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DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
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DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
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Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
ANTROPOMETRIA ................................................................................................... 16
COMPOSIÇÃO CORPORAL..................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
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INTRODUÇÃO
HISTÓRIA CLÍNICA
Para Bento et al. (2008), o exame físico geral é parte integrante da avaliação
do estado nutricional e se aplica para identificar sinais e sintomas clínicos de
malnutrição, principalmente desnutrição. O contato inicial com o paciente
hospitalizado é feito por meio do exame físico e em alguns momentos será o único
elemento a ser usado na avaliação nutricional desses indivíduos. Destaca-se que
para a realização do exame físico é necessário o uso das seguintes técnicas:
inspeção, palpação e ausculta. Na inspeção usam-se os sentidos da visão, olfato e
audição para observação da cor, formato, textura e tamanho das estruturas
corporais. A palpação complementa a inspeção e também verifica, pelo exame tátil,
pulsações e vibrações nas estruturas corporais. Por fim, os “sons” corporais podem
ser auscultados com, ou sem o uso do estetoscópio. É necessário treinamento e
experiência clínica para avaliação física correta.
Quando se direcionam alguns aspectos do exame físico para identificar sinais
de carências nutricionais específicas chama-se exame físico nutricional. Esta
avaliação busca perceber sinais de depleção das reservas corporais de tecido
subcutâneo (adiposo e muscular), sinais sugestivos de hipoalbuminemia (presença
de edema e ascite) e alterações estruturais da pele, mucosas, olhos, cabelos e
unhas.
A avaliação das reservas adiposas subcutâneas pode se iniciar pelo exame
do tríceps, subescapular e tórax, por serem regiões onde essas perdas são mais
perceptíveis (TEIXEIRA, 2003). Para avaliação da redução de tecido muscular
podese examinar a região do deltoide, temporal, masseter, quadríceps e panturrilha.
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ANTROPOMETRIA
a) Peso Corporal
É um padrão antropométrico global. É a soma de todos os compartimentos
corporais e é o parâmetro mais adotado na prática clínica. O peso deve ser aferido
em uma balança calibrada com o paciente de pé, descalço, após urinar e, de
preferência, em jejum. Entretanto, segundo Barendregt et al. (2008), nem todo
paciente internado é pesado, devido à ausência de equipamentos, incapacidade do
paciente em deambular e até mesmo negligência ou indiferença da equipe de saúde.
Esses mesmos autores referem que o peso é indispensável sempre que se deseja
estimar o gasto energético, a prescrição nutricional e a dosagem de medicamentos.
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Na prática clínica podemos obter três diferentes tipos de peso: peso atual,
peso habitual ou usual e peso ideal ou desejável. Peso atual se refere ao peso
obtido no momento da avaliação nutricional em balança calibrada, plataforma ou
mecânica. O peso habitual ou usual é aquele peso referido pelo paciente como
sendo o peso médio mantido por ele (investigar quando e como foi obtido este peso
e há quanto tempo), sendo usado como referência na avaliação de mudanças
recentes de peso. Já o peso ideal ou desejável é aquele obtido por meio de diversos
cálculos, sendo mais comum e prático o cálculo desse peso por meio da relação
inversa do índice de massa corporal (IMC), onde:
Onde:
CP – circunferência da panturrilha
AJ – altura do joelho
CB – circunferência do braço
PCSE – prega cutânea subescapular
Com os dados de peso ideal e peso atual podemos fazer o cálculo para
conhecer a adequação de peso do paciente. Esta adequação mostrará o quanto
adequado ou inadequado o peso atual do indivíduo está em relação ao que deveria
ser (ideal ou desejável). A fórmula para o cálculo da adequação de peso e o valor de
referência mais utilizado está logo abaixo.
Perda de peso (%) = (peso habitual – peso atual) / peso habitual x 100
b) Altura
Representa o maior indicador do tamanho corporal e do comprimento dos
ossos. Adultos geralmente são medidos em pé utilizando-se um antropômetro; onde
o indivíduo deve ficar em pé, descalço, com os calcanhares juntos, costas retas e
braços estendidos ao longo do corpo. De acordo com Acuña e Cruz (2004), quando
a altura não pode ser medida, por dificuldade de o paciente permanecer em pé ou
devido sérios problemas de coluna; no adulto jovem, pode ser realizada a medida da
envergadura dos braços ou extensão dos braços ou “medida da braçada” (os braços
ficam estendidos formando um ângulo de 90° com o corpo e mede-se a distância
entre os dedos médios das mãos) que equivale à estimativa da altura do indivíduo.
Para simplificar esta técnica pode-se medir apenas a meia envergadura, que
consiste em aferir com fita métrica inelástica a extensão do osso esterno à ponta do
dedo médio da mão estendida de qualquer um dos membros superiores. O valor
obtido é multiplicado por 2 e têm-se a estimativa de altura do indivíduo. Já em idosos
recomenda-se a medida da altura do joelho como forma de estimar a altura desses
pacientes sem as interferências típicas do envelhecimento (curvatura da coluna
afeta a medida de altura). O resultado é acrescentado à fórmula abaixo,
considerando-se o sexo e a idade.
COMPOSIÇÃO CORPORAL
Dobras Cutâneas
para obtenção da área de gordura do braço (AGB), área muscular do braço (AMB) e
circunferência muscular do braço (CMB).
Essas últimas medidas serão tratadas adiante. O resultado isolado da DCT
pode ser comparado segundo as referências abaixo (na literatura pertinente existem
outras citações que podem ser utilizadas conforme a necessidade de cada serviço).
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FONTE: Kamimura, Sampaio e Cuppari, 2009.
altura e peso. Não há um padrão de referência que indique valor normal, acima ou
abaixo para a panturrilha. O que se recomenda é que esta medida pode ser usada
para acompanhamento nutricional (verificar ganho ou perda de reserva muscular).
nutricionista realizar a entrevista, pois o paciente, pela sua condição clínica, pode
não estar apto a responder questionários investigativos.
Os inquéritos alimentares podem ser retrospectivos (registram informações de
um passado imediato ou de longo prazo) e prospectivos (registram a informação
presente) e sua escolha depende das condições clínicas em que o paciente se
encontra, bem como dos objetivos do atendimento nutricional (JUZWIAK, 2007).
Apresentaremos as principais características dos inquéritos alimentares mais usados
na prática clínica (KAMIMURA; SAMPAIO; CUPPARI, 2009, PEREIRA; UEHARA,
2008; JUZWIAK, 2007):
EXAMES BIOQUÍMICOS
Resultados (referência) –
Depleção Leve: 1.200-2.000/ mm3
Depleção Moderada: 800-1.199/mm3
Depleção Grave: < 800/mm3
REFERÊNCIAS