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ETIOLOGIA E CICLO DAS RELAÇÕES

PATÓGENO-HOSPEDEIRO
Prof. Dr. Waldir Cintra de Jesus Junior
Etiologia: Estudo das Causas
Ambiente

Aetia= causa
Logos = estudo

Patógeno Hospedeiro

Qual a importância de se estudar a etiologia?


A etiologia aborda:

As características do agente causal e


o ciclo das relações patógeno-
hospedeiro (modo de penetração,
crescimento e multiplicação no
interior dos tecidos do hospedeiro)
Causas bióticas

• Fungos
• Bactérias
• Vírus
• Nematóides
• Fitoplasmas
• Espiroplasmas
• Viróides
• Protozoários
Fungos:
Bactérias:

Organismo
procariota,
aclorofilado
unicelular, e que
normalmente se
reproduzem por
fissão binária.
Vírus:
Parasita obrigatório
intracelular,
constituído por uma
ou mais molécula de
acido nucléico(DNA
ou RNA), geralmente
envoltos por uma
capa protéica.
Nematóides:
Animal vermiforme, que
pode ser de vida livre
ou parasita. Os
nematóides
fitopatogênicos são
todos parasitas
obrigatórios e, para se
nutrirem dos
hospedeiros, produzem
estilete para sucção.
Fitoplasmas:

Organismo da classe
molicutes, procariota,
desprovido de parede celular
rígida, e portanto,
pleiomórfico (podem assumir
varias formas).
Espiroplasmas:
Organismos com morfologia helicoidal, sem parede
celular, com apenas uma membrana unitária
envolvendo o citoplasma. São encontrados restritos
ao floema de plantas.
Causas abióticas
Compactação do solo
Conseqüências:
Período longo de estiagem
Declínio de plantas
Excesso de umidade no solo
Seca de ramos e ponteiros
Ventos frios
Murcha
Geada
Amarelecimento
Alta e baixa temperatura
Queda de flores
Deficiências ou excessos nutricionais
Queda de frutos
Toxidez de Al, Fe e Mn
Toxidez por agrotóxicos Deficiência nutricional

Raízes tortas e pouco desenvolvidas Crescimento reduzido


Raios
Parasitismo
Parasita: termo que se refere a um
organismo que é parcialmente ou
totalmente dependente de outros
organismos vivos para sua existência.

Patógeno: Todo organismo capaz de


causar doença.
Ciclo de vida do patógeno
 O desenvolvimento do patógeno compreende fases ativas e
inativas. As fases ativas são patogênese e saprogênese. A fase
inativa é chamada de dormência.

 Patogênese: é a fase em que o patógeno está associado ao


tecido vivo do hospedeiro. Compreende três fases: pré-
penetração, penetração e colonização. Ocorre nos parasitas
obrigatórios e facultativos.

 Saprogênese: é a fase em que o patógeno não está associado


ao tecido vivo do hospedeiro, ele encontra-se em atividade
saprofítica sobre restos de cultura ou sobre a matéria
orgânica do solo. Não ocorre nos parasitas obrigatórios.
Ciclo de vida do patógeno
 Dormência: é a fase onde as condições não são
favoráveis a atividade do patógeno, achando-se este
com metabolismo reduzido. São órgãos consistentes e
ricos em reservas, tais como esclerócios, peritécios,
clamidosporos e micélio dormente em sementes e
mudas.

escleródios
Classificação dos parasitas:
Quanto ao ciclo de vida

Parasitas Obrigatórios: Crescem e sobrevivem somente


em tecido vivo do hospedeiro (vírus, nematóides e
alguns fungos – causadores de ferrugens e oídios).

Normalmente por necessitarem do hospedeiro vivo, os


parasitas obrigatórios não matam o
hospedeiro rapidamente.
A
B

Meloidogyne incognita dentro da raiz.


