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Classificação de doenças

2023
Conteúdo da aula

Capítulo 21
Classificação de doenças

Capítulos 22 a 32
Grupos de McNew
Atividade complementar

Valor – máximo 2,0 pontos na P2


Consultar o Manual de Fitopatologia – Vol. 1 e descrever
(manuscrito) o Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro
para um patossistema de cada grupo de McNew (I a VI).

A atividade deverá ser entregue no dia da P2 (05 e 06/12).


Não serão aceitos trabalhos fora do prazo.
Critérios de classificação de doenças de plantas
Critérios de classificação de doenças de plantas

• Classificação baseada no hospedeiro à doenças em um grupo de


hospedeiros à caráter prático (maior interesse para técnicos
envolvidos com cada cultura específica);

• Menor interesse acadêmico à


agrupamento de doenças causadas por
patógenos distintos quanto ao modo de ação,
sintomas e grupos taxonômicos.
Critérios de classificação de doenças de plantas

• Classificação baseada no hospedeiro à parte ou na idade da


planta atacada à doenças de raiz; de colo; de parte aérea; de plantas
jovens; plantas jovens produzidas em viveiros à menor interesse
acadêmico (diferentes sintomas; modos de ação; grupos
taxonômicos);
Critérios de classificação de doenças de plantas

• Classificação baseada na natureza dos patógenos à grupos de


doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides;

• Agrupamento de patógenos com proximidade taxonômica à atuam de


forma diferente em relação às plantas;
Classificação de doenças segundo os processos fisiológicos
da planta interferidos pelo patógeno

• Processo doença envolve alterações na fisiologia do hospedeiro à


George L. McNew (1960) à classificação das doenças de plantas
fundamentada nos processos vitais da planta interferidos pelos
patógenos;
Processos vitais de uma planta (em ordem cronológica):
I – Acúmulo de nutrientes em órgãos de armazenamento para o
desenvolvimento de tecidos embrionários;
II – Desenvolvimento de tecidos jovens às custas dos nutrientes
armazenados;
III – Absorção de água e elementos minerais a partir de um substrato;
IV – Transporte de água e elementos minerais através do sistema
vascular;
V – Fotossíntese;
VI – Utilização, pela planta, das substâncias elaboradas através da
fotossíntese.
Classificação de doenças, segundo McNew, baseada nas interferências
dos processos vitais provocadas pelos patógenos

• Grupo I – Doenças que destroem os órgãos de armazenamento;


• Grupo II – Doenças que causam danos em plântulas;
• Grupo III – Doenças que danificam as raízes;
• Grupo IV – Doenças que atacam o sistema vascular;
• Grupo V – Doenças que interferem com a fotossíntese;
• Grupo VI – Doenças que alteram o aproveitamento de substâncias
fotossintetizadas.

• Diferentes patógenos à atuam sobre o mesmo processo vital no


hospedeiro à ciclo das relações patógeno-hospedeiro semelhantes à
medidas de controle semelhantes.
Quais doenças fazem parte de cada grupo?

• Grupo I – Podridões de órgãos de reserva;

• Grupo II – “Damping-off”;

• Grupo III – Podridões de raiz e colo;

• Grupo IV – Murchas vasculares;

• Grupo V – Manchas, ferrugens, oídios e míldios;

• Grupo VI – Viroses, carvões e galhas.


Ordenação dos agentes causais de doença segundo
agressividade, parasitismo e especificidade
Agressividade, parasitismo e especificidade

• Agressividade à patógenos dos grupos I e II à alta capacidade


destrutiva; morte do órgão ou da planta atacada em um curto período
de tempo; organismos saprofíticos (produção de toxinas);

• Evolução do parasitismo à patógenos dos grupos V e VI são mais


evoluídos à convivem com o hospedeiro sem causar a sua rápida
destruição. Possuem estruturas especializadas que retiram os
nutrientes diretamente da célula (sem morte imediata);

• Especificidade à patógenos dos primeiros grupos à atacam


indistintamente uma gama de diferentes hospedeiros.
• Últimos grupos à patógenos que causam doença apenas em
determinadas espécies vegetais (ocorrência de raças patogênicas).
Grupo I – Podridões de órgãos de reserva

• Destruição de órgãos de armazenamento à podridões em frutos,


sementes e órgãos de reserva;
• Podridões à secas ou moles.

