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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3

1.2. Objectivos........................................................................................................................3

1.3. Metodologia..................................................................................................................3

2.Métodos de controlo de pragas..................................................................................................4

3.Método Cultural......................................................................................................................4

4. Métodos Físicos......................................................................................................................5

4.1. Controle através de manipulação da temperatura.......................................................5

4.2. Controle através de manipulação de humidade...........................................................6

4.3. Radiações electromagnéticas..........................................................................................6

5. Métodos Genéticos.................................................................................................................7

6. Método de Resistência de Plantas.........................................................................................8

6.2. Factores que influenciam a resistência..........................................................................9

6.3. Plantas transgénicas......................................................................................................10

7. Método biológico..................................................................................................................11

7.1. Principais grupos de inimigos naturais.......................................................................11

7.2. Competidores.................................................................................................................11

7.2.2. Predadores..................................................................................................................11

7.3. Principais grupos de predadores..................................................................................11

8. Manejo integrado de pragas (MIP)................................................................................17

8.1. Componentes do MIP....................................................................................................17

9. Método Químico...................................................................................................................18

9.1. Tecnologia de aplicação................................................................................................20

Constatação..................................................................................................................................23

Referências bibliográficas...........................................................................................................24
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1. Introdução

Os danos causados pelas pragas (insectos ou ácaros) às plantas são variáveis, podendo ser
observados em todos os órgãos vegetais. Dependendo da espécie e da densidade populacional da
praga, do estádio de desenvolvimento e estrutura vegetal atacada e aduração do ataque, poderá
haver maior ou menor prejuízo quantitativo e qualitativo. Tais danos são variáveis de pais para
pais, de acordo com características climáticas, variedades, técnicas agronómicas utilizadas e,
obviamente, características socioeconómicas. Ao considerar-se o custo da medida de controlo
adoptada e seus possíveis efeitos indesejáveis ao ambiente e ao próprio homem, torna-se clara a
conveniência em se conhecer a real necessidade das medidas de controlo antes que sejam
adotadas. Por outro lado, ocorrem casos em que danos são causados pelos ácaros a determinadas
plantas, sem que medidas de controlo sejam tomadas. Isso ocorre principalmente nos primeiros
anos da ocorrência de uma espécie de praga em uma dada região, antes que ela, ou seus danos,
sejam adequadamente conhecidos.

1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral:
 Conhecer os Princípios e aplicação de métodos de controlo de pragas
Objectivos específicos:
 Indicar as razões do controlo das pragas;
 Descrever os métodos de controlo de pragas.

1.3. Metodologia

Para a realização do presente trabalho, fiz o uso da pesquisa explorativa que teve por objectivo a
exploração de artigos bibliográficos.
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2.Métodos de controlo de pragas

3.Método Cultural
Segundo GALLO 2002, Consiste no emprego de certas práticas culturais para o controle,
baseando-se em conhecimentos ecológicos e biológicos das pragas. Entre os mais comuns citam-
se:
 Rotação de culturas: Consiste no plantio alternado, em anos sucessivos, de culturas que
não sejam hospedeiras das mesmas pragas, reduzindo, dessa forma, suas populações. É
recomendada principalmente para controlo de pragas específicas de determinadas plantas.
 Aração do solo: Para destruição de larvas e pupas de insectos que normalmente se
desenvolvem no solo. O objectivo desse processo é expor insectos aos raios solares
(acção física) ou aos implementos agrícolas (acção mecânica).
 Época de plantio e colheita: Para algumas pragas, as vezes uma simples antecipação ou
atraso do plantio ou colheita causa uma diminuição considerável no ataque. Ex.:
antecipação da época da colheita do milho para controlar o gorgulho, antecipação da
época plantio de algodão para controlo da lagarta-rosada.
 Destruição de restos de cultura: Nesse caso, o objectivo é destruir o substrato que pode
actuar como hospedeiro intermediário de pragas como Helicoverpa zea (Bod.), que
posteriormente poderão atacar as culturas de tomate e algodão.
 Cultura no limpo: A presença de mato próximo à cultura pode favorecer a infestação de
certas pragas, já que ele pode servir tanto de abrigo para os adultos como de substrato
alimentar para as fases infestantes.
 Poda: Empregue em plantas perenes como meio de controlo de certas pragas, como
brocas, cochonilhas. É bastante útil em fruticultura.
 Adubação e Irrigação: Nesse caso, parte-se do princípio de que uma planta equilibrada
nutricionalmente apresenta maior resistência ao ataque de praga. Da mesma forma, a
Irrigação por aspersão pode contribuir para redução da população de pequenos insectos,
como pulgões, tripés, eliminados por lavagem.
 Plantio directo e outros sistemas de cultivo: O sistema de plantio directo tem sido
considerado a melhor prática conservacionista do solo nos EUA. Entretanto essa nova
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técnica tem como principal desvantagem, segundo os conservacionistas de solo, o facto


