficos. A seletividade é obtida devido às diferenças fisiológicas e ecológicas entre as
espécies de organismos.
A seletividade ecológica pode ser classificada em função das diferenças de
comportamento ou hábitat entre pragas, inimigos naturais e polinizadores, fazendo com
que o composto químico tenha contato somente com uma determinada espécie. Pode
ser obtida de acordo com o modo de aplicação do produto: pulverizações direcionadas
para o foco da praga (especialmente contra pragas que atacam as hortaliças em
reboleiras e possuem pouca mobilidade, como ácaros, cochonilhas etc.), e em períodos
de menor ocorrência de inimigos naturais; uso de produtos na formulação granulada e
em dosagem adequada, atingindo principalmente as pragas sugadoras e não os
inimigos naturais. Esse caso requer amplo conhecimento dos aspectos bioecológicos das
pragas e dos indivíduos benéficos presentes em cultivos de hortaliças.
A seletividade fisiológica é inerente ao produto, e está diretamente relacionada
à maior tolerância de um certo organismo, inimigo natural ou polinizador em relação à

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praga, quando encontram-se sob a ação de um mesmo composto. Desta maneira, esse
tipo de seletividade ocorre devido às diferenças fisiológicas da praga em relação aos
demais organismos não visados na aplicação, ocorrendo a morte das espécies-praga e
preservação dos inimigos naturais. Essa seletividade pode ser alcançada pela redução
de absorção do produto químico pelo tegumento ou pelo aumento na degradação da
substância tóxica pelo sistema enzimático do inimigo natural.
Este tipo de seletividade concentra-se basicamente nos processos relacionados à
rota de distribuição, a ausência de interação com o alvo de ação e a capacidade de
inimigos naturais metabolizarem alguns produtos químicos, eliminando a possibilidade
de serem afetados. Essas informações são importantes dentro do manejo de pragas em
hortaliças, uma vez que o inseto benéfico pode sobreviver à ação do composto, como é o
caso das larvas do predador Chrysoperla carnea (Hagen) que toleram os inseticidas
piretróides devido à presença de esterases em seu organismo (Ishaaya e Casida, 1981).
Na literatura, o número de trabalhos visando obter informações quanto ao
efeito dos produtos às pragas, é muito maior em comparação àqueles com inimigos
naturais, tanto em laboratório como no campo. O maior volume de estudos com pragas,
provavelmente, ocorre em função de: a) prioridade ao controle das pragas em relação à
conservação dos organismos benéficos, b) acredita-se que os inimigos naturais tenham a
mesma resposta aos inseticidas com relação às pragas e, portanto, o estudo de
seletividade é desnecessário, c) diferenças de recursos financeiros para estudos de
pragas em comparação com os custos para realizar ensaios com inimigos naturais, d)
dificuldade de criação em larga escala de predadores e parasitóides para realização de
testes e e) carência de métodos experimentais toxicológicos padronizados para inimigos
naturais, especialmente em relação aos desenvolvidos para avaliação de pragas.
Entre os diversos métodos de avaliação da seletividade de produtos químicos
aos inimigos naturais, os mais comuns são as aplicações tópicas, exposições às
superfícies tratadas (efeito residual), pulverizações diretas (com pulverizadores
convencionais e/ou torre de pulverização), imersões em caldas tóxicas, exposições a