• Agentes causais à fungos e bactérias saprófitas;


• Infecções no campo, antes ou durante a colheita, na embalagem, no
transporte ou na estocagem;
• Amplamente favorecidas por ferimentos, e ocorrência de alta umidade
relativa e temperatura elevada.
Etiologia

• Fungos (podridão-seca) à Aspergillus, Penicillium, Fusarium,


Alternaria, Cladosporium e Monilinia à favorecidos quando a umidade
da semente está acima de 25% - produção de micotoxinas;

• Fungos (podridão-mole) à Rhizopus, Penicillium e Botrytis;


- Rhizopus à parasita fraco e presente em todos os ambientes.

• Bactérias (podridão-mole) à Pectobacterium carotovorum;


- saprófita de solo, afeta dezenas de espécies vegetais e favorecida por
temperaturas entre 25 a 30ºC e alta umidade.
Sintomas de podridão seca

Fusarium em sementes
Frutos de pêra mumificados – de milho
Monilinia fructicola
Sintomas de podridão seca

Penicillium digitatum em fruto de


Aspergillus em sementes de milho citros
Doença tipo

Podridão de Rhizopus

• Rhizopus stolonifer;
• Doença pós-colheita mais importante da cultura do morango;
• Favorecida por altas temperaturas (20-30ºC) e alta umidade (acima de
70%).
Manejo das doenças do Grupo I

• Doenças favorecidas por altas umidade e temperatura, e ferimentos à


manejo baseado principalmente na alteração das condições
ambientais e evitar a ocorrência de ferimentos.

• Controle no campo:

- terrenos com boa drenagem;

- evitar locais altamente infestados à rotação de culturas;

- uso de espaçamento adequado à evitar microclima;

- controle químico à proteção dos frutos na planta;

- evitar o contato do fruto com o solo (plástico ou cobertura morta).


Manejo das doenças do Grupo I

• Colheita:
- Evitar ferimentos nos produtos;
- Separação e descarte dos órgãos infectados;
- Colheita nos horários mais frescos do dia à frutos com textura
delicada;
- Secagem natural de raízes e tubérculos à desfavorece as podridões;
- Sementes à colheita com teor de umidade adequado.
Manejo das doenças do Grupo I

• Pós-colheita:
- Evitar ferimentos durante o manuseio;
- Remoção de frutos infectados;
- Desinfestação dos recipientes de transporte com germicidas;
- Imersão em solução ou suspensão de produtos químicos;
- Utilização de atmosfera controlada;
- Armazenamento de produtos em locais arejados e baixas temperatura
e umidade relativa.
Grupo II – Damping-off

• Afetam tecidos vegetais jovens à dependentes ou recém-libertados


das reservas nutricionais da semente;
• Causam podridões de sementes quando colocadas no solo à
atacados após o intumescimento.

• Relação direta ao estabelecimento da cultura no campo ou no viveiro;


• Favorecidas por condições de alta umidade;
• Damping-off de pré-emergência e damping-off de pós-
emergência;
• Dano em plântulas ou tombamento de mudas (português).
Etiologia

• Principalmente fungos parasitas facultativos, habitantes naturais de


solo (saprófitas);

• Não apresentam especificidade em relação ao hospedeiro à


parasitam olerícolas, frutíferas e florestais;

• Patógenos agressivos à produzem enzimas e matam rapidamente a


planta;

• Oomicetos à Pythium e Phytophthora;

• Fungos à Colletotrichum, Phoma, Fusarium, Cercospora e Botrytis;

• Bactérias à Xanthomonas e Pseudomonas.


