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Sumário

Organização do Sistema Digestório..............................................................................................2


Boca.............................................................................................................................................4
Dentes..........................................................................................................................................5
Língua...........................................................................................................................................8
Organização do Sistema Digestório

Sistema digestório (trato digestório) consiste em um tubo muscular revestido por


mucosa que é contínua com a pele externa na boca e no ânus. Suas funções primárias
são a ingestão, a mastigação, a digestão e a absorção do alimento e eliminação de
resíduos sólidos.

O sistema digestório reduz os nutrientes no alimento a compostos moleculares que são


pequenos o suficiente para ser absorvidos e utilizados para energia e para construção de
outros compostos que serão incorporados aos tecidos do corpo.

Os elementos do sistema digestório são a boca, a faringe, o esôfago, o Pré-estômago


(ruminantes), o estômago glandular, o intestino delgado, o intestino grosso, o reto e
as glândulas acessórias (glândulas salivares, fígado e pâncreas)

Os componentes do trato digestório alojam-se dentro das cavidades abdominal e


pélvica. Aqui eles são envolvidos por epitélio escamoso simples que também é
denominado mesotélio ou serosa. Dentro dessas cavidades do corpo, a serosa é
identificada como peritônio.

Como a pleura dentro da cavidade torácica, ele é denominado de acordo com as


estruturas às quais é aplicado: onde se aloja diretamente no órgão, é denominado
peritônio visceral e, onde ele renveste a parede abdominal, é o peritônio pariental.

Os peritônios parietal e visceral são contínuos um com o outro por meio de reflexões da
serosa que fica os órgãos à parede do corpo. Estas fixações coletivamente constituem os
mesentérios e são denominadas de acordo com o órgão que sustentam. Vasos
sanguíneos, linfáticos e nervos cursam dentro dos mesentérios, atingindo os órgãos por
meio deles.
A parede do trato digestório compreende quatro camadas, ou túnicas. Estas são, de
dentro para fora: (1) a túnica muscular, (2) a túnica submucosa, (3) a túnica muscular
e (4) a túnica serosa, ou túnica adventícia.

A túnica mucosa é a camada mais próxima ao espaço (o lúmen) dentro do trato


digestório. Ela possui três camadas histológicas. A camada mais interna consiste em
epitélio escamoso estratificado da boca até a parte glandular do estômago; a partir deste
ponto ao ânus, o epitélio da túnica mucosa estão a camada de tecido conjuntivo e uma
camada de músculo liso variavelmente presente.

A túnica submucosa é a camada de tecido conjuntivo frouxo na qual são encontrados


vasos sanguíneos e nervos. Em algumas localizações, glândulas do trato digestório
podem ser encontradas na submucosa, da mesma forma que linfonodos.

Motilidade importante para a função do sistema digestório, a túnica muscular


geralmente é bem desenvolvida. No equino, os dois terços craniais da túnica
muscular do esôfago consistem em músculo estriado; no suíno, aproximadamente a
terminação mais distal do esôfago é estriada; e, em ruminante, todo o esôfago possui
músculo estriado. A partir deste ponto, as células musculares são lisas (involuntárias) e
geralmente estão organizadas em duas camadas.

 A camada mais profunda possui fibras que envolvem o intestino, e a camada


muscular mais superficial assume organização longitudinal.

 A túnica mais externa consiste no peritônio visceral e em tecido conjuntivo


limitado subjacente a ela. Esta é a túnica serosa. As partes torácica e cervical do
esôfago não são sustentadas diretamente dentro da cavidade corpórea (o esôfago
torácico é circundado por tecidos do mediastino) e consequentemente não
possuem túnica serosa. Em vez disso, o tecido conjuntivo circundante nessas
localizações constitui a túnica adventícia.
Boca
A boca é utilizada primariamente para segurar, triturar e misturar o alimento com a
saliva, mas também pode ser utilizada para manipular o ambiente (pela preensão de
objetos) e como arma defensiva e ofensiva.

A entrada da boca é definida pelos lábios, cuja aparência e mobilidade variam entre
espécies. As partes externas dos lábios são recobertas por pele pilosa típica, que muda
para membrana mucosa na junção mucotânea das margens labiais.

O lábio superior dos pequenos ruminantes é profundamente sulcado com um filtro da


linha média. Os lábios são densamente inervados por fibras sensoriais, fazendo deles os
órgãos táteis mais sensíveis.