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vapores e testes de alimentação. Outros métodos utilizados são a observação visual e
contagem após a aplicação, do número de predadores vivos presentes numa planta no
campo, girando ao redor do vegetal durante um tempo fixo, e aplicações de pesticidas
bastante tóxicos, seguidas de contagem do número de artrópodes não alvo coletados
(Graham-Bryce, 1987; Moraes, 1989; Ferreira, 1991; Mattioli, 1992; Carvalho, 1993;
Prezotti, 1993; Belarmino e Gatti, 1994; Carvalho et al., 1994a, 1994b, 1994c; Velloso,
1994).
Os produtos podem ser aplicados em superfícies por pulverizadores ou
misturados em solventes voláteis, como a acetona. Embora a toxicidade possa ser
avaliada em laboratório, onde o produto irá expressar a sua máxima ação, o efeito real
do pesticida sobre os organismos testes, somente pode ser medido em condições de
campo, onde as condições normais de abrigo, proteção, alternativas de escape,
alimentação e sobrevivência da espécie estão interagindo com o produto fitossanitário
avaliado. Desta forma, deve-se utilizar parcelas grandes devido à mobilidade que os
organismos podem apresentar. Fatores como o tempo, dosagem de aplicação,
comportamento e ciclo de vida de cada espécie devem ser considerados para avaliação
da toxicidade dos pesticidas aos organismos benéficos em condições de campo.
O efeito dos pesticidas pode ser avaliado em função da redução do número de
espécies em cultivos de hortaliças, alteração do hábitat, mudança de comportamento,
alterações no crescimento e reprodução, mudança na quantidade e qualidade do
alimento e resistência. Para uma avaliação precisa do efeito do composto, deve-se
considerar o sexo, idade, estado nutricional, estresse, saúde e microambiente em que
vive o inimigo natural.
Os testes de seletividade devem ser realizados com produtos em suas maiores
dosagens agronômicas, por serem mais práticas e coerentes. De uma forma geral, os
testes de toxicidade de pesticidas aos organismos benéficos, também denominados
testes de seletividade, são conduzidos inicialmente em laboratório (bioensaios). No caso
da seletividade, o estímulo de maneira geral é químico e as respostas podem ser

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avaliadas em função do efeito total sobre o inimigo natural, como porcentagem de
mortalidade, mudanças na capacidade benéfica e no aumento do consumo de oxigênio.
O efeito pode variar em função da quantidade do produto tóxico, tempo de exposição,
condições do ambiente e fase da vida em que o organismo se encontra.
Os testes de laboratório são preferidos, principalmente, em função da
repetibilidade de resultados, já que fatores externos e alguns internos podem ser
mantidos constantes. Assim, em condições de laboratório pode-se obter informações
reprodutíveis, com baixo custo.
Elevadas doses/dosagens de ingredientes ativos são utilizadas entre os países
hispano-americanos, no México, Peru, Nicarágua, Guatemala, Colômbia, sendo que
apenas neste último se destacam os estudos de seletividade de pesticidas aos insetos
benéficos.
No Brasil, os estudos de seletividade têm sido objetos de discussão; no entanto,
não existe nenhum acordo nacional de uniformização de metodologias ou padronização
de procedimentos para avaliar os efeitos colaterais de pesticidas sobre organismos
benéficos. São necessárias medidas que priorizem os programas de pesquisa com
seletividade de produtos químicos, dirigidos a inimigos naturais chaves, por meio de
experimentos de laboratório, semi-campo e campo.
Os estudos para a determinação da seletividade ecológica não devem ser
esquecidos. Tais testes são realizados no momento da aplicação em campo, com a
utilização de iscas tóxicas e tratamentos localizados.
Além dos trabalhos em seletividade com parasitóides e predadores presentes
em hortaliças, é importante a realização de testes com polinizadores, através do
tratamento tópico e aplicações em campo, avaliando a mortalidade e alternativas de
horário de aplicação.

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Seletividade versus Manejo Integrado de Pragas

