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DOENÇAS DE PLANTAS
A doença é o objeto central da fitopatologia, um fenômeno exclusivo dos seres vivos e,
como tal, matéria de estudo da biologia, a ciência da vida. A patologia, a exemplo da
fisiologia, trata do estudo das funções ou processos vitais dos seres vivos.
A doença, vista como um fenômeno biológico, tem, pois, uma conotação ampla,
independente dos fatores que a determina, ou seja, da sua causa, englobando não só as
alterações fisiológicas acarretadas por agentes infecciosos, tradicionalmente estudada
pelos fitopatologistas, como também por condições desfavoráveis do ambiente. Assim,
as deficiências ou desequilíbrios nutricionais desencadeados por solos de baixa
fertilidade, os distúrbios fisiológicos causados por deficiência hídrica ou excesso de
umidade, altas ou baixas temperaturas, etc., que levam a uma irritação celular contínua,
podem ser enquadrados dentro do conceito biológico de doença.
Quando a doença é causada por um organismo transmissível de uma planta para outra,
como fungos, bactérias, vírus, fitoplasmas e nematoides, a doença é considerada biótica.
Por outro lado, as doenças causadas por fatores desfavoráveis, do ambiente e, portanto,
não transmissíveis de planta, para planta, são chamadas de doenças abióticas. As
doenças bióticas e abióticas apresentam particularidades em relação ao aparecimento e
distribuição dos sintomas que são úteis para separá-las. Portanto, um Engenheiro
Agrônomo deve conhecer essas particularidades e usá-las para realizar diagnoses com
eficiência.
Existem muitas doenças nas quais as relações causais envolvem mais de um agente ou
fator patogênico, que atuam sequencial ou concomitantemente, podendo estes ser
bióticos (infecciosos) ou abióticos (não infecciosos).
No caso da etiologia sequencial, o patógeno ou faotr primário muda a reação do
hospedeiro ou da planta suscetível, usualmente alterando sua fisiologia, de tal forma que
o patógeno ou fator secundário possa ataca-la. No caso de atuação concomitante, os
patógenos ou fatores causais estabelecem uma relação ecológica próxima e
conjuntamente produzem sintomas que são diferentes daqueles induzidos por cada um
individualmente.
Outros tipos de doença de etiologia complexa bastante comuns são aqueles que
envolvem a atuação de fatores ambientais (condições extremas ou sub-ótimas de
temperatura, umidade, luz, nutrição, etc.) como fatores causais primários, no caso
abióticos, e de fungos, que atuam como patógenos secundários, causadores de cancros
ou lesões necróticas em caule de plantas lenhosas.
3.2. SINTOMATOLOGIA
Qualquer manifestação das reações da planta a um agente nocivo pode ser considerada
sintoma. Estruturas do patógeno, quando exteriorizadas no tecido doente, recebem o
nome genérico de sinal. Deste modo, uma lesão na folha do cafeeiro, exibindo
urediniósporos do fungo Hemileia vastatrix, é o sintoma da ferrugem do cafeeiro, onde
estão presentes sinais (esporos) do agente causal. Durante o desenvolvimento de uma
doença, diferentes sintomas sucedem-se em uma determinada sequência.
Vários critérios podem ser utilizados para a classificação de sintomas. De acordo com a
localização dos sintomas em relação ao patógeno, pode-se separá-los em dois grupos:
sintomas primários, resultantes da ação direta do patógeno nos órgãos que exibem os
sintomas, e sintomas secundários ou reflexo, exibidos pela planta em órgãos distantes
do local de ação do patógeno. Uma mancha foliar é exemplo do primeiro tipo e uma
murcha provocada por um patógeno radicular ou vascular é exemplo do segundo.