Os lábios de ovinos, caprinos e equinos são macios e flexíveis e ajudam na apreensão do


alimento, ao passo que os de bovinos e suínos são mais rijos e menos móveis.

O pequeno espaço entre os dentes e os lábios é o vestíbulo da boca. A cavidade própria


da boca localiza-se profundamente aos dentes e é ocupada sobretudo pela língua. A
cavidade bucal (oral) termina em um estreitamento (o istmo das fauces) próximo à base
da língua, onde o trato digestório continua como faringe.

A parede dorsal da cavidade bucal compreende o palato duro rostralmente e o palato


mole caudalmente.

O palato duro é formado por elementos horizontais dos ossos incisivo, maxilar e
palatino, e sua membrana mucosa espessa envolvente é caracterizada por pregas
transversas proeminentes denominadas rugas palatinas.
O palato mole é uma lâmina musculosa que se estende em direção à base da epiglote.

 O palato mole do equino é excepcionalmente longo, e o equino é incapaz de


levantar ativamente o palato mole de maneira a permitir passagem de ar da
cavidade bucal para a laringe. Por esta razão, os equinos são respiradores nasais
obrigatórios, respirando pela boca apenas quando o palato mole está deslocado
dorsalmente de sua posição normal ventral à epiglote.

Dentes

Os dentes estão organizados em dois arcos dentais, um associado à mandíbula e outro


aos ossos incisivo e maxilar. Os animais de fazenda tipicamente possuem uma abertura
em cada arco entre os dentes da frente (incisivos) e os dentes molares, tal abertura
fisiológica é um diastema. O freio da rédea aloja-se no diastema do equino.

Os mamíferos tipicamente exibem heterodontia. Isto é, eles possuem vários tipos de


dentes que são especializados para diferentes aspectos de preensão e mastigação. Todos
os animais domésticos também são difiodontes. Isto significa que eles desenvolvem um
conjunto de dentes decíduos (também chamados dentes de leite) que caem e são
repostos por dentes permanentes. À medida que os dentes emergem da gengiva, diz-se
que eles irrompem. Quando sua superfície oclusa se encontra com os dentes da arcada
oposta, diz-se que eles entram em desgaste. Os tempos de erupção dos dentes são
consistentes o suficiente para permitir o conhecimento da idade exata de animais jovens
pela observação de sua dentição. A idade dos animais com todo o conjunto de dentes
permanente pode ser estimada pelo exame dos padrões do desgaste das superfícies
oclusais.
Um dente é preso por sua raiz em uma cavidade do osso denominada alvéolo. Um
tecido conjuntivo, o periodonto (também chamado membrana periodontal), fixa
firmemente a raiz ao osso circundante na articulação especializada, gonfose. Cora é a
parte do dente visível sobre a membrana mucosa da gengiva.

Alguns dentes possuem coroa curta separada da raiz pelo colo distinto. Esses dentes,
dos quais os incisivos dos ruminantes são um exemplo, estão descritos como
braqiodontes. Ao contrário, os incisivos do equino e os dentes molares possuem coroa
alta, reta e sem colo perceptível. Esses destes estão descritos como hipsodontes.

A maioria das substâncias dentárias é composta por uma substância mineralizada


denominada dentina, com isso uma cavidade dental em seu centro. Os tecidos
conjuntivos, os nervos e os vasos sanguíneos dos dentes residem nesta cavidade e
constituem a polpa do dente.

Superficial à dentina está a camada de esmalte, uma camada branca que consiste em
cristais inorgânicos. O esmalte é a substância mais dura no corpo. Ele também é
insubstituível, já que as células que o geram (ameloblastos) se perdem após a formação
do dente. Apenas as coroas dos dentes braquiodontes são recobertas com esmalte, ao
passo que quase todos os dentes hipsodontes possuem uma camada de esmalte, com
apenas uma região pequena e curta de raiz do dente ausente nesta camada.

O esmalte dos dentes hipsodontes molda-se em lâminas proeminentes nas superfícies de


trituração desses dentes, onde elas formam características cristas (cristas de esmalte) e
cúspides (infundíbulos).

Cimento (cemento) é uma camada fina em forma de osso na superfície do dente. Ele
recobre apenas a raiz dos dentes braquiodontes, mas se estende da raiz e recobre a coroa
do dente hipsodonte.

