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Periodontia interdentais e determinada pelas relações de contato

Por Maria Eduarda Athaide entre os dentes, a largura das superfícies proximais e o
@odontologia_duda curso da junção amelo-cementária.
+ A concavidade no formato da papila interdental
Anatomia do periodonto formada pela área de contato na região de molares e
O que é o periodonto? São os tecidos que circundam o pré-molares, denomina-se COL. As papilas nesta área
dente conferindo proteção e sustentação. tem uma porção vestibular e outra lingual-palatina
separadas pelo COL. É uma região não queratinizada,
Composição do periodonto: mais suscetível a colonização microbiana.
Gengiva. gengiva inserida- inserida no 1/3 cervical e médio,
Osso alveolar. Obs. Osso alveolar existe apenas na próximo a jce. A gengiva inserida vai da ranhura
presença do dente. gengival livre(gg), ou do plano horizontal a nível da
Cemento radicular. Obs. De fora para dentro: 1° cej, ate a linha muco-gengival onde ela se junta com a
cemento – 2° dentina – 3° polpa. mucosa alveolar (ma). A largura da gengiva inserida
Ligamento periodontal. Obs. Implante não tem varia de acordo com a região da boca.
ligamento. Composição histológica: o epitélio cobrindo a gengiva
livre, diferencia-se em epitélio oral (oe), epitélio
Origem dos tecidos periodontais: sulcular oral (ose), epitélio juncional (ej). As porções
Derivados do folículo dental (origem de tecido conjuntivo que se projetam para dentro do
ectomesenquimal): osso, cemento e ligamento. epitélio chamam-se papilas de tecido conjuntivo.
Derivados da mucosa oral: gengiva. ** Aproximadamente 40% dos adultos apresentam
stippling gengival (aspecto de casca de laranja)- São
Anatomia microscópica: dividida pela linha muco- projeções do tecido epitelial no tecido conjuntivo e
gengival (apicalmente a gengiva livre e inserida, vice-versa.
separa a gengiva do fundo do vestíbulo). epitélio oral- paraqueratinizado. O epitélio oral e
Músculo de revestimento: fibra elástica, não escamoso (pavimentoso estratificado queratinizado)
queratinizado. que se divide em, 1-camada basal, 2-camada
Músculo mastigatório: fibra colágena. espinhosa, 3-camada granular, 4-camada córnea.
+ imagem periodonto normal: gengiva rosa e opaca, Quando as células da camada externa não contem
porem com retração tecidual que representa um núcleo o epitélio de nomina-se ortoqueratinizado.
processo inflamatório (mas não representa Quando as células do epitélio mastigatório contem
necessariamente um processo infecto-inflamatório), remanescentes do núcleo, o epitélio denomina-se
presença também de stippling gengival/aspecto casca de paraqueratinizado. Além das células produtoras de
laranja (não são obrigatoriamente presentes). queratina (90% do total), o epitélio oral contem,
+ gengivite/ periodontite: toda periodontite veio de células claras, melanócitos, células de Langherans e
uma gengivite, mas nem toda gengivite leva a uma células não especificas. As células da camada basal são
periodontite. A periodontite é uma doença sítio- cilíndricas ou cuboides e estão em contato com a
dependente, ou seja, uma mesma boca pode ter áreas de membrana basal. Tais células tem a capacidade de se
saúde, áreas de gengivite e áreas de periodontite. dividir renovando o epitélio.
epitélio sulcular- paraqueratinizado.
O periodonto pode ser dividido em: epitélio juncional.
Proteção: gengiva. tecido conjuntivo- inserção conjuntiva e tecido
Sustentação: osso alveolar, cemento radicular e conjuntivo propriamente dito. Células inflamatórias
ligamento periodontal. também estão presentes no tecido conjuntivo como
leucócitos, polimorfonucleares, linfócitos e células
Periodonto de proteção: plasmáticas.
Gengiva: a gengiva é a parte da mucosa que cobre o Funções da gengiva: confere proteção física, química e
processo alveolar e circunda a porção cervical dos celular ao periodonto de sustentação.
dentes. A linha muco-gengival não esta presente no ** Como a gengiva realiza proteção ao periodonto de
palato, já que ele e coberto pelo mesmo tipo de mucosa sustentação?
mastigatória. proteção física- no sulco gengival existe o epitélio
Divisão: separada pela ranhura gengival livre (essa juncional, que tem as inserções conjuntivas.
ranhura não é obrigatoriamente presente). proteção química- no sulco gengival existe um fluido
gengiva livre (sulco gengival)- justaposta. Tem gengival que têm proteínas, aminoácidos e substâncias
consistência firme e compreende os aspectos de defesa.
vestibular, lingual- palatino dos dentes, assim como as proteção celular- através das células policiadoras (APC
papilas interdentais. Ela se estende da margem apresentação) como macrófagos e linfócitos B que
gengival até a ranhura gengival livre, que coincide com realizam fagocitose gerando uma resposta inflamatória
a junção amelo-cementária. A linha muco- gengival é (vasodilatação).
mais visível na região de incisivos e pré- molares Waerhaug, 1952- barreira físico, química e celular ao
inferiores. A margem gengival livre e normalmente redor do dente.
arredondada, formando o sulco gengival, cuja a Atttröm & Egelberg, 1970- são exemplos de proteção
profundidade varia de 0,5 a 2mm. A forma das papilas física: a união entre epitélio e o dente e a presença de
um fluido gengival. Além da constante presença de fibroblastos, mastócitos e outros componentes
células inflamatórias (PMNs- neutrófilos) e derivados do sangue. Ela e o meio no qual as células
mediadores químicos da inflamação. estão inseridas e é essencial para a manutenção da
Unidade dento-gengival: função normal do tecido conjuntivo. Seus principais
Gargiullo e cols 1961- é uma estrutura de união entre o componentes são glicoproteínas e proteoglicanas.
dente e o tecido mole (gengiva). Fibras do tecido conjuntivo (produzidas por
A área entre o dente e a gengiva denomina-se dento- fibroblastos): fibras colágenas, fibras reticulares, fibras
gengival. O epitélio juncional e mais largo na sua oxitalânicas e fibras elásticas.
porção coronal e mais fino em direção a jce. quanto mais colágeno, mais sustentação.
** Espaço biológico: sindesmotomia: rompe fibras gengivais.
Gargiullo & cols 1961- é o espaço compreendido entre Grupo de fibras colágenas principais: crista alveolar,
a margem gengival e a crista óssea alveolar; em horizontais, obliquas, apicais, interradiculares.
média 3 mm. Feixes de fibras colágenas: cf- fibras circulares, dgf-
É composto por três estruturas: sulco gengival, epitélio fibras dento- gengivais, dpf- fibras dento-periostais, tf-
juncional e inserção conjuntiva. fibras transseptais.
Osso alveolar: existe apenas na presença de dente.
Periodonto de sustentação: Processo alveolar: trabeculado, lâmina dura.
Ligamento periodontal: é um tecido conjuntivo frouxo, Composição mineral (60% de seu peso).
ricamente vascularizado e celular, que circunda as deiscência (ausência de cobertura óssea a partir da
raízes dos dentes e une o cemento radicular à lâmina porção coronária das raízes), fenestração (ausência de
dura ou ao osso alveolar propriamente dito (Lindhe osso em parte da raiz, mantendo-se a porção óssea na
1997). região coronária): formação do osso alveolar não está
atua mesmo em canal tratado. ligado à patologia ou doença periodontal. Cristas
implante não tem ligamento periodontal, mas tem ósseas preservadas porém radiografia com imagem
anquilose funcional (ligação direta entre dente e osso). radiolúcida
Prótese com um pilar em um dente e um pilar em um O osso alveolar propriamente deriva do folículodental?
implante= sobrecarga, o dente e o implante tem Palmer (1978), Yoshika (1981), Osborn
trabalhos diferentes . (1984).
Composição: fibras colágenas ( 60% ), reticulares, Composição celular: osteoblastos e osteoclastos.
oxitalânicas e elásticas. Células como fibroblastos Sistema de nutrição: canais de volkman e canais de
(5%), cementoblastos, osteoblastos, osteoclastos, harvers.
macrófagos, mastócitos, linfócitos, restos epiteliais de Cemento radicular: é um tecido mineralizado que
malassez. Além de vasos e nervos (mecanoceptores e recobre a superfície radicular e promove a fixação do
propioceptores) e matriz intercelular/substância dente ao alvéolo, a partir das fibras do ligamento que
fundamental (35%), como as neles se inserem, chamadas fibras de sharpey (fibras do
proteoglicanas/glicosaminoglicanas e glicoproteínas. ligamento periodontal que recebem tecido
Os restos epiteliais de malassez são grupos celulares mineralizado).
remanescentes da bainha epitelial de hertwig e ** composição:
localizam-se no ligamento periodontal a 15-75μm da Porção orgânica (fibras colágenas, raiz).
superfície da raiz. Porção inorgânica (cristais de hidroxiapatita, coroa).