de favorecer o desenvolvimento de pragas.
 Uso de sementes ou propágulos livres de pragas: Permite evitar infestações de insectos
- praga que se disseminam através de sementes, como ocorre com a lagarta rosada em
algodoeiro (PICANÇO, 2010).
 Eliminação de resíduos animais: É notória a estreita relação entre limpeza e incidência
de moscas e baratas em áreas domiciliares. Da mesma forma, eliminações de dejectos
animais em criações destes reduzem substancialmente a incidência de moscas,
principalmente mosca doméstica (Musca domestica) e a mosca dos estábulos (Stomoxys
calcitrans).
 Armazenamento e processamento eficientes: Limpeza de unidades armazenadoras é de
fundamental importância para a conservação de grãos e produtos armazenados. O mesmo
é válido para fábricas ou usinas de processamento de alimentos, onde o próprio
processamento, se feito de maneira ineficiente, pode contribuir muito para maior
incidência de insectos-praga. (PICANÇO, 2010).

4. Métodos Físicos
Método que se baseiam no uso de fenómenos físicos visando o controlo de insectos.
Frequentemente os métodos mecânicos de controlo são incluídos junto aos métodos físicos, mas
ambos estão sendo aqui tratados independentemente. Utilização de temperatura, humidade e
radiações electromagnéticas são os principais agentes físicos de controlo com exemplos de
utilização prática (PICANÇO, 2010).

4.1. Controle através de manipulação da temperatura

Segundo PICANÇO, 2010 A maioria dos insectos não é capaz de se reproduzir a


temperaturas inferiores a 20°C ou superiores a 35°C. Portanto esses extremos de temperatura
podem levar a interrupção da multiplicação de insectos ou mesmo causar a mortalidade destes. A
ventilação por exemplo, utilizada com o intento de reduzir a temperatura dos grãos durante a fase
de armazenamento. O aquecimento de moinhos e unidades de armazenamento a altas
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temperaturas (> 50°C) também vem sendo testado nos Estados Unidos como medida de controlo
de insectos de produtos armazenados.

4.2. Controle através de manipulação de humidade


Insectos possuem também limites de humidade onde é possível sua sobrevivência e
reprodução. O processo de secagem de grãos normalmente feito antes do armazenamento deles é
uma medida importante no controle de fungos e algumas pragas de produtos armazenados.
(PICANÇO, 2010).

4.3. Radiações electromagnéticas


Segundo PICANÇO, 2010 As faixas do espectro de ondas têm sido usadas para fins de
Controle de insectos, sendo a faixas do ultravioleta, visível, infravermelho e ultra-som as mais
utilizadas para este fim como será exemplificado a seguir:

a) Insectos diurnos: A manifestação da radiação solar durante o dia se faz através da cor
do Substrato. As reacções dos insectos às diferentes cores são de atractividade ou repelência, o
que permite que estas seja usadas como meio de controle. O pulgão Myzus persicae por exemplo
é repelido por radiação ultravioleta ao pousar sobre uma dada superfície como palha de arroz
sobre cobertura morta. Já os adultos de mosca branca e mosca minadora são atraídos pela cor
amarela, sendo estas cores usadas em armadilhas destinadas a capturar estes insectos.

