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Profª Mª.

Patrícia Chaves
F I TO PATO LO G I A A P L I CA DA patricia.chaves@anhanguera.com
CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS

Hospedeiro:
• Doenças que ocorrem em uma determinada
espécie botânica (Ex.: soja, milho, tomate, etc.);
• Doenças de acordo com a idade ou parte da planta
Doença atacada (Ex.: raíz, colo, parte aérea, etc.).
Patógeno:
• Grupos de patógenos como: fungos, bactérias,
Hospedeiro vírus, nematoides, etc.
Este sistema de classificação tem como ponto
desfavorável agregar, num mesmo grupo, patógenos
que, apesar da proximidade taxonômica, atuam de
forma diferente em relação à planta.

Ambiente:
• Grupos de doenças que ocorrem em determinados
tipos climáticos (Ex.: alta temperatura, baixa
luminosidade, etc.).
CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS

Atua sobre os processos


Doença
fisiológicos da planta

Hospedeiro

Com base neste aspecto, George L. McNew, em 1960,


propôs uma classificação para as doenças de plantas
baseada nos processos fisiológicos vitais da planta
interferidos pelos patógenos.
Os processos fisiológicos vitais de uma planta, em ordem
cronológica, podem ser resumidos nos seguintes:

1. Acúmulo de nutrientes em órgãos de armazenamento para o desenvolvimento


de tecidos embrionários.
2. Desenvolvimento de tecidos jovens às custas dos nutrientes armazenados.
3. Absorção de água e elementos minerais a partir de um substrato.
4. Transporte de água e elementos minerais através do sistema vascular.
5. Fotossíntese.
6. Utilização, pela planta, das substâncias elaboradas através da fotossíntese.
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS DE PLANTAS
McNew (1960)

Grupo 1. Doenças que destroem os órgão de armazenamento;


Grupo 2. Doenças que causam danos em plântulas;
Grupo 3. Doenças que danificam as raízes;
Grupo 4. Doenças que atacam o sistema vascular;
Grupo 5. Doenças que interferem com a fotossíntese;
Grupo 6. Doenças que alteram o aproveitamento das substâncias
fotossintetizadas.
Classificação das doenças de plantas segundo McNew

Esta classificação é conveniente pois, apesar


de diferentes patógenos atuarem sobre um
mesmo processo vital, o modo de ação dos
mesmos em relação ao hospedeiro envolve
procedimentos semelhantes.

Fungo
FOTOSSÍNTESE
Ex.: Bactéria
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS DE PLANTAS
Mc New (1960)
Evolução do
Agressividade Especificidade
parasitismo

Grupo 1. Podridões de órgãos de reserva;


Grupo 2. Damping-off;
Grupo 3. Podridões de raiz e de colo;
Grupo 4. Murchas vasculares;
Grupo 5. Manchas, Míldios, Oídios e Ferrugens;
Grupo 6. Viroses, Carvões, Galhas.
DOENÇAS QUE OCORREM EM SEMENTES

Elevado grau de agressividade – altamente


destrutivos, provoca morte da planta

Em sua maioria são organismos saprofíticos

Pouco específicos com parasitismo pouco


evoluído.
DOENÇAS QUE OCORREM EM SEMENTES

Patógenos que atacam sementes interferem no acúmulo de nutrientes em órgãos


de reserva, causando as chamadas podridões duras ou secas, que se manifestam
na forma de deterioração, podendo haver produção de micotoxinas.

Os principais gêneros de fungos causadores de podridões em sementes são:


Aspergillus,
Penicillium,
Fusarium,
Alternaria, Ambiente favorável
Diploidia e
Cladosporium Favorecidos por temperatura e umidade elevadas
DOENÇAS QUE OCORREM EM PLÂNTULAS

Alguns patógenos afetam tecidos vegetais jovens, interferindo na utilização das


reservas nutricionais contidas na semente, e podem atacar seus hospedeiros antes
da emergência da plântula, causando a doença referida como damping-off de
pré-emergência. Caso o ataque ocorra após a emergência da plântula, a doença é
referida como damping-off de pós-emergência.

damping-off: termo em inglês, que não possui tradução


adequada na língua portuguesa. É utilizado para denominar as
doenças que são favorecidas por condições de alta umidade no
solo, causando danos ou tombamento de plântulas.
Os sintomas observados antes da emergência das plântulas são o escurecimento, a perda
de rigidez e a decomposição dos tecidos da semente. Após a plântula emergir, pode haver
destruição dos seus tecidos tenros, provocando o sintoma conhecido como tombamento.
A morte de sementes e plântulas são evidenciadas no campo pela redução da densidade
de plantas, as chamadas reboleiras, causando redução da produtividade e levando a
prejuízos econômicos.
Os principais gêneros de fungos e oomicetos causadores de damping-off são:

Pythium,
Rhizoctonia, Mais importantes
Phytophthora.

