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Grupo de Doenças

de Plantas
Grupo de Doenças

Capítulos 20 ao 31

Manual de Fitopatologia
Volume 1
Classificação de Doenças
Hospedeiro como referência:
• Doenças do arroz
• Doenças de hortaliças
• Doenças do café...

Parte da planta como referência:


• Doenças de raiz
• Doenças de parte aérea
• Doenças de mudas
• Doenças de plantas adultas...

Patógeno como referência:


• Doenças causadas por fungos
• Doenças causadas por bactérias...
Classificação de Doenças
Processos fisiológicos vitais de uma planta, em ordem cronológica, pode
ser resumidos:

I. Acúmulo de nutrientes em órgãos de armazenamento para o


desenvolvimento de tecidos embrionários

II. Desenvolvimento de tecidos jovens às custas dos nutrientes


armazenados

III. Absorção de água e elementos minerais a partir de um substrato

IV. Transporte de água e elementos minerais do sistema vascular

V. Fotossíntese

VI. Utilização, pela planta, das substâncias elaboradas através da


fotossíntese
Classificação de Doenças
De acordo com as interferências nos processos vitais:

GRUPO I: Doenças que destroem os órgãos de armazenamento

GRUPO II: Doenças que causam danos em plântulas

GRUPO III: Doenças que danificam as raízes

GRUPO IV: Doenças que atacam o sistema vascular

GRUPO V: Doenças que interferem na fotossíntese

GRUPO VI: Doenças que alteram o aproveitamento das


substâncias fotossintetizadas
Evolução do Parasitismos
Evolução
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Especificidade
Agressividade
Grupo II: “Damping-off”

Grupo III: Podridões de raiz e colo

Grupo IV: Murchas vasculares

Grupo V: Manchas, Ferrugens, Oídios,


Míldios

Grupo VI: Viroses, Carvões, Galhas


Classificação de Doenças
Quanto à Agressividade

Patógenos do Grupo I (podridões em órgãos de reserva)


e do Grupo II (damping-off) apresentam alta
capacidade destrutiva

Curto espaço de tempo provocam morte do órgão
ou da planta atacada

Organismos saprofíticos, que através de enzimas e/ou
toxinas, levam primeiramente, o tecido à
morte para, em seguida colonizá-lo
Classificação de Doenças
Quanto à Evolução do Parasitismo

Patógenos do Grupo V (Manchas, Ferrugens, Oídios,


Míldios) e do Grupo VI (Viroses, Carvões, Galhas) são
considerados mais evoluídos

Convivem com o hospedeiro, não provocando
sua rápida destruição

Atuam produzindo estruturas especializadas em retirar
nutrientes diretamente da célula sem, no entanto,
provocar sua morte imediata
Classificação de Doenças
Quanto à Especificidade de Hospedeiro
Aumenta do Grupo I para o Grupo VI


Primeiros Grupos: comum a ocorrência de patógenos
capazes de atacar indistintamente uma gama de diferentes
hospedeiro

Últimos Grupos: patógenos que causam doenças apenas


em determinadas espécies vegetais

Comuns ocorrências de raças, com especialização em nível de variedade


Grupos de Doenças

Especificidade
Agressividade
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Grupo II: “Damping-off”

Grupo III: Podridões de raiz e colo

Grupo IV: Murchas vasculares

Grupo V: Manchas, Ferrugens, Oídios, Míldios

Grupo VI: Viroses, Carvões, Galhas


Grupos de Doenças

Grupo I: Podridões em órgão de reserva

• Destruição de órgãos de armazenamento: frutos,


sementes e órgãos de reserva
• Podridões secas ou duras: tecidos atacados perdem água
→ mumificados

• Ocorrem em frutos e sementes

• Podridões moles ou aquosas: decomposição do órgão


suculento
• Ocorrem em frutos, tubérculos e raízes
Grupos de Doenças

Grupo I: Podridões em órgão de reserva

• Agentes causais: fungos e bactérias saprófitas (ar ou solo)

• Órgãos de reserva: infectados no campo ou na colheita;


no transporte ou na embalagem

• Favorecem a infecção:

✓ Ferimentos produzidos no frutos durante as operações de


colheita, embalagem e transporte

✓ Ocorrência de altas umidade e temperaturas


Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

✓ Podridões secas ou duras em sementes:


• Deterioração
• Em alguns casos - micotoxina

✓ Podridões secas ou duras em frutos suculentos:


• Fase inicial: frutos maduros → pequenas manchas com
tecidos encharcados

• Fase mais avançada: manchas grandes proporções ou fruto


inteiro → desidratação do tecido → frutos mumificados
presos na planta ou caem no solo
Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

✓ Podridões moles ou aquosas:

• Órgãos suculentos:

• Tubérculos (batata)
• Frutos (tomate, pimentão, abobrinha, berinjela,
mamão...)
• Bulbos (cebola)
• Raízes (cenoura, mandioca)
Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

✓ Podridões moles ou aquosas:

• Início: pequenas manchas encharcadas, deprimidas e


descolorida → crescem rapidamente

• Envolvem: produção de enzimas pectolíticas e toxinas


pelos patógenos → desorganizando e matando os tecidos
→ colonizados

• Órgão atacado: perda de consistência → escurecido →


massa amorfa → liquefaz → odor desagradável (alguns)
Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva
Exemplos de patógenos de sementes: favorecidos em sementes
com teor de umidade em torno de 25%
Diplodia Fusarium

Aspergillus

Alternaria Cladosporium Penicillium


Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva
Exemplos de patógenos causadores de podridões moles

Penicillium Colletotrichum

Alternaria Botrytis Rhizopus


Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva
Principal agente bacteriano associado às podridões moles
Pectobacterium carotovorum

• Gram negativa
• Vive no solo
• Saprófita
• Afeta dezenas de plantas (hortaliças)
• Temperatura: 25 a 30oC
• Alta umidade
Podridões de Órgãos de Reserva

MILHO
Podridões de Órgãos de Reserva
Podridões de Órgãos de Reserva
PERA

PÊSSEGO

FRUTOS
Podridões de Órgãos de Reserva

Penicillium em limão
Podridões de Órgãos de Reserva

Tomate
Jaca
Rhizopus
Podridões de Órgãos de Reserva

Botrytis em uva e morango


Podridões de Órgãos de Reserva

Botrytis em pera, tomate e cebola


Podridões de Órgãos de Reserva

BATATA
Podridões de Órgãos de Reserva

Colletotrichum em manga e banana


Podridões de Órgãos de Reserva

Colletotrichum em feijão
Podridões de Órgãos de Reserva

PIMENTÃO
Alternaria em
laranja
Podridões de Órgãos de Reserva

Podridão de Rhizopus stolonifer em morango


Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro

• Sobrevivência: sinais do patógeno presentes em órgãos


vegetais doentes

• Disseminação: vento/água

• Infecção: germinação sobre um órgão suculento


suscetível → penetração através de ferimentos
mecânicos ou por insetos (campo, transporte, manuseio)
Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Controle
• Alterar fatores ambientais que propiciam rápido
desenvolvimento da doença: altas temperatura e
umidade e ferimentos
• Iniciado no campo, antes da colheita
• Escolher solo com boa drenagem

• Evitar locais altamente infestados


Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Controle
• Rotação de cultura em áreas com alta população do
patógeno

• Espaçamento adequado: boa aeração

• Aplicação de produtos químicos para proteção dos frutos


ainda presos à planta

• Evitar contato do fruto com o solo (plástico ou cobertura


morta)
Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Controle
• Evitar ferimentos durante a colheita

• Separação e descarte dos órgãos infectados

• Para frutos: colher em dias com temperaturas mais


amenas (textura delicada) – início da manhã

• Raízes e tubérculos: secagem natural e rápida


imediatamente após a colheita
Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Controle
• Manusear os frutos cuidadosamente durante a
embalagem

• Desinfestação dos recipientes com produtos germicidas

• Fruto de alto valor comercial podem ser embrulhados em


outros recipientes – caixas de papelão

• Imersão em solução ou suspensão de produtos químicos


Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Controle
• Estocagem dos produtos colhidos, quando possível, em
locais arejados ou em ambientes refrigerados com baixa
umidade