b) Insectos nocturnos: A radiação emitida durante a noite é principalmente na faixa do


infravermelho distante e insectos nocturnos tem capacidade de detectar comprimentos de onda
nesta faixa e assim se orientarem no escuro. Tal orientação foi constatada na lagarta-da-espiga-
do-milho (Helicoverpa zea) tendo inclusive sido desenvolvidas variedades de milho que emitem
comprimentos de onda dentro da faixa do infravermelho menos atractivas à esta praga. A
cobertura morta do solo, frequentemente usada em cultivos de hortaliças, emite comprimentos de
onda na faixa do infravermelho que são atractivos à lagarta-rosca (Agrotis spp.). Infravermelho é
também utilizado na detecção de plantas atacadas por insectos através de sensoriamento remoto.
A luz na faixa do visível também afecta insectos de hábito nocturno ou vespertino-crepuscular.
O fotoperíodo afecta o desenvolvimento de insectos além de ser um factor desencadeador de
diapausa e a própria radiação na faixa do visível poder ser atractiva ou repelente a insectos
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nocturnos. Insectos captam luz principalmente na faixa do ultravioleta e do visível, reagindo


principalmente à radiação ultravioleta e à verde, reagindo menos à radiação na faixa do amarelo
e vermelho. Armadilhas luminosas por exemplo, utilizadas para amostragem ou mesmo captura
de insectos, se baseiam nesta característica. Essas armadilhas possuem lâmpadas que emitem a
maior parte de sua energia na faixa do ultravioleta, o que as tornam atraentes a insectos
fototrópicos positivos de vôo nocturno.

5. Métodos Genéticos

Métodos genéticos de controlo de insectos referem-se a uma variedade de métodos


através do qual a população de praga pode ser controlada mediante a manipulação de seu
genoma ou seus mecanismos de herança. Os mecanismos de controlo genético contudo ainda não
se mostraram de ampla aplicação. Essas tácticas são selectivas e objectivam a redução da
população de pragas através da redução do potencial reprodutivo delas, incluindo alguns dos
mais inovativos procedimentos do manejo integrado de pragas. Os insetos-praga são utilizados
contra membros de sua própria espécie com o intento de reduzir os níveis populacionais, daí
estes métodos de controlo serem chamados autocidas. Radiações ionizantes além de raio-X e
substâncias químicas esterilizantes são os principais agentes esterilizantes usados. Esse método
foi inicialmente apregoado e desenvolvido por E. F. Knipling, entomologista do Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos, ao final da década de 30. Ela foi desenvolvida como uma
técnica paulatina de substituição de acasalamentos normais em uma população por
acasalamentos inférteis, induzindo a esterilidade dela. Fundamentalmente, o princípio de
esterilidade baseia-se na inundação da população com machos estéreis (em proporções mínimas
de 10 a 100 machos estéreis para um fértil) os quais buscam fêmeas normais e com elas se
acasalam.
Esses acasalamentos resultam em ovos inviáveis e a contínua liberação de machos
estéreis leva a população ao declínio. Face a essa proposição, o principal método genético de
controlo de insectos ficou conhecido inicialmente como a técnica do macho estéril e
posteriormente como técnica do insecto estéril (PICANÇO, 2010).
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6. Método de Resistência de Plantas


O montante de injúria causado por um insecto a uma planta depende do hábito alimentar
do primeiro, o tamanho de sua população e a capacidade da planta de suportar o tipo e a
quantidade de injúria inflingida pelo insecto. Resistência de planta hospedeira a insectos refere-
se a propriedades herdadas e associadas a capacidade da planta hospedeira de debelar ou suportar
e recuperar de injúrias causadas por insetos-praga. Assim, resistência de plantas a insectos é uma
característica hereditária que possibilita a planta reprimir o crescimento de populações de
insectos ou se recuperar de injúrias causadas por populações destes.
Na interface inseto-planta, a inibição do crescimento de populações de insectos fitófagos
é geralmente derivada de características bioquímicas e morfológicas da planta hospedeira que
afectam o comportamento ou metabolismo dos insectos, atenuando o nível de injúria por eles
causado à planta. (PICANÇO, 2010).

6.1. Mecanismos de resistência


a) Não-preferência ou Antixenose: Não-preferência foi o termo cunhado para descrever
o mecanismo através do qual o insecto evita determinada planta hospedeira. Tal termo foi
posteriormente modificado para antixenose. Antixenose significa que a planta é refractária a
“Visitantes”, ou seja, aos insectos que tentam colonizá-la (seja para alimentação, oviposição, ou
abrigo). A antixenose pode ser de natureza química ou morfológica dependendo dos factores
causadores da mesma. (PICANÇO, 2010).
b) Antibiose: Mecanismo que engloba todos os efeitos fisiológicos adversos, de natureza
temporária ou permanente, resultante da ingestão de uma planta por um insecto. Esses efeitos
podem ser letais ou subletais. Os principais sintomas comummente observados são:
 Morte de larvas jovens;
 Crescimento anormal;
 Conversão alimentar anormal;
 Fracasso para empupar;
 Falha na transformação de pupa a adulto;
 Adultos pequenos e/ou mal formados;
 Falha no armazenamento de reservas para dormência;
 Decréscimo de fecundidade; e
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 Redução de fertilidade e outros comportamentos anormais.