A) Juvenil do segundo estádio logo após a penetração na raiz.
B) Fêmeas se alimentando das células gigantes.
Classificação dos parasitas:
Quanto ao ciclo de vida

 Não-Obrigatórios: podem crescer e multiplicar na


ausência do hospedeiro vivo (bactérias e a maioria
dos fungos).
Saprogênese
Patogênese

Patogênese
Saprogênese

Saprófitas Facultativos
Parasitas Facultativos
Classificação dos parasitas:
Quanto ao ciclo de vida
Parasita facultativo: são aqueles organismos que passam
a maior parte do ciclo de vida como saprófitas e
facultativamente parasitam as plantas.

Saprófita facultativo: são aqueles organismos que


passam a maior parte do ciclo de vida como parasitas e
facultativamente são saprófitas. Em outras palavras
crescem como parasitas mas podem viver saprofiticamente
sob certas condições.
Classificação dos parasitas:
Quanto à forma de obtenção de nutrientes

Parasitas biotróficos – são organismos que obtém seu


alimento somente a partir de células vivas do hospedeiro.
Estes organismos desenvolveram requerimentos
nutricionais específicos, o que os tornaram inteiramente
dependentes de seus hospedeiros vivos
Classificação dos parasitas:
Quanto à forma de obtenção de nutrientes

Parasitas Hemibiotróficos – são organismos que infectam


tecidos vivos , assim como os biotróficos, mas sobrevivem e
esporulam no tecido morto, em competição com os saprófitas.

Tem vantagens sobre estes uma vez que ocuparam o


substrato antes que eles se tornassem acessíveis a outros
organismos.
Classificação dos parasitas:
Quanto à forma de obtenção de
nutrientes
Parasitas Necrotróficos – são organismos que infectam o
tecido do hospedeiro após enzimas e toxinas terem
destruídos os tecidos. Eles matam o tecido pela rapidez de
penetração, e esse mesmo tecido fornece a base alimentar
para o avanço do patogeno.

(Matam as células do hospedeiro


para fazer dela seu alimento).
O Estudo do Patógeno
 Nome do Patógeno: tem nomes específicos de acordo
com normas internacionais.
Á exceção dos vírus, todos seguem Sistema Internacional
de Nomenclatura Botânica:
Binômio latim (nome genérico e especifico).
Devem ser sublinhados quando manuscritos e grafados em
itálico quando impressos.

Ex.: Hemileia vastatrix


 Classificação: ex. Hemileia vastatrix
Super Reino: Eucarionta
Reino: Fungi
Filo: Basidiomycota
Classe: Teliomycetes
Ordem: Uredinales
Família: Pucciniaceae
Gênero: Hemileia
Espécie: Hemileia vastatrix
 Qual a importância em saber se um patógeno
é parasita obrigatório ou não-obrigatório?

 Medidas de manejo seriam igualmente


eficientes para doenças causadas por
patógenos parasitas obrigatórios ou
facultativos?
Postulados de Koch
1) Associação constante do organismo com a doença.

2) Isolamento do organismo dos tecidos afetados em cultura


pura.

3) Inoculação do organismo obtido em cultura pura num


hospedeiro sadio suscetível para reprodução de sintomas.

4) Reisolamento do organismo do hospedeiro suscetível


doente inoculado e comparação com a cultura pura
original.
Como seria a execução dos
postulados de Koch para
um organismo que é
parasita obrigatório?
Ciclo de vida do Patógeno
Ciclo da doença
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos

Disseminação Infecção

Colonização

ciclo
secundárioReprodução
Sobrevivência hospedeiro
doente

ciclo primário
Processos Subprocessos Mecanismos
Estruturas especializadas
Sobrevivência Atividades saprofíticas
Plantas hospedeiras
Vetores
Ativa (projeção de ascósporos, balistósporos, ...)

Liberação Passiva (vento, água, ...)


Ar
Água
Disseminação Homem
Dispersão Insetos
Sedimentação
Deposição Impacto
Turbulência
Pré-penetração
Aberturas naturais
Infecção Penetração Ferimentos
Direta
Estabelecimento de relações
parasitárias
Colonização Intercelular
Intracelular
Reprodução Sexuada
Assexuada
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos

1.1 - Sobrevivência
Esta fase caracteriza-se por garantir :

1- A sobrevivência do agente patogênico em condições


adversas;
- Ausência do hospedeiro e/ou

- Condições climáticas desfavoráveis.