O uso indiscriminado de compostos químicos em hortaliças provoca


desequilíbrios biológicos. A preservação de inimigos naturais das pragas é uma das
práticas de maior importância no MIP de hortaliças. O controle biológico pode ser
responsável pela estabilidade populacional dos insetos-praga em campos de hortaliças,
pois além de manter populações de insetos pragas em equilíbrio, seja pela manutenção
de inimigos naturais existentes (uso de produtos seletivos) ou da criação e liberação de
espécies mais adequadas, minimiza a intervenção do homem mediante outros métodos
de controle.
A utilização de pesticidas de alta toxicidade e largo espectro de ação, é
reconhecido como o principal causador de desequilíbrios biológicos cultivos de
hortaliças, propiciando fenômenos como ressurgência de pragas, aumento de pragas
que normalmente são secundárias e seleção de populações de insetos resistentes. Para
evitar estes fenômenos, a utilização de produtos seletivos é considerada uma estratégia
viável.
No moderno controle de pragas em hortaliças, são adotados sistemas de manejo
integrado baseados em medidas que visam manter as populações das pragas abaixo do
nível de dano econômico, com maximização do seu rendimento. Esses sistemas são
representados principalmente pelos métodos biológico, cultural, mecânico, físico, de
plantas resistentes e também pelos pesticidas, que ainda em muitos casos são
indispensáveis no controle de pragas, desde que utilizados de forma adequada.
Com relação à utilização do método químico dentro do MIP de hortaliças, deve-
se observar sempre a especificidade para a praga em questão, evitando-se o uso de
produtos de largo espectro e que afetem os inimigos naturais. Em programas de
controle integrado de pragas é importante a maximização do uso de inimigos naturais e
a utilização de produtos fitossanitários somente quando necessária, e se possível, com
compostos seletivos. A associação dos métodos biológico e químico em hortaliças,
reflete o consenso no qual os inseticidas continuarão como integrantes de muitos

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programas de manejo, até que métodos alternativos realmente efetivos sejam
alcançados.
Os efeitos colaterais devido ao uso de pesticidas em organismos não alvos,
como o homem, animais domésticos e selvagens, solo, água, polinizadores e inimigos
naturais, devem ser reduzidos ou eliminados. Entretanto, os pesticidas não podem ser
excluídos do sistema de controle de pragas, devendo ser utilizados somente quando
esgotadas todas as outras alternativas de controle, e de maneira emergencial. Desta
forma, devemos preferir inseticidas e acaricidas seletivos, bem como herbicidas,
fungicidas e outros produtos químicos e biológicos inócuos aos inimigos naturais, a fim
de que sejam alcançados os objetivos do MIP de hortaliças.
O desenvolvimento de programas de controle integrado, baseados na
otimização do uso dos métodos químicos e biológicos, tem recebido crescente atenção
pelos pesquisadores em muitas partes do mundo. Pesticidas que possam ser usados no
controle de pragas sem prejudicar os inimigos naturais mais importantes, tem sido a
principal preocupação dos pesquisadores, uma vez que o MIP preconiza a utilização de
pesticidas seletivos para que o controle biológico tenha pleno êxito em diferentes
agroecossistemas.
A seletividade de pesticidas para programas de MIP nos EUA tem sido
determinada após o registro dos produtos; na Europa, metodologias padronizadas de
experimentação a fim de se determinar o risco dos pesticidas aos organismos benéficos,
fazem parte da legislação de registro. O gasto anual, neste país, é cerca de 840 milhões
de dólares, devido a perda de inimigos naturais e polinizadores, pelo uso inadequado
de inseticidas. Em vista de problemas como esse, na Europa, dos 300 ingredientes ativos
atualmente no mercado para o controle de insetos e ácaros, 120 a 180 devem ser
retirados de circulação. No ano de 1991, as fábricas européias produtoras de inimigos
naturais (parasitóides, predadores e patógenos) arrecadaram 180 milhões de dólares,
demonstrando assim, a importância da utilização de organismos benéficos como
alternativa de controle de insetos pragas (van Lenteren, 1996). Entretanto, dentro das