Função: união do cemento ao osso alveolar dando quanto mais hidroxiapatita, menos suscetibilidade.
fixação e ancoragem ao dente, nutrição e transporte de Função: promove a ancoragem das fibras do
metabólitos, regeneração e reparo dos tecidos ligamento, fixando o dente ao alvéolo; mantém a
periodontais de suporte, distribuição e dissipação das relação oclusal (p/ compensar a erupção ativa); pode
forças mastigatórias. Funções mecanoceptores ou colaborar com o processo de cicatrização.
propioceptores. ** classificação:
O desenvolvimento das fibras colágenos do osso para o Tipo I: acelular de fibras extrínsecas- metade mais
cemento e vice-versa. Acontece de forma organizada e coronária e média da raiz. Contém principalmente as
as principais fibras formam feixes contínuos que vão a fibras de sharpey.
uma estrutura a outra. Tipo II: celular estratificado misto (c/fibras intrínsecas
Tipos de fibras: acf-fibras cresto alveolares. Hf- fibras e extrínsecas)- localiza-se no terço apical e em regiões
horizontais. Of- fibras obliquas. Apf- fibras apicais. de furca.
fibra gengival: crista para coronária. Fibra ligamento: Tipo III: celular de fibras intrínsecas- é encontrado
crista para apical. principalmente nas lacunas de reabsorção e contém
Tecido conjuntivo: é o tecido predominante da gengiva cementócitos.
e do ligamento periodontal. Seus componentes são
fibras colágenas (60%), fibroblastos (5%), vasos, Exame e diagnóstico das doenças periodontais:
nervos e matriz (35%). As células presentes no tecido
conjuntivo são fibroblastos, mastócitos, macrófagos, Revisão anatomia
granulócitos neutrófilicos, linfócitos e células
plasmáticas. Imagens: doença periodontal pode se apresentar de
altamente vascularizado, células de defesa. diferentes formas.
Matriz do tecido conjuntivo: ela e produzida por
Consulta inicial: avaliação periodontal com sondagens largura total da área de furca.
(importante pois a doença periodontal nem sempre Grau 3: destruição horizontal lado a lado dos tecidos de
aparece visualmente). suporte na furca.
Avaliada usando-se a sonda de Nabers nas entradas das
Diagnóstico: anamnese, exame clínico periodontal, furcas: molares inferiores: v e l; molares superiores: v,
exame radiográfico, exames complementares (testes mp e dp; 1°s pms superiores: m e d.
microbiológicos, testes imunológicos, testes Mobilidade dentária:
bioquímicos). Grau 1: mobilidade horizonta ate 1mm.
Grau 2: mobilidade horizontal maior que 1mm. Grau 3:
Exame periodontal: pps, nic e iss são medidas mobilidade vertical.
realizadas simultaneamente.
Índice de placa visível (ipv): Microbiologia:
Ainamo & bay- índice dicotômico onde é avaliada a O termo "omics" se refere a diferentes tecnologias
presença de biofilme visível nas 4 faces (m, d, v, p/l). usadas para estudar as funções, diferenças e interações
Descrevemos o percentual de sítios com biofilme entre vários tipos de moléculas que constituem as
visível. 25 dentes × 4 faces= 100%. células de um organismo, como genes, transcritos,
Índice de sangramento gengival (isg): geralmente proteínas e pequenos metabólitos. As ciências ômicas
indica gengivite, que é uma inflamação causada pelo são campos de estudo que fazem parte das ciências
acúmulo de biofilme. biológicas e compreendem os estudos que terminam
Ainamo & bay- propuseram a adoção de um índice com -omics, como genômica, proteômica,
dicotômico (0 ou 1) para reportar a presença de metabolômica e transcriptômica.
inflamação da margem gengival. Esquema 1= genoma (dna), trans-criptoma (rna),
0 = sem sangramento após "sondagem". proteoma (proteínas), metaboloma (carboidratos,
1 = sangramento marginal após "sondagem". aminoácidos, lipídeos, nucleotideos).
Fatores retentivos de placa: cáries (c), cálculos (t), Esquema 2= principais aplicações da metabolomica:
restos radiculares (rr), restaurações deficientes (rd). neurociências, farmacologia, biomarcadores, biologia
Profundidade de bolsa à sondagem (pps): distância da de plantas, toxico-logia, doenças infecciosas, biopro-
margem gengival ao fundo da bolsa. cessos, microbioma, doenças cardiacas , doenças
Medir em 6 pontos cada dente: v, mv, dv, p/l, dl ou dp, urológicas, nutrição, envelhecimento, imunologia,
ml ou mp. Anotar na ficha as maiores medidas obtidas fenotipagem, câncer.
nas proximais.
a sonda tem 3 pontos principais: 5, 10 e 15. Microbioma humano:
tratamento: gengiva desincha (retração) e intercessão Conceito= conjunto de micro-organismos (bactérias,
do tecido conjuntivo no dente. vírus, fungos e arqueas) que habita em cada um de nós.
Nível de inserção clínico (nic): é medida da junção Para cada célula de dna humano, existem nove que não
amelo-cementária (fim da coroa e inicio da raiz) ao são a expressão do nosso dna, ou seja, somos 90%
fundo da bolsa. Detecção confiável de atividade de compostos por células microbianas.
doença. Medida em 6 sítios sendo 4 anotados na ficha Funções= vão muito além da proteção contra
clínica. patógenos: desenvolvimento e amadurecimento do
erros de sondagem (Philstrom): diâmetro da sonda sistema imunológico, produção de vitaminas,
(0,35-0,5mm), variações da pressão (0,25-0,5n), metabolismo de lipídeos e outros componentes
angulação, penetração nos tecidos. provenientes da nossa dieta.
Índice de sangramento à sondagem (iss): mede a Evolução=
presença ou ausência de sangramento à sondagem Desenvolvimento embrionário- boca estéril.
(fundo da bolsa). Nascimento- microbiota primaria, contato materno e
0 = ausência de sangramento após a sondagem interação com a família.
1 = sangramento visível em até 15 segundos após a Crescimento- microbiota associada à alimentação,
sondagem. interações, hábitos e perfil genético.
Ausência de sangramento à sondagem considerado Envelhecimento- imunoselecencia, diminuição da
como um indicador confiável de condições diversidade da microbiota.
periodontais estáveis . Microbiota simbiótica (microbiota em harmonia com o
-presença de sangramento = inflamação, porém sem hospedeiro)= bacteria comensal (patogeno acessorio
afirmar futuras perdas de inserção. em potencial + bactéria incompatível com inflamação).
-ausência de sangramento = dificilmente ocorrerá bactérias comensais atuam no sistema imunológicodo
futuras perdas de inserção. hospedeiro para induzir respostas protetoras que
Exsudato periodontal: supuração (representa um previnem a colonização e invasão por patógenos.
processo agudo). Microbiota disbiótica= bacteria inflamofílica (maior
Envolvimento de furca: lesão de furca destrói o osso quantidade em inflamações), patógeno chave
entre as raízes, em dentes multirradiculares. (importante no desenvolvimento da doença, induz a
Grau 1: perda horizontal do tecido de suporte que não subversão da imunidade).
excede 1/3 da largura do dente. patobionte é definido como um simbionte que é capaz
Grau 2: perda horizontal do tecido de suporte que de promover doença apenas quando condições
excede 1/3 da largura do dente, mas não atinge a genéticas ou ambientais específicas são alteradas no
hospedeiro. Danos à membrana plasmática
fatores de risco para disbiose: doença auto-imune, Inibição da síntese de proteinas
fumo, envelhecimento, deficiências imunológicas, má Inibição da sintese da parede celular
alimentação. Bacterias gram positivas × gram negativas
Gram negativas= 2 membranas com uma parede
Microbioma doença periodontal: bactérias (gram- celular fina de peptideoglicano entre as membranas.
negativos anaeróbias estritas ou facultativas) são os Lipopolissacarideos.
principais microrganismos associados a doença Gram positivas= membrana interna e parede celular
periodontal. expessa de peptideoglicano. Acido lipoteicoico é o
Critério para avaliação de patógenos periodontais= os principal fator de virulência.
postulados de koch foram formulados inicialmente por Repercussão sistêmica da periodontia nos pacientes:
friedrich gustav jakob henle e adaptados em 1877 por Produtos microbianos que agem sistemicamente
robert koch, publicados em 1882. Embora seja mais (lipopolissacarideos)= são antigenos e induzem
correto designá-los por postulados de henle-koch, são resposta inflamatória sistêmica, impactando
normalmente conhecidos apenas por postulados de negativamente alguns órgãos
koch. Koch afirmou que os seus postulados devem ser Mediadores em grande quantidade no sítio gengival/
comprovados proteínas mediadoras (interleucina 1, inteleucina 6 e
Postulados de koch modificados- pnf Alfa)= ao cair na circulação sistêmica, atingem o
Associação; fígado e estimulam a produção de proteínas de fase
Eliminação; aguda (ex proteína C reativa e actoglobulina), que
Resposta do hospedeiro; funcionam estabelecendo a homeostasia.
Patogenicidade em animais; Morbidade periodontal (doenças associados à
Fatores de virulência; periodontite)= mal de Alzheimer, pneumonia por
Aumento de risco à doença. aspiração, doença inflamatória pelo intestino, diabetes
Complexos microbianos gengivais= método (dificuldade maior de tratamento), câncer de colo
checkboard. Retal, artrite reumatoide.
Complexo vermelho (mais associadas a doenca Resposta do hospedeiro= Disfunção endotelial (pode
avancada)- p. Gingivalis, t. Forsythia, t. Denticola. levar a cardiopatia), alterações metabólicas (pode levar
Complexo laranja (patogeno chave)- c. Gracilis, s. a diabetes), resposta de fase aguda, ativação de
Constellatus, e. Nodatum, c. Rectus, p. Intermedia, p. precursores de osteoclastos (reduz produção óssea).
