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Entomologia

Agrícola

Métodos de controle de
pragas

Prof. Dr. Rafael R Silva


Métodos de Controle de Pragas
MÉTODOS LEGISLATIVOS:
Baseiam-se em leis e portarias federais ou
estaduais e são de modalidades diversas

Serviço quarentenário:
Objetivo: evitar a entrada de pragas
exóticas e impedir sua disseminação
(Serviço de Defesa SanitáriaVegetal do
Ministério da Agricultura)
Pragas Quarentenárias
Praga quarentenária A1
-importância econômica potencial para a área de risco e ainda não se
encontra presente

Praga quarentenária A2
- importância econômica potencial para a área de risco e ainda não se
encontra amplamente disseminada e está sendo oficialmente controlada

Praga quarentenária regional A2


- Apresenta disseminação localizada e está submetida a controle oficial por
um ou mais países da região

O conhecimento da distribuição geográfica de uma praga


quarentenária é fator decisivo para a exportação/importação de
determinado produto vegetal.
Tratamentos quarentenários
Fumigação
Aplicação de produtos químicos (armazenados)

Tratamento a Frio
Emprego de câmara com temperaturas baixas.
(Pêssego, nectarina, uva)

Tratamento a quente
Emprego de vapor d'água ou hidrotermia

Irradiação
Emprego de raios de Cobalto ou Césio,energia de radiação
Atmosfera controlada

Uso de gases inertes (como o hélio e o nitrogênio), baixa


concentração de oxigênio (2% ou menos), altos níveis de
dióxido de carbono (5 a 60%) ou combinações entre eles.

...Tabela...
Medidas obrigatórias de controle

São Paulo – (Decreto Estadual n. 19.594 de 27/07/1950)


Destruir restos da cultura do algodão.
Bicudo e lagarta rosada

Rio Grande do Sul - ( Lei n. 2.869 de 25/06/1956)


Coleta e queima de galhos de acácia negra
Besouro serrador
MÉTODOS CULTURAIS
• Rotação de culturas
• Aração do solo
• Época de plantio e colheita
• Destruição de restos culturais
• Cultura no limpo
• Poda
• Adubação e irrigação
MÉTODOS MECÂNICOS

São medidas utilizadas em casos específicos.

Esmagamento de ovos e catação de lagartas

Corte de lagartas do fumo e mandioca com


tesouras

Formação de barreiras ou sulcos (contra ataque do


curuquerê-dos-capinzais e gafanhotos em surtos graves).
Método de Resistência de Plantas
Permite a manutenção das pragas
em níveis inferiores aos de dano
econômico. Sem causar prejuízo ao
ambiente e sem ônus ao agricultor.

A resistência de plantas é definida como a soma relativa de


qualidades hereditárias apresentada pela planta, as quais
influenciam a intensidade do dano.
A compatibilidade com os
demais métodos de controle,
torna uma técnica ideal para ser
utilizada em qualquer programa
de manejo de pragas

Utilização de diferentes técnicas que


visam manter as pragas abaixo do
nível de dano econômico
Graus de resistência
IMUNIDADE: Não sofre nenhum tipo de dano ao
ataque do inseto

ALTA RESISTÊNCIA: Quando o genótipo sofre


pequeno dano em relação aos demais.

RESISTÊNCIA MODERADA: Sofre dano um pouco


menor que os demais.

SUSCETIBILIDADE: Quando o dano apresentado


pelo genótipo é semelhante ao que ocorre nos
demais.

ALTA SUSCETIBILIDADE: Quando o genótipo


sofre dano maior que os demais.
Atenção!!!
Pseudo-resistência
ESCAPE: As plantas não são atacadas por mero acaso

EVASÃO HOSPEDEIRA OU ASSINCRONIA


FENOLÓGICA: Ocorre quando a fase de maior
suscetibilidade da planta coincide com uma época de
baixa densidade populacional da praga.