2 - A perpetuação do inóculo.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.1 -Sobrevivência
Como sobrevivem os fitopatógenos?
Fungos: Hospedeiros intermediários, plantas invasoras, plantas
voluntárias, sementes, órgãos propagativos, restos culturais, estruturas de
sobrevivência (Clamidósporos, Escleródios, Microescleródios,
Rizomorfos, Oósporos, Zigósporos, Teliósporos)
 Bactérias: não formam esporos - hospedeiros doentes, restos
culturais e solo.
 Vírus: tecidos vivos do hospedeiro, plantas invasoras, sementes,
órgãos propagativos e insetos vetores

 Nematóides: ovos ou massas de ovos no solo ou em restos


culturais; na forma de cistos para o gênero Heterodera.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.1 -Sobrevivência
G em es
E s tru tu ra s d e fru tific aç ão Va so s do F ru to s
x ile m a m u n ific a d o s
B a c té ria E s c le ró d io s
E sp o ro
c a n c ro s
B a c té ria R e s to s p la n ta
Tro n co

B a c té ria M ic e liu m
E sp o ro s
In fe cç ão d e
ra íz e s
N o so lo
P lan tas p eren es
E s c le ró d io s m icé lio
E s p o ro s o u M ic élio o u o u b a cte ria n o
b a c té ria s b a c té ria s

Em sem entes
Em m aterial propag ativo
Em insetos
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.2 - Disseminação
 Propágulos produzidos na fonte de inóculo devem ser removidos deste
local, transportados e depositados sobre a cultura sadia;

 Disseminação: é o mecanismo usado pelos patógenos para chegar ao

hospedeiro(movimento do patógeno).
 O processo completo de disseminação envolve 3 etapas:
 Liberação (ativa ou passiva)
 Dispersão (agentes de dispersão)
 Deposição (sedimentação,
Dispersão
impacto e turbulência)
Liberação
. .. . .
. Deposição

.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
Principais agentes de disseminação de patógenos:

Ve n to e c h u v a In s e to s
R e sp in g o s d e
Ve n to chu va Irrig a ç ã o p o r
in u n d a çã o

S e m e n te s
c o n ta m in a d a s A n im a is S a p a to s
M udas Tra to re s Te s o u ra s e F a ca s
in fe c ta d a s de po d a
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
Como se disseminam os patógenos?
Disseminação de Bactérias - Aerossóis
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
Como se disseminam os patógenos?
Disseminação de Vírus: homem, material propagativo, vetores...

Ciclo da virose do nanismo amarelo da cevada (Reis e


Danelli, 2009)
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 - Inoculação
É o contato do patógeno com o hospedeiro
suscetível.

A inoculação só ocorre quando o inóculo do


patógeno consegue chegar ao campo de
infecção, pois se este atingir a planta em
outro local não haverá infecção.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 - Inoculação
 Inóculo: qualquer porção do patógeno capaz de iniciar
uma infecção.
● Fungos: esporos, micélio, hifas, escleródios, clamidósporos.
● Bactérias: células bacterianas;
● Vírus: partículas virais;
● Nematóides: ovos, juvenis e adultos.

 Fonte de inóculo: local onde o inóculo foi produzido


(plantas vivas, restos culturais, sementes, solo, etc.)
 Propágulo: é uma unidade do inóculo (1 esporo, etc.)