Nigrescens, p. Micra, f. Nuc. Vincentii, f. Nuc.
Nucleatum, f. Nuc. Polymorphum, f. Periodonticum, c. Patogênese/imunologia das doenças periodontais:
Showae. As análises microbiológicas significativas das
Complexo verde (patobiontes)- e. Corrodens, c. infecções periodontais levaram à formulação de várias
Gingivalis, c. Sputigena, c. Ochracea, c. Concisus, a. hipóteses sobre a patogênese da doença. Em cada caso,
Actina. as bactérias da placa dentária desencadeiam uma
Complexo amarelo (pioneiras)- s. Mitis, s. Orais, s. resposta inflamatória nos tecidos periodontais, que
Sanguinis, s. Gordonii, s. Intermedius. podem levar à doença destrutiva. Consequentemente,
+ aggregatibacter actinomycetemcomitans: espécie embora os processos de destruição ocorram por meio
leucotoxica (produz toxina que destrói leucócitos). de mecanismos mediados pelo hospedeiro, esses
Biofilme microbiano= ambiente com interação mecanismos dependem da estimulação por um desafio
cooperativa entre várias colônias microbianas. bacteriano. Entretanto, os princípios subjacentes de
descolamento de células superficiais, resistência a cada uma dessas hipóteses diferem significativamente.
antibióticos e sistema imune, sistema circulatório
primitivo (difusão de nutrientes, o₂ antimicrobianos, Século 19: Acreditou-se que a doença periodontal era o
remoção de metabólitos tóxicos), quorum sensing efeito cumulativo de todas as bactérias encontradas na
(depende da densidade celular, mecanismo ou processo placa dentária (hipótese da placa não específica). Ou
molecular que as celulas utilizam para expressar seja, a composição microbiana não era o determinante
fatores de virulência), expressão genética de fatores fundamental da doença, mas sim a quantidade de placa
essenciais para a sobrevivência virulência, maior dentária.
adesão, matriz extracelular (aderência, reserva de Com o aumento dos estudos ficou claro que o acúmulo
nutrientes), microcolônias (organização espacial- de placa em alguns indivíduos não levou à doença e
coagregação), transferência de informação genética começou a se demonstrar muitas diferenças na
(conjugação,transformação, transposons, plasmídeos). composição da placa de pacientes com doença em
Mecanismo de transferência de genes em bactérias comparação aos paciente saudáveis. Assim, passou a
1- transformação- captura de gene. prevalecer a visão de que a presença e o potencial
conjugação- transferência de plasmideo. crescimento excessivo de bactérias específicas foram
transdução- transferência do gene por vírus. decisivos.
Principais modos de ação de antibióticos sobre
bactérias 1979: A hipótese específica da placa favoreceu grande
Inibição da duplicação cromossômica ou da transcrição parte da investigação da etiologia microbiana da
Inibição da atuação de enzimas que produzem doença periodontal. As investigações resultaram na
substancias essenciais ao metabolismo identificação de espécies bacterianas que mais
associadas à doença. Os padrões na associação entre protetores normais do hospedeiro.
diferentes espécies foram observados e estimularam a
ideia de que combinações de espécies específicas Nova classificação das doenças e condições
podem ser fundamentais no desenvolvimento da periodontais e peri-implantares.
doença. O potencial patogênico de algumas dessas “um esquema de classificação das doenças e condições
espécies está sendo investigado, levando ao periodontais e peri-implantares é necessário para os
desenvolvimento de mecanismos biológicos pelos clínicos diagnosticarem e tratarem apropriadamente os
quais esses microrganismos poderiam contribuir para a paciente, assim como para os cientistas investigarem a
promoção da resposta inflamatória e para o etiologia, patogênese, história natural e tratamento
comprometimento da defesa imune dos tecidos dessas doenças e condições”.
periodontais. Antiga classificação (1999)- periodontite crônica e
As implicações diagnósticas e terapêuticas da hipótese agressiva, dividida por extensão e severidade.
da placa específica são evidentes. A identificação Nova classificação (2018)- veio de forma consensual
desses microrganismos em um indivíduo deve ser útil entre as 2 principais associações de classificação
para prever os desfechos clínicos e as estratégias periodontal (110 experts, 19 artigos de revisão, 4
terapêuticas direcionadas que visam controlar esses consensus reports). 4 grupos de trabalho deveriam
microrganismos devem ser clinicamente benéficas. estabelecer definições dos casos e critérios de
diagnóstico para auxiliar os clínicos no uso da nova
2003: hipótese ecológica da placa. Nessa tese, a classificação.
contribuição do ambiente onde as bactérias da placa
residem é primordial. As capacidades variáveis de Grupo 1: saúde periodontal, gengivite e condições
bactérias em diferentes condições ambientais ditarão o gengivais. + saúde periodontal e doenças gengivais no
equilíbrio das comunidades microbianas sobre a periodonto intacto e no periodonto reduzido.
superfície dentária. E consequentemente, a composição Conceitos importantes:
das comunidades microbianas na doença estará Saúde: estado de completo bem estar físico, mental e
vinculada às condições ambientais prevalentes no local social, e não meramente a ausência de doença.
doente. Essa hipótese pode explicar a especificidade Saúde periodontal: estado livre de inflamação,
microbiana da doença sem a necessidade de aquisição possibilita ao indivíduo funcionar normalmente e
desses patógenos por uma rota exógena de evitar consequências (físicas ou mentais) de doença
transmissão. existente ou passada. "uma definição de saúde
periodontal é critica para estabelecer desfechos
2012: Essa visão tem uma modificação adicional que terapêuticos ideais e aceitáveis para as terapias
incorpora elementos de todas as visões precedentes e periodontais; avaliar sistematicamente a carga
conhecimentos sobre a disbiose das populações biológica da inflamação gengival; categorizar a
microbianas da superfície dentária no desenvolvimento prevalência da doença gengival e periodontal nas
da doença. Entretanto, é significativamente reforçada populações; e avaliar o risco individual para futuro
mostrando que P. gingivalis contribui para doença pela desenvolvimento da doença. "
alteração da microbiota oral normal em um estado Sítio x indivíduo: menos de 10% de sangramento à
disbiótico. Ou seja, a microbiota oral comensal é sondagem é aceitável, não é porque um sítio está
responsável pela destruição tecidual e óssea associada doente que o indivíduo está doente.
à periodontite quando existem apenas poucas bactérias Saúde gengival clínica x inflamação histológica: saúde
P. gingivalis. gengival clinica é associada com a presença de
Com base no fato de que P. gingivalis foi apresentada infiltrado inflamatório e resposta do hospedeiro
em pouca abundância e ainda resultou na doença compatível com a homeostase.
periodontal, essa bactéria foi designada uma "espécie- No nível do sítio, podemos ter:
chave" nesse trabalho. O conceito de uma espécie- Saúde gengival clínica no periodonto intacto: ausência
chave é definido como uma espécie pouco abundante, de sangramento à sondagem, eritema e edema; sem
mas que tem uma participação sustentadora em toda a sintomas clínicos; sem perda de inserção e/ou perda
comunidade ecológica. óssea; crista óssea distante 1-3mm da jce.
Portanto, reconhecidamente em apenas um modelo de Saúde gengival clínica no periodonto reduzido:
doença, P. gingivalis contribui para a periodontite de ausência de sangramento à sondagem, eritema e
modo indireto. Em vez de exercer efeito direto sobre a edema; sem sintomas clínicos; níveis ósseos e de
função tecidual hospedeiro, sua presença altera a carga inserção reduzidos.
e a composição microbiana comensal total de tal modo Saúde periodontal e gengivite:
que os mecanismos protetores do tecido normal do Inflamação gengival avaliada clinicamente: bop%
hospedeiro são sobrepujados e ocorre doença. As (dicotômico); sondagem com força controlada
alterações qualitativas na microbiota podem incluir (~0.25n); 6 sítios de todos os dentes presentes.
aumento do número de mais prejudiciais e desvio do Saúde gengival na prática clínica:
equilíbrio microbiota para longe dos microrganismos Aceita-se a presença de até 2 sítios com alguma
potencialmente protetores. Os mecanismos por meio evidência de inflamação gengival como sendo
dos quais P. gingivalis realiza essa alteração compatível com um diagnóstico de saúde periodontal
provavelmente estão relacionados com a inibição de clínica.
características fundamentais dos mecanismos objetivos terapêuticos: precisam ser bem definidos
Ausência de sinais de gengivite x 10% bop, sem bolsas é relativamente simples na maioria dos casos. Perda de
24mm com sangramento; melhora dos parâmetros e inserção de 3 a 4mm e bolsas com menos de 5mm.
sem progressão de doença. Estágio 3= dano significativo aos tecidos de suporte e a
Categorias de doença gengival: perda dentária é um risco. Porém, a função
Doenças gengivais não induzidas por placa/biofilme. mastigatória ainda é preservada. O tratamento deve ser
Gengivite induzida por placa/biofilme: é uma lesão realizado pelo especialista. Perda de inserção de 5mm
inflamatória resultante da interação entre a (nível apical da raiz) e bolsas com 6mm ou mais.
placa/biofilme e a resposta imune inflamatória do Estágio 4= perda de inserção de 5mm ou mais (nível
hospedeiro, que permanece contida na gengiva e não se apical da raiz), reabilitação oral.
estende ao periodonto de inserção...é reversível quando Grau: informação suplementar sobre aspectos
se reduzem os níveis de placa. Pode ser ainda biológicos da doença (história e risco de progressão;
classificada em: gengivite em periodonto intacto, análise de possíveis desfechos negativos do tratamento
gengivite em periodonto reduzido em paciente "não- e do impacto da doença ou do seu tratamento sobre a
periodontite", inflamação gengival em periodonto saúde geral do paciente).
reduzido em um paciente "periodontite" tratado. Grau a= destruição menor que controle de placa.