São possíveis explicações para esses sintomas:
 Presença de substâncias tóxicas;
 Ausência ou insuficiência de nutrientes essenciais as pragas;
 Desbalançeamento nutricional;
 Presença de factores anti-nutricionais;
 Presença de enzimas ou compostos que inibem processos digestivos normais e,
consequentemente, a utilização de nutrientes pelas pragas.
c) Tolerância: Refere-se a capacidade de certas plantas de reparar a injúria sofrida ou
produzir adequadamente suportando uma população de insectos a níveis capazes de danificar
uma planta mais susceptível. Tolerância usualmente resulta de um ou mais dos seguintes
factores:
 Vigor geral das plantas;
 Regeneração do tecido danificado;
 Força da haste e resistência ao acamamento;
 Produção adicional de ramos;
 Utilização, pelo insecto, de partes não vitais da planta; e
 Compensação lateral por plantas vizinhas

6.2. Factores que influenciam a resistência


Segundo PICANÇO, 2010 Apesar da resistência ser primariamente governada pelo
genótipo da planta, elementos físicos e biológicos do ambiente influem sua expressão podendo
apresentar profundos efeitos na resistência.
a) Factores físicos: Clima, solo, arquitectura da planta e práticas culturais são alguns dos
factores que podem influenciar o ambiente físico da planta. Esses factores podem influenciar os
seguintes elementos alterando processos fisiológicos que determinam a resistência a insectos:
 Temperatura;
 Intensidade de luz;
 Fertilidade; e
 Humidade do solo.
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b) Factores biológicos: A exemplo de factores físicos, factores biológicos também


influenciam a expressão da resistência. Os mais relevantes são:
 Biótipos da praga; e
 Idade da planta.

6.3. Plantas transgénicas


Segundo PICANÇO, 2010 A aplicação da biotecnologia na resistência de plantas está
ainda em seu início e em plena expansão. O emprego dessa tecnologia em resistência de plantas
se baseia na produção de plantas transgénicas (i.e., organismo com gene (s) oriundo (s) de outro
organismo) contendo factores provenientes de outra espécie e que confiram resistência a
insectos. Sem dúvida, os resultados mais práticos obtidos até o momento e que se encontram em
fase de implantação no país se referem a incorporação de genes de diferentes subespécies e
variedades da bactéria Bacillus thuringiensis, que produzem uma toxina muito tóxica a insectos.
Essa toxina é produzida por um único gene da bactéria e sua incorporação foi conseguida em
fumo, tomate, algodão, milho e batata. As três últimas espécies cultivadas já se encontram em
utilização nos Estados Unidos e o milho é a que se encontra em fase mais próxima de utilização
no Brasil, o que ainda não aconteceu. Contudo, a toda tecnologia recente estão associados riscos
adicionais. Alguns dos principais riscos advindos da utilização de agentes de controlo
geneticamente
manipulados são:
 Possibilidade de modificação da planta hospedeira transgénica;
 Elevação excessiva da persistência de planta hospedeira transgénica possibilitando a
dispersão delas no ambiente;
 Instabilidade genética da planta hospedeira transgénica, aumentando seu potencial de
intercâmbio genético, particularmente do gene estranho, com outras plantas produzindo
organismos transgénicos não caracterizados;
 Aumento da capacidade mutagênica da planta transgénica podendo trazer consequências
Imprevisíveis;
 Aumento da pressão de selecção sobre pragas-alvo, favorecendo o rápido
desenvolvimento de populações resistentes as plantas transgénicas;
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7. Método biológico
É o controlo das pragas através de inimigos naturais. Os inimigos naturais pertencem a
cinco grupos: Predadores, parasitóides, parasitas, competidores e entomopatógenos. (PICANÇO,
2010).

