Você está na página 1de 58

CURSO DE NUTRIÇÃO

Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E


DIETOTERAPIA I

DIETAS HOSPITALARES

Profª Dra Barbara Martins Vieira

Anápolis – 2021.2
Associação Educativa Evangélica
CURSO DE NUTRIÇÃO
Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I
DIETAS HOSPITALARES

OBJETIVOS:
•Conhecer as modificações químicas das dietas hospitalares.
•Reconhecer as modificações físicas que podem acontecer nas dietas para
enfermos.
•Identificar o uso de recursos da gastronomia no preparo das dietas
hospitalares.
Associação Educativa Evangélica
CURSO DE NUTRIÇÃO
Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I
DIETAS HOSPITALARES

REFERÊNCIAS:

Muttoni, Sandra. Patologia da nutrição e dietoterapia / Sandra Muttoni ;


revisão técnica: Juliana S. Closs Correia. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 373
p. : il.

Associação Educativa Evangélica


DIETAS HOSPITALARES
Nut. Dra. Barbara Martins
QUAL O CENÁRIO DE DESNUTRIÇÃO INTRA-HOSPITAR ATUAL NO
BRASIL?

• Raupp et al, 2018


577 Pacientes – Porto Alegre
Ambos os sexos
Idade: 53.9 ± 15.8
Prevalência: 28.5% a 35.3%
QUAL O MOTIVO DE BAIXA ACEITAÇÃO DAS DIETAS
HOSPITALARES?
CONCEITOS
DIETA

• Conjunto sistematizado de normas de alimentação de um indivíduo , seja


ele saudável ou enfermo
• Padrão alimentar do indivíduo, o que difere do conceito de cardápio
(tradução culinária das preparações e da forma de apresentação das
refeições e alimentos

DIETOTERAPIA

• Tratamento dos indivíduos portadores de determinada patologia através


de uma alimentação adequada, considerando-se não só a doença, mas
também as condições em que se encontra o indivíduo.
ALIMENTAÇÃO NORMAL VS ALIMENTAÇÃO ESPECIAL

ALIMENTAÇÃO NORMAL

• é aquela balanceada em nutrientes, de fácil preparação, de


apresentação agradável, adequada a indivíduos sadios e aqueles
doentes que não necessitam de nenhum tipo de modificação na sua
dieta

ALIMENTAÇÃO ESPECIAL

• Tratamento dos indivíduos portadores de determinada patologia


através de uma alimentação adequada, considerando-se não só a
doença, mas também as condições em que se encontra o indivíduo.
DEVEM SER CONSIDERADOS:
TIPO DE REFEIÇÕES:
RESÍDUOS
• De acordo com a quantidade de celulose contida nos alimentos e com a rigidez do
tecido conectivo de animais.

Pode ser :
• Isenta de resíduos (repouso gastrointestinal)
• Pouco resíduos (frutas e/ou verduras cozidas em forma de purê).
• Resíduos brandos (cereais triturados, verduras tenras cruas ou cozidas, frutas
cozidas, em compotas ou sem casca).
• Rica em resíduos (vegetais folhosos, frutas cruas e com casca, cereais integrais) –
estimular o trânsito gastrointestinal.
GASTRONOMIA HOSPITALAR
• “O conceito de “Comida de hospital” tem sofrido uma mudança radical nos
últimos anos.
• O Conceito de HOTELARIA vem sendo incorporado à área hospitalar, fazendo com
que aquela ideia de ambiente com cheiro de remédio e comida sem sabor (e má
aparência) seja completamente distorcida, ou seja, assim o usuário se sente como
cliente e menos paciente (BEZERRA, 2003).
DIETAS HOSPITALARES

• Alterações Físicas (Consistência):


• Normal/Geral
• Branda
• Leve
• Pastosa
• Líquida
Modificações da Dieta Normal:
Modificações da Dieta Normal:
POR QUÊ?

• Possibilitar a recuperação do paciente no menor tempo possível


• Evitar a desnutrição intra-hospitalar
• Manter as reservas de nutrientes no organismo
• Adequar a ingestão de energia, macro e micronutrientes às
necessidades nutricionais do paciente
Modificações da Dieta Normal - Exemplo
Dieta Geral

Definição: Sem Restrições


Indicação: Não exige modificações químicas e/ou
consistência

Características:
São permitidos todos os tipos de alimentos
e Preparações Culinárias
Dieta nutricionalmente Balanceada
DIETA NORMAL - Geral

Recomendações:
• Evitar frituras
• Preferir o cozimento rápido das hortaliças, para diminuir a perda de nutrientes
• Incluir hortaliças verde-escuras e frutas (frescas/com casca)
• Contar como uma porção de frutas somente os sucos 100% puros
• Retirar as gorduras visíveis das carnes
• Selecionar as carnes assadas, grelhadas ou preparadas no vapor
• Limitar a quantidade de gorduras e açúcares adicionais
• Dispor as preparações de forma harmoniosa e agradável
DIETAS HOSPITALARES

• Alterações Químicas (Qualitativas):