Início, progressão, severidade e extensão influenciados Grau b= destruição proporcional ao controle de placa.
por: fatores de risco locais (fatores predisponentes): Grau c= destruição maior que controle de placa.
fatores retentivos de biofilme; xerostomia/" boca seca".
Critérios diagnósticos: sinais clínicos de inflamação Grupo 3: manifestações periodontais de doenças
(eritema, edema, dor, aumento de temperatura e perda sistêmicas e condições de desenvolvimento e
de função). adquiridas. + condições mucogengivais ao redor da
dentição natural.
Grupo 2: periodontite. Recessão gengival: deslocamento apical da margem
Periodontite: "doença crônica multifatorial associada com cal. Pode levar ao comprometimento da
inflamatória, associada com biofilme/placa disbiótica e estética; hipersensibilidade; lesões cervicais
caracterizada pela progressiva destruição do aparato de cariosas/não-cariosas.
inserção periodontal." "qualquer faixa de gengiva é suficiente para manter
Definição antiga: "a evidência disponível atualmente saúde periodontal quando uma ótima higiene é obtida.
não suporta a distinção entre periodontite crônica e A relação entre escovação inadequada e recessão ainda
agressiva, conforme definida na classificação de 1999, é controversa. Movimentação ortodôntica pode levar a
como sendo 2 doenças distintas..." recessão gengival (prevalência varia de 5-47% .)"
Definição atual: paciente como caso de periodontite= fenótipo periodontal: combinação do fenótipo gengival
cal em 2+ dentes não adjacentes; cal 23mm com bolsa (espessura faixa de tecido queratinizado) e do
23mm em 2+dentes (sendo descartadas causas "não morfotipo ósseo (espessura da tábua óssea vestibular).
periodontais"). fenótipo gengival: "fenótipos gengivais finos (<1mm)
principais aspectos que identificam a periodontite: têm maior risco de desenvolver recessão gengival e de
perda de inserção de origem inflamatória (cal 22 ou que as mesmas progridam".
3mm em 2+ dentes adjacentes); perda óssea Classificação antiga recessão gengival: tipo 1, tipo 2,
confirmada em radiografias. A descrição deve incluir tipo 3 e tipo 4.
sítios bop e o número e % de dentes com pbs(24mm e Classificação nova recessão gengival: rt1- recessão
26mm) e cal (≥3mm e 5mm). gengival sem perda de inserção interproximal; rt2-
Formas de periodontite: recessão gengival com perda interproximal ≤ do que a
Periodontite necrosante. perda v; rt3- recessão gengival com perda
Periodontite como manifestação direta de doenças interproximal > do que a perda v.
sistêmicas. Trauma oclusal e forças oclusais traumáticas: o termo
Periodontite. "força oclusal excessiva" foi substituído por "força
Sistema de estágios e graus: sai da avaliação oclusal traumática", que é: qualquer força oclusal
unidimensional usando referências ao grau de resultando em dano ao dente e/ou periodonto de
complexidade do tratamento. "a classificação pelo inserção. Trauma oclusal é o termo histológico para
sistema de estágios e graus permite uma avaliação descrever o dano ao periodonto de inserção.
individual do paciente, além da severidade e extensão Classificação: trauma oclusal primário, trauma oclusal
apenas, levando em conta o risco de maior progressão secundário e trauma ortodôntico.
e/ou pior resposta ao tratamento...evita o paradoxo da Espaço biológico - tecido de inserção supracrestal.
melhora da doença após exodontia ou perda dos dentes
mais comprometidos...e permite atualização Grupo 4: doenças e condições peri-implantares.
constante..." Saúde peri-implantar: ausência de eritema, bop, edema
Estágio: dependente da severidade da doença e da e supuração.
complexidade do manejo. Também classificada com "não há diferenças visuais entre tecidos periodontais e
relação à sua extensão e distribuição. peri-implantares saudáveis. Pbs maiores e papilas
Estágio 1= limite fronteiriço entre a gengivite e a interproximais mais curtas em implantes. Inspeção
periodontite. Perda de inserção 1 a 2mm e bolsas com visual, sondagem e palpação são os meios de
menos de 4mm. identificar inflamação peri-implantar. Implantes devem
Estágio 2= periodontite estabelecida cujo manejo ainda ser sondados rotineiramente, com leve força, para
avaliar se há bop, pbs e recessão".
"não é possível determinar um intervalo de pd Sequência de tratamento:
compatível com saúde. Mesmo implantes com suporte Exame e diagnóstico + plano de tratamento e
ósseo reduzido podem ter saúde. Menor vascularização apresentação inicial do caso.
dos tecidos e sem inserção das fibras conjuntivas". Terapia básica:
Peri-implantite: condição patológica associada à placa Raspagem subgengival/ raspagem supragengival
que acomete os tecidos peri-implantares, caracterizada (remoção de fatores retentivos de placa).
por inflamação da mucosa e subsequente perda óssea Ou instrução de higiene oral + reexame= paciente
progressiva. cooperador ou paciente não cooperador (terapia com
pacientes com controle de placa deficiente e que não antibióticos + manutenção ou terapia corretiva).
aderem a um programa de manutenção tem maior risco
de desenvolver peri-implantite; terapia anti-infecciosa Resultados da terapia periodontal:
consegue controlar a inflamação e parar a progressão Elimina a dor, elimina a inflamação gengival, elimina o
da doença; não há um perfil microbiológico específico; sangramento, reduz as bolsa periodontais, elimina a
principais indicadores de risco: história de infecção, para a formação de secreção purulenta, detém
periodontite, controle de placa deficiente, ausência de a destruição de tecido mole e ósseo, reduz a
manutenção; fumo e diabetes parecem ter um papel, mobilidade, restaura os tecidos destruídos, restabelece o
porém ainda não há evidências conclusivas; biofilme é contorno gengival
o provável agente etiológico; mucosite é o precursor". Controle do biofilme supra- autocontrole do biofilme.
Considerações diagnósticas: peri-implantite: bop e/ou Vários estudos demonstraram que um bom nível de
pus; profundidade de sondagem aumentada; perda higiene oral previne ou reduz a progressão das doenças
óssea além dos níveis resultantes da remodelação periodontais, já que o fator etiológico é o acúmulo de
inicial. Caso não haja referência anterior: pd26mm e biofilme.
níveis ósseos 23mm apicais à porção mais coronal da escovação: tipos de escova, métodos de escovação
parte intraóssea do implante. (técnica de Bass - 0,5mm subgengival).
Recomendações clínicas: o diagnóstico da peri- Limpeza interdental.
implantite deve ser feito baseado na presença de bop e escovação da língua
perda óssea progressiva; não há pbs que defina a
doença, porém é preferível ps <5mm; rx e pbs devem Raspagem: procedimento que tem como objetivo a
ser registrados no momento da instalação da prótese remoção da placa e do cálculo das superfícies dentárias
para servir de parâmetro; pacientes (especialmente e radiculares. Pode ser:
com história de periodontite avançada) devem ser Supragengival: instrumentos manuais, instrumentos
colocados em um programa de manutenção periodontal sônicos, instrumentos ultrassônicos.
preventiva; alguns pacientes, mesmo com manutenção Subgengival + alisamento radicular RAR: realizados
preventiva, poderão desenvolver mucosite/peri- sob anestesia local. A raspagem pode ser: fechada ou
implantite. aberta (cirurgia).
Terapia periodontal de suporte após a fase ativa de Raspagem subgengival: duração e quantidade de
tratamento: também conhecida como manutenção consultas= severidade da doença, extensão da doença,
periodontal ou terapia periodontal de suporte, é tipo de dentes afetados, habilidade do operador, tipo de
claramente benéfica para os pacientes e é um instrumental.
componente essencial para o sucesso dos tratamentos Alisamento radicular: visa remover os depósitos moles
no longo prazo. e duros da superfície radicular. Remove também
Iniciar o programa de manutenção com intervalos pequenas porções de cemento e dentina
curtos (3 meses). Pacientes com formas avançadas de "contaminados". Juntamente com as medidas de
periodontite apresentam maior risco de recorrência. controle de placa e remoção do cálculo supragengival
Intervalos de 3 a 4 meses são eficazes para a maioria formam a base do tratamento da periodontite. Técnica
dos pacientes. de instrumentação na qual o cemento "amolecido" é
Sucesso: níveis ósseos estáveis, sem pb>5mm, sembop removido, tornando a superfície radicular "dura" e
ou pus. Sem progressão da doença. Estética, conforto e "lisa".
acesso para limpeza. técnica de RAR: avaliar a área a ser tratada (pbs,
Recorrência: bop ou pus, aumento da pbs e da perda anatomia da superfície radicular e localização dos
óssea. depósitos calcificados). Empunhadura de "caneta
modificada", apoio digital, inserir a cureta na bolsa
Terapia periodontal- fase associada a placa: raspageme com a lâmina paralela e em leve contato com a
alisamento radicular superfície radicular até o fundo da bolsa, girar a cureta
para posição de corte, golpe de trabalho (sentido ápico-
Terapia periodontal associada a causa: tem como coronal), movimento punho-antebraço.
objetivo a eliminação dos depósitos bacterianos supra e Instrumentos utilizados: instrumentos manuais,
subgengivais e a prevenção da sua recorrência. instrumentos ultrassônicos e sônicos (sônicos
informação e motivação do paciente; instrução sobreas trabalham com uma frequência de 2.300 a 6.300 hz e
técnicas de higiene oral; controle da placa e remoção ultrassônicos 25.000 a 42.000 hz), instrumentos
do cálculo supragengival; remoção dos fatores rotatórios, instrumentos de movimento alternado e
retentivos de placa; raspagem e alisamento radiculares. instrumentos a laser.
