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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

GRADUAÇÃO BACHARELADO NUTRIÇÃO


ILANA ALVES DE SOUSA

DIETOTERAPIA

CRUZEIRO DO SUL
2022
ILANA ALVES DE SOUSA

DIETOTERAPIA

Trabalho descritivo apresentado ao Curso de


Graduação Bacharelado de Nutrição do
Claretiano Centro Universitário, a ser utilizado
como uma das diretrizes para obtenção de notas
para a aprovação e conclusão do 6° semestre da
disciplina de Nutrição.
Prof.(a): Naiane Lima Silva.

CRUZEIRO DO SUL
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO______________________________________________________4
2. REFERENCIAL TEÓRICO ___________________________________________5
3. CONCLUSÃO_______________________________________________________6
4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS___________________________________7
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1. INTRODUÇÃO

O objetivo principal do trabalho foi, no entanto, descrever as recomendações nutricionais


para a prevenção e tratamento de diversas patologias. Para tanto, uma ampla revisão
bibliográfica de artigos científicos e livros foi realizada. Dentre os aspectos mais importantes,
ressalta-se que a prevalência mundial de diabetes está aumentando, associada à maior
ocorrência de obesidade, que se constitui no principal fator de risco para o diabetes tipo2, o
mais frequente nas populações. Diversos estudos têm demonstrado que o controle dos níveis
glicêmicos podem prevenir ou retardar o desenvolvimento das complicações dietéticas.

A dietoterapia tem um papel fundamental nesse controle. Ao longo do tempo, as


orientações dietéticas sofreram modificações e hoje em dia a dieta recomendada aos
indivíduos com diabetes é muito semelhante à dos não-diabéticos, com restrições no que diz
respeito a carboidrato de absorção rápida. Além do papel da dietoterapia na prevenção e
controle do diabetes, o profissional nutricionista pode estar atuando na prevenção da
obesidade, que, em última análise, contribuirá para prevenção da intolerância a glicose.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO

1. Descreva as recomendações nutricionais no tratamento do câncer.

O tratamento oncológico pode gerar uma série de efeitos colaterais que podem ser evitados
ou amenizados com o auxílio de uma alimentação equilibrada. O objetivo principal é a cura do
câncer, cuidar também da sua alimentação nesse período irá ajudá-lo a se manter forte, dando ao seu
corpo os nutrientes que ele necessita. Alimentar-se bem e manter-se nutrido não é apenas uma
necessidade física, mas é também indicativo de prazer, bem-estar, alegria e saúde.

Por esse motivo, a avaliação nutricional do paciente com câncer é fundamental para identificar
qualquer risco nutricional. Assim, o profissional de saúde consegue fazer a intervenção correta e
precoce evitando a evolução do quadro.

A triagem nutricional é o procedimento que avalia se a pessoa está com risco nutricional e
deve ser realizada no momento da descoberta da doença, durante o tratamento e no final do
tratamento

A dieta do paciente com câncer

Benefícios:

Melhora da ingestão de alimentos.


Redução dos desequilíbrios metabólicos.
Manutenção da massa muscular.
Melhora da resposta aos tratamentos oncológicos.
Aumento da qualidade de vida.

Se a ingestão alimentar por via oral permanecer inadequada, a nutrição por via enteral ou
parenteral pode ser indicada, dependendo do nível de função do sistema gastrintestinal. O ponto
importante é que, diferentemente da desnutrição simples, o baixo consumo de calorias e nutrientes,
bem como a perda de massa muscular observada nos pacientes com câncer, é impulsionado por uma
combinação da redução da ingestão alimentar e de desarranjos metabólicos. Esses distúrbios
nutricionais e metabólicos são frequentes no câncer, mas com uma boa avaliação e um bom
tratamento, podem ser reversíveis.
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A dieta personalizada tem como objetivo melhorar a ingestão de alimentos, diminuir os


desequilíbrios metabólicos, manter a massa muscular esquelética e o desempenho físico, reduzir o
risco de reduções ou interrupções dos tratamentos contra o câncer, além de melhorar a qualidade de
vida do paciente.

