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Patrícia Chaves
F I TO PATO LO G I A A P L I CA DA patricia.chaves@anhanguera.com
Unidade 2. FITOPATOLOGIA APLICADA ÀS CULTURAS ANUAIS
Seção 1. Doenças da soja e algodoeiro
Cultura do Algodão
Apenas cinco países são responsáveis por cerca de 70% da produção mundial,
segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Por
ordem de volume de produção, Índia, China, Estados Unidos, Brasil e Paquistão são
os líderes globais dessa cultura.
Sobre a doença:
Também conhecida como míldio, míldio areolado, falso míldio ou oídio. A doença é
causada pelo fungo Ramularia aréola.
Sintomas:
Os sintomas iniciais da doença podem ser
observados nas folhas mais velhas, geralmente
na face inferior, podendo também ocorrer na
face superior, sendo chamadas de “manchas
azuladas”. Com o avanço da doença, as
manchas tornam-se angulosas (1 a 4 mm), de
cor branca a amarelada e apresentam aspecto
pulverulento. Já em casos severos, as manchas
se distribuem por todo o limbo foliar,
provocando queda das folhas.
MANCHA DE RAMULARIA
Disseminação:
Os esporos de Ramularia areola são disseminados pela chuva, vento e circulação de
implementos agrícolas nas lavouras.
Sobrevivência:
A sobrevivência do fungo pode se dar em plantas de algodoeiro voluntárias no solo ou
em restos de cultura.
Ambiente Favorável:
As condições favoráveis à ocorrência da doença são alta umidade e sombreamento.
MANCHA DE RAMULARIA
Métodos de controle:
O método de controle mais recomendado para a mancha de ramularia é a utilização
de variedades resistentes.
Estrobilurina
MURCHA DE FUSARIUM OU FUSARIOSE
Sobre a doença:
Ocorre principalmente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.
A doença é causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum, o qual
pode afetar hospedeiros alternativos (secundários).
MURCHA DE FUSARIUM OU FUSARIOSE
Sintomas:
Os sintomas causados pelo fungo iniciam-se
com a perda de turgescência, amarelecimento,
crestamento do limbo e queda das folhas
basais. Ocorre também murcha das folhas
devido a obstrução dos vasos ocasionada pela
deposição de esporos, micélio, etc.
Disseminação:
A disseminação do patógeno ocorre por meio de sementes contaminadas, partículas
de solo, água e vento. O início da infecção se dá pelas raízes, sendo facilitada pela
ocorrência de nematoides, especialmente Meloidogyne incógnita.
Sobrevivência:
O fungo produz clamidósporos, que são estruturas de resistência, fazendo com que o
patógeno permaneça na área de cultivo por longo período.
Ambiente Favorável:
Ocorrência de nematoides, solos arenosos, de pH baixo e de fertilidade
desequilibrada e altas temperaturas e umidade.
MURCHA DE FUSARIUM OU FUSARIOSE
Métodos de controle:
As principais medidas de controle adotadas são utilização de variedades resistentes,
rotação de culturas com espécies não hospedeiras, utilização de sementes sadias e
assepsia de implementos agrícolas.
Sintomas:
O fungo pode infectar folhas, hastes e maçãs.
Os sintomas geralmente se concentram mais na
parte de baixo das plantas. Inicialmente são
observadas lesões aquosas, contendo micélio
fúngico. É possível observar uma coloração
branca, de aspecto “cotonoso” nas hastes,
tornando-as quebradiças. Os tecidos atacados
pelo fungo apodrecem e depois de secos,
produzem os escleródios, que são as estruturas
de sobrevivência do patógeno no solo.
MOFO BRANCO
Métodos de controle:
As principais medidas de controle adotadas para a doença são a utilização de
sementes sadias, utilização de variedades de algodão com arquitetura mais ereta
para não haver a formação de microclima úmido na parte baixeira das plantas,
rotação de culturas, aplicação de fungicidas (como procimidone, fluazinan) e o
controle biológico, principalmente utilizando espécies do gênero Trichoderma. Ainda
não há variedades de algodoeiro resistentes ao mofo branco.
Sobre a doença:
Constatada em 1936 no município de Rancheira – SP e hoje em dia está
amplamente disseminada em todas as regiões produtoras de algodoeiro do Brasil.
O agente etiológico da doença é o fungo Colletotrichum gossypii var.
cephalosporioides, uma variedade fisiológica do agente causal da Antracnose
(Colletotrichum gossypi).
RAMULOSE
Disseminação e sobrevivência:
O fungo é disseminado principalmente através das sementes, as quais são a principal
forma de sobrevivência do patógeno, juntamente com o solo contaminado.
Ambiente Favorável:
Boa fertilidade do solo, altas temperaturas e alta pluviosidade são fatores favoráveis ao
desenvolvimento da doença.
RAMULOSE
Sintomas:
Os sintomas podem ser observados primeiramente
nas folhas novas, caracterizando-se por manchas
necróticas mais ou menos circulares quando
situadas no limbo entre as nervuras e alongadas
quando no sentido longitudinal. O tecido afetado
tende a cair, formando perfurações nas folhas. As
lesões são reconhecidas como “manchas
estreladas”. Também ocorrem lesões nas nervuras,
acarretando o desenvolvimento desigual dos
tecidos foliares, provocando o enrugamento do
limbo, fazendo com que as folhas fiquem
retorcidas.
RAMULOSE
Sintomas:
O fungo também afeta o meristema apical,
provocando necrose e desenvolvimento de
brotos laterais (superbrotamento) e os
internódios apresentam-se intumescidos,
fazendo com que as plantas apresentem
porte reduzido.
RAMULOSE
Métodos de controle:
A medida ideal de controle da Ramulose é a utilização de variedades resistentes.
Outras medidas complementares são a rotação de culturas, destruição de soqueiras
de algodoeiro e aplicações de fungicidas.
Vermelhão
Causado pelo vírus Cotton anthocyanosis vírus (CAV), foi a virose
mais importante do algodoeiro, ocorrendo em todas as regiões
produtoras.
Vermelhão
Os sintomas do vermelhão somente são detectados quando as
plantas apresentam pelo menos 4 a 5 folhas definitivas, e
consistem em áreas avermelhadas ou arroxeadas, geralmente
delimitadas pelas nervuras, nas folhas baixeiras e região mediana
da planta. Porém, em estágios mais avançados, os sintomas
também podem ser observados em folhas superiores. Em
algumas folhas, o avermelhamento pode ocorrer por todo o
limbo, exceto ao longo das nervuras principais e em faixas
paralelas a estas.
Com relação ao controle desses fitonematoides, o ideal é impedir a entrada deles em áreas
onde ainda não ocorrem. Para isso, é necessário restringir a circulação de implementos pela
lavoura ou fazer a assepsia deles.
O tratamento químico pode ser usado para o tratamento de sementes, sendo que os princípios
ativos principalmente empregados são: Abamectin ou Thiodicarb, ou aplicação de Carbofuran
ou Cadusafos no sulco de plantio.
Mancha Angular
Ocorre de maneira generalizada em todas as regiões produtoras de
algodão, apresentando alto potencial destrutivo relatado no Brasil e em
outros países produtores.
Mancha Angular
Nas folhas, é possível observar lesões angulosas, inicialmente de
cor verde e aspecto oleoso que posteriormente adquirem a cor
parda e aspecto necrosado.
Mancha Angular
O método ideal de controle da mancha angular é a utilização de variedades resistentes.
No entanto, outras medidas podem ser adotadas, como pulverização com fungicidas cúpricos
e/ou antibióticos, deslintamento de sementes com ácido sulfúrico e rotação de culturas.