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alternativas de controle desenvolvidas, não se pode prescindir do método químico na
agricultura moderna, principalmente em se tratando de programas de manejo de
pragas, onde devem conviver harmoniosamente o controle biológico e o químico. Desta
forma, os testes padronizados de seletividade vêm sendo conduzidos de modo a obter
informações a respeito da toxicidade dos pesticidas aos inimigos naturais.
No Brasil, não existe até o momento uma padronização de técnicas
experimentais utilizadas para testes de seletividade. Nos quatro últimos Congressos de
Entomologia da Sociedade Entomológica do Brasil, abrangendo o período de 1991 a
1997, dos 3.544 resumos publicados, 123 abordavam o tema seletividade de pesticidas a
inimigos naturais e polinizadores, representando apenas 3,5% do total (Congresso
Brasileiro de Entomologia, 1991, 1993, 1995, 1997). No XXI Congresso Internacional de
Entomologia (2000), realizado em Foz do Iguaçu, os resumos associados à seletividade
representavam somente 0,4% do total apresentado; já no XV Simpósio de Controle
Biológico (2001), realizado em Poços de Caldas apenas 3,6% do total de trabalhos
apresentados estavam relacionados à seletividade de pesticidas a organismos não alvos.
Em geral, a totalidade das metodologias utilizadas nesses trabalhos foram oriundas da
criatividade e critérios individuais dos próprios pesquisadores.
São poucos os trabalhos visando a obtenção de informações quanto a
seletividade de pesticidas aos principais inimigos naturais presentes em cultivos de
hortaliças. Em Lavras – MG, pesquisadores vêm estudando o impacto de pesticidas a
vários inimigos naturais, destacando-se os parasitóides Trichogramma spp. e predadores
dos gêneros Chrysoperla e Orius.
A seletividade dos principais produtos fitossanitários utilizados no controle de
insetos-praga na cultura do tomateiro, foi avaliada por Fuini (2000) que observou que os
inseticidas abamectin, ciromazina, imidacloprid e triflumuron foram prejudiciais ao
parasitóide Trichogramma pretiosum Riley. Esses produtos ocasionaram efeito tóxico aos
indivíduos da geração maternal e também aos seus descendentes. Já os produtos
lufenuron, metoxifenozide e pirimicarb mostraram-se seletivos. Também foi verificado

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que as fases de ovo-larva e de pupa do parasitóide foram sensíveis aos inseticidas
avaliados em laboratório. Em condições de semi-campo, abamectin apresentou uma
ação residual de cerca de 25 dias, permitindo a ocorrência de mais de 70% de
parasitismo, sendo considerado moderadamente tóxico. Os compostos ciromazina,
imidacloprid, lufenuron, metoxifenozide, pirimicarb e triflumuron foram seletivos
(classe 1) de acordo com a escala proposta por membros da IOBC, e, desta forma,
podem ser utilizados no MIP do tomateiro.
Estudando o impacto de 18 produtos fitossanitários utilizados no controle de
pragas da cultura do tomateiro, sobre duas linhagens de T. pretiosum, Carvalho, Parra e
Baptista (2001a) e Carvalho, Parra e Baptista (2001b), constataram que os inseticidas
clorfluazuron, teflubenzuron, Bacillus thuringiensis, ciromazina e os fungicidas benomil,
clorotalonil, mancozeb, iprodiona e dimetomorfe foram seletivos, permitindo a
utilização destes compostos no MIP do tomateiro. Os inseticidas abamectin, cartap,
deltametrina e lambdacialotrina foram os mais tóxicos em condições de laboratório. Em
condições de semi-campo, abamectin, metamidofós e cartap, afetaram a capacidade de
parasitismo dos parasitóides até sete dias da aplicação. Já, o lambdacialotrina
apresentou-se prejudicial até trinta e um dias após a pulverização, quando permitiu
mais de 70% de parasitismo.
A seletividade de inseticidas utilizados na cultura do tomateiro (cartap,
fentoato, lambdacialotrina, abamectin, tebufenozide e teflubenzuron) ao parasitóide T.
pretiosum foi estudada por Parra (1994). Foi concluído que cartap, fentoato e
lambdacialotrina apresentaram alta toxicidade a essa espécie, não sendo recomendados
para programas de manejo de pragas do tomateiro.
Ao avaliar o efeito de seis inseticidas, recomendados para o controle da traça
do tomateiro Tuta absoluta (Meyrick, 1917), sobre o parasitóide T. pretiosum, verificou-
se que o inseticida biológico Bacillus thuringiensis foi seletivo. Entretanto, os
compostos deltametrina, lambdacialotrina, metamidofós, abamectin e cartap,