O nutricionista orienta e desenha planos de alimentação específica para cada paciente. As


mudanças na dieta são feitas para ajudar a diminuir os sintomas da doença e os efeitos colaterais
dos tratamentos. De acordo com as necessidades específicas de cada paciente, o nutricionista pode
alterar não só os tipos de alimento, como também, a quantidade e a frequência com que devem ser
consumidos, e a maneira de consumir determinado alimento.

O objetivo de uma boa nutrição para pacientes com câncer avançado é oferecer a melhor
qualidade de vida possível, além de controlar os sintomas que provocam a doença e os efeitos
colaterais dos tratamentos.

Os pacientes com doença avançada podem ser tratados com determinados tipos de terapia
anticancerígena, além de cuidados paliativos. Os objetivos nutricionais são diferentes para cada
paciente, e para cada fase do tratamento, e são readequados sempre que não estiverem ajudando o
paciente. Assim como o foco do tratamento vai se moldando à condição de cada paciente e à fase
em que ele se encontra, os objetivos nutricionais podem tornar-se menos agressivos, visando manter
o paciente o mais confortável possível com uma nutrição adequada.

Para os pacientes em fase terminal de doença, os objetivos da terapia nutricional estão


focados em aliviar os sintomas ao invés de se obter os nutrientes necessários para uma vida
saudável. Os sintomas mais frequentes que podem ocorrer nessa fase podem incluir perda de
apetite, boca seca, problemas de deglutição, náuseas e vômitos.

Alguns pacientes nesse estágio muitas vezes não sentem fome e podem perder a vontade de
comer. Pequenos goles de água, pedaços de gelo e cuidados com a boca podem diminuir certos
incômodos. É importante estabelecer uma boa comunicação com a equipe médica para entender as
necessidades nutricionais de cada paciente.

Riscos do apoio nutricional nessa fase da vida incluem:

Infecção pelo uso de nutrição parenteral.


Aspiração pelo uso de nutrição enteral.
Feridas e lesões da pele onde o cateter enteral está inserido.
Diarréia pelo uso da nutrição enteral e parenteral.
Complicações causadas pela sobrecarga de líquidos pelo uso da nutrição enteral e parenteral.
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2. Descreva as recomendações nutricionais e tratamentos nutricionais da AIDS.

O estado nutricional do paciente com HIV/AIDS adquiriu importância na prática clínica devido
à desnutrição e aos efeitos colaterais da terapia antirretroviral. Mesmo na era HAART (terapia
antirretroviral de alta eficácia/highly active antirretroviral therapy), não é pequeno o número de
pacientes com perda de peso corporal e alterações importantes de composição corporal. Assim,
recomenda-se atuar de imediato em qualquer indivíduo HIV+, assintomático ou na vigência de
AIDS, que tenha perda de peso. Logo, deve-se instituir terapia nutricional (TN) e farmacológica,
quando indicada. Essa vigilância contribui para sobrevida de pacientes HIV+, ao retardar a
imunodepressão de origem nutricional e a ocorrência de infecções oportunistas. Ao manter-se a
homeostase corporal e a autoestima, melhora-se também a qualidade de vida do paciente com
HIV/AIDS.

Os objetivos da terapia nutricional (TN) são:

• Evitar a desnutrição, principalmente a perda de peso corporal;

• Minimizar os sintomas e prevenir as infecções do HIV e as oportunistas;

• Melhorar a tolerância ao tratamento antirretroviral;

• Ajudar a manter a composição corporal;

• Promover melhor qualidade de vida.

Como objetivo, a TN no portador de HIV/ AIDS deve sempre minimizar sintomas, melhorar
aporte nutricional e promover o bem-estar.