Curetas: instrumentos manuais usados para raspagem e população.
alisamento radicular. 3 partes: parte ativa (lâmina), tempo médio de escovação não passa de 37 segundos;
haste e cabo. apenas 2 a 10% usam fio dental diariamente; após
indicação gracey: orientações, com o passar do tempo há um relaxamento
7-8: anteriores e faces livres dos posteriores. 11-12: m aos cuidados; falta de instrução adequada.
dos dentes posteriores. Situações adversas= pós cirúrgicos, infecções agudas
13-14: d dos dentes posteriores. (com dor), deficiência mental ou física.
indicação mini five: (bolsas estreitas e áreas de difícil Controle químico:
acesso). Categorias de mecanismos de ação das substâncias
7-8: anteriores e faces livres dos posteriores. 11-12: m químicas= antiadesiva (evita formação de película
dos dentes posteriores. adquirida), antimicrobiana (agem inibindo ou
13-14: d dos dentes posteriores. destruindo as bactérias), removedora de placa,
Até quando raspar: avaliação da superfície radicular, antipatogênica.
superfície "dura e lisa". Categorias das formulações= agentes antimicrobianos,
Efeitos da raspagem: perda dentária com diferença de agentes inibidores/ redutores da placa, agentes
3,5 vezes + redução no iss de aproximadamente 57%. antiplaca (reduzem significativamente os níveis de
Sem tratamento - 0,28 dentes / paciente / ano. Com placa), agentes antigengivite (reduzem
tratamento - 0,08 dentes / paciente / ano. significativamente os níveis de gengivite).
Sucesso x cálculo residual: volume x presença / Objetivos do controle químico da placa
ausência; grau de sucesso- cálculo clinicamente bacteriana:=inibição da colonização microbiana nas
detectável e cálculo microscópico; massa crítica; dentes superfícies dentárias, inibição do crescimento da placa,
perdidos sempre com cálculo eliminação ou alteração da placa existente.
Resultados terapia básica: cicatrização depois da Aplicações clínicas do controle químico= pré-
terapia não cirúrgica ocorre após cerca de 3-6 meses; o cirúrgico, pós-cirúrgico, traumatismos buco-faciais
n.o. de sítios com sangramento a sondagem sofre com contenção, pacientes deficientes físicos e mentais,
grande redução; em bolsas mais profundas ocorrerão comprometimento sistêmico, ortodontia, alto risco de
maior recessão gengival e ganho de inserção; pbs cárie, processos agudos do periodonto, halitose
iniciais de 6-9mm apresentarão pbs de 4-5mm e a (controle).
recessão gengival será em torno de 2mm; pbs <=3mm Veículos para a administração dos agentes químicos=
apresentarão perda de inserção de 0,5mm. pasta de dente, colutorios bucais, spray, irrigadores,
Reexame- avaliação do efeito da terapia básica: gomas de mascar, vernizes.
resolução da gengivite, redução da pbs, alterações no ** cite os veículos para a administração dos agentes
nic, redução da mobilidade, melhora da higiene oral. químicos.
Microbiologia: não ocorre eliminação total dos Dentifrícios ingredientes=
patógenos, redução dos patógenos, desorganização e/ Abrasivos (carbonato de cálcio, fosfato dicálcio,
ou diminuição do biofilme alumina e sílicas), surfactantes (lauryl sulfato de
Cicatrização: regeneração e reparo (epitélio juncional sódio), espessantes (sílicas e gomas), adoçantes
longo) (sacarina e xilitol), umectantes (glicerina e sorbitol),
flavorizantes (para dar sabor: menta, hortelã...), ativos
Controle químico da placa bacteriana: (fluoretos, triclosan, fluoreto de estanho).
Características ou propriedades dos agentes químicos=
Conceitos: Substantividade (capacidade de adsorção nas
Biofilme- fator etiológico da inflamação gengival. superfícies, com posterior liberação em níveis
Placa supragengival x subgengival- a placa terapêuticos), biodisponibilidade (tempo de
subgengival é uma evolução da placa supragengival, permanência da droga na boca), seletividade (eficácia
para preveni-la devemos controlar a placa da substância contra patógenos bucais), estabilidade
supragengival. (ser estável à temperatura ambiente), segurança (baixa
Gengivite x periodontite- não existe periodontite sem toxicidade), sabor (aceitável).
gengivite, mas nem toda gengivite se torna uma Clorexidina= antisséptico dicatiônico do grupo das
periodontite. bisbiguanidas
mecanismo e espectro de ação: amplo espectro, atinge
Controle da placa supragengival: Responsabilidade bactérias g+ e g- além de alguns vírus, levedurase
profissional x indivíduo. fungos. Ação antibacteriana: molécula catiônica da clx
Manutenção de saúde periodontal e controle da doença é rapidamente atraída pela carga negativa da superfície
periodontal- controle de biofilme bacteriana, sendo adsorvida pela membrana celular.
Controle mecânico: a remoção mecânica do biofilme é substantividade: alta substantividade supragengival(12
um procedimento antimicrobiano bem sucedido e horas), capacidade de permanecer aderida aos tecidos
conceituadamente válido quando praticado com rigor. moles e duros da cavidade bucal. Natureza dicatiônica,
Grau de motivação e capacidade, requeridos para o a molécula se prende à película por um cátion,
controle mecânico do biofilme dental, está aquém da deixando o outro livre para interagir com bactérias
habilidade da maioria dos pacientes. Controle ** substâncias aniônicas presentes em dentifrícios (lss,
mecânico sozinho não é suficiente contra o f) podem reduzir ação antibacteriana.
aparecimento da dp em grande proporção da Por que devemos esperar um pouco depois de escovar
o dente para usar o bochecho? concentração a 3% em solução aquosa - peróxido de
efetividade: gold standard dos agentes químicos, hidrogênio. Possui óxidos que reagem com ácidos
redução do biofilme dental de 50-55%, redução da originando sal e oxigênio - água oxigenada.
gengivite em 45%. mecanismo e espectro de ação: efeito patogênico
efeitos adversos: alteração do paladar, pigmentação de contra bactérias g+ e g-. Apresenta efeito sinérgico
dentes, restaurações e língua, formação de cálculo quando associado ao bicarbonato de sódio. Mecanismo
supragengival, descamação da mucosa oral, reações de ação: liberação de o₂ e efeito físico na remoção do
alérgicas eventualmente. biofilme pelo aspecto espumante do o₂.
formulações disponíveis: periogardⓇ, noplakⓇ, substantividade: não há na literatura informações
consistentes.
orthokimⓇ, cariax® (colutório e dentifrício), efetividade: uso 3x/dia na [ ] 1,5% proporciona menor
peridex®. acúmulo de biofilme dental. Estudos a longoprazo:
Aplicação supragengival- bochechos, géis, sprays, sem efeitos adicionais.
dentifrícios. formulações disponíveis: peroxylⓇ (concentração de
Aplicação subgengival- irrigação, dll.
1,5%).
Triclosan= composto não-iônico com propriedades
efeitos colaterais: não foram constatados.
antimicrobianas, anti-inflamatórias e analgésicas.
substantividade: apesar de ser adsorvido no biofilme
Controle do biofilme subgengival:
dental e apresentar substantividade moderada, sua
Sistêmico: antibióticos- tetraciclina, penicilina,
bioatividade é limitada por sua baixa solubilidade em
metronidazol.
meios aquosos (1 a 5 ppm).
Local: fibras, irrigação direta, dispositivos de liberação
mecanismo e espectro de ação: amplo espectro, atinge
lenta.
bactérias g+, g- e fungos. Mecanismo de ação consiste
em aumentar a permeabilidade da parede celular
Conclusão: estabelecer um equilíbrio entre a presença
liberando o conteúdo citoplasmático bacteriano. Inibe a
do biofilme e a resposta do hospedeiro - controle do
formação de mediadores químicos da inflamação.
biofilme supragengival - saúde. O uso de controle
Compostos quaternários de amonia= o agente mais
químico auxilia quando o controle mecânico do
comumente encontrado é o cloreto de cetilpiridíneo
biofilme é limitado. Quando usar? Quando os
(ccp) numa concentração de 0,05%.
benefícios superam os efeitos adversos.
mecanismo e espectro de ação: o ccp tem demonstrado
atividade antimicrobiana contra um amplo espectro de
Lesão endo-periodontal:
bactérias bucais. Seu mecanismo deação: habilidade de
romper a parede celular bacteriana.