• Locais para armazenamento: previamente desinfestados


pela aplicação de produtos germicidas nas paredes, pisos
e teto

• Inspeções periódicas para eliminar frutos com podridões


Grupos de Doenças
Grupo I: Podridões em órgão de reserva

Controle
• Sementes: colheita quando apresentarem teor de
umidade adequado

• Estocagem em locais arejados

• Fumigação: insetos → ferimentos → penetração


de agentes causadores de podridões
Grupos de Doenças

Grupo II: “Damping-off”

✓ Terminologia:

• Não tem uma tradução fiel para o termo na


língua portuguesa

• Dano em plântulas

• Tombamento de mudas
Grupos de Doenças

Grupo II: “Damping-off”

• Afeta tecidos vegetais jovens, ainda dependentes ou


recém libertados das reservas nutricionais acumuladas
na semente

• Sementes → após intumescimento → atacadas por


patógenos

• Importância: relacionada com o estabelecimento da


cultura no campo ou no viveiro

• Ocorre nos primeiros estádios de desenvolvimento da


planta → stand afetado
Grupos de Doenças

Grupo II: “Damping-off”

• Condições favoráveis: alta umidade do solo

• Damping off de pré emergência: ataque do


patógeno antes da emergência da plântula

• Damping off de pós emergência: ataque do


patógeno após emergência da plântula
Grupos de Doenças

Grupo II: “Damping-off”

✓ Agentes causais:
• Principalmente parasitas facultativos
• Habitantes naturais do solo
• Vivem saprofiticamente
• Patógenos – quando atacam a planta viva
• Sério problema em hospedeiro de importância
econômica
Grupos de Doenças

Grupo II: “Damping-off”

✓ Agentes causais:

• Não apresentam especificidade de hospedeiro


• Agressivos
• Produzem enzimas → matam rapidamente a planta
• Promovem a decomposição da planta e reproduzem
rapidamente às custas dos nutrientes disponibilizados
• Essas doenças são cosmopolitas
Grupos de Doenças

Grupo II: “Damping-off”

✓ Agentes causais:

• Fusarium
• Colletotrichum
Pythium • Phoma
• Cercospora
• Botrytis
• Xanthomonas
• Pseudomonas
Rhizoctonia Phytophthora
Grupos de Doenças

Grupo II: “Damping-off”

✓ Sintomatologia:

• Antes da emergência: tecidos das sementes escuros


→ perdem a rigidez → tendem à decomposição
• Após a emergência: caulículo (colo) → manchas
encharcadas → crescem rapidamente → escuras →
lesões deprimidas → fendilhamento ou constrição do
caule
• Enfraquecimento do caulículo: tombamento
Grupos de Doenças

Grupo II: “Damping-off”

✓ Sintomatologia:

• Falhas de plantio

• Tombamento de plântulas

• Reboleiras: evidência que a redução do número de


plantas por área ou má formação de plântulas está
associada a um agente patogênico e não a um
problema fisiológico
Damping off
Damping off
Damping off
Grupos de Doenças
Grupo II: Damping off

Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro

• Sobrevivência: grande capacidade saprofítica


desenvolvendo-se às custas de nutrientes obtidos da
decomposição de M.O e estruturas de resistência

• Disseminação: ativa (zoósporos com flagelo) e passiva


(água – chuva, irrigação; movimento do solo – aração
e gradagem; transporte de mudas e sementes
contaminadas)
Grupos de Doenças
Grupo II: Damping off

Controle

✓ Medidas que visam:

• Diminuir o inóculo
• Promover rápido desenvolvimento da plântula
• Evitar a ocorrência de determinadas condições
ambientais que favoreçam a atuação do patógeno
Grupos de Doenças
Grupo II: Damping off

Controle

• Semente sadias
• Tratamento térmico, biológico ou químico das
sementes
• Tratamento do solo com agentes químicos, físicos
ou biológicos
• Rotação de culturas
• Evitar plantio em áreas sujeitas a inundações
• Solos com boa drenagem
Grupos de Doenças
Grupo II: Damping off

Controle

• Não realizar irrigações excessivas


• Uso de sementes com alto vigor
• Plantio em profundidades adequadas
• Uso correto de nitrogênio
• Evitar excessiva densidade de plântulas

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