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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS CAPANEMA

TURMA: Agronomia (5°semestre)


DOCENTE: Arinaldo Pereira da Silva
DISCENTES: Paola Sousa Melo
Thaynara Reis Corrêa

Doença da Mandioca – Bacteriose (Xanthomonas axonopodis pv.


manihotis)

1. Introdução
A mandioca (Manihot esculenta) é uma planta tuberosa da família
das Euphorbiaceae nativa da América do Sul, porém pode ser encontrada em
muitas regiões do mundo, serve como fonte de carboidratos para as populações
até os dias atuais, não só brasileira, mas também mundial. O Brasil ocupa o
segundo lugar em maior produtor mundial de mandioca.
A mandioca é uma cultura de grande produção, assim sofre muito com
plantas daninhas, com ataques de pragas devido seu ciclo ser longo, e com
doenças que afetam sua produtividade.
Dentre as doenças, a bacteriose da mandioca, causada pelo patógeno
Xanthomonas axonopodis pv. manihotis, é a principal doença da cultura. Seu
primeiro registro foi no ano de 1911 no Brasil. Os sintomas da bacteriose
caracterizam-se por manchas angulares e de aparência aquosa nos folíolos,
murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas
hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta (FUKUDA,
2002).

2. Ciclo das relações patógenos – hospedeiros


1º Sobrevivência:
• Em folhas de plantas da mandioca.
• No solo, restos de cultura e órgãos de propagação vegetativa, os quais
irão originar novas plantas contaminadas.
2º Disseminação:
• A longa distância é principalmente pelo plantio de manivas infectadas.
• Em campo ocorre de uma planta para outra, insetos e ferramentas
agrícolas infectadas.
3º Infecção:
• Penetração via estômatos, ferimentos, danos da alimentação de insetos
ou manipulação do homem.
• Atinge os vasos do xilema, tornando a infecção sistêmica, produzindo
descoloração da bactéria e morte descendente.
4º colonização:
• Se multiplica nos espaços intercelulares do mesófilo.
5º Reprodução:
• Fator fundamental é as condições de temperatura do ambiente.
• Patógeno se instala na planta causando exsudação de goma nos tecidos
tenros das hastes, murcha das folas e morte total ou parcial da planta.

3. Classificação dos grupos de doenças – McNew


Grupo IV – Murchas vasculares.
A murcha é um sintoma que pode ser causado por diversos fatores,
como a deficiência hídrica do solo, a insuficiente absorção de água pelas
raízes ou a descontinuidade na translocação, pelo xilema, da água absorvida
pelas raízes. Os agentes causais são fungos e bactérias considerados
parasitas facultativos, que sobrevivem à ausência do hospedeiro por meio de
estruturas de resistência, em restos culturais ou na matéria orgânica presente
no solo. As plantas atacadas exibem sintomatologia similar, pode ocorrer a
murcha de folhas e brotos, a necrose marginal nas folhas, a queda de folhas,
flores e frutos, o aparecimento de raízes adventícias e, finalmente, a morte
da planta.
4. Epidemiologia
Sobre Xanthomonas axonopodis pv. manihotis podemos afirmar que:

Xanthomonas axonopodis pv. manihotis é uma bactéria em forma de


bastonete, gram-negativa, aeróbia estrita, móvel por apenas um flagelo
polar e que, diferente das espécies de Xanthomonas, não produz
xanthomonadina. Assim, em meio de cultura, as colônias são lisas e
não pigmentadas. BRADBURY et al (1984, apud Keiko, 2016, pag.9)

A principal doença que acomete a cultura da mandioca é causada por


esse patógeno, vale lembrar que a bactéria referida possui distribuição
mundial e sua disseminação se dar de diferentes formas, tal como por longas
distâncias que é realizada principalmente por material propagativo infectado.
Além da disseminação de campo, quando as bactérias são transferidas de
uma planta para outra por respingos de chuva ferramentas agrícolas e
insetos.

Partindo do princípio de que a Xam se multiplica e dissemina nos


espaços intercelulares do mesófilo, consumando a colonização e
consequentemente a evolução da doença.

Fase lesional

Inicialmente o aparecimento de lesões encharcadas com acentuado


crescimento, evoluindo para manchas cloróticas e então áreas necróticas
marrons ocasionando folhas com aparência de murchamento e queima.

Fase sistêmica

Nessa fase Xam alcança os vasos do xilema tornando a infecção


sistêmica, motivando a descoloração vascular, causando cancros no caule,
exudação da bactéria e morte descendente.

Fase epifítica

Ao chegar neste estágio Xam sobrevive epifiticamente em folhas de


plantas de mandioca.

Em monocultura é comum a incidências de pragas e na mandioca o


gafanhoto é uma grande ameaça, as fezes de Z. variegatus que são
frequentemente umedecida na superfície abaxial da folha, propícia a
multiplicação de X. axonopodis pv. Manihotis sobre as mesmas folhas que
constituir inóculo secundário. O que intensifica a problemática é o transporte
de insetos e fezes contaminadas por meio de ventos fortes ou chuvas
dirigidas por ventos.

Destarte, devido a movimentação sistêmica do patógeno não há cura,


no entanto devem ser utilizados métodos integrados como controle cultural,
cultivares tolerantes e evitar a introdução de estirpes de alta virulência em
áreas de baixa ou nenhuma infestação, além disso é importante higienizar as
ferramentas agrícolas sempre que realizar tratos culturais em uma planta.

5. Referências
BATICINI, Matheus Piovesan; SCHMIDT, Guilherme Afonso. Termoterapia
no controle da bacteriose da mandioca. Mato Grosso do Sul, 2018.

LIMA, R.L.R. MARIANO et al. Transmissão de fitobacterioses por insetos.

McNew, G.L. The nature, origin, and evolution of parasitism. In Horsfall, J.G.
& Dimond, A.E. Plant Pathology. An Advanced Treatise. New York,
Academic Press, vol. 2, 1960. p. 19-69.

TRANSMISSÃO DE FITOBACTERIOSES POR INSETOS (2007)

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