Não existe evidência na literatura sobre o aumento do gasto energético em pacientes com
HIV/AIDS. Um estudo demonstrou aumento de 25% na GEB de pacientes com Aids estáveis e,
aumento de 29% na GEB em pacientes com Aids associada a infecção secundária. Infecções
secundárias, na maior parte das vezes, produzem anorexia e aumento da GEB, resultando em perda
de peso e diminuição da ingestão dietética. Estudo recente demonstrou que elevada concentração
sérica de vitamina E está associada com marcadores anormais para aterosclerose e pode aumentar
risco de complicações cardiovasculares em adultos infectados por HIV.

Recomendações

• Na fase estável da doença, a necessidade proteica deve ser 1,2 g/kg peso atual/dia. Na fase aguda,
a necessidade de proteínas aumenta para 1,5 g/kg de peso atual/dia;
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• A necessidade energética para paciente assintomático é de 30-35 kcal/kg/dia. Em paciente


sintomático com a doença propriamente dita - AIDS e CD4 inferior a 200 células, a necessidade é
de 40 kcal/kg/dia;

• Há necessidades especiais de micronutrientes: vitaminas A, B, C, E, zinco e selênio que não


devem ser inferiores a 100% das DRIS.

3. Descreva as recomendações nutricionais e tratamentos nutricionais no diabetes mellitus.

O papel atual da dietoterapia no Diabetes mellitus é:

fornecer calorias suficientes para manutenção da eutrofia e plena atividade;

manter equilíbrio entre a ingestão de alimentos e a insulina disponível;

fornecer alimentação nutricionalmente equilibrada, de acordo com as necessidades individuais;

manter bom controle metabólico para prevenir e/ou retardar complicações agudas e crônicas;

proporcionar ao diabético uma melhor qualidade de vida, tem-se demonstrado que, para os
diabéticos jovens, a disciplina alimentar ajustada ao medicamento e à atividade física proporciona
melhor controle do que a preconizada dieta liberal.

A dietoterapia tem como objetivo geral orientar os diabéticos quanto às mudanças de hábitos
alimentares, visando a um bom controle metabólico.

Objetivos Específicos:

• Manter os níveis glicêmicos, o peso e lipídios entre bom e aceitável, adaptando a ingestão
alimentar à medicação e à rotina de vida do diabético.

• Fornecer energia e nutrientes para a manutenção, recuperação ou redução de peso e para atender
às necessidades metabólicas aumentadas durante a gestação e a lactação.

Para evitar episódios de hipoglicemia, devido ao jejum prolongado, fazer o fracionamento da


dieta de 5 a 6 refeições diárias, a cada três horas:

• Acrescentar alimentos integrais, frutas, vegetais, leguminosas (feijões, soja, lentilhas, ervilha, grão
de bico) e farelos como o de aveia à alimentação, uma vez que estes são ricos em fibras solúveis e
ajudam a controlar a glicemia;

• Para melhorar o papel das fibras é de grande importância o consumo de água (6 a 8 copos por dia);
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• Use com moderação os produtos “diet”, pois alguns podem apresentar alto valor calórico, devido o
alto teor de gordura (ex: bolos, chocolates e bolachas “diet”) e cuidado com os produtos Light (estes
não são apropriados para diabéticos);

• Evite consumo de refrigerantes, doces, mel, açúcar mascavo, pois estes aumentam rapidamente a
glicemia;

• Começar a refeição preferencialmente pela salada para aumentar a saciedade;

• Evitar o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, pois estas além de serem bastante calóricas,
podem gerar hipoglicemia prolongada. Para evitar este quadro, consuma junto com alimentos;

• Evitar frituras e alimentos gordurosos como: banha ou toucinho de porco, pele de animais, carnes
gordas e com gorduras aparentes. Prefirir preparações assadas, grelhadas ou cozidas;

• Evitar nata de leite, maionese, creme de leite, manteiga

• Evitar embutidos (salame, presunto, mortadelas, salsichas, bacon, linguiça).