 Campo de infecção: local sobre ou dentro do hospedeiro


suscetível onde ocorrerá a infecção (estômatos, ferimentos,
superfície foliar, haste, flor, fruto raiz, semente e outros)
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3Doenças
- Inoculação
bióticas(infecciosas) são resultantes da interação entre
patógeno, hospedeiro e ambiente ao longo do tempo(processo
O propágulo depositado sobre o tecido sadio
contínuo ou dinâmico) e
suscetível, necessita ainda de condições específicas
Representação clássica
de ambiente para iniciar deinfectivo.
o processo uma doença
biótica:
Ambiente
(favorável)
Triângulo da
doença

Doença

Patógeno Hospedeiro = planta onde o


patógeno se
(agente causal) (suscetível) estabelece.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 - Infecção
É o processo que se estende desde a germinação até o
estabelecimento de relações parasitárias estáveis.

O processo completo de infecção envolve 3 subprocessos:


● Pré-penetração (Adesão: ativa ou passiva)
● Penetração (direta, aberturas naturais, ferimentos)
● Estabelecimento de relação parasitária estável
(obtenção de nutrientes)

É no início da infecção que o patógeno e o hospedeiro entram


em contato: o patógeno lançando mãos de suas armas de
ataque e o hospedeiro interagindo com o patógeno lançando
mãos de seus mecanismos de defesa.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
Fases que compõem o processo infeccioso segundo vários autores:
Pré-Penetração Penetração Relações Colonização
Parasitárias
estáveis
INFECÇÃO
Gäumann (1950); Hirst & Schein (1965); Butt & Royle (1980)

INFECÇÃO
Roberts & Boothroyd (1972);
Gozalez (1976)
INFECÇÃO
Strobel & Mathre (1970), Agrios (1988)

1.3.1 - Pré-penetração
Incluem-se na pré-penetração o movimento direcionado do patógeno em relação
ao hospedeiro, bem como seu crescimento na superfície do hospedeiro
culminando na produção de estruturas especializadas.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.1 - Pré-penetração:
a) - Tatismo e tropismo: dizem respeito a respostas positivas ou negativas de um
organismo, ou parte dele, a uma fonte que produz determinado estimulo.

Tatismo - movimentação direcionada em função do estimulo.


Tropismo - crescimento direcionado em função do estimulo.

Patógenos de solo Patógenos de parte aérea

Produção de exsudatos radiculares

Liberação na solução do solo


Liberação de substâncias químicas, cargas elétricas, água e luz.
Movimentação do inóculo Orientação da hifa em direção a porta de entrada
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 - Infecção
1.3.1 - Pré-penetração
Uma vez depositados sobre o hospedeiro e sob condições de ambiente
favoráveis, propágulos do patógeno iniciam uma série de atividades
bioquímicas que se traduzem por alterações morfológicas no próprio
patógeno.

● Aumenta o consumo de
energia;

● Patógeno adquire a
capacidade de interagir
com a planta;

●Existe um
reconhecimento prévio do
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.1 - Pré-penetração
b) - Adesão dos propágulos na superfície da planta

Processo passivo – liberação de


muscilagens.
Processo ativo – síntese de compostos
(proteínas) adesivos. Em geral os patógenos
requerem um período de tempo para iniciar a
síntese.

● serve para ancorar (fixar) os propágulos;

● Recepção de sinais que levam a diferenciação


das estruturas de infecção durante a patogênese.
(Ex. Lectinas; interações iônicas ou contato
hidrofóbico com a superfície da planta)
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.1 - Pré-penetração
c) - Germinação - (fase exclusiva para fungos)
Uma vez depositado junto à superfície do hospedeiro, e sob
condições ambientais favoráveis, os esporos dos fungos passam
por uma série de transformações que possibilitam sua penetração
no interior dos tecidos do hospedeiro.
A germinação é processo exclusivo nos fungos verificada pela
emissão do tubo germinativo. Processo semelhante ao que ocorre
com sementes de plantas.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.1 - Pré-penetração
d) - Crescimento da hifa:
●Ao acaso na superfície da planta;
●Resposta a sinais químicos ou topográficos;
●Pelas aberturas naturais

Sinais químicos e físicos na superfície das plantas influencia a polaridade de


crescimento da hifas e induz o ápice dessas hifas a se diferenciar em
estruturas especializadas capazes de penetrar a superfície do hospedeiro -
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção: Mecanismos de Pré-penetração
1.3.1 - Pré-penetração
e) - Desenvolvimento e função do apressório:
Inchaço do ápice do tubo germinativo.