7.1. Principais grupos de inimigos naturais

7.2. Competidores
São organismos de vida livre que competem com os insectos e ácaros-praga por um
factor de sobrevivência como alimento, abrigo, território ou local de nidificação. Os principais
grupos de competidores de importância como inimigos naturais de pragas agrícolas são os da
ordem Coleóptera: Rola Bosta.
Pragas controladas: Moscas cuja fase larval acontece em fezes.

7.2.2. Predadores
Eles geralmente são maiores do que suas presas. Alguns predadores por possuírem teias
(aranhas) ou veneno (marimbondo, formigas e percevejos) conseguem alimentar-se de
indivíduos maiores do que eles. O predador consumirá diversas presas durante seu ciclo de vida.
No acto da predação eles geralmente atacam e matam a presa rapidamente. Eles normalmente
alimentam-se de vários outros insectos (generalista), consumindo preferencialmente aqueles em
maior abundância no ambiente. Por serem generalistas possuem ampla capacidade de adaptarem
à condições adversas sofrendo geralmente menos com a acção dos insecticidas aplicados nos
agrecossistemas do que os prasitóides. (PICANÇO, 2010).

7.3. Principais grupos de predadores

7.3.1. Arthropoda não insectos


a) Aranhas;
b) Ácaros predadores;

7.3.2. Insectos
a) Coleóptera
 Staphylinidae (Potós)
 Histeridae (Besouro predador)
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 Carabidae (Besouro predador)


 Anthicidae (Besouro predador)
 Coccinelidae (Joaninhas)
b) Dermaptera: (Tesourinhas)
c) Neuroptera: (Bicho lixeiro)
d) Hymenoptera: (Não predam insetos que produzem fezes açucaradas)
1) Formiga predadora
2) Vespa predadora: (Marimbondo)
e) Hemiptera: (Percevejos predadores)
1) Não Pentatomidae
2) Pentatomidae
f) Diptera: (Moscas Predadoras)

7.3.3. Parasitóides
Segundo PICANÇO, 2010 Tanto os parasitóide como seu hospedeiro são insectos. Eles
parasitam o hospedeiro causando sua morte até o final do seu ciclo de vida. Os parasitóides
normalmente causam a morte do seu hospedeiro quando estes vão mudar de fase. Assim, têm-se
parasitóides de ovos, parasitóides de ninfas e larvas, pupas e adultos. Os parasitóides por
viverem no interior do corpo do hospedeiro possuem certo grau de especificidade tendo
dificuldades em condições adversar e normalmente é maior o impacto de insecticidas sobre os
parasitóides do que sobre os predadores.

Figura 1. Ciclo de vida de um Hymenoptera


parasitóide de lagartas.

a) Diptera

1) Moscas parasitóides

b) Hymenoptera (Vespas
parasitóides)
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c) Microhimenópteros parasitóides

7.3.4. Parasitas
São organismos pertencentes a vários grupos que são muito menores que o hospedeiro.
Eles controlam as pragas devido a causarem debilidade destas levando a redução de sua
reprodução, alimentação e desenvolvimento, sendo que eles geralmente não matam seu
hospedeiro. Como exemplos de parasitas pode-se citar a lombriga como parasita do homem. No
caso de insectos estes têm como parasitas alguns ácaros, nematóides e protozoários (PICANÇO,
2010).

7.3.5. Entomopatógenos
Segundo PICANÇO, 2010 Os entomopatógenos constituem microrganismos que causam
doenças aos insectos e ácaros praga levando-os a morte. Existem muitos microrganismos capaz
de causarem doenças aos insectos dentre estes os mais importantes são os fungos, bactéria e
vírus.
a) Fungos
Os fungos entomopatogênicos são os microrganismos que geralmente causam maiores
mortalidades aos insectos e ácaros-praga nos agros ecossistemas. Os insectos atacados por
fungos entomopatogênicos apresentam os sintomas de manchas escuras nas pernas, segmentos e
todo tegumento, paralisação da alimentação, o insecto tem aspecto débil e desorientado;
aparecimento de coloração esbranquiçada, após o desenvolvimento da contaminação o corpo do
insecto contaminado adquire a coloração característica do fungo que o atacou. A acção dos
fungos é altamente dependente das condições ambientais, sobretudo da temperatura e humidade.
Os fungos entomopatogênicos são os microrganismos mais generalistas atacando insectos
pertencentes a ordens diferentes.
Entre os principais fungos entomopatogênicos que exercem acção de controlo sobre
insectos e ácaros-praga nos agro ecossistemas estão:
 Metarhizium anisopliae;
 Beauveria bassiana;
 Verticillium lecani;
 Nomurae riley;
 Hirsutella thompsonii;
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 Aschersonia aleyrodis;
 Aspergilus spp.;
 Paecilomyces spp.;
 Cordyceps spp.;
 Entomophthora spp.; e
 Sporothrix insectorum.