• Normo/ hiper / hipocalórica
• Normo/ hiper / hipoprotéica
• Normo / hiper / hipoglicídica
• Normo / hiper / hipolipídica
• Hipossódica
• Rica / pobre em potássio
• Rica / pobre em fibras
• Teor reduzido de colesterol
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Normo/ hiper / hipocalórica
• Normocalórica: dieta com quantidades normais de calorias, dentro das
necessidades distintas de cada paciente.
• Hipocalórica: dieta com calorias em quantidades abaixo do necessário. Sua função
é produzir balanço energético negativo e, consequentemente, perda de peso.
Indicada para pacientes obesos ou em caso de doenças que requerem urgência
médica em perda de peso. Não possui alimentos de alta densidade calórica.
• Hipercalórica: dieta com calorias em quantidades acima do valor energético total
(VET) do paciente. Tem a função de gerar balanço positivo e, consequentemente,
ganho de peso. Indicada para pacientes em subnutrição. Possui alimentos de alta
densidade calórica
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Normo/ hiper / hipoprotéica
• Normoprotéica: dieta que possui quantidades normais de proteínas, segundo as
necessidades distintas do paciente.
• Hipoproteica: possui quantidades diminuídas de proteínas, cuja finalidade é
prevenir o acúmulo de metabólitos nitrogenados. Indicada para pacientes com
insuficiência renal crônica, encefalopatia hepática ou outra patologia cujo
catabolismo proteico possa interferir na evolução positiva do quadro clínico.
• Hiperptoteica: dieta com quantidades aumentadas de proteínas a fim de produzir
balanço positivo de nitrogênio. A relação caloria/proteína deve ser suficiente.
Indicada para pacientes em estado de hipercatabolismo.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Normo/ hiper / hipoglicídica
• Normoglicídica: dieta em quantidades normais de carboidratos, conforme
as necessidades distintas de cada paciente.
• Hipoglicídica: possui quantidades de carboidratos reduzidas, tendo como
principal objetivo diminuir a quantidade destes sem reduzir,
necessariamente, as calorias. Como exemplo temos a dieta para o
diabético, a qual é normocalórica e hipoglicídica, tendo redução de
carboidratos simples, com destaque à sacarose.
• Hiperglicídica: dieta com quantidades aumentadas de carboidratos.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Normo/ hiper / hipolipídica
• Normolipídica: possui quantidades normais de lipídios, segundo as necessidades
individuais de cada paciente.
• Hipolipídica: dieta com teor reduzido de gorduras, principalmente as saturadas,
indicada para pacientes com hipercolesterolemia e obesos.
• Hiperlipídica: dieta com uma boa quantidade de gorduras, principalmente de
triglicerídeos de cadeia média (TCMs). Geralmente é indicada para tratamento de
desnutrição grave. Nem sempre pode ser associada à dieta hipercalórica, pois
pode ser ajustada de acordo com as necessidades do paciente, com foco apenas
na maior oferta de gorduras de boa qualidade.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Hipossódica
• dieta com teor reduzido de sódio, o qual é presente em
grande quantidade em diversos tipos de alimentos.
• É indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas,
edemaciados, entre outros.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Rica / pobre em potássio
• Rica em potássio: dieta contendo alimentos fonte de potássio. Conforme alguns
estudos, a carência de potássio é comum em pós-operatórios, em casos de má
nutrição, equilíbrio nitrogenado prolongado, perdas gastrintestinais e alcalose
metabólica, assim como em casos de insuficiência cardíaca, em que o teor de
potássio no miocárdio se esgota e com a recuperação ocorre repleção de potássio.
• Pobre em potássio: dieta com teor reduzido de potássio. Este tipo de dieta pode
ser administrada em casos de doenças renais em que a acidose metabólica é
comum.
DIETAS HOSPITALARES
Alterações Químicas (Qualitativas):
• Rica / pobre em fibras
• a escolha destas dietas depende, basicamente, da motilidade intestinal do
paciente. Quanto maior for a quantidade de fibras, maior será o peristaltismo
intestinal e, quanto menor for a quantidade de fibras, menor o esforço
gastrintestinal.
• A dieta com baixo teor de fibras é indicada, principalmente, nos problemas de
trato gastrintestinal e cirurgias de cólon.
• No caso das dietas com alto teor de fibras, alguns cuidados devem ser
considerados. Se não houver ingestão adequada de água, o quadro de
constipação, por exemplo, pode se agravar. É possível, também, ocorrer alterações
no funcionamento do intestino, causando gases e até diarreias. Além disso, a
ingestão excessiva de fibras pode prejudicar a absorção de nutrientes importantes
ao nosso organismo, como o cálcio e o ferro, por exemplo
DIETAS HOSPITALARES

Alterações Químicas (Qualitativas):


• Teor reduzido em colesterol
• consiste em restringir a utilização de gorduras saturadas, utilizando-se,
moderadamente, das gorduras poli e monoinsaturadas. Indicada para
pacientes com dislipidemias ou pressão arterial elevada.

Você também pode gostar