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causaram uma elevada mortalidade nos adultos deste inimigo natural (Branco e
França, 1995).
Torres et al. (1996) estudaram o impacto de fungicidas utilizados em
tomateiro no Espírito Santo, sobre T. pretiosum, e constataram que iprodiona não
afetou as fases de ovo-larva e de pupa deste parasitóide. Já o clorotalonil e o
mancozeb foram prejudiciais à fase de ovo-larva e seletivos às pupas.
O efeito de produtos fitossanitários utilizados na cultura do tomateiro aos
percevejos predadores de tripes Macrolophus caliginosus Wagner e Dicyphus tananinii
Wagner (Heteroptera: Miridae), foi estudado por Figuls, Castañe & Gabarra (1999),
que verificaram que clorpirifós e metamidofós foram tóxicos às duas espécies de
percevejos até 30 dias das suas aplicações. O inseticida fipronil foi considerado
moderadamente persistente, tornando-se menos prejudicial aos percevejos M.
caliginosus e D. tananinii, somente aos 21 e 30 dias da sua aplicação, respectivamente.
O endosulfan mostrou-se moderadamente tóxico para M. caliginosus, e somente aos
21 dias após a sua aplicação tornou-se pouco tóxico ao D. tananini.
Stansly & Liu (1997) avaliaram a seletividade de alguns inseticidas usados no
controle da mosca-branca Bemisia argentifolli Bellows & Perring (Hemiptera:
Aleyrodidae) em tomateiros, ao seu parasitóide Encarsia pergandiella Howard
(Hymenoptera: Aphelinidae), nas fases de ovo, larvas de 1 o e 3o ínstares, pupa e fase
adulta. Foram testados óleo mineral, inseticida saponáceo, extrato de semente de
neen, ésteres naturais de açúcar, e tendo o piretróide bifentrina como tratamento
controle. O óleo mineral causou grande mortalidade do parasitóide em sua fase
imatura, sendo que para os adultos não provocou mortalidade significativa.
Bifentrina foi extremamente tóxico às larvas e adultos do parasitóide; já o inseticida
saponáceo e o extrato de semente de neen foram seletivos a este agente de controle
natural.

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ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS ENVOLVIDAS EM ESTUDOS DE
SELETIVIDADE

Com a finalidade de aprimorar os estudos de seletividade de produtos


fitossanitários a organismos benéficos, foi criado em 1974 o “Working Group
Pesticides and Beneficial Arthropods of The International Organization for Biological
Control of Noxious Animals and Plants (IOBC), West Palaearctic Regional Section
(WPRS)”.
Posteriormente, com a inclusão de outros organismos, que não apenas
artrópodes, como fungos entomopatogênicos e anelídeos, o Grupo de Trabalho da
IOBC passou a se chamar “Pesticides and Beneficial Organisms".
De acordo com membros do Grupo, a manutenção de parasitóides e predadores
de pragas agrícolas reduzem a população de seus hospedeiros ou presas, ocasionando
uma diminuição das injúrias nas culturas, e que em muitos casos previnem surtos
populacionais, contribuindo na manutenção de pragas abaixo do nível de dano
econômico. Desta forma, nas atuais recomendações de proteção de plantas, o uso de
produtos químicos deve limitar-se ao mínimo, e quando recomendado, utilizar
aqueles reconhecidamente seletivos.
O "Working Group Pesticides and Beneficial Organisms", tem como principal
objetivo coordenar as atividades internacionais, buscando o desenvolvimento de
métodos padronizados para avaliação dos efeitos colaterais de diversos produtos
fitossanitários nos mais diferentes inimigos naturais, o que permitirá selecionar os mais
adequados aos programas de MIP em vários agroecossistemas, inclusive no de
hortaliças.
Para o coordenador deste grupo, estudos de efeitos colaterais de pesticidas a
organismos benéficos, com base em linhas internacionalmente aprovadas, torna-se cada
vez mais urgentes, haja visto, a obrigatoriedade do uso e estudos dos efeitos dos
pesticidas sobre organismos benéficos em diversos países.