Figura 2. Ciclo de desenvolvimento de um fungo entomopatogênico.

b) Bactérias
As infecções bacterianas nos insectos podem causar um conjunto de sintomas que podem
variar, porém, os aspectos mais frequentes e genéricos comuns são que após a ingestão do
microrganismo, se inicia produção de toxinas, o insecto perde o apetite, apresenta fezes aquosas
e em muitos casos o vómito é comum. Os insectos mortos por infecção bacteriana,
principalmente nos estágios larvais, geralmente escurecem e se tornam macios (formação de
pus). Os tecidos internos e órgãos se deterioram, sendo este processo acompanhado de mal-
cheiro e o tegumento permanece intacto.
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Figura 3. Ciclo de infecção de um insecto por uma bactéria entomopatogênica.


Tabela 1. Descrição do Ciclo de infecção de um insecto por uma bactéria entomopatogênica. PICANÇO, 2010
N° na figura Significado
(1) A lagarta alimenta-se de folha com bactéria (● ).
(2) Após a ingestão, as toxinas produzidas pela bactéria se ligam na parede do trato
digestivo da lagarta. A lagarta para de alimentar.
(3 Após algum tempo (horas) aparecem feridas na parede do trato digestivo e por
onde a bactéria penetra no corpo do inseto. E começa a causar o processo
infeccioso.
(4) Em 1-2 dias, a lagarta morre.

c) Vírus
Os vírus constituem entidades capazes de ser transmissíveis e causar doenças em
hospedeiros. De todos os grupos de microrganismos causadores de doenças em insectos, são os
mais amplamente investigados. A infecção por vírus geralmente ocorre pela ingestão de
partículas virais, podendo eventualmente ser pelo canibalismo de insectos. Após a ingestão das
partículas virais, o período entre a infecção até a morte do insecto depende de vários factores que
são: idade da larva, temperatura ambiente, virulência, dosagens ingeridas e aspectos nutricionais
do insecto hospedeiro.
Após a ingestão, a infecção ocorre geralmente pelo intestino.
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Figura 4. Ciclo de infecção de um insecto por uma espécie de vírus entomopatogênica.


Tabela 2. Descrição do Ciclo de infecção de um insecto por uma espécie de vírus entomopatogênica. PICANÇO,
2010
N° na figura Significado
(1) As partículas do vírus (● ) são ingeridos pelos insectos quando se alimentam de
partes da plantas contaminadas com o vírus.
(2) As partículas do vírus causam infecção no trato digestivo.
(3 As partículas do vírus se multiplicam no corpo do insecto.
(4) O insecto morre e algum tempo após sua morte se corpo do insecto se desfaz
liberando no ambiente partículas do vírus

8. Manejo integrado de pragas (MIP)

Segundo PICANÇO, 2010 É um sistema de controlo de pragas que procura preservar e


aumentar os factores de mortalidade natural das pragas pelo uso integrado dos métodos de
controlo seleccionados com base em parâmetros técnicos, económicos, ecológicos e
sociológicos. Este sistema também é conhecido como manejo ecológico de pragas (MEP) e
manejo agro ecológico de pragas (MAP).

8.1. Componentes do MIP


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Estes são: diagnose (ou avaliação do agro ecossistema), tomada de