Definição: são lesões que afetam tanto o endodonto
substantividade: baixa substantividade de no máximo
(polpa) quanto o periodonto (tecidos de sustentação).
3h.
efetividade: estudos a curto-prazo: redução de 25- 35%
Comunicação endodonto e periodonto: forame apical;
do biofilme. Período de 6 meses: redução de 14% do
ramificações da cavidade pulpar (canal lateral),
biofilme. Resultados inconsistentes em relação à
canalículos ou túbulos dentinários; outras vias:
gengivite.
reabsorções radiculares, perfurações radiculares e
efeitos adversos: manchamento de dentes e língua,
fraturas radiculares.
formação de cálculo supragengival, descamação de
Influência de condições patológicas pulpares sobre o
mucosas, ardência, sensação de queimação.
periodonto:
formulações disponíveis: Copacol®, oral bⓇ, scopeⓇ. Polpa viva/pulpite: integridade da lâmina dura sem
Óleos essenciais= antimicrobiano utilizado desde alargamento do espaço do lp, raramente causa
1865, por Joseph Lister’s. Associação de óleos trazidos destruição de tecidos periodontais.
de essências naturais como: timol, mentol, eucaliptol e Polpa necrosada:
metilsalicilato. lesão crônica (via forame apical ou canal lateral):
mecanismo e espectro de ação: capaz de extrair destruição de fibras do tecido periodontal, reabsorção
endotoxinas das bactérias g-, reduzindo em cerca de do osso alveolar adjacente.
80% a quantidade destas toxinas no biofilme dental. lesão aguda (via forame apical ou canal lateral):
Mecanismo de ação consiste na ruptura da parede destruição rápida e extensa dos tecidos de suporte.
celular e inibição das enzimas bacterianas. Polpa necrosada + doença periodontal (lesão
substantividade: embora tenham baixa substantividade, combinada): lesão endo-periodontal verdadeira, perda
apresentam potencial antibacteriano eanti-inflamatório de inserção resultante da d.p., lesão endodôntica.
com impacto na redução do biofilme e gengivite. Influência do tratamento endodôntico sobre o
efetividade: redução do índice de placa entre 20-34% periodonto: irritação mecânica e/ou química,
do acúmulo quando comparado a um placebo. Redução perfuração radicular, fratura radicular, tratamento
da gengivite variando de 28 a 34%, quando utilizado 2 endodôntico deficiente.
vezes ao dia após escovação. Influência da doença periodontal sobre a polpa: adp
formulações comerciais: ListerineⓇ. somente produzirá alterações significativas na polpa se
atingir o forame apical (langeland et al., 1974).
Agentes oxigenantes= ação antimicrobiana numa
Influência do tratamento periodontal sobre a polpa:
Raspagem e alisamento radicular: remoção de cemento vitalidade, rx), fratura radicular, abscesso endo-
radicular, hipersensibilidade dentinária, retração periodontal.
gengival, abrasão/erosão/cárie. Lesões crônicas (periapicais ou laterais), lesões
agudas, lesões periodontais crônicas e agudas,
Classificação: perfuração radicular, fratura radicular, trauma oclusal.
Quanto a origem inicial:
lesão endodôntica primária. Conclusões: patologias pulpares apresentam como
lesão endodôntica primária com envolvimento consequência alterações periodontais geralmente
periodontal secundário. reversíveis. Lesões periodontais geralmente só afetarão
lesão periodontal primária. a polpa se houver perda de inserção avançada que
lesão periodontal primária com envolvimento atinja o forame apical e/ou canais acessórios. O
endodôntico secundário. diagnóstico correto depende da combinação de vários
lesão combinada verdadeira. métodos. O tratamento de lesões endo-periodentais
+ lesões endo-periodontais são definidas como sendo deve, sempre, ser iniciado pelo tratamento
uma comunicação patológica entre polpa e periodonto endodôntico.
em um determinado dente. Ocorre tanto na forma
aguda quanto na forma crônica e deve ser classificada Lesões agudas do periodonto:
de acordo com os sinais e sintomas que têm impacto
direto no prognóstico e tratamento (por exemplo, Doenças periodontais necrosantes (gn e pn).
presença ou ausência de fraturas e perfurações e ** diferencie gengivite necrosante e periodontite
presença ou ausência de periodontite). necrosante. A gengivite necrosante afeta apenas o
O termo lesão endo-periodontal descreve uma tecido de proteção, e a periodontite necrosante afeta o
comunicação patológica entre os tecidos pulpar e tecido de sustentação.
periodontal de um determinado dente que pode ser periodontite necrosante: necrose de tecido gengival,
iniciado por: lesão cariosa ou traumática que afeta a ligamento periodontal e osso alveolar, normalmente
polpa e secundariamente, afeta o periodonto; observada em indivíduos com condições sistêmicas:
destruição periodontal que, secundariamente, afeta o infecção pelo hiv; má-nutrição e imunossupressão.
canal radicular; presença concomitante de ambas gengivite necrosante sinais clínicos: lesões necróticas,
patologias. A revisão não identifica a evidência de uma papila invertida, pseudomembranas,eritema linear,
patofisiologia distinta entre uma lesão endo- sangramento, halitose.
periodontal e uma lesão periodontal. No entanto, a Terminologia: guna, inflamação de vincent, "boca de
comunicação entre o sistema pulpar e o periodonto trincheira", estomatite fétida, estomatite espiroquetal.
dificulta a conduta do dente envolvido. Etiologia:
O termo lesão endo-periodontal descreve uma Fatores predisponentes locais- gengivite, trauma,
comunicação patológica entre os tecidos pulpar e tabaco.
periodontal de um determinado dente e pode ocorrer ** por que tabaco é um fator local? Pois o calor do
em uma forma aguda ou crônica. Os sinais primários tabaco causa vasoconstrição, diminuindo o suprimento
associados com esta lesão são: bolsas periodontais sanguíneo da região.
profundas, que se estendem até/além o ápice radicular e Fatores predisponentes gerais- psicossomáticos
testes de vitalidade pulpar com respostas alteradas e/ou (estresse), deficiências imunológicas, deficiência
negativas. Outros sinais e sintomas podem incluir nutricional, homeopatias, doenças debilitantes.
evidência radiográfica de perda óssea apical ou na Agente bacteriano: associação fuso-espiroquetal:
região de furca, dor espontânea ou na porphyromonas gingivalis, prevotella intermedia,
palpação/percussão, exsudato purulento/supuração, fusobacterium sp., treponema sp.
mobilidade dentária, trajeto fistuloso/fistula, e Aspecto histopatológico: ulcerações com necrose e
alterações de cor em coroa ou gengiva. Os sinais infiltrado inflamatório, micro-organismos entre os
observados em lesões endo-periodontais associados tecidos e nos tecidos circundantes, pseudomembranas
com fatores traumáticos e/ou iatrogênicos podem (rede de fibrina).
incluir perfuração radicular, fratura/trinca, ou História clínica: aparecimento repentino, doença
reabsorção radicular externa. Essas condições debilitante ou infecção respiratória, limpeza dos
prejudicam drasticamente o prognóstico do dente dentes, alteração dos hábitos de vida, deficiência
envolvido. nutricional, pacientes com discrasias sanguíneas, a
partir dos 17/ 18 anos.
Metodologia diagnóstica: Sintomas: sensibilidade, sabor metálico, dor.
História clínica: coleta de dados. Tratamento:
Avaliação de sinais clínicos: dor, edema, fistula. Relacionado à causa- limpeza, raspagem (ultrassônica /
Sondagem: a cone de guta-percha, a sonda manual), motivação de higiene oral, eliminação de
milimetrada; mobilidade. hábitos nocivos.
Testes clínicos: percussão e palpação. Testes de Agentes quimioterápicos- peróxido de hidrogênio,
sensibilidade pulpar: frio, calor, elétrico, cavidade. clorexidina 0,12%, antibióticos comprometimento
Radiografias sistémico (metronidazol 250mg 3xdia por 5 à 7 dias).