 Conteúdo citoplasmático do esporo passa pelo tubo


germinativo em direção ao apressório

 Formação de um septo para separar o apressório do tubo


germinativo.

 Formação de um “peg de penetração” que ingressa o


patógeno no interior da célula do hospedeiro.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.1 - Pré-penetração
e) - Desenvolvimento e função do apressório:
Mecanismos de ingresso:
Evidências de penetração física-
mecânica – acúmulo de melanina,
aumento da pressão de turgor e
formação do peg de penetração.
Deising et al, 2000

Evidência de atividade enzimática


como mecanismo de ingresso.
Ex. cutinase pré-formada – monômeros de
cutina – ativação de genes da cutinase –
nova produção de cutinase – quebra da
cutícula.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
e) - Desenvolvimento e função do apressório:
Exemplos de estruturas de infecção de um fungo
fitopatogênico:

O papel do apressório é essencial para


fungos que penetram diretamente
através da cutícula do hospedeiro,
além de constituir-se em um ponto de
sustentação do patógeno na parte
externa da folha
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.2 - Penetração
É a fase que ocorre a implantação do patógeno no local da
planta onde se iniciará o processo de colonização dos
tecidos (entrada do patógeno nos tecidos).

A penetração do hospedeiro pode se processar de três


maneiras:
M icé lio Tu b o g e rm in a tivo
E sp o ro su p e rfic ia l E s p o ro M icé lio su b c uticu la r E sp o ro
IM

A PP
H a u stó rio s S o m e n te s u b cu ticu la r

PEN ETR AÇÃ O C o m a p re s s o rio (A ),


D IR E TA “P e g ” d e p e n e tra çã o (P P ), e
M icé lio in tra ce lu la r (M I)

M icé lio in te rc e lu la r M ic é lio in te rc e lu la r co m h a u stó rio s


Á gua de
g u ta çã o
PEN ETR AÇÃ O
POR
ABERTURAS
N AT U R A IS

L e n tic ela s
E sto m a to s H id a to d o s

PEN ETR AÇÃ O


POR
F E R IM E N TO S

A b e rtu ras n a tu ra is n a M a ce raçã o d e te cid o s


F e rim e n to s ra íz p rin cipa l
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.2 - Penetração
Penetração direta - resulta de mecanismos do próprio patógeno (pressão
mecânica e produção de enzimas e toxinas)
Penetração indireta:
●Aberturas naturais: estômato, hidatódio, lenticelas, nectário,
estigma floral
●Ferimentos:
-Naturais: abrasão causada pelo vento e areia, alimentação
de insetos, animais e nematóides, abscisão natural
do órgão, etc.
-Provocados pelo homem: podas, desbastes, desbrota,
transplantio, capinas 90
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.2 – Penetração: Fitobactérias

Bactérias: Penetração por aberturas naturais Bactérias: Penetração por ferimentos

Lenticelas Tratos culturais

Podas insetos
Flor Estômatos Alongamento de
Desbrotas raízes

Nematóides Intempéries
Tricomas Hidatódios
Ressecamento
Fungos do solo
Nectários Abscisão de órgãos
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.2 – Penetração: Fitonematóides

Juvenil dentro do ovo Juvenis eclodem Produção de exsudatos


radiculares

Penetração direta
das raízes
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.3 – Infecção:
1.3.2 - Penetração
Entrada do vírus e viróides na célula do hospedeiro:
Ferimentos – expõe o interior da célula
permitindo a entrada do vírus.

 Vetores- depositam o vírus diretamente no interior da célula


1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
• Nem sempre a penetração resulta em infecção – mecanismos de defesa
das plantas ou condições ambientais adversas podem atuar de modo a
impedir o estabelecimento da infecção.

• O final do processo infeccioso é caracterizado pelo estabelecimento de


relações parasitárias estáveis entre o patógeno e hospedeiro. Tem-se
início o parasitismo propriamente dito com a retirada de nutrientes da
planta pelo agente patogênico.