decisão e selecção dos métodos de controle (estratégias e tácticas do MIP).
a) Diagnose
Neste componente identificamos de forma simples e correcta as pragas e seus Inimigos
naturais.
b) Tomada de decisão
Neste componente tomamos a decisão ou não de usar métodos artificias de controlo
(químico, biológico aplicado ou comportamental). Esta decisão é baseada em planos de
amostragem e em índices de tomada de decisão.
c) Selecção dos métodos de controlo de pragas
Os métodos devem ser seleccionados com base em parâmetros técnicos (eficácia),
económicos (maior lucro), ecotoxicológicos (preservação do ambiente e da saúde humana) e
sociológicos (adaptáveis ao usuário).
d) População de praga
Tomamos decisão de controlar a praga se a densidade populacional da praga for igual ou
maior que o nível de controle.
e) População dos inimigos naturais
Só tomaremos decisão de controlar as pragas se as densidades populacionais de inimigos
naturais estiverem menores que o nível de não-ação.
f) Estádio fonológico da cultura
Na tomada de decisão, devemos considerar o grau de susceptibilidade da cultura em cada
estádio.
g) Condições climáticas
Na tomadas de decisão, deve-se verificar as condições climáticas, visto que estas têm
efeito sobre as populações das pragas, inimigos naturais e eficiência dos métodos de controle.
h) Amostragem das populações de pragas e inimigos naturais
Para avaliação correcta, das populações de pragas e inimigos naturais é necessário se
realizar Amostragens. Para tanto, é necessário o desenvolvimento de pesquisas que permitam o
desenvolvimento de metodologia de avaliação populacional, plano de amostragem e tipo de
caminhamento a ser adoptado na amostragem.
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9. Método Químico
Segundo PICANÇO, 2010 Para emprego do controle químico devem ser realizadas
amostragens da intensidade de ataque das pragas à cultura e, este só deve ser empregado quando
a densidade das pragas for igual ou superior aos níveis de controlo. No emprego de controlo
químico de pragas de fruteiras, alguns aspectos são importantes como: selectividade de
insecticidas, rotação de produtos, uso de espalhante adesivo na calda, emprego de equipamento
de proteção individual pelos aplicadores, descarte correcto de embalagens, armazenamento
adequado dos produtos, prevenção e cuidados para se evitar intoxicações e treinamento dos
aplicadores.
Para o insecticida ou acaricida a ser utilizado em determinada praga em uma cultura ele
deve ser registado nos órgãos competentes para este fim e seguirem critérios técnicos e
económicos. Critérios técnicos a serem adoptados na escolha dos insecticidas para controlo de
determinada praga em uma cultura são necessários. Entre eles:
a) Órgão da planta atacado pelo insecto ou ácaro

Figura 5. Representação da translocação dos insecticidas e acaricidas sistémicos em função do local de aplicação.
b) Aparelho bucal da praga
Basicamente os ácaros e insectos possuem aparelho bucal mastigador e sugador. As
pragas sugadoras sucionam seiva, já as pragas mastigadoras se alimentam dos tecidos que
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atacam. Assim, o tipo de aparelho bucal da praga influenciará grandemente a


concentração do insecticida ou acaricida que a praga entrará em contacto.

c) Local de aplicação do acaricida ou insecticida


O local de aplicação influenciará grandemente a concentração do insecticida ou acaricida
que a praga entrará em contacto.

d) Movimentação do insecticida na planta


Os insecticidas de contacto agirão controlando as pragas no local de sua aplicação. Já os
produtos de acção translaminar controlarão insectos e ácaros presentes na face inferior da folha
mesmo quando pulverizados na face superior das folhas. Já os produtos de acção sistémica se
translocarão no sistema vascular da planta podendo controlar pragas sugadoras, minadoras em
partes da planta em que o produto não foi aplicado.

e) Escolha de produtos para controlo de pragas


A escolha de produtos para o controle de pragas em fruteiras deve ser realizada de forma
criteriosa.

9.1. Tecnologia de aplicação


O uso de espalhante adesivo deve ser recomendado nas aplicações por possibilitar maior
adesão da calda insecticida ou acaricida a órgãos cuja superfície é mais cerosa como os frutos.
Este uso ainda é mais importante ainda em culturas cujas folhas possuem grande cerosidade
como citros e maracujá. A adição de óleo mineral à calda insecticida também pode aumentar a
adesividade do insecticida, além de possibilitar bom controlo de insectos minadores devido a
maior translocação do produto para o interior do mesófilo foliar aumentando a eficiência do
controle químico ( PICANÇO, 2010).

9.2. Formulações Insecticidas


Segundo PICANÇO, 2010 Formulação é a arte de transformar um produto técnico numa
forma apropriada de uso. Normalmente reúne o ingrediente activo (e o insecticida propriamente
dito), solvente (às vezes) , e produto(s) inerte(s) (eg.: talco, caulim, bentonita ) e/ou adjuvante(s)
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(eg.: estabilizantes, agentes molhantes, dispersantes, emulsificantes, espalhantes, adesivos,


sinergistas.).