Algumas espécies de fungos pertencentes aos gêneros Fusarium,


Botrytis, Cercospora e Phoma e algumas espécies dos gêneros
Xanthomonas e Pseudomonas também são responsáveis por causar
damping-off.

Ambiente favorável Excesso de umidade no solo, falta de aeração, excesso de nitrogênio e temperaturas
amenas para Pythium e Phytophthora e mais elevadas para Rhizoctonia
DOENÇAS QUE OCORREM PODRIDÕES DE RAÍZ E DE COLO

Os patógenos que causam podridões de raiz e de colo afetam principalmente o


sistema radicular, podendo afetar também o colo da planta. Os sintomas causados
são o escurecimento gradual das raízes acompanhado pelo processo de
decomposição.

No campo, observa-se que a doença ocorre em reboleiras, reduzindo a produtividade da


cultura afetada, causando sérios prejuízos econômicos. Além disso, sintomas reflexos
podem ser expressos na parte aérea como murcha, amarelecimento, seca e morte.
DOENÇAS QUE OCORREM PODRIDÕES DE RAÍZ E DE COLO

Os principais agentes causais dessas doenças são os oomicetos e fungos.

Pythium, Rhizoctonia,
Rhizoctonia, Sclerotium,
Phytophthora. Fusarium solani (sp.)

Ambiente favorável

Alta umidade no solo, falta de aeração, temperaturas amenas para Pythium, Phytophthora
e mais elevadas para Sclerotium e Fusarium solani
DOENÇAS QUE OCORREM NO SISTEMA VASCULAR E PARTE AÉREA

• O que os patógenos causadores de murchas vasculares afetam?


• O que as manchas foliares afetam?

Composto por parasitas facultativos, sendo capazes de sobreviver na ausência do


hospedeiro, como em restos de cultura e na matéria orgânica do solo.

Mais específicos em relação aos seus hospedeiros /


mais evoluídos em termos de parasitismo
DOENÇAS QUE OCORREM NO SISTEMA VASCULAR E PARTE AÉREA

Fungos e bactérias podem causar murchas vasculares.

Verticillium dahliae, Ralstonia,


Verticilium albo-atrum, Xylella, Os sintomas causados por
Fusarium oxysporum, Xanthomonas. fungos e bactérias são
algumas espécies de Ceratocystis . semelhantes, caracterizando-se
por escurecimento dos vasos
sintomas externos do xilema (sintomas internos)
sintomas externos murcha e seca de folhas,
apresentam-se como caule e ponteiros
amarelecimento e necrose
marginal das folhas Ambiente favorável
temperaturas mais elevadas para Fusarium oxisporum e Ralstonia solanacearum e
temperaturas mais amenas para Verticilium spp. O plantio em solos arenosos, a presença
de nematoides e baixo pH também são fatores que favorecem a ocorrência de murchas.
Atividade avaliativa:

Quais são os principais aspectos relacionados às


doenças que ocorrem no cafeeiro, como etiologia,
sintomatologia, condições favoráveis, controle, etc
e enfatizando quais são as doenças que afetam a
parte aérea, o sistema radicular, sistema vascular e
quais podem afetar as sementes.
Estudo de caso:

Um produtor de batatas solicitou a sua ajuda como engenheiro


agrônomo para identificar o que estava causando os seguintes
problemas em sua lavoura: algumas plantas ficavam murchas
somente nas horas mais quentes do dia e à noite ficavam túrgidas
novamente. Depois de alguns dias, o produtor observou que as
plantas de batata murcharam, porém não se recuperaram, mesmo
sob temperaturas mais amenas. Diante dessa situação, o produtor lhe
pergunta se as plantas de batatas estão sendo atacadas por
patógenos. O que você faria antes de responder à pergunta para ter a
confirmação? Você sabe dizer qual é a etiologia da murcha?
Resolução do estudo de caso:

Como vimos nesta seção, fungos e bactérias causadores de murchas


vasculares provocam escurecimento nos vasos do xilema das plantas,
dessa forma, você deve primeiramente fazer um corte transversal na
haste da planta, se for observado o escurecimento dos vasos, a murcha
foi causada por patógenos. Outro fato que contribui para a
confirmação da natureza biótica da doença é o fato de as plantas
apresentarem murcha irreversível, ou seja, não se recuperarem mesmo
sob temperaturas mais amenas. Para saber se a etiologia da murcha é
fúngica ou bacteriana, basta fazer o “teste do copo”, que consiste em
cortar um pedaço da haste apresentando escurecimento e colocar em
um recipiente com água, se for observada a exsudação de um “pus”
viscoso do material vegetal, indica a etiologia bacteriana da doença.

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