Objetivo final da invasão dos tecidos pelos patogenos – obtenção


de nutrientes
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
É a expressão da fase parasítica do agente patogênico,
representada pela retirada de nutrientes do hospedeiro.

Nesta fase o patógeno:

-utiliza todo seu arsenal químico para crescer, ocupar


novos espaços e reproduzir.

- encontra e atravessam repetidamente as paredes


celulares do hospedeiro;
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:

A maioria dos
fitopatógenos
podem produzir
ampla variedade
de enzimas
extracelulares,
toxinas e
reguladores de
crescimento que
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
Enzimas degradadoras da parede celular envolvidas
na patogênese
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
Exemplos de fitotoxinas não seletivas (não-específicas):

Continua...
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
1.4.1 - Classificação dos patógenos em função das relações
nutricionais estabelecidas
a) - Parasitas biotróficos – obtêm nutrientes por meio dos
haustórios ou estruturas intracelulares especializadas.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
a) - Parasitas biotróficos – Haustórios (tipos)

Haustórios de diferentes fungos fitopatogenicos


penetrando na parede celular das células. Observe as
diferentes formas dos haustórios.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
a) - Parasitas biotróficos

Representação
diagramática do
haustório
Processo de obtenção de nutrientes em nematóides:
Processo de obtenção de nutrientes em vírus e viróides???

Vírus e viróides não se alimentam, no verdadeiro sentido do termo.

A colonização por estes organismos resumem-se em dois


processos: indução da célula hospedeira a replicar as proteínas
virais e disseminação das partículas virais dentro da planta.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
b) - Parasitas Hemibiotróficos

Ingressam a planta como


biotróficos, retirando seus
nutrientes da célula por meio de
uma estrutura especializada
denominada vesícula(semelhante
ao haustório). Após
estabelecimento de relações
parasitárias estáveis o patógeno
produz hifas secundárias que
passam a colonizar as células
adjacentes.

Exemplos: Colletotrichum, Phytophthora, Cladosporium, Magnaporthe, Venturia


1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
c) - Parasitas Necrotróficos
Estes matam seus hospedeiros
antes de invadi-los. A retirada de
nutrientes ocorre a partir de células
mortas

Colonização dos tecidos do


hospedeiro por meio de enzimas e
toxinas.

Quantidades expressivas de
enzimas são liberadas de modo a
causar a maceração dos tecidos.
Exemplo: Sclerotinia, Rhizoctonia, Botrytis, Cochliobolus,Penicillium,
Aspergillus, Rhizopus, Pectobacterium
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 - Colonização
1.4.2 - Distribuição do patógeno no hospedeiro
1- Crescimento sobre a superfície foliar – Fungos do gênero Oídium

2 - Crescimento dentro da célula do hospedeiro – vírus, viróides e alguns fungos.

3 - Crescimento entre as células do hospedeiro – bactérias fitopatogênicas; alguns


fungos (haustórios para obtenção de nutrientes).

4 - Crescimento dentro do sistema vascular:


Xilema – fungos como Fusarium sp., Verticillium sp; e bactéria como Ralstonia
solanacearum, Xylella fastidiosa e Leifsonia xyli.
Floema – Micoplasmas, espiroplasmas, protozoários, vírus, viróides.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos

1.4 - Colonização
5 - Colonização a distância (maceração de tecidos): o patógeno
secreta enzimas que degradam os tecidos para depois crescer nos
tecidos mortos; Fungos como Rhizopus, Botrytis e Sclerotinia.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização: Fungos
1.4.2 - Distribuição do patógeno no hospedeiro
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização: Bactérias
1.4.2 - Distribuição do patógeno no hospedeiro
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização: Vírus
1.4.2 - Distribuição do patógeno no hospedeiro
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos

1.4 – Colonização:
1.4.3 - Doenças sistêmicas x doenças localizadas

• Para patógenos que crescem dentro do tecido vascular,


pode-se constatar sintomas e sinais distantes do ponto
onde houve inoculação (doenças sistêmicas). Vírus =
sistêmicas

• Ao contrário das doenças sistêmicas, nas doenças


localizadas os sintomas e sinais ocorrem no ponto de
inoculação .
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
1.4.4 - Duração da colonização
A partir da infecção uma série de eventos fisiológicos e morfológicos
são desencadeados no hospedeiro culminando com o
aparecimento dos sintomas.