RESISTÊNCIA INDUZIDA: Ocorre quando a


manifestação da resistência é temporária devido a
condições especiais do ambiente (fertilidade, irrigação,
drenagem).
Caracterização de um
Cultivar resistentes
É aquele que, devido sua
constituição, genotípica, é
menos danificado que outro
em condições de igualdade
para o ataque de uma praga.
O que se avalia em um cultivar
resistente?
• Sobrevivência da planta

• Proporção das áreas foliares destruídas


ou danificadas

• Número de orgãos vegetais danificados

• Produção e qualidade do produto


Tipos de resistência
1. NÃO PREFERÊNCIA OU ANTIXENOSE:

Ocorre quando o cultivar é menos utilizado pelo


inseto (para alimentação, oviposição ou abrigo) que
os outros cultivares em condições de igualdade.

Cadeia de estímulos da planta

Cadeia de respostas no inseto


Estímulos relacionados a:
a) LOCALIZAÇÃO DA PLANTA:
Atraente – que orienta o inseto em direção à
planta
Repelente – que orienta o inseto em direção
contrária à planta

b) MOVIMENTAÇÃO NA PLANTA:
Arrestante – o inseto cessa o movimento quando
em contato com a planta
Repelente – que leva o inseto a locomover-se na
planta
c) INÍCIO DA ALIMENTAÇÃO OU OVIPOSIÇÃO:
Incitante ou Excitante – que leva o inseto a iniciar
a alimentação (“mordida” ou picada de prova) ou
oviposição
Supressor ou Supressante – que impede que inseto
inicie a alimentação ou oviposição

d) MANUTENÇÃO DA ALIMENTAÇÃO OU
OVIPOSIÇÃO:
Estimulante – que faz com que o inseto mantenha a
alimentação ou oviposição
Deterrente - que impede que o inseto continue a se
alimentar ou ovipositar
Esses estímulos podem ser de
natureza física ou química.

A proporção entre estímulos


positivos e negativos podem variar,
afetando o grau de resistência ou
suscetibilidade.

As modalidades de não
preferência + importantes são
referentes a oviposição e
alimentação
2. ANTIBIOSE:

Ocorre quando o inseto se alimenta normalmente


do cultivar, mas esse exerce um efeito adverso
sobre sua biologia

• mortalidade na fase imatura


• prolongamento do período de
desenvolvimento
• redução de tamanho e peso
• redução da fecundidade,
• redução fertilidade e período
de oviposição
Antibiose pode ser causada por
diversos fatores:
a) Presença de substâncias químicas na planta (inibidores
enzimáticos, agentes intoxicantes, compostos que
interferem na reprodução)

b) Impropriedade da planta para o inseto (deficiência


qualitativa e quantitativa de nutrientes)

Antibiose pode ser confundida com a Antixenose

Alimenta, mas sofre efeitos Cutivar é menos utilizado


3. TOLERÂNCIA:

Ocorre quando o cultivar é menos danificado


que os demais, sob um mesmo nível de
infestação do inseto, sem que haja efeito no
comportamento ou biologia deste.

> Capacidade de tolerar ao ataque


< Redução na produção
Causas de Tolerância:

• Capacidade de compensação da área destruída


(regeneração ou formação)
• Menor retirada de hormônios de crescimento das
plantas (sugadores)
• Maior vigor ou área foliar
• Maior rigidez dos colmos (diminuindo possibilidade
de acamamento ou quebra, por brocas)
Causas de resistência
• Causas Físicas: Cor do substrato selecionando
hospedeiro para oviposição e alimentação . Ex:
Anthonomus grandis – cor vermelha inibe
oviposição

• Causas Químicas: Substâncias químicas que


atuam no comportamento ou metabolismo do inseto
e por impropriedades nutricionais das plantas.
Aleloquímicos
Alomônios - favorecem a planta como substância de defesa
Cairomônios - favorecem o inseto fitófago
Ex: gossipol – Heliothis virescens lagarta da maçã, e outras
pragas
• Causas Morfológicas: Características da
planta que podem afetar a locomoção,
acasalamento, seleção para alimentação,
oviposição, ingestão e digestão do alimento.
Fatores estruturais e fatores da epiderme.

Exemplo:
Helicoverpa zea e Diatraea saccharalis - fatores
estruturais
Fatores da epiderme - Espessura, textura, dureza,
cerosidade e pilosidade

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