Tratamento cirúrgico- áreas com formação de crateras
Diagnóstico diferencial: abscesso periapical (teste de gengivais (dificuldade de higienização), pacientes em
manutenção, avaliar o controle de placa. +apenas após inflamatórias, produtos da degradação tecidual e soro.
cicatrização. Abscesso periodontal não relacionado à periodontite
** diagnóstico diferencial: gengivoestomatite (abscesso gengival): infecção aguda originada por
herpética primária, afta, gengivite descamativa. impacção de corpo estranho ou alteração da
Comparação entre doenças parecidas no momento do integridade radicular.
diagnóstico. Relacionado:
Impacção de corpo estranho no sulco gengival-
Gengivoestomatite herpética primária (como partículas de alimento (milho de pipoca), fio dental,
diagnóstico diferencial): é a infecção primária que palito.
pode envolver gengiva, lábio, outros tecidos orais e Alteração da morfologia radicular- fissura/fratura
ocasionalmente a face radicular, reabsorção radicular externa, perfuração
Etiologia: herpesvírus hominis (hsv-1), primeiro endodôntica iatrogênica.
ataque confere imunidade, pode haver infecção Complicações: formação de cistos, abscesso
recorrente, principalmente crianças e jovens, pode pericoronário, extensão da inflamação para o assoalho
acometer adultos entre 2° e 3º décadas de vida. da cavidade oral, comprometimento ganglionar,
Patogênese: primeira inoculação pele ou mucosa hsv celulite, angina de Ludwig, meningite aguda.
replica localmente, vírus penetra nas células Tratamento definitivo: decidir pela extração ouretenção
ganglionares. Reativação do vírus latente: trauma, dentária e remoção do opérculo.
febre, stress, sol, hormônios. Tratamento: antibioticoterapia (febre, edema,
Características clínicas: febre, inflamação difusa da linfadenopatia), bochechos com solução salina morna,
mucosa oral, aparecimento de vesículas após 1-2 dias anti-inflamatório e calor (trismo), limpeza da área com
de dor, rompimento das vesículas, úlceras rasas com irrigação e raspagem, eliminar trauma de oclusão
halo vermelho, dor severa. Dificuldade de fala, ("front plateau").
deglutição e mastigação. Nódulos linfáticos inchados e Tratamento: urgência odontológica, diagnosticar
doloridos. corretamente, drenagem da lesão (incisão ou sulco),
Tratamento: tratamento com analgésicos, limpeza raspagem e alisamento radicular, antibiótico (se
mecânica com bochechos, acyclovir (zovirax), nãousar necessário), rechaçar em 2 dias até uma semana para
antibióticos e corticoides. acompanhamento. Obs: o reparo das lesões agudas é
Diagnóstico diferencial: gengivite necrosante, difteria, notável.
gengivite descamativa, estomatite aftosa, líquen plano
(úlceras grandes, lesões de pele). Visão global da terapia periodontal:

Pericoronarite. Objetivos do tratamento periodontal: controlar a


Definição: infecção e inflamação aguda da gengiva e inflamação, manter e se possível recuperar o nível de
tecidos moles em torno de um dente incompletamente inserção, manter a dentição funcional e saudável.
erupcionado.
Etiologia: dente incompletamente erupcionado Fases do tratamento:
(principalmente 3° molar), acúmulo e proliferação Fase associada à placa: remoção do agente etiológico.
bacteriana, edema tecidual (fluido inflamatório), Fase corretiva: cirurgias, técnicas regenerativas.
formação de pseudobolsa. Fase de manutenção.
Características clínicas: edema do tec. Pericoronal
sobre o dente, formação de bolsa, traumatismo pela Plano de tratamento:
mastigação, dores irradiadas, supuração, halitose. Diagnóstico:
Tratamento: trisma causado por edema. Considerar ** na fase inicial do tratamento é impossível tomar
severidade do processo inflamatório, complicação uma decisão definitiva a respeito de todos os aspectos
sistêmica, possibilidade de reter o dente. da terapia corretiva, porque: o grau de sucesso do
Prevenção: remoção do capuz (opérculo): espaço tratamento relacionado à causa permanece
mínimo de 1cm do ramo da mandíbula, remoção desconhecido; desconhece-se a necessidade
precoce do dente impactado. "subjetiva" do paciente para com o tratamento; o
resultado de certas fases do tratamento é imprevisível.
Abscesso: Apresentação de caso e de alternativas de tratamento.
Abscesso relacionado à periodontite: infecção aguda Há necessidade de tratamento?
originada do biofilme presente em uma bolsa Dentes deveriam ser extraídos? Quais?Há necessidade
periodontal profunda. Caracterizado por um processo de terapia cirúrgica?
agudo de destruição tecidual com coleção purulenta, Há necessidade de antibióticos?
normalmente associado á obliteração de uma bolsa
periodontal profunda. Sequência de tratamento:
Exacerbação de uma lesão crônica- pacientes sem Terapia inicial (relacionada com a causa): constitui a
tratamento, infecção recorrente durante a manutenção. parte mais significativa do tratamento global das
Abscesso periodontal pós-terapia. doenças periodontais.
Patogênese: normalmente originado pela obliteração Objetivo: controlar ou eliminar a gengivite e sustar a
ou trauma da entrada da bolsa periodontal. Composto progressão da destruição do tecido periodontal por
por bactérias, produtos bacterianos, células meio da remoção ou controle da placa microbiana.
Instrução de higiene oral Terapia básica → fase cirúrgica= redução do infiltrado
Raspagem e "alisamento radicular": remoção de placa inflamatório, tecido gengival mais fibroso, redução no
e cálculo, remoção das endotoxinas, tornar a superfície sangramento, avaliação adequada do controle de placa.
biocompatível. Conclusão: a qualidade do controle de placa no sistema
O alisamento radicular para a remoção das de manutenção é o fator discriminante para o sucesso
endotoxinas? As endotoxinas estão superficialmente ou fracasso do tratamento cirúrgico da doença
aderidas, a placa subgengival vital representa o agente periodontal.
nocivo crítico. Planejamento da terapia corretiva: objetivos: acesso
Habilidade do operador, anatomia do dente, para raspagem e alisamento radicular, estabelecer uma
instrumental adequado, regime de instrumentação, morfologia gengival que facilite o controle de placa
profundidade da bolsa. pelo paciente, regeneração da inserção periodontal
Remoção de fatores retentivos de placa: eliminação e perdida.
prevenção da recorrência dos depósitos bacterianos O planejamento do tipo e extensão do tratamento
localizados supra e subgengival. cirúrgico deve estar baseado nas medidas de
formação de cálculo: profundidade de bolsa e sangramento à sondagem,
Cálculo supragengival ou cálculo salivar: pode ser feitas ao final da fase inicial do tratamento.
formado em 1 ou 2 semanas após profilaxia. Tem cor Cirurgia periodontal onde persistirem bolsas (>5mm)
amarelada. que sangram à sondagem.
Cálculo subgengival ou linfático: localizado na Em pacientes com grande número de áreas
margem gengival se estendendo apicalmente. A placa periodontais com bolsas rasas, a abordagem cirúrgica
subgengival é calcificada pelo exsudato inflamatório deve ser evitada, enquanto, em pacientes com diversas
(origem linfática). Leva + de 1 mês para se formar. Cor bolsas profundas, o tratamento cirúrgico pode resultar
escura e duro. num ganho maior de inserção clínica.
a fase inicial só é concluída com uma análise Planejamento da terapia de manutenção: objetivo:
escrupulosa dos resultados obtidos em relação à prevenir a recidiva da doença. O intervalo de tempo
eliminação ou controle das doenças dentárias. O entre as consultas de revisão deve estar sempre
resultado desta avaliação constitui a base para a relacionado com a capacidade do paciente de manter
seleção das medidas corretivas que devem ser incluídas um padrão adequado de higiene oral. Achados de
na terapia corretiva. Deve incluir avaliações do efeito diversos estudos indicam que revisões a cada 3 meses
dos procedimentos profissionais, bem como do padrão são eficazes, na prevenção da recidiva da doença, para
dos cuidados domésticos de higiene oral dopaciente. a maioria dos pacientes. Porém, o programa deve ser
Reexame: o resultado das medidas terapêuticas deve individualizado.
ser descrito em termos de: grau de resolução da Sessão de manutenção: avaliação do padrão de higiene
inflamação gengival, grau de redução da profundidade oral, raspagem e polimento dos dentes (quando
de sondagem e das alterações dos níveis de inserção indicado), revisão dos níveis de inserção, isg, e
clínica, grau de redução da mobilidade dentária, profundidade de bolsa.
melhora da higiene oral pessoal. Independente do método de terapia usado, o objetivo
Sangramento à sondagem: ausência de sangramento à final do tratamento ativo deve ser idealmente aquele no
sondagem é considerado como um indicador confiável qual não haja presença de áreas onde o sangramento
de condições periodontais estáveis. pode ser provocado pela sondagem.
** presença de sangramento = inflamação, porém sem
afirmar futuras perdas de inserção. Antibióticos em periodontia:
Ausência de sangramento = dificilmente ocorrera
futuras perdas de inserção. Conceitos farmacologia:Farmacocinética
Supuração: a ocorrência de supuração à sondagem ou Farmacodinâmica
espontânea deve ser suficiente para retratamento. ½ vida- tempo que medicamento permanece ativo no
Profundidade de bolsa residual: deve ser organismo, é importante para definir intervalo de cada
correlacionada com a profundidade de bolsa inicial, droga. Dose diária= peso x fração da droga.
avaliar em associação com a condição inflamatória, a Mic
prof. De bolsa residual pode ser explicada por fatores
anatômicos. ** quando utilizar antibióticos na terapia periodontal?
Resultado da fase inicial: Natureza infecciosa da doença periodontal ou
bom padrão de higiene oral e melhora nos níveis de limitação na eficácia da terapia mecânica.
inserção e redução na profundidade das bolsas.bom Razões para o insucesso da terapia mecânica:
padrão de higiene oral, mas com áreas de sangramento deficiência imunológica, presença de bactérias nos
à sondagem e melhora parcial nos níveisde inserção. canalículos dentinários, recolonização por bactérias
baixo padrão de higiene oral, e ausência de melhora nos que invadem tecidos, dificuldade de acesso para o
níveis de inserção e nas medidas de profundidade de debridamento, presença de patógenos desconhecidos.
bolsa.
Se, após raspagem e alisamento radicular, persistem História:
sinais de sangramento à sondagem e se o nível clínico 1º guerra mundial: 1914-19181928 - Alexander
de inserção não melhora, deve-se considerar a terapia Fleming Fungo - penicillium notatum 2º guerra
cirúrgica. mundial: 1939
Tetraciclinas:
Complexos microbianos de socransky: Mecanismo de ação: inibição de síntese protéica.