Os dentes da frente (rostrais) são denominados incisivos, e nas fórmulas dentais


(dentárias) eles são designados pela letra I. Os incisivos são numerados começando pela
linha mediana. O primeiro par de incisivos é denominado Il, ou centrais; o par seguinte
I2, ou primeiros intermediários; os próximos, I3, ou segundos intermediários; e o último
e mais lateral par de incisivos é denominado I4, ou cantos.

Nos não-ruminantes, apenas um par de incisivos intermediários é encontrado.

Os ruminantes não possuem incisivos no arco dental superior. Em vez disso, a


membrana mucosa nesta região é modificada em um coxim (pulvino) dental denso
ceratinizado, contra o qual os incisivos inferiores são limítrofes quando as mandíbulas
estão fechadas.

Os incisivos permanentes são precedidos por um número semelhante de dentes


decíduos.

Os dentes caninos (abreviado como C) também são chamados dentes de freio,


colmilhos e presas (nos equinos).

Ruminantes não possuem dentes caninos, e, embora possam ser bem desenvolvidos em
garanhões, eles são pequenos ou ausentes em éguas e cavalos castrados. Os dentes
caninos de suínos são grandes, especialmente em varrões, e nesta espécie geralmente
são chamados presas.

As presas suínas estão descritas como enraizados abertos, significando que continuam a
crescer por toda a vida. A presa inferior geralmente é muito maior do que seu par na
arcada superior. Em suínos, os caninos permanentes são precedidos por dentes decíduos
análogos; no equino, os caninos decíduos frequentemente estão ausentes ou são tão
pequenos que suas coroas não irrompem.

Os dentes molares compreendem os pré-molares (P) e os molares (M), que em


herbívoros são morfologicamente semelhantes. Apenas os pré-molares são precedidos
por dentes decíduos; os molares não possuem precursores. No suíno, os molares são
maiores do que os pré-molares e possuem uma superfície oclusal plana, mantendo sua
função de triturar.

O primeiro pré-molar de equinos frequentemente está ausente e, quando presente, ele é


quase sempre observado apenas na arcada superior (maxilar). Diferente dos outros
dentes molares equinos, o primeiro molar superior é muito pequeno e não entra em
desgaste. Este dente é denominado o dente do lobo, e alguns criadores preferem
removê-lo porque ele pode entrar em contato indesejado com a mordida.

No equino jovem, apenas pequena parte de cada dente molar é visível, já que a maioria
das coroas se desenvolveu, mas não irrompeu pela gengiva. Por toda a vida do equino,
esses dentes continuam a irromper, de forma que eles mantêm suas alturas intra-oral
mesmo que estejam gastos por forragem áspera que o equino come. Os dentes molares
quinos não são de raiz aberta; nenhum novo tecido dentário é criado após o dente estar
inicialmente formado. Eles, em vez disso, são descritos como de erupção lenta. Por
causa deste fenômeno, os equinos ficam propensos a desenvolver cristas agudas
alongadas de esmalte em seus dentes molares. Estes são diferentemente denominados
pontos ou ganchos e podem causar dor considerável ao equino se cortarem as
bochechas, a língua e as gengivas moles. Por esta razão, é considerado de bom manejo
zootécnico desgastar os pontos ou ganchos periodicamente, um procedimento
denominado raspar os dentes que é feito com um raspador especial.

Língua
Consiste em uma massa muscular recoberta por mucosa. Dividida em um ápice livre na
terminação rostral, um corpo carnoso e uma raiz caudal adjacente à faringe. Toda a
língua é móvel dadas suas fixações musculares ao aparelho hióde e à mandíbula. Os
músculos da língua (músculos intrínsecos) possuem fibras orientadas nas direções
longitudinal, perpendicular e transversa, permitindo à língua variação ampla de
movimentos. Isto é particularmente evidente no bovino, que utiliza sua língua como
órgão de preensão.
A língua é recoberta por epitélio escamoso estratificado ceratinizado. A superfície é
caracterizada por grande número de projeções, as papilas, que são particularmente bem
desenvolvidas na superfície dorsal.

Papilas filiformes, fungiformes e circunvaladas são encontradas em todos os animais


domésticos, e papilas folhadas estão presentes no equino, no suíno e no canino, mas não
nos ruminantes. Os ruminantes além dessas possuem grandes papilas cônicas. As
papilas filiformes e cônicas não possuem botões gustativos (células especializadas em
gustação), mas possuem todos os outros tipos de papilas. Os botões gustativos
(gustatórios) também podem ser encontrados na epiglote, na laringe, na faringe e no
palato mole.

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