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Os membros do Grupo de Trabalho da IOBC enquadram os pesticidas em
classes que variam de 1 a 4, com base na mortalidade e na redução da capacidade
benéfica do inimigo natural (oviposição, parasitismo, predação e alterações
populacionais), como a seguir: a) testes de laboratório: 1= inofensivo (< 30%), 2= pouco
prejudicial (30-79%), 3= moderadamente prejudicial (80-99%), e 4= prejudicial (> 99%);
b) testes de persistência: 1= vida curta (< 5 dias), 2= pouco persistente (5-15 dias), 3=
moderadamente persistente (16-30 dias) e 4= persistente (> 30 dias) e c) testes de semi-
campo e campo: 1= inofensivo (< 25%), 2= pouco tóxico (25-50%), 3= moderadamente
tóxico (51-75%) e 4= tóxico (> 75%).
Existe uma outra organização internacional envolvida com estudos de
seletividade, sendo conhecida como “Organização Européia e Mediterrânea de Proteção
de Plantas” (OEPP/EPPO), que enquadra os pesticidas em apenas duas classes de
toxicidade em condições de laboratório: classe 1= não nociva (redução na capacidade
benéfica menor do que 30%) e classe 2= nociva (efeito maior do que 99%). Os produtos
que apresentarem valores intermediários aos das classes 1 e 2, deverão ser submetidos a
novos testes que compreendem, o efeito residual de três dias em laboratório e testes de
campo, para então serem classificados quanto ao seu efeito adverso.
Os estudos de seletividade devem ser iniciados em laboratório e concluídos em
condições de campo, sendo que os compostos que apresentarem seletividade ao inimigo
natural em laboratório, dispensam novos testes, e são considerados seletivos
independente de outras condições, com raras exceções. A seqüência de testes
preconizada pelos pesquisadores da IOBC pode ser representada da seguinte forma:

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Inócuo
Inócuo Inócuo Inócuo

Inicial Inicial e/ou Persistência


(Laboratório) (Semi-campo) Campo

Tóxico
Tóxico Tóxico Tóxico

Pesquisadores da IOBC recomendam ainda, a seleção de um número limitado


de espécies de organismos benéficos, devido principalmente a impossibilidade de
avaliação de todas as espécies presentes no agroecossistema, e que possam estar
expostas aos pesticidas. A seleção das espécies a serem avaliadas, é proveniente de uma
combinação de métodos apropriados de laboratório e informações de sua sensibilidade
aos pesticidas testados. Esta combinação é suficiente para prever com certa segurança,
os efeitos indesejáveis às espécies de inimigos naturais em testes em condições reais de
uso (campo).
Outros aspectos a salientar na escolha da(s) espécie(s) para estudos de
seletividade, referem-se à importância da espécie no controle de pragas no
agroecossistema, sua relativa abundância, ampla distribuição geográfica e também sua
disponibilidade. É de fundamental importância que a espécie escolhida seja de fácil
criação e manutenção, para que os testes possam ser conduzidos em diferentes
laboratórios com sucesso e eficiência.
Cada membro do Grupo de Trabalho da IOBC é responsável pela criação de um
inimigo natural, sobre o qual serão avaliados os efeitos dos produtos fitossanitários. Os
resultados obtidos, juntamente com a metodologia empregada, são submetidos à