4. Descreva as recomendações nutricionais e tratamentos nutricionais na hipertensão e


dislipidemias.

Recomendações:

• Não adicionar sal aos alimentos já preparados;

• Evitar o consumo de alimentos industrializados (“ketchup”, caldos concentrados, enlatados,


macarrões instantâneos, etc), pois estes apresentam alta concentração de sódio;

• Prefirir temperos naturais (ervas, alho, cheiro verde, etc). Estes dão bastante sabor e evitam a
utilização de grandes quantidades de sal;

• Prefirir alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo:
carnes magras, aves e peixes;

• Consumir diariamente uma variedade de frutas, vegetais e leguminosas;

• Evitar o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, pois estas além de serem bastante calóricas,
podem aumentar a pressão arterial;

• Praticar exercício físico regularmente, de acordo com orientação do profissional habilitado.

5. Descreva as recomendações nutricionais e tratamentos nutricionais na insuficiência cardíaca.


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Os objetivos da terapia nutricional do paciente com insuficiência cardíaca são basicamente a


manutenção do peso seco adequado e o tratamento das condições preexistentes que geraram a
doença cardíaca, como aterosclerose associada à dislipidemia, diabetes mellitus e hipertensão
arterial sistêmica, ou comorbidades associadas, como insuficiência renal. Correção da obesidade ou
recuperação de peso magro também são objetivos da terapia nutricional.

Recomendações:

Restrição de sal está indicada em pacientes com sintomas atuais ou anteriores de insuficiência
cardíaca e fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida e que tenham evidência de retenção de
fluidos.

A terapia nutricional deve ter como objetivo manter o peso seco do cardiopata, e deve corrigir a
dislipidemia, o diabete e a obesidade, se associados.
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3. CONCLUSÃO

A terapia nutricional objetiva a recuperação e/ou a manutenção do estado nutricional


do paciente pela educação nutricional e planejamento dietético. É de fundamental importância
que o paciente compreenda as razões das modificações alimentares, pois só dessa maneira a
aderência ocorrerá efetivamente.

Existe uma crescente evidência de que a dietoterapia é um fator importante no


prognóstico e no tratamento dos diversos pacientes com diversas patologias nutricionais.
Dessa maneira, futuros estudos, incluindo ensaios clínicos randomizados, fazem-se
necessários para que se possa prescrever, com segurança, doses de nutrientes acima das
quantidades recomendadas para esses indivíduos. Portanto, a dietoterapia do paciente é muito
mais ampla e complexa do que a simples restrição de sódio e líquido.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no paciente com câncer. BRASPEN J 2019;


34 (Supl 1):2-32

2. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no paciente com câncer. BRASPEN


J 2019; 34 (Supl 1): 2-32.

3. Ravasco P. Nutrition in Cancer Patients. J Clin Med. 2019;8(8): 1211.

4. Smiderle C. Desnutrição em oncologia: revisão de literatura. Rev Bras Nutr


Clin 2012; 27 (4): 250-6.

5. Mahan, L. K.; Escott-Stump, S. krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11.


ed. São Paulo, SP: Roca, 2005.

6. Antunes, MC; Silva, MA; Lima, MBC. Determinantes do estado nutricional em


pacientes com AIDS. JBM, 67:209-20, 1994.

7. Barbosa, Rosana Mendes Reis e Fornes, Nélida Schmid. Avaliação nutricional


em pacientes infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Adquirida. Rev. Nutr.,
out./dez. 2003, vol.16, no.4, p.461-470. ISSN 1415-5273.

8. Barlett JG. Guia de bolso do tratamento clínico da infecção pelo HIV.


Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins; 2002.

9. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o diagnóstico e


tratamento da insuficiência cardíaca. Arq Bras Cardiol. 2002; 79 (4):1-30.

10. Brasil. Ministério da Saúde. Morbidade hospitalar do SUS. Brasília: Sistema de


Informações Hospitalares do SUS; 2003.

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