Doença tipo

• Associação tomateiro - Pythium e algodoeiro - Rhizoctonia solani;


• Ocorrência em uma ampla gama de espécies cultivadas e silvestres;
• Não há especificidade em relação aos hospedeiros.
Manejo das doenças do Grupo II

• Promover o rápido desenvolvimento da plântula, redução do


inóculo inicial, e evitar a ocorrência de condições ambientais que
favoreçam o patógeno;

• Uso de sementes sadias e de alto vigor;


• Tratamento térmico, biológico ou químico de sementes;
• Tratamento do solo com agentes físicos, químicos ou biológicos;
• Rotação de culturas;
• Escolha da área de plantio e manejo da irrigação;
• Profundidade e densidade adequada de plantio;
• Adubação adequada de nitrogênio;
• Não existem variedades resistentes.
Grupo III – Podridões de raiz e colo

• Afetam principalmente o sistema radicular; em alguns casos, o colo


da planta à designadas podridões de raiz e colo;

• Comprometem a absorção de água e nutrientes à interferência no


desenvolvimento da planta;

• Sintomas reflexos na parte aérea à murcha, amarelecimento,


deficiência mineral, seca e morte;

• Suscetibilidade desde o estádio inicial até o estádio adulto:


- Plantas jovens morrem (menor resistência) e plantas mais velhas
demoram mais para morrer (ou apenas tem sua produtividade reduzida);
Etiologia

• Maioria habitantes de solo ou invasores de solo;

• Oomicetos à Pythium e Phytophthora;

• Fungos à Armillaria, Thielaviopsis, Rosellinia, Sclerotinia, Sclerotium;


Fusarium solani e Rhizoctonia;

• Maioria necrotrófico e não apresentam especificidade em relação ao


hospedeiro à ampla gama de hospedeiros;
Doença tipo

• Podridão de raízes de feijoeiro (Fusarium solani f. sp. phaseoli) e


murcha do amendoim (Sclerotium rolfsii).
Manejo das doenças do Grupo III

• Variedades resistentes à inviável (ausência de especificidade de


hospedeiros);

• “Escape” à tipo especial de resistência (formação de novas raízes);

• Solos com boa drenagem e controle de irrigação;


• Rotação de culturas (escolha das espécies);
• Tratamento de sementes, estacas, mudas e tratamento de solo;
• Sementes e materiais de propagação livres de patógenos;
• Aração profunda;
• Solarização do solo.
Grupo IV – Murchas vasculares

• Colonização dos vasos de xilema por patógenos à murcha (diferentes


causas);

• Interrupção do fluxo normal de seiva bruta através dos vasos de


xilema à causada por patógenos (Grupo IV);

• Patógenos parasitas facultativos à fase saprofítica no solo e restos


culturais à elevada sobrevivência no solo;

• Mais evoluídos em comparação aos grupos anteriores à maior


especificidade de hospedeiros e tecido parasitado (sistema vascular)
à raças fisiológicas;
Etiologia

• Fungos à Fusarium oxysporum, Verticillium spp., Ceratocystis;

• Bactérias à Ralstonia, Leifsonia, Clavibacter e Curtobacterium.


Doenças tipo

• Murcha do algodoeiro (Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum) e


murcha bacteriana do tomateiro (Ralstonia solanacearum).
Manejo das doenças do Grupo IV

• Manejo muito difícil à patógenos de solo e penetração via sistema


radicular;

• Medida mais eficiente à emprego de cultivares resistentes


(especifidade na relação patógeno-hospedeiro);

• Rotação de culturas (plantas não-hospedeiras dos patógenos);


• Sementes e material propagativo livres de patógenos;
• Aração profunda;
• Desinfecção de ferramentas;
• Controle de pragas de solo à evitar ferimentos na raiz;
• Manejo do solo à alteração do pH, inundação, solarização.

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