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análise, onde a classificação do composto e a técnica empregada serão adotados ou não
pelos países membros da IOBC. A classificação é expressa em função do nome
comercial do produto fitossanitário, uma vez que o mesmo ingrediente ativo pode estar
presente em diferentes formulações comerciais, podendo desta forma ocasionar impacto
diferenciado sobre os organismos benéficos.
Os bioensaios de laboratório devem ser realizados em função de seus diferentes
objetivos: a) experimentos com o estágio de vida mais vulnerável (mais afetado ou mais
exposto) do organismo benéfico, b) experimentos com o(s) estágio(s) de vida menos
vulnerável(eis) do inimigo natural, c) experimentos de avaliação da duração da
atividade prejudicial do pesticida (persistência) e d) experimentos laboratoriais
ampliados.
Os testes de semi-campo e campo, ocorrem em condições bastante semelhantes,
diferindo-se apenas pelo fato que o primeiro é realizado dentro de casas de vegetação,
telados ou gaiolas, e na maioria das vezes os organismos benéficos são criados
massalmente e liberados. O segundo é realizado com organismos benéficos de
ocorrência natural ou mesmo através de liberações.
Em condições de laboratório, os organismos benéficos no(s) seu(s) mais
vulnerável(eis) estágio(s) de vida, são expostos numa condição de máximo contato com
a mais elevada dosagem agronômica do produto químico. O objetivo destes testes é
avaliar a inocuidade dos pesticidas (ausência de toxicidade), separando-os dos pouco
nocivos. Os testes laboratoriais com o(s) estágio(s) de vida menos vulnerável(eis) do
inimigo natural, permite(m) a diferenciação entre os produtos nocivos. Em relação aos
testes laboratoriais que mensuram a duração da atividade prejudicial do pesticida
(persistência), são de enorme valor para estimar os riscos de intoxicação dos inimigos
naturais, uma vez que o impacto do produto químico no campo é extremamente
afetado por sua persistência.
Com base nos dois testes supracitados, pode-se dizer que produtos nocivos mas
que apresentem pouca persistência, podem ser usados com sucesso em programas de

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MIP em hortaliças. Os experimentos laboratoriais ampliados contribuem para estimar
os efeitos dos compostos aos organismos benéficos sob condições simuladas de campo.
Nos testes de semi-campo e campo é possível avaliar o risco do pesticida,
proporcionando informações relevantes para o seu uso na prática.
Ao final dos diferentes testes, comparações de resultados pelos membros do
Grupo de Trabalho da IOBC são realizados com o intuito de avaliar o valor prático dos
diferentes tipos de métodos. Isto ocorre a cada dois anos, onde são testados cerca de
vinte produtos fitossanitários de interesse comum, numa variedade de organismos
benéficos e sempre utilizando métodos padronizados.
Atualmente, tem-se intensificado o desenvolvimento de outras metodologias
padronizadas, por parte dos pesquisadores deste Grupo. Inúmeros trabalhos de
pesquisa, conduzidos para desenvolver e racionalizar os métodos de avaliação dos
efeitos dos pesticidas sobre os diferentes organismos benéficos, estão sendo realizados
em condições de semi-campo e campo. É reconhecido por membros do Grupo que
nenhum teste isolado pode estabelecer informações suficientes para avaliar os efeitos
colaterais dos pesticidas em organismos benéficos. Com a cooperação internacional,
pode-se aumentar tanto o número, como o alcance dos métodos a serem realizados,
permitindo que a capacidade para conduzir os testes seja maximizada.
Em síntese, os testes de seletividade apresentam metodologias criteriosas e bem
definidas, sendo, apresentadas da seguinte forma:
a) o primeiro passo são os testes de laboratório para avaliação do potencial de
risco de um pesticida para a fauna de artrópodes não-alvo. Neste bioensaio, o
organismo-teste deve ser confinado sobre um resíduo seco e fresco do produto, sob
condições que reflitam o mais elevado nível de contato possível de ser exposto no
campo. Deve-se ressaltar que o tipo de teste escolhido deve ser o mais adaptado ao
modo de ação do produto, assim, por exemplo, produtos neurotóxicos devem ser
testados diferentemente dos reguladores de crescimento de insetos;