9.2.1. Tipos de formulação.


 Pré-mistura (geralmente para diluição em água)
 Pronto uso
Pó seco (P): sólido, pronto uso
 Material adsorvente (mineral de argila) impregnado com insecticida + material inerte
 Partículas menores que 30 mm com 1 a 2% de princípio ou ingrediente activo (p.a. ou i.a.
= insecticida)
Aplicação: barata, raramente fitotóxica, pouca adesividade à planta, fácil deriva, fácil
transporte mas difícil pesagem a campo.
Granulado (G, GR): sólido, pronto uso
 Partículas sólidas (silicatos, argila, gesso, resíduos vegetais, plásticos etc.) impregnadas
com insecticida
 Tamanho grande (iscas) a bem pequeno (microencapsulado)
 Formulações contém 1 a 10% de p.a.; matracas são usadas na aplicação
Pó molhável (PM): líquida, pré-mistura
 Material de argila (com i.a. adsorvido) + adjuvantes (i.e. agente molhante, dispersante,
antiespumante, estabilizante etc.)
 Forma suspensão (necessário manter sob agitação)
 Desgasta e entope bicos
 Necessária preparação de pré-mistura
 Barata, mas em desuso
 Uso em pulverização

Pó solúvel (PS): sólido, pré-mistura


 i.a. solúvel em ·gua (solução homogênea)
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 Usado em pulverização, barato, sem necessidade de agitação e não entope nem desgasta
bicos; tem de ser pesado a campo, o que é difícil.
Concentrado emulsionável (CE): líquido, pré-mistura
 (i.a. + solvente) + adjuvante (agente emulsionante, estabilizadores, etc.) = emulsão
leitosa
 Mais estável que suspensão e cara (> PM)
 Aplicação em pulverização, com melhor penetração na planta e menor perda por
lixiviação
Suspensão concentrada (SC): antigo “flowable”; líquida, pré-mistura
 PM suspenso em água + adjuvante para aumentar estabilidade
 No armazenamento pode sedimentar e não ressuspender mais
 Melhorou muito e está se popularizando entre herbicidas e fungicidas
Soluções concentradas: líquida, pronto uso
 i.a. + solvente
 exemplos: - Ultra baixo volume (UBV): para aplicações aéreas e terrestres
 Eletrodinâmica (ED): para aplicações em aparelho Electrodin (gera campo
electrostático possibilitando maior aderência do insecticida às folhas, com menor deriva)
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Constatação
No entanto, São consideradas pragas organismos que reduzem a produção das culturas ao
atacá-las, serem transmissores de doenças (principalmente viroses) e reduzirem a qualidade dos
produtos agrícolas. A Selecção dos métodos de controlo dessas pragas, deve basear-se em
parâmetros técnicos (eficácia), económicos (maior lucro), ecotoxicológicos (preservação do
ambiente e da saúde humana) e sociológicos (adaptáveis ao usuário). Já para o controlo das
pragas é necessário fazer-se amostragens, essas são realizadas para verificar-se o nível das
populações de pragas e dos inimigos naturais nas lavouras. A amostragem deve ser
representativa da realidade, barata, rápida (deve-se gastar no máximo uma hora/talhão), de fácil
obtenção (o agricultor deve executá-la facilmente) e barata (não deve representar aumento
significativo no custo de produção). Para geração de planos de amostragem é necessários estudos
intensos em campos de cultivo (lavouras comerciais) para se obter a forma mais adequada de
amostragem. A amostragem deve ser realizada com maior frequência em períodos de maior
incidência das pragas e de maior susceptibilidade da cultura. Geralmente em culturas anuais,
hortaliças e ornamentais as amostragens são realizadas semanalmente. Já em culturas perenes as
amostragens são realizadas quinzenalmente em períodos de maior incidência da praga e
mensalmente em períodos de menor incidência para o seu controlo.
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Referências bibliográficas
1. GALLO, D; O. et al. Entomologia agrÌcola. Piracicaba, Universidade São Paulo Escola
Superior de Agricultura ʺ Luiz de Queirosʺ FEALQ, 2002.
2. PICANÇO, M; C. Manejo integrado de pragas. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa,
MG - 2010

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