Complexo vermelho (mais associadas a doença Bacteriostático. Baixa toxicidade pode inibir a
avançada)- p. Gingivalis, t. Forsythia, t. Denticola colagenase (modulação da resposta do hospedeiro).
(bactérias anaeróbias estritas). Une-se à superfície dentária- liberada lentamente.
Complexo laranja (patógeno chave)- c. Gracilis, s. Restrições ao uso da tetraciclina- não se deve
Constellatus, e. Nodatum, c. Rectus, p. Intermedia, p. administrá-la durante o período de desenvolvimento
Nigrescens, p. Micra, f. Nuc. Vincentii, f. Nuc. das dentições (metade final da gravidez e primeira
Nucleatum, f. Nuc. Polymorphum, f. Periodonticum, c. infância até os 8 anos) - risco de ocorrem alterações
Showae. permanentes de coloração dos dentes e hipoplasia de
Complexo verde (patobiontes)- e. Corrodens, c. esmalte. Antiácidos a base de alumínio, cálcio ou
Gingivalis, c. Sputigena, c. Ochracea, c. Concisus, a. magnésio, bem como preparações contendo ferro
Actina. prejudicam a absorção da droga. Derivados semi-
Complexo amarelo (pioneiras)- s. Mitis, s. Orais, s. sintéticos: minociclina, doxiciclina.
Sanguinis, s. Gordonii, s. Intermedius. Vários autores tem mostrado efeito benéfico de
+ aggregatibacter actinomycetemcomitans: bactéria minociclina e doxiciclina, quando associados à
anaeróbia facultativa. Espécie leucotoxica (produz raspagem e alisamento radicular. Dosagem
toxina que destrói leucócitos). tetraciclina:250 mg o4x/dia de o7 a 10 dias. Dosagem
Características da droga: deve demonstrar atividade in minociclina/doxiciclina: 100-200 mg /dia durante 14
vitro contra os patógenos, a dose suficiente para dias - 21 dias. Periostat - doxiciclina 20 mg o2x/dia o3
eliminar o organismo-alvo deve ser alcançada dentro meses.
do ambiente subgengival, não deve apresentar maiores
efeitos adversos locais ou sistêmicos, deve ser seguro Clindamicina:
manter-se a concentração requerida por um período Mecanismo de ação: inibição de síntese protéica.
longo o suficiente para afetar significativamente a Bacteriostático. Amplo espectro de ação. Potente
microbiota. antibiótico que penetra bem no fluido gengival e é
Vias de administração: eficaz contra a maioria dos patógenos
Sistêmica: ampla distribuição. Nível da droga variado periodontais(eficaz contra bactérias anaeróbias), com
nos diferentes compartimentos do corpo. Pode alcançar exceção feita ao A.actinomycetemcomitans. Eficaz em
melhor microrganismos amplamente distribuídos, situações nas quais o paciente é alérgico à penicilina.
efeitos colaterais sistêmicos, necessita de boa adesão Atinge a flora gram-negativa caracterizada pela
do paciente presença de pigmento negro como é o caso da
Local: alcance efetivo limitado. Altas doses no sítio de prevotella intermedia, porphyromonas gingivalis,
tratamento, baixos níveis em outros locais. Pode agir tannerella forsythia, espécies de fusobacterium e outras
melhor localmente sobre as bactérias associadas ao bactérias anaeróbicas gram-negativas. Potencial para
biofilme, reinfecção proveniente de locais não- desenvolvimento de colite pseudomembranosa
tratados, independe da colaboração do paciente. associada ao crescimento excessivo de clostridium
** via de administração local não é usada no brasil. difficile . Esta infecção está associada com diarréia,
** quais as vantagens e desvantagens de cada uma? febre, leucocitose e cólicas abdominais.
Principais drogas:
Uso sistêmico: penicilina, tetraciclina, clindamicina, Nitroimidazóis (metronidazol e ornidazol):
compostos nitroimidazólicos (metronidazol, Mecanismo de ação: inibição da síntese de ácido
ornidazol), quinolonas (ciprofloxacino), eritromicina, nucléico (dna). Bactericida. Metronidazol é o mais
azitromicina. utilizado. Espectro de ação sobre bactérias anaeróbias
Uso local: tetraciclina, minociclina, doxiciclina, estritas. Não eficaz contra a. Actinomycetemcomitans.
metronidazol e clorexidina Sucesso no tratamento de processos agudos.
Mecanismos de ação: inibição da duplicação Metronidazol apresenta alta concentração no fluido
cromossômica ou da transcrição, inibição da atuação gengival. Evitar em pacientes que tomam
de enzimas que produzem substancias essenciais ao anticoagulantes. Atenção: efeito antibiose!!! Interação
metabolismo, danos a membrana plasmática, inibição entre álcool e metronidazol. Sinais de intoxicação,
da síntese de proteínas, inibição da síntese da parede náuseas, queda de pressão, taquicardia e dispnéia.
celular. Dosagem metronidazol: 250 mg o3x/dia de o7 a 10 dias
ou 400 mg o2x/dia de o7 a 10 dias.
Penicilinas:
Mecanismo- inibição da síntese da parede celular. Quinolonas (ciprofloxacino):
Bactericida. Baixa toxicidade. Contra indicações- Drogas sinteticamente produzidas. Mecanismo de
hipersensibilidade à droga. ação- inibição da síntese de ácido nucléico (dna).
As penicilinas, especialmente a amoxicilina, possuem Bactericidas. Penetra rapidamente no tecido
considerável atividade contra muitos patógenos periodontal doente e no fluido gengival crevicular e
periodontais. Inativada por ß-lactamase. Amoxicilina / pode até mesmo atingir concentrações mais elevadasdo
amoxicilina + clavulanato de potássio. Dosagem- 500 que no sangue
mg o3x/dia durante o7 dias. Ciprofloxacino possui amplo espectro de ação sobre
bactérias facultativas, bactérias gram-negativas e gram-
positivas. Eficaz contra o a. Actinomycetemcomitans. profundidade de bolsa e sangramento à sondagem,
Dosagem:500mg o2x/dia de 08 a 10 dias. feitas ao início da fase inicial do tratamento. Cirurgia
periodontal onde persistirem bolsas (2=6mm) que
** Regime antibiótico: sangram à sondagem
Monoterapia. Terapia combinada.Terapia seriada.
Associação entre drogas: Contra-indicações para cirurgia: falta de cooperação do
Metronidazol (250 mg) + amoxicilina (500 mg). paciente; doenças sistêmicas (descontrolada); fase
Metronidazol (400 mg) + ciprofloxacino (500 mg). aguda da doença periodontal; pacientes com idade
Vantagem da terapia combinada: aumento do espectro avançada/pacientes grávidas (contra-indicações
de ação. relativas).

Cirurgia em periodontia: ** Tipos de Incisões:


Técnicas ressectivas- elimina do excesso de tecido. Intrasulcular. Bisel Interno.
Técnicas regenerativas- devolve aos tecidos função Bisel Externo- gengivectomia.
original em forma e função (uso de membrana como
barreira física para impedir a migração do epitélio Tipos de retalho:
juncional longo antes dos demais tecidos). Total: mucoperiosteal. Epitélio, conjuntivo e periósteo.
Técnicas mucogengivais- ou cirurgias plásticas Parcial ou dividido: epitélio e conjuntivo. Preserva
periodontais. Recobre a raiz, aumenta espessura tecido queratinizado (gengiva).
gengival…

Cronologia:
Diagnóstico- terapia básica- reexame (reexame
acontece em 45 dias pois é o tempo que o epitélio
juncional longo realiza o reparo):
Paciente não cooperador- insucesso.
Paciente cooperador-
Insucesso- antibiótico ou cirurgia.
Sucesso- manutenção (no reparo as células do epitélio
juncional longo são as primeiras a migrar e se
multiplicar, ou seja essas células se proliferam mais
rapidamente que outras células impedindo que outras
células se proliferem= não devolve os tecidos originais
em forma e função).
** diferença entre reparo e regeneração: regeneração
devolve tecidos originais em forma e função e reparo
não).

Indicações para a terapia cirúrgica: acesso para a


raspagem, estabelecer uma morfologia gengival que
permita o controle de placa, redução da profundidade
de bolsa, correção de aberrações gengivais grosseiras
(ex: áreas de hiperplasia gengival após uso de
aparelhos ortodônticos por um longo período- cirurgia
ressectiva), deslocamento apical da gengiva para expor
margens de restaurações, facilitar terapia restauradora
adequada (cirurgia ressectiva em caso de cáries
subgengivais por exemplo).
+ invasão de espaço biológico: osteotomia, osteoplastia
e retalho (total ou parcial)
Indicação para cirurgia periodontal com relação aos
sítios: sítios com pbs maior ou igual a 6mm; presença
de exsudato; ausência de sítios profundos isolados;
critérios com relação a áreas estéticas.

Importância da terapia básica na fase cirúrgica:


redução do infiltrado inflamatório, tecido gengivalmais
fibroso, redução no sangramento, avaliação adequada
do controle de placa.

Para adotar medidas corretivas (fase cirúrgica): o


planejamento do tipo e extensão do tratamento
cirúrgico deve estar baseado nas medidas de

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