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Conduta e

Prescrição
dietética

Prof.ª Sheila Guimarães


Médicos e nutricionistas têm regulamentação
profissional e formação distintas: aos médicos
cabe a prestação de serviços especializados à
comunidade (Lei nº 9.394, art. 43, VI) no
tratamento de doenças, ou de pessoas
doentes; aos nutricionistas cabe a prestação
de serviços relacionados à alimentação e à
Nutrição, em toda sua amplitude. A formação
em nível de especialização não se destina a
capacitar médicos para além do curso de
graduação, mas sim para treiná-los de forma
coerente com a formação da graduação, não
adquirindo, com a obtenção de títulos de
especialista, competências para atuação em
áreas diversas da graduação. Ainda, o ensino
das disciplinas de Nutrição e alimentação nos
cursos de especialização, inclusive em
residências, é privativo dos nutricionistas,
(inciso V, do art. 3°, da Lei n° 8.234/1991),
haja vista que tais cursos constituem
complementação da graduação em Medicina.
Planejamento Dietético

Tem início com o


diagnóstico
nutricional do
indivíduo

• É a partir daí que o nutricionista traça o objetivo da


intervenção nutricional, ou seja
• Manutenção de peso
• Ganho de massa muscular
• Perda de peso
• Adoção de plano alimentar saudável
O atendimento nutricional

Anamnese nutricional

Parâmetros: dietéticos, clínicos e


bioquímicos.

1ª etapa Dados pessoais e investigação clínica

2ª etapa investigação dietética: inquéritos alimentares

3ª etapa Necessidades energéticas

4ª etapa Distribuição dos macronutrientes


O atendimento nutricional

5ª etapa Dieta para o cálculo

Distribuição dos alimentos da dieta em


6ª etapa
quantidade que atendam as recomendações

7ª etapa Apresentação do VET real obtido

8ª etapa Avaliação da qualidade da PTN ingerida

Avaliação das recomendações hídricas,


9ª etapa
micronutrientes e fibras

10ª etapa Conduta e prescrição


Conduta dietoterápica

Orientações para Conduta Dietoterápica

Deve conter via de acesso (oral), volume (normal), temperatura (adequada às


preparações), fracionamento (seis refeições), características físicas (livre –
pessoas sem restrições e com ausência de alterações metabólicas) e químicas da
dieta (normo, hiper ou hipo: calórica, proteica, glicídica e lipídica) com as devidas
justificativas. Ou seja, é o seu planejamento com as justificativas. Não entram
números, somente as características (normo, hiper ou hipo) e justificativa.
Devem colocar as recomendações de micronutrientes, fibras e água de acordo
com as RDIs 2011. Também devem colocar recomendações de nutrientes
específicos para o caso e orientações sobre possíveis fatores que interfiram na
biodisponibilidade (aula biodisponibilidade e sua aplicabilidade). Por exemplo se
houver relato de constipação na anamnese: Aumentar a ingestão de fibras
solúveis e insolúveis no limite superior da recomendação da RDI 2011 (30g/dia),
além de aumentar a oferta hídrica (mínimo 1,5 L/dia), visando hidratação e a
restauração da função intestinal e equilíbrio da microbiota.
Conduta dietoterápica
Exemplo: Paciente do gênero ♀, apresenta obesidade grau I, segundo o IMC, diabetes
tipo II e constipação.

Conduta (Exemplo):
A dieta será hipocalórica em relação ao peso atual para promover uma perda de peso já
que o paciente apresenta obesidade grau I. Será normoglicídica enfatizando o consumo
de carboidratos complexos evitando mono e dissacarídeos para controlar a glicemia.
Normoproteica e normolipídica. As vitaminas e os minerais serão oferecidos de acordo
com as recomendações da IDR. Será oferecido uma quantidade de fibras (tanto solúveis
quanto insolúveis) no limite superior do recomendado pela IDR, já que o paciente é
constipado. Lembrando que as fibras insolúveis aceleram o trânsito intestinal melhorando
a constipação e as fibras solúveis retardam o esvaziamento gástrico oferecendo uma
maior saciedade e controlam os aumentos bruscos da taxa de glicemia. A ingestão de
água deve ser de no mínimo 1,5 mL/Kcal.
Quanto as características física da dieta, a consistência será normal tendo em vista que o
paciente não possui nenhuma dificuldade para se alimentar. Terá fracionamento normal (6
refeições) e volume aumentado para promover maior saciedade. A temperatura das
refeições será de acordo com as preparações enfatizando que preparações quentes
oferecem uma maior saciedade.
Prescrição dietoterápica

A prescrição dietética é um resumo da conduta.

Exemplo de prescrição:

Será oferecida uma dieta hipocalórica em relação ao peso


atual, normoglicídica, normoproteica e normolipídica;
vitaminas, minerais e fibras de acordo com as
recomendações da IDR. Ingestão de água dever ser de no
mínimo 1,5 mL/Kcal.
A dieta será por via oral, terá consistência normal,
fracionamento aumentado, volume reduzido e temperatura de
acordo com as preparações.
Recomendações Nutricionais

Como posso avaliar se a dieta é hipo, normo ou hiper?

• Proteínas (recomendações RDA - FAO/OMS): 0,8 a 1 g/kgPC (10 a 15% do VET)


• Carboidratos (recomendações RDIs - FAO/OMS): 45 a 65% do VET (4 a 7 g/KgPC)
• Lipídeos (recomendações RDIs - FAO/OMS): 20 a 35% do VET (1 a 2 g/Kg PC)
Dietoterapia na perda ou ganho de peso

Método Venta (valor energético do tecido adiposo): (LEÃO;


GOMES, 2010)
Para aumentar ou reduzir o peso por mês, considera-se o
valor energético do tecido adiposo:

7700 x Kg (a perder) ÷30


OU
1 kg de tecido adiposo / mês = 7.700 kcal / 30 dias = 256,5
kcal/ dia
• 1 kg 256 kcal
• 2 kg 513 kcal
• 3 kg 769 kcal
• 4 kg 1026 kcal
LEÃO, L. S. C. S.; GOMES, M. C. R. Manual de nutrição clínica: para atendimento ambulatorial do adulto. 10 ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010.

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