Após a inoculação é necessário transcorrer um período de tempo


para que os sintomas se tornem visíveis.

• Período de incubação: É o intervalo de tempo que decorre entre


a inoculação e o aparecimento de sintomas.
Para facilitar a decoreba!!!!
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
1.4.4 - Duração da colonização
Após algum tempo do aparecimento do sintoma, pode-se observar a
formação de estruturas do patógeno, principalmente fungos e
nematóides – Sinais
Em vírus os sinais normalmente aparecem antes dos
sintomas
Período latente: É o intervalo de tempo decorrido da inoculação até o
aparecimento de estruturas reprodutivas do patógeno (sinais).

Inoculação Sintomas Sinais

Período de incubação

Período latente
1.4.4 - Duração da colonização
Porque é importante conhecer o período latente e o período
de infecção de uma doença?

Hemileia vastatrix Phytophthora infestans


Periodo latente médio 28 a 32 dias Período latente médio 3 a 5 dias
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.4 – Colonização:
1.4.4 - Duração da colonização
Infecções
quiescentes:
refere-se à ocorrência de
infecções sem
aparecimento de sintomas.
Comum em fungos do
gênero Colletotrichum
(agente causal da

antracnose).
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos

1.5 - Reprodução
Deve ser entendida como uma fase onde o inóculo aumenta
afim de garantir um número de propágulos suficientes para
sua disseminação.

Os fitopatógenos podem se reproduzir no interior dos tecidos (vírus,


viróides, micoplasmas, espiroplasmas, bactérias e alguns fungos) ou
externamente (a maioria dos fungos e nematóides).
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.5 - Reprodução
Vírus e viróides: multiplica-se por replicação no interior dos
tecidos do hospedeiro.

Bactérias: multiplica-se por fissão binária.

Nematóides: multiplicam por reprodução sexuada e algumas


espécies por partenogênese.

Fungos: Multiplicam por meio de micélio, estruturas de


sobrevivência, clamidósporos, esporos sexuados e
assexuados.
1- Ciclo de vida dos fitopatógenos
1.5 - Reprodução
Ciclo primário x Ciclo secundário

Disseminação Infecção

Colonização

ciclo
secundárioReprodução
Sobrevivência hospedeiro
doente

ciclo primário
• Ciclo primário - É aquele que tem início a partir de estruturas
de sobrevivência do microrganismo ou a partir da fase saprofítica
no solo.
• Caracteriza-se por apresentar:

• Pequeno número de plantas infectadas; Murcha vascular


• Pequeno número de lesões por planta;

• Baixo índice de infecção. Microescleródios


são formados no
Sistema vascular
tecido morto
colonizado e
formação de
conídios Folhagem inicia a
murcha e morre

Planta morre e
microescleródio
Hifa entra
permanece no solo e
•Para algumas no xilema
nos restos culturais

doenças só ocorre
o ciclo primário Hifa coloniza o Exsudatos radiculares
córtex da raiz estimulam a geminação
dos escleródio no solo
Raízes são infectadas pelo micélio
• Ciclo secundário - É aquele que sucede o ciclo
primário e se desenvolve a partir do inóculo nele
produzido, sem a interposição de uma fase de repouso
ou dormência entre eles. o inoculo produzido vai
infectar novas plantas, que vão produzir mais inóculo,
que também vai infectar e assim sucessivamente.
• Caracteriza-se por apresentar:

• Grande número de plantas infectadas;

• Grande número de lesões por planta;

• Alto índice de infecção.

Ferrugem do cafeeiro

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