16
b) deve-se incluir uma avaliação do efeito subletal em indivíduos sobreviventes,
por exemplo, fecundidade, taxas de parasitismo, atividade alimentar etc., uma vez que
o desenvolvimento de uma população de artrópodes não é exclusivamente influenciado
pela mortalidade;
c) os organismos em teste devem ser provenientes de uma criação de laboratório,
com idade e condições uniformes. Assim, serão submetidos a um filme seco do produto
depositado sobre uma superfície que deve ser sempre de material inerte, como vidro ou
areia quartzosa. Deve-se realizar o controle de qualidade do inimigo natural a ser
testado;
d) utilização de equipamentos de pulverização padronizados é prioritária;
d) as condições ambientais devem ser ótimas e sempre registradas, devendo-se
fornecer adequada ventilação e alimentação;
f) pode-se afirmar que os resultados de testes de laboratório, oferecem excelentes
indicações do comportamento dos pesticidas no campo, ou seja, aqueles que
apresentarem seletividade em laboratório a um determinado inimigo natural, também
será inócuo ao organismo em condições de campo, com raras exceções.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A seletividade de produtos fitossanitários a inimigos naturais é uma estratégia


viável no MIP em hortaliças; no entanto, salienta-se que existem escassez de trabalhos
visando a obtenção de informações inerentes ao impacto de um ou de grupos de
pesticidas aos principais organismos benéficos presentes nesses agroecossistemas.
É reconhecido que o uso de produtos fitossanitários de baixo impacto sobre os
organismos benéficos foi por muito tempo desconsiderado, e que somente após
inúmeros desequilíbrios ambientais, principalmente devido ao uso abusivo e
inadequado do controle químico, é que a comunidade científica atentou para a
necessidade de se adotar medidas mais racionais de uso de pesticidas nos sistemas

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agrícolas, e principalmente de se avaliar os seus efeitos sobre as diferentes populações
de inimigos naturais.
Os estudos de seletividade enfatizavam apenas o fato do pesticida provocar ou
não a mortalidade dos organismos benéficos, sendo que os seus efeitos subletais eram
praticamente desconsiderados. Atualmente, os efeitos dos compostos sobre a
capacidade de parasitismo, consumo de presa, fertilidade etc., têm relevância nos
estudos de seletividade, uma vez que a capacidade benéfica do inimigo natural pode ser
afetada sem que ocorra necessariamente a sua morte.
Em países europeus tem sido adotada norma rígida para registros de novos
produtos de uso agrícola, e mesmo para manutenção daqueles atualmente no mercado,
exigindo como características imprescindíveis a baixa toxicidade para mamíferos,
reduzida persistência no agroecossistema e seletividade para organismos benéficos.
Estas exigências, têm levado a um acréscimo no volume de testes de seletividade
visando a compatibilização do controle químico e biológico em programas de MIP.
Entretanto, poucos são os países que têm adotado normas padronizadas de estudos de
seletividade; no Brasil, as técnicas de seletividade estão sujeitas a criatividade e critério
de cada pesquisador.
Para uma maior eficiência na utilização de um determinado produto químico
em hortaliças, testes de seletividade devem ser regionalizados e direcionados à cada
programa específico de manejo. A busca por técnicas simples e de respostas rápidas do
efeito de pesticidas a inimigos naturais, possibilitará que instituições carentes de
recursos as utilizem, permitindo o aprimoramento desta linha de pesquisa nas diversas
instituições brasileiras de ensino, pesquisa e extensão.
Em hortaliças, como já relatado anteriormente, raros são os estudos de
seletividade de produtos químicos a inimigos naturais, portanto, é necessário a
realização de novos trabalhos com métodos padrões para obtenção de informações que
serão de grande utilidade no momento da escolha do composto a ser utilizado.

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